Aproveitei que finalmente consegui chegar um pouco mais cedo em casa (apenas oito e meia da noite) e resolvi dar uma olhada naquele farol supostamente queimado.
Como tenho as peças do 79 todas bem guardadas na garagem, decidi que iria cometer um novo ato de antropofagia e trocar os faróis.
Primeiro passo: pela parte externa soltar a moldura quadrada de plástico. São apenas dois parafusos e um encaixe com ressalto na parte de baixo. Só tem um parafuso. Bem, depois eu acho um outro para colocar no lugar.
Segundo passo: soltar a moldura de metal redonda que efetivamente prende o farol. São três parafusos. Só tem dois. Ou seja, mais outro para procurar.
Terceiro passo: segure o farol pela parte de fora e, pela parte de dentro, desconecte o conector (redundante isso, não?). Basta puxar.
Pronto! O farol saiu na mão!
– Ué? – poderia perguntar alguém – Mas não era só a lâmpada do farol baixo que estava queimada?
Sim, intrépido leitor. Mas no Opala a lâmpada do farol baixo, do farol alto e o próprio conjunto do farol são uma coisa só! Ou troca tudo ou não troca nada. Dêem uma olhada no esqueminha aí embaixo, encontrado no Manual do Opala de 78 sob o título “Substituição da célula óptica” (bonito, não?), que dá pra ter uma boa ideia disso tudo que estou dizendo.
Aliás, a essa altura do campeonato surgiu na garagem meu filhote mais velho – nove anos – e resolveu “me ajudar”. E, olhem, ajudou mesmo! Nem que seja para procurar algum parafuso, pegar uma ferramenta ou meramente para segurar a lâmpada. Basta ter paciência no trato (afinal ele ainda é uma criança) que o caboclinho fica todo orgulhoso depois…
Bem, fui até a caixa onde estavam guardadas as peças de lanternas, setas e faróis. Tinham TRÊS faróis. Não entendi. Não me lembrava de nenhum terceiro farol… Paciência. Peguei o mais acessível, conectei no carro, liguei a chave e… nada.
Merda.
Isso já tá ficando recorrente.
Baixo, nada. Alto, nada. Só o da direita continuava funcionando.
Será que o conector estaria com algum mau contato? Mas, se fosse assim, nem o alto do anterior funcionaria. Coloquei de volta o velho. Baixo, nada. Alto, ok.
Hmmm…
De volta à caixa, peguei um outro farol.
Conectei.
Testei.
Baixo, ok. Alto, ok.
ÊBA!!!!
De tão feliz fui no embalo: liga de novo, desliga de novo, aperta, desaperta, baixo, alto, baixo, alto, clique, claque, clique, claque…
Bão, melhor parar antes que eu queime de novo essa merda…
Depois dessa foi só fechar tudo de novo – com os parafusos que faltavam, diligentemente encontrados pelo filhote na famosa “caixinha de parafusos velhos” existente em toda e qualquer garagem.
Só lamentei que, pelo avançado da hora, não deu tempo de dar uma partida no 79. Já tava tudo mais ou menos no esquema. Mas cansaço tem limite – e eu já estava bem próximo do meu…