Desconstrução

Recortei-e-colei daqui. Não, não tem a beleza, a simetria, a rima, os vários sentidos e muito menos o proparoxitonismo da canção original. Mas, ainda assim, muito bom!

😀

(Com a vênia do Chico)

Julgou daquela vez como se fosse a última
Compôs a lide como se fosse a última
E cada processo como se fosse o único
E atravessou o fórum com seu passo firme
Apertou as teclas como se fosse máquina
Encheu o gabinete com dezenas de casos trágicos
Sentenças e despachos com fundamentos sólidos
Seus olhos embotados do monitor e lágrimas
Sentou pra trabalhar como se não existissem férias
Comeu feijão com arroz num intervalo rápido
Bebeu café e leu o d.o. como se fosse um pária
Acumulou mas não compensou como se fosse múltiplo
E interrogou o réu como se fosse a vítima
E foi tratado como se fosse ele o bárbaro
E acabou na mídia feito o culpado último
Agonizou no meio da pressão do público
Morreu na sua função atrapalhando o tráfico
Honrou a toga como se fosse a última
Beijou a lona como se fosse o espúrio
Um cargo vago esperando o próximo
E atravessou a rua com seu passo sôfrego
Se iludiu com a carreira como se fosse sólida
Perdeu o ânimo com a estrutura imprópria
A visão do inferno nas reformas ilógicas
Seus olhos embotados de planilhas hipócritas
Sentou pra ver os filhos como se fosse um pai omisso
Comeu feijão com arroz das sobras do almoço
Bebeu e dormiu como se fosse um luxo
Não reclamou para não ser representado
E tropeçou no ego deles como se fossem ungidos
E esperou contando os dias para a aposentadoria
E acabou no vão dos burocratas públicos
Agonizou no meio de uma nova ética
Morreu com a mão atrapalhando a improbidade pública
Julgou daquela vez como se fosse máquina
Tirou sua toga como se fosse um túmulo
Esqueceu de si, deixou crescer uma barriga flácida
Ficou sozinho com a consciência intacta
E foi lançado à lama como se fosse um nada
E se acabou no chão feito um capacho velho
Morreu como se fosse um número qualquer das estatísticas

Por esse pão (do diabo) pra comer
Por essa droga pra dormir
A retidão a ceder
E a frouxidão em punir
Por me não me deixar respirar
Por não me deixar existir
O executivo lhe pague

Pelos sapos indigestos
Que a gente tem que engolir
Pela impunidade que grassa
A qual a gente tem que anuir
Pelo andar cambaleante
Da moral a cair
O legislativo lhe pague

Pela mulher carpideira
Pra nos destratar e cuspir
E pelas moscas bicheiras
Que hão de nos destruir
E pela derrocada derradeira
Do judiciário a sucumbir
O conselho lhe pague

Ah… Insensato Coração… Afinal, quem matou a Norma?

Não, não sou noveleiro.

Não acompanho “Insensato Coração” (já tenho trabalho demais com o meu próprio).

Mas, como todo relevante assunto que causa comoção nacional, já começou o zum-zum-zum acerca desse imprescindível tema – o que deve durar até os minutos finais da trama: quem, diabos, matou a Norma?

Seja lá Norma quem for…

Aliás, numa profunda análise da legislação, ou seja, de nosso sistema normativo, a resposta bem que pode estar aqui, graças ao pessoal lá do blog Judex, Quo Vadis? – autor do texto abaixo:

E essa agora: quem matou a Norma?

Vão algumas hipóteses:

a) o Legislativo, ao elaborar leis cada vez mais imperfeitas, ambíguas e contraditórias com o sistema no qual se inserem;

b) o Executivo, que a desrespeita solenemente;

c) o STF, com seu ativismo judiciário;

d) os Advogados, que sempre procuram nela uma brecha, uma lacuna, para fazê-la letra morta;

e) todas as alternativas acima (e, nesse caso, o homicídio foi em concurso de agentes!).

Boca do Inferno

“Lembrei-me de você!”

E eis que dentre as teias da caixa de entrada de meus e-mails, surge uma nova mensagem de um velho amigo:

“Vi este carro hoje e lembrei-me de você!”

Pôxa, fiquei até orgulhoso… Ele sabe o quanto gosto de carros desse tipo – e o modelo, então? Fantástico! Simplesmente um dos mais charmosos da série… Aliás é justamente essa a cor que pretendo para o que estou reformando! Que carinho especial ele ter lembrado de mim…

Mas, então, fui ler o restante da mensagem sobre o carro e tentar saber o porquê ele “lembrou-se” de mim. Basicamente ele fez um comparativo:

“Já foi bonito!

Já esteve na moda!

Já teve potência!

Já foi desejado!

Agora só bebe!!!”

(…)

É… Dentre estas e outras, bem vale lembrar o antigo ditado: “Deus me livre dos amigos, que dos inimigos cuido eu!”

Táquiôspa! (de novo)

Ô segunda quarta terrível…

Como se já não bastassem todas as confusões coronárias que eu tenho o condão de – sozinho! – me auto infligir…

Como se já não bastasse todas as contas DO MUNDO vencerem no dia 10 e eu só receber o adiantamento no dia 15…

Como se já não bastasse hoje já ser quarta e a terça – dia mundial de passar roupa lá em casa – ficou pra trás…

Como se já não bastasse eu ter uma real escultura de dromedário formado pelos itens referentes ao item anterior…

Como se já não bastasse que uma reforma que fizeram FORA de casa deixou (muito) pó espalhado DENTRO de casa…

Como se já não bastassem todas estas bastante coisas que ainda assim não são o bastante para bastar à minha boa e velha sorte…

Pra ajudar ainda mais um bocadinho eis que agora eu também já não posso mais contar com a máquina de lavar roupa!

Táquiôspa…

🙁

Ô segunda quarta terrível…

Como se já não bastassem todas as confusões coronárias que eu tenho o condão de – sozinho! – me auto infligir…

Como se já não bastasse todas as contas DO MUNDO vencerem no dia 10 e eu só receber o adiantamento no dia 15…

Como se já não bastasse hoje já ser quarta e a terça – dia mundial de passar roupa lá em casa – ficou pra trás…

Como se já não bastasse eu ter uma real escultura de dromedário formado pelos itens referentes ao item anterior…

Como se já não bastasse que uma reforma que fizeram FORA de casa deixou (muito) pó espalhado DENTRO de casa…

Como se já não bastassem todas estas bastante coisas que ainda assim não são o bastante para bastar à minha boa e velha sorte…

Pra ajudar ainda mais um bocadinho eis que agora eu também já não posso mais contar com a máquina de lavar roupa!

Táquiôspa…

🙁