Pois bem, fugindo às minhas próprias regras, eis que decidi quebrar o protocolo e passar “voando” pelo mês inteiro de dezembro. Deixarei de lado os causos de quarta, as fotos de sexta e mais uma ou outra dica que havia agendado.
Até porque a mera existência de regras implica exatamente na possibilidade de que sejam quebradas…
Pois vamos lá.
16 / DEZ / 2008
Passados cerca de 20 dias, ontem à noite começou tudo a falhar de novo.
Tá parecendo a Enterprise que, a cada episódio, corria o risco do reator explodir. Isso também acontecia muito em Viagem ao Fundo do Mar.
Como não tenho nenhum Doutor Spok ou Almirante Nelson para resolver o problema, creio que terei que me virar sozinho mesmo.
E a idéia da imediata troca de motores fica cada vez mais nítida em minha cabeça…
17 / DEZ / 2008
Ontem, logo pela manhã, limpei e novamente lixei de leve o contato de todas as velas.
Nada.
O carro continuou falhando.
E feio.
Pelo forte cheiro de gasolina, comecei a suspeitar de um possível carburador entupido…
Fui trabalhar com o carro da Dona Patroa (boa desculpa para poder sair mais cedo do serviço) e, à noite, após um rompante de água vindo dos céus capaz de afogar até Noé, fui dar uma fuçada no carburador.
Desmontei, limpei, passei ar.
Nada.
Falhando.
Definitivamente preciso decidir o que fazer. Se invisto em mais uma sessão mecânico ou se parto de uma vez por todas para a troca de motores.
E, nesse meio tempo, trabalho, trabalho, trabalho…
17 / DEZ / 2008
Hoje pela manhã fui naquele mecânico (será que já falei dele?) perto de casa e que só trabalha com Opalas.
Na prática fui perguntar quanto que sairia trocar a mecânica dos Opalas – ou melhor, colocar o do 79 no Titanic II e deixar o do Titanic II de escanteio até que eu possa realizar um trabalho completo nele (o chamado “fazer o motor”).
Oitocentos merréis. Cada.
Até que tá bom, pois eu estava esperando algo pra lá de dois contos!
Além de quê, esse mês tem décimo-terceiro… 😀
Entretanto como a oficina está cheia (e ele quer tirar pelo menos uma semana de descanso), combinamos que logo na primeira semana de janeiro eu levarei os carros até lá (preciso dar carga na bateria do 79). Desse modo deixarei o Titanic II com o motor de quatro cilindros do 79 e providenciarei o acerto na documentação. Já o motor de seis cilindros deixarei em banho-maria até que o restante da funilaria e pintura do 79 estejam prontos.
Nesse meio tempo tentarei deixar os bichinhos bem quietinhos na garagem…
28 / DEZ / 2008
Há dias o Titanic II está parado na garagem. Resolvi dar uma de valente.
Não necessariamente inteligente.
Mas valente.
Coloquei o carro para fora, apesar de o motor estar falhando e soltando mais fumaça que o fumacê para matar pernilongos em beira de córregos (e isso, definitivamente, não é um bom sinal).
Liguei. Acelerei. Começou a ter uma certa constância no barulho. Acelerei mais ainda. Começou a ficar mais suave. Será que era apenas algum pequeno entupimento no carburador? Acelerei no limite. Até os muros de casa tremeram.
E então fudeu.
CRÁ-QUE-TÁ-CRÁ-CRÁ-CRÁ-CRÉC-CRÁ-TÁ-TÁ-TÁ!!!!!
Foi mais ou menos esse o barulho.
Parei de acelerar e o barulho também parou. Motor ronronando. Desliguei e fui ver o tamanho do estrago.
A polia saiu!!!
Correia de um lado, retentor de outro, polia enroscando na hélice – que, por sinal, já estava meio arrebentada depois das desventuras com o radiador.
Com a polia fora do lugar isso implica em que não haverá refrigeração da água do radiador, pois a hélice parou de girar, bem como a bateria não carrega mais, pois o alternador ficou desconectado.
Desisto.
Vou para o “Plano B”.
31 / DEZ / 2008
Hoje.
Finalmente acertei o relógio atômico deste pseudo site/blog com o resto do planeta (ainda que à força).
Já conversei com o Marino, o mecânico de Opalas perto de casa. Coisa de um quilômetro. O caboclo tem quatro (eu disse quatro) Opalas. Dentre eles um branco de 1970 que é um primor. Fora o turbinado.
Facilmente levei o Titanic II até a oficina. Sendo próxima de casa não tinha perigo de superaquecimento. Já o 79 demandou de muitas manobras para tirá-lo da garagem no muque, pois a bateria estava arriada e, ainda que na base da chupeta, não queria pegar.
Dona Patroa ajudou.
Nem um pouco feliz, diga-se de passagem.
Com ele do lado de fora o Marino veio com uma bateria avulsa para “partida rápida”. Fizemos o bichinho funcionar e ele pilotou o bólido até a própria oficina – enquanto eu o seguia com o Corsinha da Dona Patroa.
– Esse motorzinho tá bom, hein?
Ufa. Pelo menos isso.
O combinado: tirar o motor de seis cilindros do Titanic II e substituir pelo quatro cilindros do 79, bem como toda a mecânica necessária. Esse motor vai ficar na garagem de casa aguardando o final da funilaria do 79. Após, com o carro devidamente pintado, aí sim esse motor será desmontado, consertado e reconstruído com tudo que for necessário.
Previsão de entrega: lá pro final de janeiro.
Uma vez entregue, providenciarei a atualização dos documentos do Titanic II (com o novo motor) e simplesmente passar-lo-ei nos cobres. Será sumariamente colocado à venda. Não preciso de DOIS Opalas, mas sim de apenas um: o primeiro, aquele que já tem história, que eu e meu pai desmontamos e soldamos de cabo a rabo. Ou seja, o 79.
Nesse meio tempo, com a Dona Patroa de férias, poderei usar o Corsinha para o trabalho.
Aliás, falando em trabalho, definitivamente, ano novo, vida nova! Para quem sequer tinha certeza se estaria trabalhando agora em janeiro, não só estarei, como fui escolhido para realização de novos desafios, audaciosamente indo onde nenhum advogado jamais esteve…
E, com isso, meu tempo livre, sempre o tempo, sempre escasso, será reduzido a apenas alguns grãos de areia da ampulheta. Ou seja, dentro do impossível serei obrigado a fazer como todos os demais mortais, deixando de brincar com meu kit Revell tamanho natural e delegando os serviços de reforma a profissionais muito mais competentes do que eu.
Mas ainda assim creio que será divertido.
Fotos não faltarão e o andamento será bem mais rápido do que o que se arrastou por aqui no último ano. Até porque, em função de tentar manter a integridade do motor (e mesmo para poder dirigir um pouco para cima e para baixo), acabei concentrando meus esforços – e economias – no Titanic II, que sempre foi um acessório, mas nunca o objeto principal.
O ano de 2009 começa em apenas algumas horas e, com ele, já devo também dar início a muitos de meus planos de um modo bem mais focado que de 2008. Mesmo amanhã já terei compromissos de trabalho e na sexta terei que pegar firme no batente.
E a vida continua.
E a todos vocês, meus quase cinco (ou serão seis?) leitores, desejo um ano novo repleto de realizações e muita, mas muita, sorte mesmo em todos seus projetos!
Que o ano vindouro seja melhor que este que se encerra e pior que aquele que o sucederá…
UM FELIZ 2009 A TODOS!!!
E agora vamos tomar uminha que ninguém é de ferro… 😉