A Semana

Eu sempre costumo dizer que toda semana curta é intensa…

E, nesta, teremos apenas segunda, quarta e sexta – seguida de três sábados e um domingo.

“Por quê?”, perguntaria o incauto.

“Porque teremos o feriado de Corpus Christi no próximo dia 23 de junho”, responderia o Mestre.

“Aahh… E o que é isso messs?”, novamente perguntaria a anta.

E, sem paciência para responder às 1.469 perguntas que se seguiriam, foi o Mestre à Wikipedia para encerrar o assunto.

Então, senta que lá vem história

Corpus Christi (do latim, Corpo de Cristo) é uma festa da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.

É realizada na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de “preceito”, isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório assistir à missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código Canônico (artigo 944) que determina ao bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”.

A origem da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. A Igreja Católica (assim, sim, em maiúsculas, afinal trata-se de uma “instituição”…) sentiu necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. A festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula “Transiturus”, de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

Isso porque o Papa Urbano IV foi anteriormente o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica (hein?), que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no ano litúrgico. A “Fête Dieu” (Festa de Deus) começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia.

Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

O ofício foi composto por São Tomás de Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, Lições e Responsórios já em uso em algumas Igrejas.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa perdeu sua vida em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu corpo… isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim”. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes.

Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa (feitos de serragem colorida, areia colorida, pinturas, flores, grãos – e até mesmo vidro moído!). Essa festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas se revestem de práticas antigas e tradicionais são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

Muito bem.

Encerrada a aula do dia.

Voltemos à nossa curta semana e aos dragões de praxe que teremos que enfrentar (ou incorporar)…

Pérolas da Cultura Inútil

Infelizmente não foi possível internar todos os loucos. Um escapou e fará comício amanhã.
Ademar de Barros, em comício durante a disputa da presidência da República, em 1960, comentando sobre a inauguração de um hospício em São Paulo.

Não foi possível trancafiar todos os ladrões. Um escapou e fez comício aqui ontem.
Jânio Quadros, no dia seguinte, devolvendo a indireta na mesma moeda.

Pérolas da Cultura Inútil

Winston, se o senhor fosse meu marido, eu envenenaria seu chá.
Nancy Astor, primeira mulher a obter um cadeira na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico, em 1919, para o primeiro-ministro Winston Churchill.

Se eu fosse o seu marido, o tomaria.
Winston Churchill, respondendo na lata.

Livros, carros e chuva, muita chuva

E este final de semana foi um tanto quanto agitado…

Como eu já havia tuitado por estas plagas, tivemos a “Primeira Feira de Escritores de Jacareí”, onde os autores da terrinha estariam vendendo e autografando suas obras. Muita coisa interessante para este velho alfarrabista e explorador de sebos que adora histórias e estórias da gente e da terra em que vivemos…

Alguns dos livros expostos eu já tinha e acabei comprando alguns outros, bem como proseando um bocadinho com vários dos autores ali presentes. Lógico que fiz questão do didático autógrafo de praxe (“isso, por favor, meu nome é Adauto – a, dê, a, U, tê, ô…”) – pois ninguém nunca acerta meu nome na primeira. Já me chamaram de Dalton, Adalton, Adão, Arnaldo e outras terríveis variações que nem sequer lembro mais.

Os temas expostos giravam em torno de poemas, biografias, história e até mesmo uma jornada pela Trilha de Santiago (a do “Seo” Vigo). Voltei pra casa com Pilotando meu Nariz, de Joana J. Brandão Aranha, Fragmentos de Lembranças – Diário de um Peregrino, de Vigo Faria, João Porto – o Jornalista e Retalhos da Memória, estes dois últimos de Benedicto Sergio Lencioni.

Dever cultural cumprido, sentei-me sob uma árvore em frente da Sala Mário Lago – ali, próxima do Pátio dos Trilhos – para saborear um cigarro (sem bronca, pessoal, como eu já disse, tô a caminho de parar) e ouvir um pouco da moda de viola que todo sábado rola nesse cantinho. Nessa o copoanheiro me liga, talvez para uma carona, que fiquei lhe devendo pois já estava no Centro. Foi mal aí, Bica…

Dali rumei para o Parque dos Eucaliptos, onde estava rolando o “X Encontro de Veículos Antigos de Jacareí”. Um ótimo blues sendo tocado no palco, um dia ameno e veículos antigos para todos os sabores! Para este opaleiro apaixonado por antiguidades (alguém aí ainda se lembra do Projeto 676?), tudo de bom! Compromissos protocolares de praxe, discurso da Presidente da Fundação Cultural, dos presidentes dos clubes participantes, do Prefeito, etc.

E então, bora almoçar que ninguém é de ferro!

Depois de um ótimo almoço em ótima companhia (ao menos paguei a carona que fiquei devendo) comecei a fazer planos para o resto da tarde…

E então, como diria Abracurcix, o céu caiu sobre nossas cabeças!

Chuva. Chuva forte. Como não víamos desde janeiro. Em pouquíssimo tempo choveu 84mm – e seja lá como se dê essa medida, entendam que é chuva pra ca… ramba! Com tanta água e granizo caindo, a capacidade de escoamento do sistema de esgoto da cidade não foi suficiente para dar vazão a esse dilúvio. Mesmo em locais com alta permeabilidade no solo (sempre quis escrever isso) a chuva foi intensa demais, de modo que rapidamente a água começou a se acumular e subir, subir, subir de um modo nunca visto.

O Parque da Cidade inundou. O Jardim Japonês ficou totalmente debaixo d’água. E, aliás, lembram-se que eu disse que os veículos antigos estavam em exposição lá no Parque dos Eucaliptos? Então. De partir o coração ver aquelas relíquias minuciosamente restauradas com água por volta, por dentro, por fora, em todo lugar. Na altura do volante, em alguns casos.

Mas, pior que isso, os bairros afetados.

Casas e muros caíram, outras ficaram totalmente alagadas, assim como diversas ruas. A Defesa Civil não teve um segundo de descanso. Mas, apesar de todo esse perrengue, não se tem notícias de que ninguém tenha ficado ferido ou desabrigado. A correria foi muita e intensa, mas no final, dentro do possível, deu tudo certo.

Bem, para não fechar este post com certa tristeza no ar, prefiro compartilhar as imagens dos veículos antigos que estavam em exposição, quando ainda o sol brilhava para todos…

Basta clicar na imagem para uma visão ampliada, ok?












Situação no Japão

Sobre a situação no Japão, a mídia está exagerando para vender bem a notícia. A usina nuclear está sendo trabalhada e o povo é informado o dia todo, por todos os canais de TV e, pelo visto, por enquanto nada preocupante. É fato que o governo está fazendo de tudo para evitar aquecimento da usina. Existem sim riscos, mas por enquanto está bem. A cidade está menos cheia porque reduziu-se a frequência de transportes públicos para economia de energia. Estamos sob apagão programado, com revezamento diário de racionamento de 3 horas. Onde moro não tem este problema porque é região onde o governo tem grandes equipamentos que não podem ser desligados. Hoje, por exemplo, fez muito frio e o povo ligando aquecedores, sobe o consumo. Em casa, estamos gastando o mínimo de energia, assim como todos japoneses.

No mais, é realmente dramática a situação no local do tsunami e, em menor extensão mas também difícil, quem morava perto das usinas e que tiveram que evacuar. Imagine mais de 1,5 milhões de pessoas desabrigadas nesta situação em cerca de 3,500 abrigos. Com falta de gasolina e diesel que dificulta ajuda a locais atingidos, porém hoje conseguiu cobrir entrega de produtos de necessidade a quase todos os abrigos. As doações vem de praticamente todas as empresas do Japão, entregando seus produtos. Solidariedade é um capitulo à parte que vale a pena compartilhar.

O exagero da mídia é prejudicial, assim peço que compartilhe com o nosso pessoal e para quem perguntar, porque Tóquio não é cidade fantasma por conta de usina. Tudo é planejado para racionamento de energia, com empresas dispensando funcionários mais cedo para não congestionar somente determinados horários; com tragédia assim as pessoas não ficam por aí fazendo compras e comendo à vontade nos restaurantes. O Japão é país solidário e grupal, assim se uma parte está sofrendo, todos sofrem juntos e, nesse momento, o espírito é de “gaman”, que todo japonês está falando, ou seja, saber suportar, ter paciência, ser tolerante com as dificuldades. Outro termo que está sendo bastante usado é “kansha no kimoti”: espírito de gratidão. As pessoas estão valorizando a vida, a energia, ajuda, etc.

Agradeço a preocupação e continuem orando pelo povo japonês.

Abraços.

Em 17 de março de 2011

Chieko Aoki
Presidente – Blue Tree Hotels