O sempre antenado copoanheiro Bicarato já saiu na frente: Mino Carta está de volta com o Blog do Mino.
Depois de mais de seis meses, com sua boa e velha Olivetti, retorna para nos brindar com sua peculiar visão do mundo.
Sê bem-vindo de volta!
O sempre antenado copoanheiro Bicarato já saiu na frente: Mino Carta está de volta com o Blog do Mino.
Depois de mais de seis meses, com sua boa e velha Olivetti, retorna para nos brindar com sua peculiar visão do mundo.
Sê bem-vindo de volta!
Recebi, por e-mail, essa série de imagens encaminhada pela amiga Andréa Francomano. Sua mensagem: “Que o seu final de semana tenha bastante calor humano e que a iniciativa de ajudar esteja sempre presente em nossas vidas !”
Muito legal!
Valeu!
E então, reunidos no boteco’s-bar de praxe, estavam os também copoanheiros de praxe discutindo, como de praxe, acerca da solução dos problemas do mundo.
E eis que chega todo esbaforido o nosso caríssimo amigo, companheiro, retratista e gente boa a toda prova, o Valtinho. Com a sua característica e portentosa voz de buzina de bicicleta (aquelas do tipo fon-fon, lembram?), já foi logo dizendo:
– Caramba, gente. Acabei de ganhar um jogo de xadrez. Acho que nem sei mais como é que se joga xadrez. Como é que vou ensinar meu filho, assim? Como é mesmo que se joga esse negócio?
O sempre prestimoso Bicarato bem que tentou apelar à memória do próprio Valtinho:
– Vamos lá, neguinho. Como é que o cavalo anda?
Meio que desconfiado, meio que indignado, na hora o caboclo já emendou:
– Como assim como é que o cavalo anda? Anda nas quatro patas, uai!
Após os dezoito minutos de gargalhadas que em seguida tomaram conta do recinto, eis que o Bica, talvez munido mais de compaixão que de bom-senso, ainda tentou insistir:
– E que mais você lembra do xadrez?
– Ah, sei lá! Sei que tem um monte de peãozinho querendo comer a rainha. Aliás, também tem o rei – que acho até que deve ser meio viado…
Depois dessa, ficou decidido.
O negócio dele é o jogo de damas.
Ainda que com as peças do xadrez…
Emenda à Inicial: É lógico que essa figura ímpar que é o Valtinho não teria se contentado com somente essa “atrocidade”. Segue lá pro Alfarrábio que tem mais (com fotos) acerca desse sanguibão…
Que sirva de lição aos grandes amantes das modernidades e de todas essas traquitanas tecnológicas. Nossa realidade é bem outra. O mundo lá fora existe, sim senhores. Eu mesmo somente acabei me lembrando disso ao – só hoje! – ler o post do último dia 10 de junho lá no Lente do Zé.
Ficamos tão preocupados com as novidades, com o virtual, com as posturas, com os movimentos sociais na rede, e, no meu caso ainda pior, com posturas jurídicas, correntes doutrinárias, decisões de tribunais, sentenças incongruentes, que acabamos esquecendo que o mundo não gira em torno de nosso umbigo. O ser humano foi “inventado” bem antes dos computadores e costumava ter seu próprio modus operandi antes dessa era digital. Eu sou o primeiro a sempre me dar esse puxão de orelha para me lembrar disso – mas também sou sempre o primeiro a esquecer…
Bem, segue o texto na íntegra, que foi publicado pelo Zé sob o título de “Rosário e Chapada do Norte”.
Alguém já ouviu falar em Chapada do Norte?
Trata-se de uma cidadezinha mineira de apenas 15 mil habitantes (destes, 9.000 na zona rural), 555 km pra cima de Belo Horizonte – mais precisamente no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais miseráveis do país.
Minha diarista, a Rosário, é de lá. Há mais de vinte anos trabalhando comigo, em quatro casas eu morei, nas quatro ela me ajudou a organizar o caos semanal. Também faz faxina no Villaggio, na casa da Rô e até na gravadora Lua, ainda hoje. Trabalha duro seis dias por semana, incansável.
Vinte anos trabalhando pra mim e até hoje não sei seu sobrenome – até porque nunca precisei saber. Também nunca soube seu endereço, e só passei a ter como falar com ela fora de casa depois lhe dar um celular que havia trocado por um modelo mais novo, cerca de dois anos atrás. Não porque tivesse necessidade ou motivos pra ligar – já que nunca faltou sequer um dia. Simplesmente perguntei se ela queria a geringonça e a resposta foi sim, aceito, obrigado.
Perto dos seus sessenta anos, sempre foi do tipo caladona, séria. Nos últimos anos é que começou a rir um pouco das minhas brincadeiras, a conversar timidamente. Solteira e sem filhos, mora num desses subúrbios da Capital com uma “sobrinha”, moça (des) casada que era filha de uma de suas ex-patroas e que, quando perdeu a mãe, foi morar com a amada faxineira – vejam só.
Das poucas coisas que sei dela, uma é que, há anos, vem economizando e mandando caraminguás pra construção de uma casinha para os pais, velhinhos, lá em Minas. Nesse “palácio”, que nunca termina de ser construído, é que planeja morar quando se aposentar.
Já faz três anos que Rosário não vai a Chapada do Norte. Um pouco por falta de dias livres, outro pra não deixar a “sobrinha” sozinha com seu bebê, já que praticamente sustenta todo mundo em casa. “Este ano ano eu vou dar um jeito de ir”, vinha dizendo.
Ontem ela soube, através de um telefonema – que nem teve chance de atender -, que seu pai falecera. Na verdade, já tinha até sido enterrado, no último sábado.
Veio trabalhar assim mesmo, mais calada do que de costume. Hoje cedo sua tristeza só não era maior do que a frustração e a sensação de impotência diante de um simples detalhe: não tem como falar com seus familiares. Não pode saber como está a mãe, só soube – por quem ligou e deixou recado na sua casa – que a velha senhora “não estava bem”.
Ora, mas como – em pleno 2008 – alguém não consegue falar com alguém neste país por telefone, questionei? Resignada, respondeu que na zona rural de Chapada do Norte só tem um telefone, comunitário, e que não consegue completar uma mísera ligação pra lá. “Deve estar quebrado, como sempre”, concluiu, com pesar. Quem ligou e avisou sobre a perda do pai, explica, teve que rodar pelo menos 40 minutos em estrada de terra até a cidade, sabe-se lá em que condução, pra ter como mandar a triste mensagem.
“Meu pai tinha 84 anos, mas sua saúde era boa”, falou. “Nem sei do que ele morreu, vamos tentar mandar um telegrama amanhã e pedir notícias”.
E continuou seu trabalho, calada, como sempre fez nesses vinte anos.
E eis que me vem à mente a lição de meu bom e velho professor de história, “Seo” Rotschild, ensinada lá nos idos da sétima e oitava série, no também bom e velho ginásio estadual em que estudei…
“O que fazer com os revolucionários uma vez que finda a revolução? Suma com eles! São verdadeiroa atentados ambulantes à nova ordem estabelecida!”
Essa eu vi primeiro lá no site do amigo e copoanheiro Bicarato. Logo no dia seguinte recebi um e-mail do amigo Paulo de Tarso com exatamente o mesmo texto. Trata-se de uma campanha proposta pelo saciólogo Mouzar. De minha parte, assino embaixo! Vamos aderir, pessoal!
Numa reunião ontem na Biblioteca Monteiro Lobato, nos lembramos de uma coisa: vem aí a Copa do Mundo (2014 tá longe, mas é bom começar logo) e com certeza os marketeiros e lobbistas vão querer inventar uma mascote besta que nem o tal de Cauê (aquele sol esquisito) dos Jogos Panamericanos.
Que tal começarmos já uma campanha para que a mascote seja o Saci?
Veja as vantagens:
Primeiro, não seria preciso pagar direitos autorais a ninguém. No máximo, o que poderia ser feito é um concurso para cartunistas etc., para escolher o melhor desenho.
E por que o Saci?
– Ele é a síntese da formação do povo brasileiro:
É o mito brasileiro mais popular, o único conhecido no Brasil inteiro (Boitatá, Curupira e mesmo a Iara requerem explicações quando a gente fala deles, em alguns lugares. O Saci não).
É o típico brasileiro: mesmo pelado e deficiente físico, é brincalhão e gozador.
E tem mais:
– No início era um indiozinho protetor da floresta. Tinha duas pernas.
– Depois foi adotado pelos negros e virou negro. A perda de uma perna tem várias histórias. Uma delas é que ele foi escravizado, ficou preso pela erna, com grilhões, e cortou a perna presa. Preferiu ser um perneta livre do que escravo com duas pernas. É um libertário, então.
– Dos brancos, ganhou o gorrinho vermelho, presente em vários mitos europeus. O gorrinho vermelho era também usado pelos republicanos, durante a Revolução Francesa. Na Roma antiga, os escravos que se libertavam ganhavam um gorrinho vermelho chamado píleo.
Só não tem orientais nessa história porque eles chegaram mais tarde, já no século XX. Mas dizem que já foi visto um Saci de olhinhos puxados, no bairro da Liberdade, o Sashimi. Você pode entrar no sítio da Sosaci que tem um monte de histórias de gente que viu o Saci, inclusive esse Sashimi (é a quarta ou quinta história).
Então, olha aí uma proposta, pedido, convocação ou sei lá o quê: entre nessa também. Se você topar, vai ser uma baita força. Ajude a divulgar esta idéia e, se tiver condições, escreva, fale com quem tem espaço na mídia para que declarem sua adesão nos jornais, revistas, rádio, TV, blogues etc.
Já pensou o Saci em camisetas no mundo inteiro? Ele provocaria muito interesse dos outros povos para a cultura popular brasileira. Coisa que esses símbolos bestas (como o dos Jogos Panamericanos) não fazem.
Esse vídeo a seguir acompanhou uma boa parte da minha infância – ou será que minha infância é que acompanhou esse vídeo a seguir? Bem, enfim, eis uma boa lembrança que minha primíssima Regina, lá de Santana, resgatou e disponibilizou no Orkut.
E como eu já estava fuçando no Youtube mesmo, acabei encontrando o videozinho de abertura do antigo programa dos Trapalhões. Como eu e o Bica sempre comentamos, nessa época tudo era bem mais engraçado e totalmente politicamente incorreto (o que se percebe já nessa abertura)…