O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores.![]()
O que é este blog
O engraçadinho que responder que é um “web log” leva um Código Civil na testa…
Mas a pergunta tem fundamento.
Este cantinho virtual – como costumo chamá-lo – meio que nasceu sozinho. Não o criei para ter esse formato, temas assuntos, etc. Na realidade, resgatando um pouco a essência da coisa, os blogs de um modo geral foram criados para serem espécies de “diários pessoais”. A coisa se desvirtuou no meio do caminho (ou “virtuou”, conforme o ponto de vista) e seu formato esticou, encolheu, mudou, virou no avesso e hoje tá tudo muito, mas muito variado mesmo.
Mas cá neste cantinho ainda existe muito da essência original. Muito do que escrevi, escrevo e ainda escreverei serve na realidade de lembrete de mim para mim mesmo. Não importa quando tenha sido. Mas se fez sentido num determinado momento de minha vida é bom que fique registrado para que eventualmente faça sentido para mais alguém…
E, nesse sentido (tá ficando desorientado isso), resgatei um post lá de 2004, mas que estava precisando reler.
Pra não ficar só no link, segue aí embaixo, na íntegra.
Se tem uma coisa que eu adoro são as metáforas. Sem sombra de dúvida elas ajudam – e muito – sempre que tento expor alguma idéia um pouco mais complexa. Principalmente na minha vida profissional, pois, juntamente com a usual explicação em “juridiquês” costumo aplicar alguma metáfora que auxilie na compreensão da idéia que tento passar. De preferência na área de atuação de meu interlocutor, ou seja, se engenheiro civil, comparo com obras, se bancário, comparo com o dia a dia de um banco, e assim por diante.
Aliás, ante a pompa que alguns colegas de profissão costumam apresentar, acho até que a utilização de metáforas deveria ser matéria obrigatória na faculdade… Algum tipo de “Metaforês Forense”, ou “Metáfora Jurídica”, ou até mesmo “Juridiquês Metaforado” (essa foi horrível!)…
Mas sobre o que falávamos? Ah, sim! Metáforas…
Essa pequena introdução veio somente para ilustrar uma conversa que tive dia desses com minha caríssima metade, que ainda não se decidiu se encontra-se em depressão leve, chateação profunda, ou ainda resquícios puerperais. Segundo ela, estava difícil de “pegar no tranco”, pois, mesmo sem querer, acabava ficando pensando na vida, se auto-analisando, porém sem chegar a conclusão nenhuma. Uma espécie de ciclo vicioso, uma espiral sem fim.
Daí veio a comparação. No melhor estilo de Garfield buscando o sentido da vida (não, Monthy Phyton, não), e pensando no meu velho carrinho que – ufa! – já passou da eterna fase de oficinas, disse-lhe que a vida seria como um carro relativamente velho que ainda está rodando. Não nos cabe perguntar COMO exatamente ele funciona ou o porquê de estar rodando, desde que ele continue nos levando pra cima e pra baixo. É certo que existem alguns barulhos estranhos, às vezes solta um pouco de fumaça, puxa um pouquinho pra esquerda, o banco não é lá muito confortável, mas CONTINUA ANDANDO!
O que ela estava fazendo era nada mais nada menos que, com o carro de sua vida funcionando, parando o veículo, sentando no meio-fio e pensando nos problemas dele: “O que será esse barulho?”, “Será que conseguirei trocar o banco por outro mais confortável?”, “Será que o motor vai fundir por causa dessa fumaça?”. Isso quando não ficava pensando na própria trajetória: “E se tiver um buraco lá na frente? Ou um acidente? Ou um congestionamento?”.
Ressaltei-lhe que nada disso importa, UMA VEZ QUE O CARRO CONTINUA ANDANDO! Adversidades com certeza virão, mas fazem parte do trajeto. Fazemos uma manutenção preventiva de quando em quando, mas não encostamos o veículo na oficina por causa disso. QUANDO e SE o carro parar, aí então vamos correr atrás do motivo e fazer o máximo para que ele volte para a estrada o mais rápido possível.
Desde então, sempre pela manhã conversamos sobre a situação daquele dia… Quem nos ouve pensa que é uma conversa de loucos: “E aí como está?”, eu pergunto. “Pneu furado, mas ainda não está vazio”, ela costuma responder, ou então alguma outra metáfora do gênero. E me devolve a pergunta e eu também respondo a altura. E assim vamos levando. Creio que é humanamente impossível ter nosso veículo da vida funcionando perfeitamente, pois sempre vão existir pequenos reparos a serem feitos. Mas o que importa é que O CARRO CONTINUA ANDANDO!![]()
Harry Potter and The Deathly Hallows
Pois é.
Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Em 19 de novembro de 2010.
DEZ dias e contando…
Chegando bêbado

( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )
Adauto de Andrade
Que atire a primeira bita quem nunca chegou em casa quando já estava amanhecendo, bêbado e com uma fome do cão (ou, nesse caso, seria do gato?)…
Então saiba que, mesmo tendo passado tanto tempo desde o cinema mudo, NADA MUDOU!
Worldbeer

( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )
Bicarato
Post oportunista só pra fazer um brinde ao Fabio Nogueira (prazer, cara!) e registrar a existência do ótimo Worldbeer – O Mundo das Cervejas – *Um espaço dedicado a quem curte a mais ancestral das bebidas sociais*.
Tim-tim!
Lady in Red

( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )
Zé Luiz Soares
Na falta de tempo pra criar, vou postando clássicos do meu blog pessoal. Espero que gostem. Este é de outubro de 2008, e foi realmente uma cena inesquecível. Grande abraço e parabéns pela qualidade dos textos.
A Dama de Vermelho
Ela chegou sozinha. Parou em frente ao balcão onde eu estava, deu um boa noite discreto como seu sorriso, vistoriou o ambiente e, antes de sentar-se numa mesa bem em frente, pediu um cinzeiro – que imediatamente passei às suas mãos.
Era jovem, na faixa dos 25, mas vestia-se como uma mulher de mais idade. O vestido vermelho, quase bordô, colado ao corpo esguio, revelava suas formas e exalava uma sensualidade que destoava do seu comprimento – abaixo dos joelhos – e do decote – quase na altura do pescoço.
Uma mulher elegante, sem dúvida. Salto alto, pernas lindamente cruzadas. Cabelos presos, maquiagem leve e um rosto juvenil, ainda que o “conjunto da obra” sugerisse um perfil mais maduro.
Pediu o cardápio, e decidiu rapidamente: Black Label ( o mais caro), sem gelo, e água com gás.
Fiquei surpreso. Ali estava alguém que sabia escolher uma bebida. Noite após noite, vejo clientes pedindo as mesmas coisas de sempre: chope, refrigerante, caipirinha, suco. Foi-se o tempo em que pedir whisky era natural. Após a Lei Seca, então, as garrafas de malte só faltam empoeirar na prateleira.
O pedido da moça, no entanto, remetia aos melhores bebedores de épocas passadas. O escocês, 15 anos, sem gelo – para não alterar seu sabor; a água, com gás – para apurar o paladar. Ela sabia das coisas.
Pra me encantar ainda mais, em vez de um cigarro comum, acendeu uma cigarrilha. Um charme. Movimentos de mão suaves, começou a tragar com uma elegância que não se vê mais. Gilda, total.
Como nada é perfeito, de repente sacou o celular – praga dos tempos modernos – e, freneticamente, começou a procurar mensagens, ou quem sabe algum número a discar. Falou com alguém, levantou-se e, sem desligar, perguntou-me o número do bar. 1229? OK.
Pensei: tá esperando o namorado. Normal.
Alguns minutos depois, chegou sua companhia. Era só um casal de amigos, que vieram também pra assistir ao show.
E com eles ficou até o fim. Até a hora em que pagaram suas contas, e ela se foi, sozinha. Pagou em cheque, como se fizesse questão de que seu nome assinasse aquele momento: Renata.
Foi-se, mas deixou no Villaggio uma atmosfera que há muito tempo eu não sentia. Se a boemia legítima não existe mais, o que aconteceu ali foi um instante nostálgico, que valeu a noite.
Dama de Vermelho, obrigado.
Eighties
Lembram daquele saudosismo do qual falei outro dia?
Continua.
Então retomemos alguns daqueles sonzinhos básicos – baladinhas mesmo – direto lá da década de oitenta.
Louras geladas…
…e Cabelos Negros!

