Kevin Hideaki Miura Andrade

Sim, meu filho. Este é seu nome. E não se iluda, pois é um nome forte, com bons presságios, escolhido carinhosamente por mim e por sua mãe. Todos os detalhes foram pensados, desde a preservação de sua herança japonesa, a continuidade dos nomes de nossas famílias, passando pela numerologia e até mesmo prevendo uma facilidade de pronúncia e comunicação em qualquer parte do mundo.

E tudo isso bem antes de seu nascimento, que se deu no dia 13 de maio do ano de 1.999, exatamente às 13 horas e 2 minutos – como se para homenagear os dias do aniversário de sua mãe e meu…

dez anos atrás.

Me parece que foi ainda ontem, quando corremos para o hospital, todo o nervosismo e insegurança de nosso primeiro filho. Nosso primogênito. E lá veio você, lindo, perfeito, saudável. Não sei se ainda lembra do hemangioma, uma espécie de “manchinha” que você tinha na perna e que acabou sumindo com o tempo. Já naquele momento foi nossa primeira preocupação com sua saúde. Outras vieram. Sustos e correrias. O maior desespero de minha vida quando, por causa de uma febre muito forte, você teve convulsões. Parou de respirar. Não sabia o que fazer. Não sabia o que seria de minha vida sem você. Mas, graças ao bom Deus, passou.

Tudo passa. As broncas, os castigos, as manhas. Só não passa minha preocupação. Nunca. Sempre me preocuparei com você. Sempre pensarei em você. Sempre. Todo o tempo, o tempo todo.

E, dentre tantas surpresas, lá se vão dez anos. Quase um adolescente. Novas descobertas, novos interesses, novas aventuras, novas metas. E quero participar de tudo isso com você. Quero compartilhar. Quero viver e continuar vivo através de você, de seus olhos de seus pensamentos.

Mas também tenho trabalho a fazer. Longe. De avião e o dia inteiro. Não sei se conseguirei voltar a tempo para, ainda hoje, lhe dar o merecido abraço pelo seu aniversário. Mas tenha certeza de que estarei presente em espírito, assim como você estará presente em meus pensamentos. Como sempre está.

Te amo, meu filho.

Mais do que você possa supor ou imaginar.

Deste seu velho pai, que sofre por estar ausente,

Adauto de Andrade

Em 13 de maio de 2.009.


E este sou eu, antes mesmo de meus dez anos…

Na terça, uma foto

Tá, e por que não duas?

Em primeiro lugar uma boa e velha foto de um dos núcleos mais antigos da família Andrade: Seu Bento, vulgo meu pai, que – firme e forte – ainda ontem completou seus 72 anos. Nessa foto, creio eu tirada por volta de 1970, ele aparece juntamente com meus dois irmãos mais velhos e tendo no colo este que vos escreve (sim já fui bem mais gordinho e – pasmem! – loiro)…

A seguir temos o mesmo Seu Bento com sua adorável moto – alguém saberia a marca? Eu sempre me esqueço… Naquela época, quando a sociedade ainda não estava engessada como nos dias de hoje em prol do “politicamente correto”, a moto era o veículo da família, de modo que meu pai seguia pilotando, com meus dois irmãos no tanque e eu no colo de minha mãe, na garupa. Eu era bem pequeno, mas ainda me lembro que a cada vez que ele ligava essa moto a casa – literalmente – tremia toda…

Na terça, uma foto

Na realidade, “algumas” fotos…

São três momentos da antiga estação ferroviária Martins Guimarães, de São José dos Campos – sendo a foto mais antiga datada de cerca de 1928, logo abaixo.

Essa estação, situada na atual Estrada Municipal Martins Guimarães (lá pras bandas da Vila Industrial), foi inaugurada em 1921 e quatro anos depois reconstruída a cerca de 2,5km do ponto original, em função da abertura da variante da linha férrea em São José dos Campos.

O seu nome homenageia o engenheiro José Francisco Martins Guimarães Filho, chefe de tráfego em 1892 e depois chefe de linha e diretor (isso me lembra que tem uns “Guimarães” perdidos em minha árvore genealógica, vindos lá do interior de Minas…).

Por volta de 1948 a estação foi desativada devido à construção de uma variante muito próxima a ela, mas que a deixou fora da linha. Uma nova foi construída (a uns cem metros da original) com o mesmo nome na variante, mas foi demolida – a nova – no início de 2004.

Apesar de abandonada, a estação ainda está de pé e é tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal desde 1996, como se vê pelo “perfeito” trabalho de preservação e manutenção a seguir…

Segundo notícias (internetísticas), ainda que pertença ao espólio da RFFSA, essa construção logo vai acabar caindo, pois as colunas tiveram tijolos retirados e estão muito desgastadas e finas. Na prática, o que mais protege a estação neste momento é o alto matagal que dificulta o acesso a ela…

Apesar de uma decisão judicial em primeira instância – movida pelo Ministério Público Federal – que obrigaria o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a realizar obras de restauração nessa estação, a mesma foi suspensa após a atuação da Procuradoria Regional Federal da 3ª Região, pois foi alegado que não teriam sido cumpridos os procedimentos do Decreto-Lei nº 25/37 (isso mesmo, 1937, ainda da época do Getúlio!), de modo que o tombamento estaria irregular.

Enquanto dura a pendenga, cada vez mais há menos da construção. Na minha opinião, o dinheiro que já foi consumido processualmente entre horas de trabalho de procuradores e serventuários da justiça de um modo geral já garantiria a reforma da estação – que nem é tão grande assim!

Mas, “com sorte”, quem sabe o prédio já não cai primeiro? Na prática não seria isso que acaba sempre acontecendo nessas quedas de braço? Daí, segundo aquele velho fluxograma que já rodou centenas de vezes pela Internet, você puxa uma seta desviando de todos os quadros que imputam responsabilidades até conseguir chegar ao input final onde está escrito “não há problemas”

Na terça, uma foto

Pois é, atravessamos uma semana direto sem nenhum post.

Tá complicado manter esse cantinho atualizado…

Mesmo assim, vamos tentar manter o compromisso!

Essa foto abaixo é de meus bisavós pelo lado materno de meu pai. O que é que isso quer dizer? Que são os avós de meu pai pelo lado da mãe dele. Temos o ilustríssimo senhor Alcindo de Paula Maia (*1898/+1942), lavrador, nascido no Turvo, RJ, e a senhora Laura de Casaes Santos (*1898), natural de Santa Rita de Jacutinga, MG. Inclusive uma dessas crianças deve ser minha avó Sebastianna (*1920/+2000) – provavelmente a criança mais velha, no chão, pois meus bisavós se casaram em 1919, em Santa Rita de Jacutinga, MG.

Duas curiosidades. A primeira é que o nome “Laura” acabou atravessando mais uma geração, pois foi o mesmo nome que minha avó deu à sua filha caçula (a décima-segunda da linhagem) – que inclusive é uma tia mais nova que meu irmão mais velho. Coisas de família grande. A segunda curiosidade é a forma pela qual meu pai costuma referir-se à indumentária usada por seu avô para a foto. Segundo ele, trata-se de um “terninho de cagar em pé”

Na terça, uma foto

Copiando descaradamente o costume do Pedro Dória (e já que não tenho conseguido atualizar direito os super-heróis de sábado), vamos combinar o seguinte: toda terça vou colocar uma foto antiga por aqui, relacionada às cidades da região ou à minha própria família.

Como “primeirinha” temos a Capela de Santa Cruz. Tá, e o que é que tem demais? Essa foto era de quando a capela estava começando a ser desmontada (dá pra ver que parte do telhado já tinha sido retirado), sei lá há quantos anos atrás. Talvez há uns cinquenta anos, pois ali ao fundo, do lado direito, hoje existe a casa de meu pai, a qual foi construída entre 1960 e 62. Tudo que restou dessa capelinha foi o nome da praça: Praça de Santa Cruz. Fica no bairro de Santana (de onde sou nascido e criado), em São José dos Campos, SP – subindo pela Av. Rui Barbosa, bem no ponto onde se vira à direita para chegar até o SENAI. O curioso é que havia um senhor que tomava conta dessa capela e, todos os dias, tocava o sino em determinados horários. Quando a construção veio abaixo, levou esse sino para casa, próxima dali, pendurou-o na varanda e continuo a tocá-lo nos mesmos horários de sempre. A capela já não mais existia, mas continuava dando sinal de sua presença através dos badalos diários de seu sino…

PS.: Meus agradecimentos à senhora Joana Rosa Savastano, viúva do “sineiro”, moradora do bairro de Santana e amiga da minha mãe, que permitiu que essa foto fosse escaneada.

A versão faz o fato

Esse “causo” eu copiei na íntegra lá de uma das listas de discussão sobre genealogia da qual participo – a Gen-Minas. Foi contado pela amiga virtual Silvia Buttros. Leiam até o fim e deleitem-se.

Judy Wallman é uma pesquisadora de genealogia e histórico de famílias no sul da Califórnia. Recentemente ela resolveu conduzir uma pesquisa em sua própria árvore genealógica e descobriu o seu tio-bisavô, Remus Reid era o ancestral comum entre ela e o atual Senador pelo Estado de Nevada, Harry Reid. Ela e o Senador Reid tinham em Remus um ancestral comum.

Ela descobriu também que seu tio-bisavô Remus Reid havia morrido enforcado, condenado por roubo de cavalos e roubo de trem no Estado de Montana, em 1889.

A única fotografia disponível de Remus Reid mostra seu enforcamento, no Território de Montana, em 1889.

No verso da fotografia de Remus Reid obtida por Judy durante sua pesquisa, estava a seguinte anotação: “Remus Reid, ladrão de cavalos, encarcerado na Prisão do Território de Montana em 1885, fugiu em 1887, roubou o trem Montana Flyer por seis vezes. Foi preso pelos detetives da Agência Pinkerton, foi condenado e enforcado em 1889.”

Judy então enviou um e-mail ao Senador Harry Reid solicitando informações sobre seu ancestral comum, Remus Reid, sem mencionar o que já sabia.

Os assessores de Harry Reid enviaram-lhe o seguinte resumo bibliográfico sobre Remus, para ser inserido em sua pesquisa genealógica:

“Remus Reid foi um famoso vaqueiro e cowboy no Território de Montana. Seu império comercial cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos exemplares de cavalos de raça, bem como um íntimo e profícuo relacionamento com a Ferrovia de Montana. A partir de 1883 ele dedicou vários anos de sua vida ao serviço do governo estadual. Após isso ele licenciou-se para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia. Em 1887 ele foi o elemento fundamental em uma importante investigação conduzida pela famosa Agência de Detetives Pinkerton. Em 1889 ele veio a falecer durante uma importante cerimônia cívica realizada em sua homenagem, quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu logo após seu discurso.”

Isso é política.

Isso é saber apresentar os fatos sem mentir (muito).