Sobre a USP

Direto lá do Trezentos:

De quem é o Lobo que atacou a USP?

do Trezentos
de Henrique Antoun

A guerra de informação (infowar) deflagrada pela Secretaria de Educação de São Paulo está tropeçando na guerra em rede (netwar) dos movimentos sociais. A gritaria dos 4 irmãos – mesquitinha, friazinho, civitinha e marinho – destinadas a nos convencer que “essa gente do PSOL autoritária e violenta provocou a pancadaria na USP” esbarrou na inteligência coletiva da blogosfera. A internet aditivada com a Web 2.0 está virando de cabeça para baixo as versões oficiais dos fatos.

Enquanto a máfia do noticiário se esgoela para assentar a versão oficial, o material que eles produziram é revirado pelas vozes independentes do ativismo interneteiro que revelam toda a armação por trás do barulho. Desde o dia 9 eles venderam o peixe da “minoria-intolerante-e-violenta-que-confrontou-a-polícia.” Mas a blogosfera não arrefeceu e flagrou a fala do comandante Lobo esquecida no vídeo da Globo dizendo ter “uma ordem pra prender alguns líderes” por estarem “incitando esta greve.” Epa! Ah, ié? Como nos lembra o Túlio “a ordem de reintegração de posse tem natureza civil e, portanto, jamais ordenaria a prisão de quem quer que seja.” Tulio prossegue: “a juíza cível, aliás, é incompetente para ordenar prisões, salvo no caso de pensão alimentícia.” Cabe portanto perguntar como o Arles: de quem é essa ordem? E eu acrescentaria: quem comanda esse Lobo e seu bando truculento?

Se eles tinham ordem de prender grevistas por exercerem seus direitos de greve, de fato eles tinham sido ordenados a provocar o conflito para poder sequestrar a liderança da greve. O que, aliás, se coaduna com o farto material produzido pelos quatro irmãos quando examinados com objetividade. Em nenhum momento se vê estudante atirando pedra ou policiais cercados de estudantes e ameaçados de sequestro – como o Lobo repetiu o tempo todo como uma vitrola enguiçada. A tropa já chegou jogando bombas e atirando nos manifestantes como esse vídeo mostra claramente.

Por essas e outras os brucutus do tucanato se escondem por trás do Azeredo e seu AI 5 digital. A tucanaria quer o monopólio do barulho. Quer liberdade para comprar a peso de ouro os serviços dos 4 irmãos e calar o chilrear da passarada que canta livremente na blogosfera.

Pequeno manual de sobrevivência (masculina)

Tenho certeza que já comentei algo do tipo aqui antes. Mas SEMPRE é bom renovar e reaprender como tentar agir corretamente – independentemente de estarmos fadados ao fracasso no final. A lição veio da amiga virtual Cláudia

As dez palavras mais usadas pelas mulheres e seu real significado

1) BEM: esta é a palavra que as mulheres usam para terminarem uma discussão quanto têm razão e você deve ficar quieto.

2) 5 MINUTOS: se a mulher estiver se vestindo, significa meia-hora. 5 minutos só são 5 minutos quando ela te dá 5 minutos para guardar o playstation, ou parar de ver o jogo de futebol, antes de sair ou de fazer qualquer outra coisa no lugar.

3) NADA: É a calmaria antes da tempestade. Ela quer dizer alguma coisa… e você deve estar alerta! Discussões que começam com NADA normalmente terminam em BEM (ver item 1).

4) PODE FAZER: é um desafio, não uma permissão. Não faça…

5) SUSPIRO ALTO: é como se fosse uma palavra, mas é uma afirmação não-verbal que sempre confunde os homens. Um suspiro significa que ela pensa que você é um idiota e se perguntar o motivo, estará perdendo seu tempo, porque ela responderá NADA (volte ao item 3 para o significado desta palavra)

6) OK: esta é uma das palavras mais perigosas que uma mulher diz a um homem. Significa que ela precisa pensar longamente como e como te fará pagar pelo que você fizer.

7) OBRIGADA: uma mulher te agradece. Não faça perguntas, ela quer somente te agradecer (a menos que diga mil vezes obrigada, que é puro sarcasmo e ela não está te agradecendo).

8) COMO QUEIRA: é o modo da mulher dizer vá praquele lugar!

9) NÃO SE PREOCUPE, EU MESMA FAÇO: uma outra afirmação perigosa. Significa que a mulher pediu um homem para fazer alguma coisa diversas vezes, mas agora ela mesma está fazendo. Isso levará o homem a perguntar: é pra fazer o quê? A resposta da mulher o fará voltar ao item 3.

10) QUEM É?: esta é só uma simples pergunta. Lembre-se apenas de que, cada vez que uma mulher te pergunta quem, o que ela quer saber na verdade é quem é aquela vaca e o que ela quer contigo? Cuidado com a sua resposta…

Cordel da Pirataria

Boa sacada lá do Bardo (com arte de Karlisson Bezerra).


Naquele tempo antigo
Dos grandes descobrimentos
Navios cruzavam mares
Levando dor e tormento
Às terras por toda a vida
Fossem novas ou antigas
Sem respeito e violentos

Iam à costa africana
Com suborno ou então bravos
Deixavam terra levando
Dezenas de homens, escravos
Outros levavam empregados
E muitos deles, coitados,
Eram mortos por centavos

Esses homens nesses barcos
Dominavam o mar selvagem
Subjugando outros povos
Mas tinham uma boa imagem
Pois nos livros de História
Ainda hoje levam glória
Por cada dessas viagens

Nesse mar, sem ter direito
A ter u’a vida de gente
Muitos se reagruparam
Num caminho diferente
Nessa realidade ingrata
Criaram as naus piratas
E enfrentaram o mar de frente

Piratas, os homens livres
Diferiam dos demais
Dentro da embarcação
Tinham direitos iguais
Cultivavam parceria
Contra toda a tirania
Confrontando as naus reais

Atacavam naus tiranas
Roubando o que foi roubado
Matavam os ocupantes
Escravos, são libertados
Onde gastar o obtido?
Tudo o que era conseguido
Mundo afora era trocado

Esses eram os piratas
Daquela época esquecida
Que se ergueram contra reis
Nessa tortuosa vida
De “crimes”, mas foi assim
Pois em alto mar, no fim,
Não tinham outra saída

Mas vamos falar agora
De algo dos dias atuais
Que é estranho e nasceu
Já nem tanto tempo faz
Hoje o tema da poesia
Chamam de pirataria
E os direitos autorais

Para contar essa história
De leis, direito e valor
Temos que entender primeiro
Como a gente aqui chegou
Por isso, como esperado
Vamos voltar ao passado
Onde tudo começou

No ano de 62
Do século XVII
O país, a Inglaterra
E a censura, um canivete
Cortava a produção
De tudo que era impressão
Pois besta em tudo se mete

E os livreiros desse tempo
Cada editora antiga
Precisava de um aval
Para que imprimir consiga
O aval do Rei, do Estado
Que se não for do agrado
Deles, a impressão não siga

Um monopólio formado
Pra controlar a leitura
Terminou dando poderes
Além do que se procura
Dessa forma os livreiros
Cresceram muito ligeiro
Nessa forma de censura

Já no século XVIII
Bem lá no ano de 10
Naquela mesma Inglaterra
Uma nova lei se fez
Hoje ninguém lembra mais
De direitos autorais
Foi ela a primeira lei

Right em inglês é direito
E copy é copiar
O Estatuto de Anne
Só disso ia tratar
Direito direcionado
Aos livreiros, que afetados
Tinham que se acostumar

Pois copyright falava
De cópia em larga escala
E o direito é o monopólio
Sobre cada obra criada
E esse direito, notamos
Durava quatorze anos
E o monopólio acabava

Note que essa nova lei
Não veio favorecer
Os livreiros da Inglaterra
E o monopólio a nascer
Não era bem algo novo
E era o bem ao povo
Que essa lei veio fazer

Nasceu o Domínio Público
Nesta distante Idade
Os livreiros exploravam
Seus direitos à vontade
Mas terminado o prazo
Toda obra era, no caso
Doada à Humanidade

Os livreiros reclamaram
Pedindo ampliação
Para aquele monopólio
Mas não teve apelação
Pois se fosse concedida
Mais outra seria pedida
E o prazo seria em vão

Isso lá naquele tempo
Eles podiam prever
Que se o prazo aumentasse
De novo iam querer
Sempre após mais alguns anos
E o prazo se acumulando
No fim “pra sempre” ia ser

Mas o mais interessante
Pros livreiros e editores
É que o que eles previam
Houve com novos atores
E hoje o direito autoral
Vale tanto, que é anormal
Pra agradar exploradores

Por que, vê se faz sentido
A desculpa que eles dão
Pra monopólio de livros
É incentivo à criação
Se é assim, por que, ora pois
Ele dura anos depois
Da morte do cidadão?

Que eu saiba depois de morto
Eu garanto a você
Por grande artista que seja
Ele não vai escrever
Só se for, caso aconteça
Com um médium, mas esqueça
Não é o que a Lei quis dizer

O direito agora vale
Por toda a vida do autor
Depois mais setenta anos
Depois que a morte chegou
Pra incentivar o defunto
Mesmo estando de pé junto
Continuar a compor

Por que funciona assim
Não é difícil notar
“Incentivo” é só desculpa
Para o povo aceitar
Quem lucra são editores
Sendo atravessadores
É a Lei da Grana a mandar

As empresas mais gigantes
Que corrompem os governos
Que publicam propagandas
De produtos tão maneiros
Com um gigantesco ganho
Artistas são seu rebanho
E a Lei garante o dinheiro

Toda essa exploração
Funciona desse jeito
O pobre artista cria
O seu trabalho perfeito
Um trabalho bom e novo
Ele faz é para o povo
Poder ver o que foi feito

Para o povo ter acesso
Ao que ele produziu
Não é algo assim tão fácil
Atingir todo o Brasil
Pra isso que produtores,
Gravadoras, editores
Tudo isso se construiu

Porém esse monopólio
Garantido ao autor
É o preço que eles cobram
Pra fazer esse “favor”
Se a editora tem confiança
Facilmente a obra alcança
Além do que se sonhou

O autor perde o direito
Sobre a sua criação
Quem vende é atravessador
E lhe paga comissão
Alguns centavos pingados
E o maior lucro somado
É da empresa em questão

Vejam só que curioso
São “direitos autorais”
Mas pra chegar no mercado
Alguns contratos se faz
E os direitos de repente
A que tanto se defende
Do autor não serão mais

Como se vendesse a alma
Para uma empresa privada
Nem ele pode copiar
A obra por ele criada
Mesmo quando ele morrer
A empresa é que vai dizer
Como a obra é usada

Autores bem talentosos
Que se encontram no caixão
Sem obras suas à venda
Com fãs, uma legião
Mesmo a pedidos dos fãs
Toda essa força é vã
Pra ter republicação

Pois o direito estará
Numa empresa transferido
Que é quem dirá se é viável
Atender a esse pedido
E se ela não publicar
Nenhuma outra poderá
Pois o direito é exclusivo

Esse jogo de direitos
Ilude a maioria
Dos artistas existentes
Como uma loteria
Onde muita gente investe
Mas pra poucos acontece
Algum sucesso algum dia

E os artistas que investiram
Enriquecendo a empresa
Olham para os de sucesso
Não percebem serem presas
Sonhando chegarem lá
Seguem a financiar
Essa indústria com firmeza

Quem tem direito exclusivo
Cobra o quanto quiser
Esse é o mal do monopólio
Mas sempre é assim que é
Quando surge alternativa
A essa prática nociva
Reclamam, não saem do pé

Copiar é ilegal?
É, mas a Lei que hoje vale
Foi feita por essa gente
Que corromper tudo sabe
Alterando o Direito
Para funcionar do jeito
Que melhor a elas agrade

Desde os tempos mais antigos
Alguém canta uma cantiga
Outro aumenta um pouquinho
E ela cresce e toma vida
Na cultura popular
Logo ela se tornará
Bem melhor do que a antiga

Com cultura é desse jeito
Que se faz evolução
Sempre se inspira nos outros
Na imagem, prosa ou canção
Do Teatro à Literatura
Cultura gera cultura
Não queira fingir que não

Hoje com toda mudança
Que fizeram, quem diria?
Compartilhar e expandir
Chamam de Pirataria
E o direito à cultura?
Criou-se uma ditadura
Como há muito se temia

O que querem impedindo
O poder da interação
É tornar todos iguais
Seja massa a multidão
É uma questão de Poder
Pra mais lucro acontecer
Todos com o mesmo feijão

Deixo então esta pergunta
Que ainda não tem solução
Num país de tradições
Que futuro elas terão?
O que será da cultura
Vivendo na ditadura
Dos livreiros, da opressão?

Piratas no fim das contas
Apoiavam igualidade
Hoje chamam de pirata
Quem age contra a maldade
E compartilha o que tem
Dando cultura por bem
Quem tem solidariedade

Cárlisson Galdino

O menino que queria ser celular

Em tempos que o próprio Governo do Estado de São Paulo não consegue dar uma dentro em termos de material didático (se não é mapa que não existe, é livro – em tese – impróprio), tive a grata satisfação de me deparar com o livro que meu filhote mais velho – dez anos, ao todo – está lendo.

Seu título é “O menino que queria ser celular” – autoria de Marcelo Pires e Roberto Lautert.

Simples, interessante, prático e objetivo.

Uma leitura leve, rápida e descompromissada que, creio eu, seria muito mais recomendada mais aos próprios pais que a seus filhos. É até difícil encarar um retrato tão eficiente da sociedade moderna (e, pior, se reconhecer nele) traduzido num livro infantil (ou seria “infanto-juvenil”?).

Enfim, recomendo.

Tanto para pais quanto para filhos.

E até mesmo para as tias, ainda que não tenham mais de um namorado…

Não entendeu?

Leia o livro.

Taí uma palhinha:

Por que um menino de 7 anos, com 1 metro e meio, 41 quilos, de repente prefere ter, sei lá, uns 5 centímetros e 20 gramas? Vou contar.

High low tech?

Curioso como a criançada se acostuma tanto com determinadas “facilidades” que já acham que aquilo faz parte do dia-a-dia…

É que, transantontem, eu e toda a tropinha fomos até o shopping para uma merecida sessão cinema. Tá, na verdade eles foram junto com a Dona Patroa assistir o filme Uma noite no museu II (acho que é esse o nome) – o qual minha criançada adorou não só pelo filme em si mas como também em função de algumas referências ao Star Wars (bando de nerdzinhos…).

E eu?

Bem, eu fui para outra sala assistir Star Trek! 😀

E só não levei a patotinha junto para já ir doutrinando porque na única sala em exibição o filme era legendado…

Mas não é esse o ponto.

O ponto é que, pouco antes de adentrarmos nos recintos, fui com a tropinha para o banheiro (ter que sair no meio do filme – e sem pause – é um horror!). E então meu caçulinha, do alto de seus cinco anos, queria lavar as mãos. Parou em frente da torneira e esticou as mãozinhas. Nada. Agitou as mãos em frente da torneira. Nada. Apertou, de cima pra baixo, a dita torneira. Nada. Daí, finalmente, ele girou a torneira. Ah… Então veio a água!…

Ou seja, sem sensores, sem molas de controle, nem nada nesse sentido. Apenas uma boa e velha torneira tradicional.

Não pude deixar de lembrar uma cena em De volta para o futuro II, onde dois garotos menosprezam uma máquina de jogos porque só funcionava com as mãos. E, ainda, em Star Trek IV, quando, tendo voltado ao passado, o chefe de engenharia Scott tenta falar com um computador usando o mouse como microfone – ao descobrir que deveria utilizar o teclado disse algo como “Oh! Que original!”

Python para desenvolvedores

Via RSS lá do BR-Linux cheguei no ARK4N, onde soube que “O Luiz Eduardo Borges, está disponibilizando para o acesso, sob licença CC, o seu excelente livro “Python Para Desenvolvedores”. É o primeiro livro de autoria nacional sobre o assunto a ser distribuído nessa licença. / Luiz Eduardo Borges é analista de sistemas da Petrobras, com pós-graduação em Ciência da Computação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.”

Caso alguém mais queira aprender, o link para download está aqui.

Já baixei o meu e garanto que é bem didático…

Falta raciocínio aos (futuros) advogados…

Direto lá do Clipping da AASP (grifei pra caramba):

88% dos candidatos à OAB-SP são reprovados

Em sua primeira participação no exame unificado nacional, a seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) registrou o maior índice de reprovação de candidatos de sua história: 88% não conseguiram passar da primeira fase.

No ranking brasileiro, São Paulo só ficou à frente de Mato Grosso (88,2%) e Amapá (88,4%), dentre as 26 unidades que aderiram à prova única. Apenas a seccional de Minas Gerais mantém seu próprio exame para bacharéis candidatos a exercer a advocacia.

O resultado surpreendeu a cúpula da seccional paulista. Apesar de não admitirem abertamente, os advogados esperavam alta no índice de aprovação com o exame unificado, porque consideravam a prova paulista muito rigorosa. A reprovação no exame de 2007, o último com índice confirmado pela OAB-SP, foi de 68%.

Para Marcelo Cometti, coordenador do curso preparatório do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, essa expectativa pode ter influenciado na preparação da prova.

“A prova do Cespe [empresa que aplica o exame] veio mais difícil que o usual. Acho que quiseram mostrar para São Paulo que a prova deles é tão ou mais difícil”, afirmou ele.

Para o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, e o presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, Braz Martins Neto, o resultado reflete a “mercantilização” do ensino jurídico no país, em especial em São Paulo.

“É o mesmo exame aplicado no país inteiro. Alguns Estados foram acima da média, como Sergipe, com 33% [de aprovação]. A rigor, isso demonstra que o problema não está na prova, e sim na falta de preparo suficiente de uma parcela dos bacharéis”, afirmou D’urso.

Na opinião de Cometti, os candidatos paulistas tiveram alguma dificuldade na prova não por culpa das instituições de ensino nem do conteúdo ensinado, mas na própria formação básica.

“A prova exigiu maior capacidade de interpretação de texto e relacionar disciplinas, ou seja, raciocínio. A prova da OAB-SP era mais de decoreba.”

A segunda fase será em 28 de junho, com redação de peça jurídica e cinco questões práticas. Segundo Martins Neto, a expectativa é que, do total dos 18.925 inscritos inicialmente, apenas 5% sejam aprovados. Ou seja: 946 pessoas.