Então é 2018.
Já passamos do Dia de Reis, o Presépio já voltou pro armário, a árvore já foi desmontada, os enfeites já foram retirados.
Você já passou pelo Ano Novo, já fez a contagem regressiva, brindou com champanhe, cidra, vinho, cerveja ou seja lá o que for, guardou suas sementes de romã, pulou sete ondinhas, comeu até se fartar e no dia seguinte de novo e mais um pouco pelo resto da semana.
Então é 2018.
O ano de 2017 foi um ano ímpar (em todos os sentidos), um ano de animação suspensa, meio que de torpor, principalmente no que diz respeito às questões políticas. Com o tempo as pessoas acabaram desistindo de rosnar e bradar em alto e bom tom como a sua verdade era mais verdadeira que a dos outros.
Foi um ano que foi chegando, assim, meio que cheio de esperanças, e quando as pessoas deram por si, já havia passado o carnaval, a Páscoa, o dia das mães, as festas juninas, o dia dos pais, os aniversários, os feriados, o Natal, o Ano Novo. As esperanças minguaram lá atrás, já no primeiro bimestre e o ano passou tão ou mais rápido como os anteriores.
Então é 2018.
O ano passado não foi um ano fácil, mas também não posso dizer que tenha sido difícil. Para mim, em especial, foi um ano de descanso, de recobrar as energias gastas nos 16 anos anteriores. Afinal, se antes eu me sentia indiretamente responsável por mais de 210 mil pessoas, hoje sou de fato responsável por pouco mais de uma dúzia de pessoas. Vá lá: umas duas dúzias.
Para mim não foi um ano de grandes projetos – ainda que tenha participado de alguns – mas sim um ano de tirar o pé do acelerador, de manter o carro em movimento e ao mesmo tempo poder curtir com calma a paisagem. Naturalmente tanto me afastei de algumas pessoas quanto me aproximei de outras, bem como expandi alguns círculos, principalmente os familiares.
Ter saído das rotinas anteriores – ainda que tenha criado algumas outras – fez com que minha percepção de tempo fosse distendida, de modo que o ano de 2017 passou lentamente. Assim como nos princípios da permacultura, foi um ano de deixar a terra descansar, um ano de respirar, um ano de pensar e avaliar tudo aquilo que já havia sido plantado, o que tinha evoluído, o que tinha murchado, o que tinha florescido.
Então é 2018.
É lógico que os céticos sempre vão esfregar na sua cara que o simples completar de uma rotação da Terra em torno do Sol não traz nada de novo, os dias são iguais, o tempo é igual e nós, humanos, é que criamos essa ficção da contagem do tempo.
Mas justamente por sermos humanos é que necessitamos dessa contagem de tempo. Desse ciclo. Desse começo, meio e fim. Todo ano. É preciso, sim, renovar as esperanças, traçar novos planos, focar em novos objetivos, em novos desafios, quebrar a rotina de um modo geral. É preciso deixar o que é velho, repetitivo e que não funciona pra trás, e, ciente de todo o aprendizado que lhe foi proporcionado, buscar o novo, criativo e que talvez até venha a dar certo. E, se não o der, que se repita o ciclo. Até porque o ano que passou não volta mais e o que se desdobra à sua frente vem chegando, sim, cheio de oportunidades.
Então é 2018.
E assim, mais como uma constatação do que como uma divagação, temos que 2018 chegou e creio firmemente, sim, que é hora de renovarmos as esperanças – em todos os sentidos e em todas as áreas. Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença e não dependemos de circos políticos e midiáticos para definir nossas próprias vidas. Arregace as mangas e vá em frente. Com foco. Nenhum sonho é pequeno ou grande demais que não possa ser realizado. Vai dar trabalho, sim. Mas se não começar agora, AGORA, jamais vai chegar lá.
De minha parte, a terra já descansou. É hora de arar. De semear. De observar e cuidar de cada uma dessas novas sementes para que cresçam fortes e viçosas.
Afinal é 2018.
É hora de ficar sóbrio.
Feliz Ano Novo.