Tudo junto e misturado…
Nóix.
Foi no mês de maio de 2000 que montamos nosso novo escritório no 12º andar do Vip Center, um prédio que já era bastante conhecido pela enorme quantidade de advogados por metro quadrado que comportava. Éramos cinco: eu, a Andréa e o Luiz Eduardo, sempre presentes, mais o Luisinho e o Benê, sempre ausentes, pois trabalhavam em outras administrações públicas. O que era bastante interessante, pois invariavelmente discutíamos algum caso específico e eu mantinha afiada a mente para aquele ramo do direito que, na prática, não fazia parte do meu dia a dia. Ainda.
No décimo segundo andar…
Os anos seguintes seriam marcados por uma sistemática mudança de andares, juntamente com uma diminuição do nosso “corpo jurídico” e, para cada um que tomava seu rumo, também alterávamos nossos cartões… O primeiro a sair foi o Benê, em 2001. Ele quase não advogava na região e não compensava ajudar a manter a estrutura do escritório.
No sexto andar…
Na sequência, em 2002, o Luiz Eduardo. Chegou à conclusão que esse negócio de escritório não era pra ele – ainda que tenha se dado muito bem pelo curto período que advogou. Mas se cansou. Saiu de cena e começou o curso de engenharia.
No décimo quinto andar…
Ainda em 2002 seria a vez da Andréa, por volta do meio do ano. Restamos eu e o Luisinho. Quase não ficávamos mais no escritório e foi necessário trazer alguns “agregados” para cuidar de nossas ações (assim como eu mesmo havia sido um, no começo de minha carreira). Sendo somente nós dois, resolvemos deixar o cartão mais “rebuscado”…
Ainda no décimo quinto andar…
Por derradeiro, no final de 2003, o Luisinho também decidiu encerrar as atividades do escritório. Ao menos a sua parte. Ainda na Administração Pública, estava difícil de conciliar ambas as tarefas e num cenário em que quase já não tinha mais clientes a atender, ajudar a manter uma sala significava tão-somente uma despesa a mais. Mudei para uma sala menor em outro andar e fiquei sozinho. Bem, “sozinho” em termos. Afinal ainda tinha comigo as meninas (as “agregadas”, lembram?) que me ajudavam nas ações e elas próprias traziam seus clientes.
Agora no décimo sétimo andar.
Foi muito bom esse período, ainda que pulando de uma sala para outra praticamente uma vez por ano… Consegui uma boa clientela, fiz meu nome, ganhei uma boa grana. É lógico que as despesas também foram aumentando, tanto no escritório quanto em casa (a família havia crescido), mas eu me garantia com as ações trabalhistas que tocava, um ou outro caso de separação ou divórcio, ações de cobrança de vários condomínios, análises de contratos, defesas junto ao Tribunal de Contas e por aí afora.
Mesmo com tudo isso, saibam que escritório de advocacia é um negócio interessante, pois você tem que estar lá para a coisa girar. Por mais que você tenha excelentes auxiliares, o cliente gosta mesmo é daquele olho no olho com quem, de fato, vai tocar a ação dele.
E, por isso mesmo, em dezembro de 2004, seria eu mesmo que resolveria encerrar as atividades do escritório. Em definitivo. Sempre atento ao meu Livro Caixa fechei as contas e cheguei à conclusão que, naquele ano, o escritório se pagou. Nem mais, nem menos. E dado o que me aguardava no ano seguinte seria muito complicado tentar manter e administrar aquela estrutura à distância, cumulando com as tarefas que eu exercia na Administração Pública junto à Prefeitura Municipal de Jacareí…
Oi? Não falei antes? Ah, sim, desde 2001 eu já estava por lá. Conto na próxima.