Pela Trindade

Quase em frente de casa existe uma capelinha. Simplesinha de tudo, mas arrumadinha e bem conservada pelos fiéis. Essa construção é o último resquício de uma favela gigantesca que existia beirando um dos lados da avenida e que já há muito tempo foi “removida”, pois toda a área é de preservação permanente em virtude do Córrego Senhorinha, que serpenteia ao fundo. Com o tempo a mata se recompôs e as árvores, nativas ou não, já alcançam mais de dez metros de altura.

Mas a capelinha ficou.

E, também, margeando a avenida, existe uma longa pista de caminhada irmanada de uma ciclovia, as quais se estendem por vários quilômetros, tanto à direita quanto à esquerda de onde moro.

Pois bem.

Estava lá eu, como de costume, tomando um cafezinho e soltando umas baforadas, observando o movimento.

E eis que um garotinho, de uns quatro, talvez cinco aninhos, com sua pequenina bicicleta, de repente para em frente à capelinha, abre um par de olhos deste tamanho, e fica esperando que seus pais, na caminhada, o alcance. Quando se dá o encontro, eis que ele me vem com esta:

“Mãe, pai, olha! A casa dos Três Porquinhos!”

Todos riram, inclusive eu, do outro lado da rua. Eles explicaram para o pequerrucho que não, que aquela construção não era a casa dos Três Porquinhos, mas sim uma capela e… Não deu tempo. Ele já havia saído pedalando, provavelmente bem convicto de sua descoberta.

Pois é…

Por mim, acho que tá tudo certo, pois não creio que a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – venha a se incomodar com a alcunha que lhe foi dada pelo inocente petiz… 😜

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