Oswaldo Lelis Tursi

Diazinho modorrento, quente como o nono círculo do Inferno e eu cá em casa, cuidando das minhas coisinhas, prestando meus serviços, o trivial.

Para fechar o dia, quase oito da noite, depois de passar algumas tarefas (para eu “aproveitar” o final de semana), o Chefe me mandou no Zap: “E aí? Tá sabendo do Lelis? O que foi que aconteceu?”

Pronto.

Numa rápida fuçada nas redes sociais descobri que o Lelis tinha falecido. Dois dias atrás!!!

Tudo bem que não moro e nem trabalho mais em Jacareí, raramente vou para lá, mas será que NENHUM FILHO DUMA ÉGUA PODERIA TER ME AVISADO???

Que me perdoem os poucos que ainda acompanham minhas desventuras aqui no blog, mas isso também serve para vocês, que trabalharam comigo.

Catzo.

Enfim, o Lelis se foi. Com 64 anos. Não sei de quê. Se bem que vinte anos atrás, quando trabalhamos juntos, ele já tinha problemas com diabetes e pressão alta. E, se não me engano, em algum momento também já teve um infarto. E nos últimos tempos, provavelmente morando sozinho (fiquei sabendo que ele tinha se separado novamente), eu duvido que ele estivesse se cuidando como deveria.

Oswaldo Lelis Tursi. Foi meu professor na faculdade de Direito. Um va-ga-bun-do. Tanto é que nem lembro mais qual era a matéria que ele lecionava. Estava mais interessado em terminar logo as aulas e sair com o povo para tomar todas. Não importa quão fácil ou difícil fossem as provas que ele aplicava: ele simplesmente dava nota sete para TODO MUNDO e pronto. Independentemente do que você tivesse respondido.

Mas quando trabalhamos juntos, foi totalmente diferente. Somente ali, no dia a dia da Prefeitura, é que ele realmente foi meu “professor”. Se comecei a gostar de verdade da área de licitações foi graças a ele. E, sim, eu já falei tudo isso na cara dele, na época.

Ele foi Secretário de Assuntos Jurídicos de julho de 2002 até outubro de 2006, mas já havia passado pela Prefeitura antes, se não me falha a memória, no governo do Dr. Thelmo. Ele costumava dizer que tinha por “missão” ser um Secretário melhor do que ele havia sido da vez passada. Eis uma antiga foto dele, lá pelos idos de 1995 (eu acho), ao lado do ainda rapazinho Izaías (de azul), que viria um dia a ser o Prefeito de Jacareí.

Passamos por poucas e boas juntos. Inventamos licitações e soluções jurídicas para contratos que ninguém mais no mundo teria a ideia, a coragem (ou a loucura) de fazer. Discutíamos muito (no bom sentido da coisa) mas sempre respeitei aquele velho ditado (que acho que eu mesmo criei): “superada a técnica, resta a hierarquia”. Enfim, formávamos uma boa equipe, junto com toda essa turma nessa foto aí embaixo, que foi tirada na nossa confraternização de 2005.

Tínhamos a liberdade, inclusive, de zoar com ele. Aliás, zoávamos com todo mundo, bastava aparecer uma oportunidade. Na época foi lançado o filme dos Incríveis e a Fernandinha, da Comunicação, achou que o Lelis era a cara do Sr. Incrível, pelo que fez essa (tosca) arte. Deixei pregado atrás da porta da sala dele, de modo que ele somente viu após uma reunião com alguém importante. Que, aliás, foi quem viu primeiro. Já contei essa história antes, neste post aqui.

Mas agora ele se foi.

Não sei de quê.

Não sei como estava, o que estava fazendo, como andavam as coisas. Há mais de uma década não nos víamos.

E os buraquinhos no coração vão aumentando na medida que cada um destes meus personagens da velha guarda vai partindo.

Mesmo já tendo passado dois dias de seu falecimento, resolvi não publicar nada nas redes sociais (Face, Insta, Threads, o escambau), pois percebi, pelas últimas postagens, que minha timeline tá mais parecia com um obituário do que qualquer outra coisa…