Vamprapraia?

E eis que este urbanóide tecnófago antropofágico, a mando a pedido da Dona Patroa, partiu com toda a Tropinha de Elite para a praia neste último final de semana.

Não sei por qual motivo eu costumo reclamar tanto de praia. Talvez seja por causa desta minha tez moreno-hipoglós… Mas o fato é que até que estava bom! Segue uma foto para vocês verem como é possível se divertir numa praia – por mais avesso que alguém possa ser a esse ambiente.

PS1: Se prestarem atenção, dá até pra ver um pedacinho do mar ali no fundo…

PS2: A cerveja era Original, tá!

Wall.e

Gostaria de já ter escrito sobre isso ontem, mas não deu. Então fica o link para o post da Renata, pois, como muito bem colocado, “Vale cada segundo que você passa no cinema e não merece resenhas longas, porque não há palavras para descrevê-lo – mas acho que não é exatamente um filme para crianças, pois um bom background em sci-fi ajuda a sacá-lo melhor.”

Assim, limito-me a transcrever o comentário que deixei por lá, ou seja, “(…) confesso que o filme superou minhas expectativas. Muito dele, apesar de se passar num pseudo-futuro fictício, é bem real e contemporâneo à nossa realidade. Não só no que diz respeito ao lixo e à falta de respeito ao meio ambiente, como também no “isolamento em grupo” em que vivem os personagens – algo já parecido com o que ocorre hoje, quando amigos muitas vezes se comunicam mais por e-mail ou comunicadores que ao vivo e a cores…”

 
Emenda à Inicial: Excelente resenha sobre o filme lá no /* otubo.net */. Vale a pena ler.

Por pouco

Enquanto os paradoxos teimam em rir da minha cara, e ficam por aí dançando rumba ao som de heavy metal, resolvi rever alguns links perdidos em meu computador e encontrei o Ponto Doc, e, nele, trechos de uma crônica de Veríssimo (como diria o Marcelo, “o de verdade, com “s” e sem acento no “i”) que vai ao encontro não só do sentimento dos últimos dias como também com outra crônica que eu já citei por aqui.

A crônica segue abaixo, na íntegra, cujo título é o mesmo deste post – “Por pouco” – e foi publicada por Luis Fernando Veríssimo no livro Ed Mort e Outras Histórias.

Eu estava a ponto de escrever alguma coisa sobre as pessoas que estão a ponto de tomar uma atitude definitiva e recuam – e recuei. Ia escrever sobre os que um dia, por pouco, quase, ali-ali, estiveram prestes a mudar sua vida mas não deram o passo crucial, mas não vou. Pena e comiseração para os que não deram o passo crucial.

Pena e comiseração para os que preferiram o pássaro na mão. Para os que não foram ser os legionários dos seus primeiros sonhos. Para os que hesitaram na hora de pular. Para os que pensaram duas vezes. Pena e comiseração para os que envelheceram tentando decidir o que iam ser quando crescessem. E para os que decidiram, mas na hora não foram.

Alguns passam a vida acompanhados pelo que podiam ter sido. Por fantasmas do irrealizado. Um cortejo de ressentimentos. Este aqui sou eu se tivesse decidido fazer aquele curso em Paris. Este outro sou eu se tivesse chegado um minuto antes no vestibular…

Olha que bom aspecto eu teria se tivesse aceito aquela nomeação. Veja o bigode. O corte decidido do cabelo. O olhar de quem é firme, mas justo com subalternos. A cintura ajustada. As mãos que não tremem. Elas me seguem por toda a parte, as minhas alternativas.

Você conhece muitos assim. Gente que cultiva suas oportunidades perdidas como outros guardam o próprio apêndice num vidrinho. E não perdem oportunidade de contar como foi a oportunidade perdida.

– Foi num jogo de pôquer. Tinha dois pares e não joguei. Quem ganhou tinha só um. A melhor mesa da noite. Milhões. Eu, hoje, seria outro.

– Fiz uma ponta naquele filme do Tarzã, mas cortaram a minha parte. Se tivessem me visto em Hollywood…

– Se eu tivesse dito sim…

– Se eu tivesse dito não…

– Se mamãe não tivesse interferido…

– Uma vez fui fazer um teste no Fluminense. Abafei. Mas a família foi contra. Insistiu com a contabilidade. Eu, hoje, seria outro.

– Já tive a minha época de escritor, tá sabendo? Uns contos até razoáveis. Mas nunca me mexi. Hoje eles estão numa gaveta, sei lá.

– Você sabe que só não me elegi deputado, porque não quis?

– Eu, hoje, podia ser até primeiro-violino.

– Tudo porque eu não saí daqui quando devia. Pena e comiseração para os que não saíram daqui quando deviam. Há quem diga que o passo crucial só pode ser dado uma vez e nunca mais. Tem a sua hora certa, e ela não volta. Bobagem, claro. Mas não para os que tiveram a sua hora e não aproveitaram. Os mártires do por pouco.

– Sei exatamente quando foi que eu tomei a decisão errada. Foi numa noite de Ano-Bom.

Você já ouviu a história várias vezes. Mas não pode impedi-lo de falar. O único divertimento que lhe resta é o que ele poderia ter sido. Os que não deram o passo crucial quando deviam estão condenados ao condicional. E têm a volúpia da própria frustração.

– Se eu tivesse aproveitado… Ela estava gamada. Gamadona. Filha da segunda fortuna do Brasil.

Da última vez que você ouviu a história, era a terceira fortuna do Brasil, mas tudo bem.

– Bobeei e babaus. Hoje, quando eu penso…

Você tenta ajudar.

– Podia não ter dado certo. O pai dela não ia deixar. Um morto-de-fome como você…

– Morto-de-fome, porque eu não dei o passo crucial na hora que me ofereceram aquele negócio no Mato Grosso. Ia dar um dinheirão.

– Mas se você fosse para o Mato Grosso, não teria conhecido a menina na noite de Ano-Bom.

– Pois é. Agora é tarde. Sei lá.

Agora é tarde. As decisões erradas são irrecorríveis. Você o imagina cercado das suas alternativas. De um lado, casado com a, vá lá, primeira fortuna do Brasil. O último homem do Rio a usar echarpe de seda. Grisalho, mas ainda em forma com aquele tom de pele que só se consegue passando o dia na piscina do Copa, mas na sombra. Do outro lado, o próspero fazendeiro do Mato Grosso que pilota o seu próprio avião e tem rugas em torno dos olhos de tanto procurar o fim das suas terras no horizonte, ou de tanto rir dos pobres. E no meio, ele, a ponto de lhe pedir dinheiro emprestado outra vez. Triste, triste. Eu ia escrever uma boa crônica sobre tudo isso. Mas o assunto me fugiu, perdi a hora certa. Agora é tarde.

Luís Fernando Veríssimo

Mas… Pensando bem em tudo isso, agora me pergunto: e se o passo decisivo for justamente não dá-lo? Ficar exatamente onde se está para que as coisas possam fluir?

Penso e repenso em tudo isso e minha cabeça dá um nó…

E os paradoxos, ainda dançando, começam a gargalhar enquanto brindam com conhaque em copos de cristal!

Transmimento de pensação off line

Lendo um post curtinho lá no efeefe (de visual novo – bem bacana) pude perceber que mesmo desconectados virtualmente ainda assim existe uma espécie de conexão entre os pensamentos neste nosso mundão off line. Lá ele falava de paradoxos.

E numa boa discussão com o copoanheiro Bicarato, coincidentemente falávamos basicamente sobre a mesma coisa. A questão de projetos de vida em comparação com os rumos para os quais a vida acaba nos projetando…

É certo que amo-de-paixão meu trabalho, minhas responsabilidades, meus perrengues do dia-a-dia. Mas, quando paro para pensar, acabo tendo um pouco de uma sensação de vazio. Vazio no sentido de que – tenho quase certeza – eu poderia fazer mais. Contribuir mais. Compartilhar mais. Mesmo assim acabo não tomando atitudes proativas (ainda não decidi se gosto ou não dessa palavra) e também acabo permanecendo no mesmo ziquizira de sempre.

Creio que meus “problemas existenciais” (ao menos os atuais) se resumem a duas coisas. Uma seria essa questão paradoxal, como acabei de explicar. Outra seria já uma questão de “pessoalidade”. Apesar de a Internet propiciar um contato com as melhores cabeças pensantes que existem, independentemente de sua localização nesse mundão véio, ainda assim esse contato é virtual. E essa coisa de pessoalidade, de proximidade, de olho no olho, de companheirismo (de preferência copoanheirismo), bem, isso está cada vez mais escasso. Falta cumplicidade para projetos, um apoio pessoal e presencial para incentivos e mesmo para puxões de orelhas e críticas – quer sejam construtivas ou não.

Mesmo os gregos já falavam em Terminus – o deus dos limites. Ora esses limites muitas vezes nos são impostos pela própria crítica pessoal de quem conosco convive. E isso é bom. Nos ajuda a pensar melhor, a rever conceitos, a crescer e partir em busca de novos limites – os quais, por sua vez, serão também oportunamente rechaçados, numa espécie de ciclo virtuoso empacotado numa espiral sem fim.

O difícil é o primeiro passo.

Há que se romper os limites.

E isso se torna cada vez mais complicado à medida em que paradoxalmente nos acomodamos com a vidinha besta que levamos…

E essa bestagem a que me refiro diz respeito à estagnação da criatividade, da vivência numa rotina pequeno burguesa, da mesmice, enfim.

A sublime anarquia combinada com uma caótica experimentação de disparidades – ainda que sob a batuta da máscara da ordem – é que acaba por nos trazer todo o colorido da vida. Pergunte a qualquer criança de quatro ou cinco anos. Elas sabem! Temos muito a aprender com sua visão simplista da vida. Basicamente preto e branco. Entretanto os diversos tons de cinza nos quais baseamos nossos atos e pensamentos são invariável e involuntariamente construídos no decorrer de toda uma existência. E isso só serve para complicar.

Mas o tema desse nosso proseio é (ou seria) outro.

Simplesmente me chamou a atenção o fato de que pessoas tão distantes estivessem levando em conta o mesmo tema. E – pior – aquelas que estão próximas usufruindo da mesma (má) sintonia, sem possibilidade de uma crítica qualquer que seja. Algo do tipo “putz, tá foda”, ao que o outro responde “é, tá mesmo”

Mas, nesse caleidoscópio de percepções visualizado nesta montanha russa gramatical no qual este texto se transformou, só consigo chegar a uma única conclusão (por mais estapafúrdia que seja): sinto saudades.

Saudades de um tempo em que as coisas pareciam mais simples. Em que eu conseguia enxergar todas as confusões em que me metia com franco otimismo e um insuportável bom humor. Sinto saudades de mim mesmo, de um caboclo mais camarada que vivia gargalhando pelos corredores. Pregador de peças. Sacana. Otimista. Gente boa.

Tenho estado num mau humor que nem eu mesmo tenho me suportado. Ando mais rabugento que o normal – o que, diga-se de passagem, pode ser assustador! Não gosto desse caboclo. Ele precisa ser sumariamente executado. Mas, dando a mão à palmatória, tenho que reconhecer que ele possui um nível de controle e eficiência em seus serviços do qual jamais fui capaz. A perspectiva de perder esse (único) lado bom que ele manifesta acaba me deixando receoso.

Taí. Mais uma vez o maldito paradoxo!

Heh… Me sinto como Harvey Dent… Estou discutindo comigo mesmo. E brigando! E perdendo a briga!

Enfim, isso já está virando um monólogo. E tomando rumos que sequer imaginei quando comecei a escrever. De fato, textos têm vida própria…

Vou à caça do caboclo bão que conheço e que está perdido lá dentro de mim em algum lugar. E nesse meio tempo preciso dar um jeito de aumentar ainda mais o círculo pessoal (pois o virtual já é bem grandinho) de indivíduos com a mesma afinidade.

Se eu obtiver sucesso nessa empreitada, com certeza aqueles projetos de vida sobre os quais falei lá no início dessa viagem poderão ser desempacotados.

Se não… Bem, terei que ver até onde consigo me suportar desse jeito…

Tossindo até as últimas consequências

Alguém já tossiu tanto, mas tanto, mas tanto, mas tanto mesmo que tenha conseguido inclusive tirar a coluna do lugar?

Pois bem, eu consegui essa façanha.

Agora, além de tossir cada vez que falo ou que respiro mais fundo, de quebra mal consigo me manter em pé por causa de minha boa e velha escoliose em “s”.

Talvez a única coisa “boa” de tudo isso é que já estou ficando com o abdômen definido de tanto que faço força para tossir…


( Não, não sou eu. Mas se continuar tossindo assim… )

Resquícios de aniversário

Querem saber como um cara que acorda de mau humor no dia de seu próprio aniversário faz para “sarar”?

Basta arrastar o resmungão até um bom restaurante no alto da serra, servir-lhe uma boa (e MUITO calórica) comida da roça, dar-lhe uma cachacinha da boa (daquelas bem amarelinhas) e finalizar com um bom copo de cerveja.

Funciona que é uma beleza!

O crédito, é lógico, vai todo para a Dona Patroa e seus coadjuvantes – vulgos meus filhotes.

Valeu patota!

😀