Anos Oitenta

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Com toda a emoção que veio do segundo encontro dos ex-alunos do Rui Dória, já ficou o indelével desejo no coração de todos esses jurássicos sobreviventes da década de oitenta de se reunir novamente – provavelmente agora para um “bailinho”…

Bem, desde já vai aqui minha contribuição, com uma senhora seleção de músicas da época, quando ainda era na vitrola e nos discos de vinil que escutávamos nossos maiores ídolos. Aos interessados de plantão, no final da relação tem o link para baixar essas músicas – todas em MP3.

Ah, e sim: só internacionais. Mas me aguardem, pois ainda vou preparar uma outra relação com as nacionais… 😉

1999 – Prince
A little respect – Erasure
Addicted to love – Robert Palmer
Africa – Toto
All night long – Lionel Richie
Always – Bon Jovi
Always on my mind – Pet Shop Boys
Another one bites the dust – Queen
Ask – The Smiths
Axel F – Harold Faltermeyer
Baby I love your way – Will to Power
Beat it – Michael Jackson
Bette Davis eyes – Kim Carnes
Big in Japan – Alphavile
Billy Jean – Michael Jackson
Blaze of glory – Bon Jovi
Blue monday – New Order
Born in the U.S.A. – Bruce Springsteen
Boys don’t cry – The Cure
Broken wings – Mr. Mister
Burning heart – Survivor
Call me – Blondie
Careless whisper – George Michael
Come on Eileen – Dexy’s Midnight Runners
Come undone – Duran Duran
Cum’on feel the noize – Quiet Riot
Dancin’ with myself – Billy Idol
Dancing in the dark – Bruce Springsteen
Dancing on the ceiling – Lionel Richie
Danger zone – Kenny Loggins
Do you really want to hurt me – Culture Club
Don’t dream it’s over – Crowded House
Don’t get me wrong – The Pretenders
Don’t stop believin’ – Journey
Don’t you – Simple Minds
Don’t you want me – The Human League
Electric Avenue – Eddy Grant
Eternal flame – The Bangles
Every breath you take – Sting and The Police
Everybody wants to rule the world – Tears for Fears
Eye of the tiger – Survivor
Faith – George Michael
Fast car – Tracy Chapman
Father figure – George Michael
Footloose – Kenny Loggins
Forever young – Alphaville
Friday I’m in love – The Cure
Ghostbusters – Ray Parker Jr
Girls just want to have fun – Cindy Lauper
Give it up – KC and The Sunshine Band
Glory of love – Peter Cetera
Heaven – Bryan Adams
Hello – Lionel Richie
Here she comes – Bonnie Tyler
Hip to be square – Huey Lewis and The News
Hold me now – Thompson Twins
Holding out for a hero – Bonnie Tyler
Hungry like the wolf – Duran Duran
I drove all night – Cindy Lauper
I hate myself for loving you – Joan Jet and The Blackhearts
I still haven’t found what I’m looking for – U2
I will survive – Gloria Gaynor
I’ll be there for you – Bon Jovi
I’m so excited – The Pointer Sisters
In the air tonight – Phill Collins
Into the groove – Madonna
Is this love – Whitesnake
It’s a sin – Pet Shop Boys
It’s my life – Bon Jovi
It’s raining men – The Wheater Girls
It’s the end of the world as we know it – REM
Jump – Van Halen
Just can’t get enough – Depeche Mode
Karma Chameleon – Culture Club
Legal tender – The B-52’s
Let’s dance – David Bowie
Let’s groove – Earth Wind and Fire
Let’s hear it for the boy – Deniece Williams
Like a prayer – Madonna
Like a virgin – Madonna
Livin’ on a prayer – Bon Jovi
Love shack – The B-52’s
Lovesong – The Cure
Maneater – Daryl Hall and John Oates
Maniac – Michael Sembello
Manic monday – The Bangles
Material girl – Madonna
Money for nothing – Dire Straits
My oh my – Slade
Need you tonight – INXS
Never – Heart
Never gonna give you up – Rick Astley
Never tear us apart – INXS
Nine to five – Dolly Parton
Ninety nine red baloons – Nena
Nothing’s gonna stop us now – Starship
Panama – Van Halen
Papa don’t preach – Madonna
Physical – Olivia Newton-John
Purple rain – Prince
Relax – Frank Goes to Hollywood
Right here waiting – Richard Marx
Rock and roll is king – Electric Light Orchestra
Rock me Amadeus – Falco
Sexual healing – Marvin Gaye
Shake you down – Gregory Abbot
She drives me crazy – Fine Young Cannibals
Should I stay or should I go – The Clash
Shout – Tears for Fears
Somebody’s watching me – Rockwell
Sultans of swing – Dire Straits
Sweet dreams – Eurythmics
Tainted love – Soft Cell
Take my breath away – Berlin
Take on me – A-Ha
Tell it to my heart – Taylor Dayne
The boys of Summer – Don Henley
The final countdown – Europe
The glory of love – Peter Cetera
The power of love – Huey Lewis and The News
The time of my life – Bill Medley and Jennifer Warnes
The way it is – Bruce Hornsby
Time after time – Cindy Lauper
Together forever – Rick Astley
Tom Sawyer – Rush
Too shy – Kajagoogoo
Total eclipse of the heart – Bonny Tyler
Toy Soldiers – Martika
True – Spandau Ballet
True colors – Cyndi Lauper
Uptown girl – Billy Joel
Video killed the radio star – The Buggles
Voyage voyage – Desireless
Wake me up before you go-go – Wham
Walk like an egyptian – The Bangles
Walking on sunshine – Katrina and The Waves
We built this city – Jefferson Starship
West End girls – Pet Shop Boys
What a feeling – Irene Cara
Whip it – Devo
Wild boys – Duran Duran
With or without you – U2
You can call me Al – Paul Simon
You got it – Roy Orbison

Todas essas músicas estão disponíveis lá no Mega, neste link aqui.

Cuidado!

1984.

Diferente do que previu George Orwell, o mundo (ainda) não estava dominado pelo Grande Irmão. Levaríamos, em padrões Globais, mais uns trinta anos para alcançar esse patamar…

O movimento Diretas Já! era algo que acontecia lá fora, marcando o início do fim da ditadura no país, sustentada tão somente pelo já depauperado governo do general Figueiredo, deixando a todos num ar meio que de perplexidade, sem saber exatamente para onde estávamos indo, tendo somente como realidade a última herança dessas duas décadas: um quadro de hiperinflação que ainda iria perdurar por cerca de mais dez anos. E estamos falando de números de quatro dígitos! Era uma insanidade!

Mas nós, adolescentes da época, começando nosso despertar para a vida, para os amigos, para os amores, para o trabalho, para a política, apenas orbitávamos em torno de tudo isso. Nada nos surpreendia, pois quadros como esse já faziam parte de nosso dia-a-dia. Fato processado, assimilado e consumado.

E, para mim, a simples realidade de período integral eram os estudos na ETEP, com tudo que dele fazia parte: mochila Knapsack preta de lona, régua T, outras réguas e esquadros da Desetec, compasso Kern, lapiseira 0,5 Pentel, canetas nanquim, papel vegetal, pranchetas, folhas A4, A3, etc, etc, etc. E, também, um certo cansaço. Apesar da tenra idade, a ida e volta pedalando doze quilômetros todos os dias – e com toda essa tralha nas costas – não era lá muito fácil!. Mas também tínhamos as festas, os namoricos, os trotes, as reuniões. Em especial aquelas que aconteciam no GEDOM, um salão reservado dentro da escola que sediava uma espécie de “clubinho” dos alunos que, como eu, estudavam Mecânica (daí até chegar na área de Direito tem uma longa estrada…). Eram clássicas as batalhas nas mesas de pingue-pongue, bem como as sessões de cinema que fazíamos, tendo por base fitas VHS alugadas ou simplesmente copiadas de alguém – “pirataria” era algo que simplesmente não existia no vocabulário da sociedade da época. Outras coisas eram clássicas lá também, mas este é um blog de família e deixo essa conversa para um pé d’orêia nos botecos da vida…

Enfim, volta e meia aparecia alguém com um filme “novo” para nosso deleite. O dinheiro era escasso, o cinema era caro (hiperinflação, lembram?), então virávamo-nos como podíamos.

E dessas sessões clássicas, lembro-me de uma clássica entre elas: uma tarde em que não havia aula e nos enfurnamos nesse nosso castelo para curtirmos dois filmes. Começamos com o recém-lançado filme Bete Balanço, com a – na época – deliciosa e sapeca Débora Bloch com apenas uns vinte aninhos; e, na sequência, The Wall, do Pink Floyd.

Vocês não têm noção do que foi aquilo.

A história dentro da história dentro da história. Tudo paralelo, simultâneo, ao mesmo tempo. A Segunda Guerra Mundial mesclando-se com uma infância isolada e opressora do mesmo jovem que viria a ser uma depressiva estrela do rock (conhecido como “Pink”), culminando com sua liderança de um grupo de “tudo-fóbicos”. Tudo isso temperado com a total desintegração de seu próprio ser ante o peso de todas essas experiências marcantes de sua vida. E, mais, com uma música de primeiríssima qualidade.

Mas os desenhos – ah, os desenhos!

Hoje todos estão tão acostumados com animações, efeitos especiais, desenhos de todo tipo e calibre, que até poderiam fazer com que os do filme parecessem toscos. Mas não o são. Nem nunca foram. E para aqueles adolescentes alucinados (literalmente) foi uma experiência reveladora! A harmonia do desenho perfeitamente conjugado com o filme, o impacto da música, as cenas fortes, a insinuação sexual nada sutil, enfim, não tinha como não ficar fã daquela banda ali mesmo!

Querem entender um pouco melhor do que estou falando? Aumentem o som e acompanhem…

 
Mas o porquê desse proseio? Bem, tudo sempre tem o seu “porquê”…

Toda essa viagem ao passado serviu somente para contextualizar como e quando conheci esse filme. Os tempos eram outros, as necessidades eram outras, a visão do mundo era outra. Por toda a sociedade.

Entretanto, das últimas manifestações dominicais, do tão aventado “discurso pacífico” autoproclamado por “pessoas de bem”, não me foi possível deixar de lembrar desse filme. Já quase no final, o depressivo e quase enlouquecido personagem acaba recebendo um coquetel de drogas que o leva a alucinar de vez. E segue para seu show, imaginando-se um tipo de ditador neo-nazi e o evento se transforma numa grande e apoteótica manifestação, com gigantesca pompa e circunstância, na qual manipula uma ainda mais alucinada plateia e usa o seu poder de persuasão para que o sigam e “limpem o mundo dos males da sociedade”…

Nada parecido com muita coisa que tem acontecido, não é? Ou será que não?

 
Nessa hora cabe lembrar da famosa frase daquele famoso filme: “Então, é assim que morre a liberdade. Com uma grande salva de palmas…”

Enfim, caríssimos… Cuidado com o discurso fácil e comovente, cuidado com o deixar de pensar em prol de que pensem por vocês, cuidado com as manifestações de ódio (ainda que pensem que não estão a fazendo), cuidado com as acusações infundadas, cuidado em defender um futuro sem conhecer seu próprio passado, cuidado com as notícias cuidadosamente preparadas para sua digestão, cuidado ao se acharem o centro do mundo (ou, ao menos, do Brasil), cuidado com a marcha das ideias, mas, sobretudo, cuidado com as ideias de marcha…

Vital e sua moto

Essa música é, sim, da MINHA época…

E tem muita história por trás de história pra contar sobre ela. Mas não hoje. Pois fiquei sabendo que faleceu Vital Dias, vítima de câncer, o batera da banda Paralamas do Sucesso na época – e que, inclusive, foi a inspiração para a música. Para quem conhece possa relembrar e para quem nunca ouviu possa conhecer, eis um vídeo feito sobre o tema a partir de uma muito simpática montagem com Lego…

Eclipsado

Estava lá eu, na minha sala, quieto no meu canto, concentrado, cuidando das minhas coisas e dos meus processos e ouvindo Bonnie Tyler como se não houvesse amanhã.

Então percebo uma figurinha parada à porta.

Uma de nossas estagiárias.

– Oi?

– Oi… Nossa, que música é essa? Acho que nunca ouvi antes…

– Ah, esta? Chama-se “Total eclipse of the heart”, uma música lá da década de oitenta que sempre gostei muito.

– Nossa!

– Que foi?

– Década de oitenta? Puxa! Ainda faltavam 14 anos para eu nascer!

Olhei bem pra carinha sorridente dela e a única coisa que me veio à mente foi:

– E eu já tinha uns 14 anos… Agora, vem cá, me faz um favorzinho, faz? Vê se vai procurar o que fazer, pois você acabou de me deixar deprimido pelo resto do dia, tá?

Putz, eu mereço!

Bem, e se vocês também não conhecem essa música, então me façam vocês um favor: ouçam. Tá aí embaixo. Tenho certeza de que vão gostar.

Ou não…

Bonnie Tyler – Total eclipse of the heart

 

Música do Dia

O Pink Floyd foi uma banda de rock inglesa formada em Cambridge em 1965, que atingiu sucesso internacional com sua música psicodélica e progressiva. Seu trabalho foi marcado pelo uso de letras filosóficas, experimentações musicais, capas de álbuns inovadoras e shows elaborados. O Pink Floyd é um dos grupos de rock mais influentes e comercialmente bem-sucedidos da história, tendo vendido mais de 250 milhões de álbuns ao redor do mundo.

A banda, originalmente, consistiu dos estudantes Roger Waters, Nick Mason, Richard Wright e Syd Barrett. Inicialmente tornaram-se populares tocando no cenário underground londrino no fim dos anos 60. O guitarrista e vocalista David Gilmour juntou-se à banda em 1968, meses antes da saída de Barrett do grupo. Na sequência da perda de seu principal letrista, Roger Waters tornou-se o principal compositor e líder conceitual do grupo, com Gilmour assumindo a guitarra solo e parte dos vocais. Com essa formação o Pink Floyd atingiu o sucesso internacional com álbuns como The Dark Side of the Moon, Wish You Were Here, Animals e The Wall.

The Wall é o décimo primeiro álbum de estúdio da banda, lançado como álbum duplo em 30 de Novembro de 1979 ele foi, posteriormente, tocado ao vivo com efeitos teatrais, além de ter sido adaptado para o cinema. Seguindo a tendência dos últimos três álbuns de estúdio da banda, The Wall é um álbum conceitual, tratando de temas como abandono e isolamento pessoal. The Wall é uma ópera rock centrada em Pink, um personagem fictício baseado em Waters. Suas experiências de vida começam com a perda do pai durante a Segunda Guerra Mundial, e continuam com a ridicularização e o abuso de seus professores, com sua mãe superprotetora e, finalmente, com o fim de seu casamento. Tudo isso contribui para uma auto-imposta isolação da sociedade, representada por uma parede metafórica.

Bem, isso era o básico do básico que tínhamos para saber. Obrigado, Madame Wikipedia.

Meu primeiro “contato” com esse álbum foi nos idos de 1984, quando estudava na ETEP, junto com um bando de malucos que alugavam fitas VHS para assistí-las dentro da própria escola, nas dependências do GEDOM (que até hoje não sei o que significa), o “clubinho” dos alunos que estudavam mecânica. Ah, sim, nessa época era essa a matéria que eu cursava, entre réguas-T, compassos Kernel, mochilas Knapsack, projetos em papel vegetal, manuseio de canetas nanquim e tudo o mais que envolvia o desenvolvimento de projetos mecânicos na era pré-cataclísmica anterior ao advento da microinformática e AutoCADs da vida…

Mas divago.

Como sempre.

Na realidade tudo isso foi apenas um pequeno resgate para meramente situá-los. É que, há dias, tenho estado com uma música literalmente martelando na cabeça e, há muito já aprendi, a única maneira de “exorcizá-la” é compartilhando com mais alguém – no caso, vocês.

Ou não…

Enfim, ei-la:

Pink Floyd – One of my turns

 

Day after day, love turns grey,
Like the skin of a dying man.
Night after night, we pretend it’s all right,
But I have grown older and
You have grown colder
and nothing is very much fun any more.
And I can feel
one of my turns coming on.
I feel
cold as razor blade, tight as a tourniquet,
Dry as a funeral drum.


Run to the bedroom
In the suitcase on the left you’ll find my favourite axe.
Don’t look so frightened, this is just a passing phase,
One of my bad days…
Would you like to watch TV?
Or get between the sheets?
Or contemplate the silent freeway?
Would you like something to eat?
Would you like to learn to fly?
Would you, would you like to see me try?


Oh! Oh no!


Would you like to call the cops?
Do you think it’s time I stopped?
Why are you running away?

De volta ao passado

Outro dia comentando com uma amiga a respeito de algumas músicas, acho que supreendi-a (na verdade, também a mim), cantarolando um longo trecho de uma enigmática música da qual ela jamais ouviu falar – coisas dinossáuricas da bolha que me cerca e que permanecem gravadas em minha memória.

E, é lógico, acabei ficando com a música na cabeça…

Mas o mais interessante foi contar um pouco de história para essa Geração MP3 – eu ia escrever “Geração CD”, mas acho que isso também já deve estar ficando obsoleto (assim como eu) – em especial o fato de que aquela música fazia parte de um álbum lançado em 1982, ou seja, ainda estávamos em plena Ditadura Militar, inclusive com a Censura a todo vapor.

Os músicos de então aproveitavam-se de trocadilhos e sutilezas para brincar um pouco com os censores, dando a luz a músicas que nos dias de hoje podem até ser vistas como ingênuas – quase infantis – mas que, à época, divertiam justamente por flertar com o proibido. Mas, mesmo assim, às vezes exageravam na dose e daí a música não passava mesmo. Nesse caso em particular as duas últimas canções foram proibidas, o que levou a gravadora a inutilizar as duas últimas faixas do disco de vinil, riscando-as manualmente.

Eu tive esse disco. E, assim como eu, tenho certeza absoluta que todo mundo que já o teve também estragou agulhas e agulhas de seus toca-discos tentando ouvir alguma coisa daquelas faixas censuradas…

Aliás que, ouvidas nos dias de hoje, é lógico que nem são tudo isso – inclusive o último é um blues até razoável. As músicas? “Ela quer morar comigo na Lua” e “Cruel, cruel, esquizofrenético blues”. Algum outro dia até as coloco aqui. Pois hoje o que quero mesmo é exorcizar essa música que continua zumbizando na minha cabeça e que agora compartilho com vocês – uma baladinha vinda diretamente da (quase) inocente década de oitenta!

Blitz – O romance da universitária otária