Sexta-fotos

Já que estamos retomando nosso espaço, nada como também retomar algumas tradições que tínhamos outrora, como aquele velho costume de toda sexta-feira publicar alguma foto interessante por aqui. Bem, pelo menos que eu ache interessante e que talvez vocês também venham a achar. Tá, às vezes pode até ser que não seja interessante, mas pelo menos curiosa… Enfim, vocês entenderam! Ou não?

Por hoje temos essa raríssima Caravan 4 portas, até onde eu sei lá de Belo Horizonte. Alguém já viu alguma dessas por aí? Garanto-lhe que ao menos eu nunca vi…

O Projeto

Seja bem-vindo você que chegou aqui pela primeira vez. E também seja bem-vindo você que, após longo e tenebroso inverno, talvez mais por fé do que por esperança, ainda voltou para dar uma olhada nas garatujas deste ancião que vos tecla…

Este é o blog do Projeto 676: a fronteira final. Estas são as viagens e desventuras da reforma de um Opala 1979, numa missão que já dura doze anos para exploração de novas peças, para pesquisar novas formas de montagem, novas comunidades, audaciosamente indo onde nenhum opaleiro jamais esteve!

Pois bem. A última “postagem séria” que fiz remonta a outubro. DO ANO PASSADO! De lá pra cá muita coisa já se alterou, muito trabalho já foi feito no nosso amado, idolatrado, salve, salve Titanic – que, inclusive já se aventura para umas voltinhas no bairro. Mas ainda há muito trabalho para ser feito e dinheiro de menos para conseguir fazer esses trabalhos…

Mas quem sou eu pra reclamar? Um cinquentão taurino, teimoso e turrão que depois que enfia uma coisa na cachola não desiste nunca. E a “coisa”, neste caso, é ver esse carro pronto. E lembrando que não se trata de uma restauração, mas sim de uma reforma – só que do meu jeito, ou seja, de baixo pra cima, de dentro pra fora, deixando-o original na aparência externa, mas buscando conforto e comodidade na parte interna.

Mas, enfim, isso tudo é só para me (re)apresentar para vocês. O antigo endereço deste blog (www.projeto676.com.br) foi desativado, apesar de o domínio ainda me pertencer. Questão de contenção de despesas neste ano que, definitivamente, foi ímpar. E por isso fiz um “puxadinho” aqui no meu blog oficial (www.legal.adv.br), no qual já escrevo há mais de vinte anos e transportei tudo que estava no endereço antigo para este novo endereço.

Todos os 469 posts.

Todos os 1.646 comentários.

E tudo foi revisado, um a um, de modo que não há nenhum link quebrado, nenhuma foto faltando, nenhum vídeo que não execute, nenhum arquivo que não baixe. Dei uma acertada no visual como um todo e aí do lado distribui mais alguns links interessantes. E mais: criei um Canal no Youtube! Também está aí do lado, mas é este aqui. Inclusive já coloquei um vídeo com uma montagem das principais fotos do que já aconteceu nessa reforma nestes últimos doze anos – aumentem o som e aproveitem! Na verdade ainda não sei bem o que vou fazer por lá (e fiquem à vontade para ajudar e palpitar!), mas é uma rede a mais para espalhar a palavra, juntamente com as que tenho no Facebook e no Instagram

Enfim, este blog voltará a ser atualizado e poderei compartilhar com vocês as alegrias e dificuldades que passei no último ano com o Titanic, vou mostrar as montagens em detalhes (daquele meu jeito que muitos já conhecem) e tentar reativar as antigas sessões de fotos e causos que tínhamos por aqui. A data será atual, mas a cronologia vai continuar de onde parei, quando ainda estávamos lá na autoelétrica do japonês.

E vamo que vamo!!!

O Quebra-Vento ( II )

Bom, caríssimos, agora que já aprendemos um pouco sobre a utilidade, história e outras elucubrações sobre o quebra-vento, voltemos à nossa programação normal. Até porque essa parte elétrica já está demorando BEM MAIS do que eu esperava e comigo quase que diariamente na oficina do japonês montando as outras partes do carro fica fácil dar uma “acelerada” nele…

Pra começar vamos dar uma olhada no estado deplorável em que se encontravam os quebra-ventos do Titanic quando eu os tirei: estavam sujos, enferrujados e com aquela porcaria de insulfilm “padrão meia-noite” colado nos vidros.

É lógico que na mão deste taurino, teimoso e turrão que vos tecla, depois de algum tempo até que consegui recuperar “um pouquinho” da aparência original deles…

E, a seguir, temos o parzinho, lados direito e esquerdo, prontos para serem instalados.

Cabe aqui destacar dois detalhes importantes. Antes de mais nada, quando comprei este Opala eu sabia do estado lastimável em que ele se encontrava, com tudo podre, meio que quebrado, o escambau. Mas o que me chamou a atenção é que ele tinha praticamente TODAS as peças originais, os vidros, os acessórios, os emblemas, etc. E eu digo “praticamente” porque sempre falta alguma coisa… No caso dos quebra-ventos tenho um probleminha de cada lado. No lado direito, do passageiro, está faltando a ponteira, uma pecinha de plástico que vai na parte superior do quebra-vento e que tem por função bloquear, impor um limite, no curso do vidro da porta. Já do lado esquerdo, do motorista, está faltando o trinco para manter fechado o quebra-vento. Paciência. Essas peças não são fundamentais para a montagem, então deixarei para procurá-las (no mercado) e instalá-las mais tarde.

A montagem do quebra-vento não requer prática nem tampouco habilidade. Basta encaixá-lo no lugar, apertar alguns parafusos e pronto. Mas para não dizer que não lhes ajudei, eis um diagrama com o bichinho com o desenho naquele formato “explodido”…

Visto o visto, é isto.

O nosso querido, amado, idolatrado, salve, salve, Titanic já está começando a ficar com cara de carro novamente… O próximo passo será a colocação dos demais vidros e máquinas, tanto dianteiros quanto traseiros. Me aguardem!

O Quebra-Vento ( I )

Muito bem, caríssimos, esta parte da reforma resolvi dividir em dois tópicos, pois como tenho bastante o que prosear iria ficar muito grande para um texto só – se bem que nos dias de hoje, quando qualquer coisa maior que três parágrafos nas redes sociais já é entendida como um “textão”, então não sei não…

O nosso assunto de hoje (e de depois) é um só: quebra-vento, também conhecido por alguns como ventarola. Vocês aí, jovenzinhos, que ainda não tem o excesso necessário de ferrugem correndo nas veias, sabem o que é isso?

Então.

Nos carros d’outrora, quando ar condicionado era um luxo que somente existia nos carros de luxo (propriamente ditos), o quebra-vento, aquela janelinha triangular que ficava na parte dianteira do vidro das portas dianteiras (e em alguns raros casos, em automóveis bem mais antigos, também das traseiras), era a garantia da ventilação interna do veículo sem a necessidade de expor motorista e passageiros às janelas completamente abertas.

Entretanto, no início da década de noventa esse detalhe foi tornando-se ausente nos lançamentos das montadoras. A “justificativa” que acabou sendo apresentada é que o quebra-vento seria um item que fragilizava a segurança do veículo, que atrapalhava na aerodinâmica do automóvel (somente quando aberto), aumentando o consumo de combustível, e, pasmem, por questão de segurança, pois numa batida lateral aquela haste de sustentação do vidro poderia ferir o motorista.

Sinceramente?

Tudo bobagem.

Numa linha de produção quanto menos peças você tiver para encaixar quando da montagem do veículo, muito mais fácil, rápido e econômico ficaria para as empresas. Ora, um vidro inteiriço dá muito menos trabalho do que um quebra-vento com todos seus encaixes e ajustes, portanto não precisa ser nenhum expert na área para entender o porquê da extinção dessa peça vital da indústria automobilística brasileira…

Mas não fiquemos somente com a opinião deste Velho Causídico que vos tecla, pois alguém com muito mais propriedade do que eu já escreveu sobre isso anteriormente. Com vocês a crônica O Quebra-Vento, do sempre oportuno Mário Prata:

‘ Pequena janela móvel situada logo após o para-brisa dianteiro de veículos automóveis e que dirige o vento para a direção desejada’.

Lembra dele? O velho e bom quebra-vento? E já percebeu que não existe mais quebra-vento? A definição ali de cima é do Aurélio, o que vem constatar a importância do mesmo. Virou verbete. Nas próximas edições, deverão colocar ‘que dirigia o vento para a posição desejada’.

Tudo no mundo vai acontecendo tão rapidamente que a gente vai perdendo os ganhos sem perceber. O quebra-vento, na minha opinião, é uma perda irreparável. Duvido que ele volte, um dia. Ou uma noite.

O quebra-vento era genial. Tal qual o Carlinhos Moreno (o Washington Olivetto fez um livro lindo sobre o garoto) ele tinha 1001 utilidades. Ou mais.

Neste fim de semana vim da praia para casa pensando nele. Melhor ainda, na falta dele. Cheguei a algumas conclusões definitiva e sociologicamente importantíssimas. Uma delas: o desaparecimento dele se deve – também – à campanha antitabagista. Com o quebra-vento você podia fumar dentro do carro tranquilamente com a ponta do cigarro para fora, através dele. Não entrava a fumaça para dentro, protegendo até caronas asmáticos. E mais, batia a cinza lá para fora. Ecologicamente correto.

Claro que, naquele tempo, quase nenhum carro tinha ar condicionado. Ele – e apenas ele – era o ar condicionado, o refrigério daqueles tempos difíceis. E como era bom você direcionar o quebra-vento no seu próprio peito. Tá certo que todos os detritos dos escapamentos alheios vinham junto. Mas era uma viagem e, numa viagem, o que importa é o prazer. Aquele vento no peito, no queixo, curava até ressaca. Sim, se você estava de porre, aquele vento te confortava até chegar em casa são e salvo. Era mesmo uma proteção antietílica.

Só que, quando chovia e você abria o quebra-vento, ficava pintando umas gotas no joelho esquerdo. Lembra, encharcava a calça Lee. Mas até isso era reconfortante. Em alguns carros – o fusca, por exemplo – inventaram uma espécie de canaleta para proteger dessa aguinha. Em vão. A canaletinha enchia e enchia o saco.

E quando você trancava a porta com a chave dentro? Bastava enfiar um arame por ele – sempre ele – e levantar a alavanquinha. Para os mais aflitos, ia no pontapé mesmo.

Eu acho que o quebra-vento também começou a sumir quando surgiu aquela travinha para evitar maus olhados alheios. Lembra? Você enfiava aquilo no meio dele e achava que estava protegido. Qualquer chave de fenda arrebentava aquilo. Mas todo mundo – como a gente era ingênuo! – tinha a travinha. Mas a travinha dava um certo trabalho porque, para abrir o quebra-vento, toda vez você tinha que abaixar o vidro todo, ali, na maçaneta, manualmente, fazendo a chuva entrar impavidamente. Depois levantar de novo com o quebra-vento devidamente direcionado.

Era o ar condicionado da época. E tinha lá suas vantagens: o motor não ficava mais fraco, não. E a alegria maior era quando você abria os dois das duas janelas, jogando o ar para dentro. Era uma ventania danada. Aquele furacão dava um certo prazer.

Um dia, algum engenheiro (americano, com certeza) resolveu acabar com a nossa alegria. E não avisou ninguém, não chamou a imprensa. Fez a coisa sorrateiramente, provavelmente na calada da noite. Inventou o vidro inteiro tirando o ar do nosso peito varonil. E, como ninguém percebeu, não foi nem julgado e nem condenado, o assassino dos nossos ventos.

Comecei a olhar os poucos fuscas que ainda rodam por aí. Todos eles com os devidos quebra-ventos. Aqueles motoristas são felizes e não sabem. Os que usam as amarelas Brasílias também. Invejo esses caras.

O que nós todos estamos precisando é isso: um arzinho na nossa cara. Não um ar condicionado, mas um vento incondicional para nos deixar alerta até mesmo contra os ladrões que entravam por ali, pelo quebra-ventos, e hoje entram com carros importados e toda a impunidade que os ventos de Brasília sopram em seus peitos.

E amanhã eu voltarei com o histórico da montagem dessa distinta peça no nosso amado, idolatrado, salve, salve Titanic!

A hora do capuz

Ou, se preferirem, “do capô”…

Pois bem.

Como minhas “atividades opalísticas” limitam-se aos momentos em que consigo ter um tempo livre para ir lá na oficina do japonês então já deu para facilmente perceberem que as coisas vão meio que devagar, certo?

Em julho foi quando coloquei a fechadura do tampão traseiro, em agosto foi a vez deixar o painel pronto para ser instalado e em setembro foi quando eu instalei os interruptores da luz de cortesia e de quebra ainda aproveitei para dar uma boa arrumada lá na garagem de casa, pois a bagunça parece ter uma capacidade de se auto-proliferar ilimitadamente ainda que num espaço limitado…

E assim chegamos ao mês de outubro de 2018 e agora é hora de fazer a catança das partes perdidas da trava do capô para também já deixá-la instalada (ainda que o capô propriamente dito eu somente vá colocar mais tarde). Na realidade neste momento o que nos basta é a fechadura que vai na lataria e o cabo acionador que vai lá dentro, embaixo do painel. Pra variar a peça estava uma beleza, vejam só:

Mas nada que não possa ser resolvido com um tanto de gasolina, uma faquinha para limpar os cantinhos e mais um bocado de paciência!

Uma vez que feita a devida limpeza, ainda tive que emprestar de novo do Seo Bento (vulgo Meu Pai) o macho para dar uma limpada na rosca e daí bastou pegar alguns daqueles parafusos novos de 10mm que comprei quando da instalação dos para-lamas.

E quanto ao cabo, depois de devidamente encaixado no seu lugar bastou fixá-lo no trinco. Ou seja, tirando a parte da limpeza, foi tudo um mamãozinho com açúcar. Fácil, fácil.

E ainda neste mês de outubro serão colocados os quebra-ventos e as máquinas dos vidros traseiro e dianteiro…

Assim que der eu volto!