Pois bem, vamos à controvérsia da vez.
Trata-se do recém lançado comercial da “nova” Kombi, que aparece sendo dirigida pela cantora Maria Rita no qual, em meio de flashes e imagens da década de setenta e oitenta, eis que surge sua mãe, a própria Elis Regina, dirigindo uma antiga Kombi e elas passam a cantar em dueto a música Como nossos pais.
Como se já não tivéssemos problemas suficientes neste nosso Brasilzão véio sem portêra, nem bem foi lançado e já começaram a implicar com esse comercial. Pô, gente, o arcabouço fiscal ainda nem foi votado, o país continua dividido e a política no geral parece uma mistura de jogo de xadrez com cubo mágico. Disso tudo somente salva a excelente notícia de que o capiroto está INELEGÍVEL… 😀
Mas tergiverso.
É que de bate pronto já começaram com o MI-MI-MI habitual. O primeiro deles é de que “Oh, mas estão utilizando a imagem da Elis Regina através da Inteligência Artificial!”. Sim, e daí? Com certeza a família autorizou e com mais certeza ainda devem estar levando uma quantia considerável pela utilização da imagem desse nosso ícone nacional. Aliás, não há novidade nenhuma nisso: no filme Rogue One: Uma História Star Wars a atriz Carrie Fisher também foi recriada digitalmente para aparecer como a jovem Princesa Leia. Tudo bem que nessa época ela ainda estava viva e também autorizou a utilização da própria imagem, mas foi muito bom vê-la em ação novinha de tudo!
Outra choradeira é de que a Volkswagen contribuiu com o governo estabelecido na época da ditadura, inclusive disponibilizando veículos e, ainda, explorando de forma cruel a mão de obra operária. Certo, a coisa foi feia. Mas tudo isso gerou ações e indenizações milionárias que ainda estão sendo pagas e décadas já se passaram, a mentalidade de seus administradores é outra e a indústria não pode parar. Aliás, se for para colocar o dedo na ferida, temos que lembrar que o Fusca, maior sucesso de vendas da Volkswagen, somente foi criado graças ao incentivo de ninguém menos que o próprio Hitler. Sinistro… E mesmo assim a empresa jamais saiu de operação.
E, também, não faltou a tentativa de “demonizar” as agências de publicidade! Mas gente, é exatamente para isso que existem esses profissionais, quer gostem ou não! Nas palavras do jornalista Alexandre Inagaki, no Twitter: “E é isso o que os mais habilidosos publicitários fazem, de fato. Capturam tendências e manipulam emoções a fim de movimentar as engrenagens capitalistas. Os redatores e diretores do comercial de Volks criaram uma peça maquiavelicamente brilhante, que emociona e engaja.”
Dentre os comentários, opiniões e surtos de praxe, é até engraçado constatar que tem gente se entendendo proprietária da opinião alheia, se indignando de tal maneira como se conhecedora do que se passava na cabeça da própria Elis e sobre o que ela concordaria ou não. Sobre o que está certo ou está errado e como “deveria” ter sido conduzida essa campanha.
Olha, enfim, é muita teoria da conspiração pra pouco carro. Até porque estamos simplesmente falando de um comercial que, daqui a pouco, vai acabar sumindo da blogosfera. E mesmo essa Kombi, pra mim, não tem cara de Kombi! Parece muito mais a nave auxiliar da Enterprise, de Star Trek, o Galileo Seven…
Na minha opinião é a mesma coisa que aconteceu com o “New Beetle” quando quiseram relançar o Fusca. Aquilo pode ser qualquer coisa, mas não é um Fusca! Essa “New Kombi” pode ser uma van, um utilitário ou seja lá o que for, mas também não é uma Kombi! Pra começo de conversa ela já chega no mercado com um valor estimado de aproximadamente trezentos mil reais. Só. Suuuuuper popular. Já estou vendo os feirantes se estapeando para aposentar a velha corujinha de pneus carecas e assoalho furado para fazer um financiamento e colocar essa nova Kombi para levar as caixas, lonas, cordas e madeirame das barracas de feira…
Só que não.
Enfim, discussões à parte, confiram abaixo o “controverso” vídeo de que estamos falando. Não vou pedir para que os detratores que me perdoem, mas sim que se explodam, porque desse resultado EU GOSTEI MUITO!