Quebra de recorde com seis cinco cilindros

Este “causo” foi contado anteontem pelo Douglas Carbonera, lá na Lista do Opala.

A história que vou contar agora pode parecer uma história de Filme, mas foi exatamente o que aconteceu nesta 2ª Etapa do campeonato Velopark comigo, e com minha equipe!!

A uma semana da 2ª Etapa do velopark, descobrimos uma quebra de virabrequim originada no útimo Open Day, além claro dos 4 o’rings explodidos, e a semana foi uma correria infernal pra deixar tudo pronto. Não consegui dormir muito mais do que 5 horas somando todas as noites desta semana, e na madrugada de sexta-feira às 3h da manhã, conseguimos terminar o carro! Na Sexta-feira cedinho já embarcamos e rumamos pro Velopark…

Chegando lá, dei uma puxada nos treinos, e o carro veio nos 11.8s, com 1.9 de 60 pés e 7.7s de 201 metros, mas senti o carro extremamente amarrado… Alguma coisa tava errada!!!

Voltamos pro box e tava saindo água pelo silicone do cabeçote, na parte da tampa de tuchos, e uma babação de óleo e água no respiro do motor!! PRONTO! SE FOI MAIS ALGUM O’RING!! Não pensamos duas vezes e abrimos o motor…

Pra nossa surpresa, os o’rings estavam perfeitos, foi só silicone mesmo. Montamos tudo de volta e se foi a sexta-feira!! Sábado pela manhã, nos treinos, consegui dar duas puxadas, e percebi o carro MAIS AMARRADO AINDA, e não consegui nem andar na casa dos 11. O carro virou 12.0 nas duas puxadas, com parciais terríveis…

Volto pro Box, e a babação de óleo e água no respiro continuava, mas nada de água vazando pelo cabeçote… MEU DEUS, O QUE QUE TÁ ACONTECENDO COM ESSE MOTOR??

Eis que tiramos a tampa do radiador, e ligamos o motor… Aceleramos e SALTAVA ÁGUA pelo radiador…

FODEU! Ou quebrou um cilindro, ou quebrou um cilindro… Não tinha outra alternativa!!

O Rhonaldo, Cristian e o Batata (Potato), meus preparadores, me olharam com uma cara de “TUDO SE ACABOU”, e já que estavamos ferrados mesmo, abrimos tuuuuuudo de novo pra verificar o que tinha acontecido (nisso, já era meio dia de sábado).

Abrimos, e uma GALERA veio no box conferir!! BLOCO QUEBRADO na bomba d’água, e a trinca seguia pro prisioneiro do cabeçote, e entrava pro cilindro nro. 1.

Pensei: ACABOU! Vamos embarcar o carro, e era isso…

Fui pro brieffing TOTALMENTE DESANIMADO, e deixei a galera lá… Eu por mim nem teria ido no Brieffing, já que não ia mais andar… Mas fui! Lá, amigos como Clovis Wechter, Adriano Kayayan, Sareta, que foram lá no box conferir a quebra, viram minha cara de desânimo e vieram lá falar comigo, tentar dar idéias de arrumar um motor original, conseguir uma parte de baixo original e montar assim, só pra não perder pontuação, e tal…

Terminado o brieffing, voltei pros Boxes e o carro tava praticamente pronto de novo… Aí já não entendi mais nada!

Perguntei: Caras…. que que vocês tão fazendo??? Acabou a corrida pra gente!!

Nisso o Rhonaldo vem, olha bem no meu olho, e me fala: Tu confia em mim??

E eu: Confio!! Mas o carro tá quebrado, meu!!

E ele: Tá quebrado sim!! Mas vou fazer um negócio aqui, e tu vai lá e acelera com os dois pés! Feito?? (nisso, passam dois preparadores, cujos nomes não vou citar, e DÃO GARGALHADAS da nossa cara e do que a gente tava fazendo).

E eu: Má home!! Nós vamo distribuiíííí peça na pista, véio!!!

E ele: Não vamos não!! Vamos andar com 5 cilindros comprimindo 100%, sem água, e nós te rebocamos até o alinhamento, tu liga o carro, aquece pneu, e vai home!!

Confesso que não acreditei em nada disso, e eu não queria mais andar porque tava com medo de que quebrasse tudo!!! Pensei… Pensei… Pensei… E decidí! SEJA O QUE DEUS QUISER!!! VAMOS NESSA!!!

Me rebocaram até lá, parei o carro em cima da água, e o Ronaldo me fez o sinal de “2” (pra aquecer de segunda, no cortão). Pensei comigo: Esse doente tá doido e quer que eu distribua peças na pista aqui mesmo, aquecendo de segunda com o motor, câmbio, e diferencial GELADOS…

Fechei os olhos, ergui a 5 pau, arredei o pé da embreagem e deixei lacrado no acelerador a 7 pau no corte e cruzei uns 100 metros incendiando!!!!!!!

Alinhei e….

1.780 de 60 pés, 7.480 de 201 metros , e 11.641s a 190 Km/h!!!

O pessoal veio lá me buscar pra rebocar o carro de volta e eu não conseguia nem sair de dentro do carro… Eu tava apavorado, tremia que nem uma vara verde, e não sabia o que que tava acontecendo, e nem o que tinha acontecido… Me tiraram de dentro do carro e quase me desmontaram de tanta comemoração!!!! Novo recorde da categoria, com bloco quebrado, uma camisa quebrada, sem água!!!

Aí foi comemoração a noite inteira!!!!!

No domingo, com a quebra de 2 dos 4 carros que estavam correndo pela STT, deu eu e Fabio Pedroni na final. Me senti aliviado por não precisar dar uma puxada na semifinal, mas mesmo assim veio a preocupação se o motor ia durar pra última puxada, e se eu ia dar aquela rateada da última final, que acabei ganhando por detalhe… O Pedroni, além de um carro e tocada constantes, tem reações absurdamente boas (poucas vezes vi ele fazer mais que 0.100 de reação… Sempre na casa dos 0.0…).

Me rebocaram novamente até lá, e aqueci pneu novamente com vontade, de segunda, no corte, e sem DÓ NENHUM!!

E o SS Laranja STT 46 não me deixou na mão!!! QUE CARRO!!!

Alinhei e veio a bola de fogo: Pedroni queimou, e algum espírito das pistas baixou em mim ali naquele momento, e veio o seguinte: 0.097 de reação, 1.766 de 60 pés, 7.479 de 201 metros e 11.628 @ 190Km/h!!!!

Segunda quebra de recorde, nas duas únicas puxadas oficiais do carro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Queria aqui deixar meus agradecimentos a minha equipe, que me deu apoio incondicional em toda essa prova… Alex, Tiago, Bandon, CRT (VALEU CAQUEDOS!!!!), Bea (cuti cuti cuti), Chacal, Jean (Soumar) e um agradecimento especial aos meus preparadores Rhonaldo, Cristian, e Batata (Potato), que acreditaram em mim e no carro, e que sem sombra de dúvida são os melhores preparadores de motores 6 cilindros do BRASIL!!!!!!!!

Valeu Pessoal!!! E aguardem, que os 11,5 estão próximos…

Douglas Carbonera – STT 46

Aviso aos navegantes

Péraê gente! Tenham calma. Ainda sou eu mesmo…

Mudança de servidores, transferência de arquivos, atualização do WordPress, travamento de uploads, reconfiguração da base de dados, ressaca, dia dos pais, Olimpíadas, conflito entre URSS e a Geórgia, surgimento de manchas solares, reversão da teoria do Big Bang, enfim, zilhões de coisas (des)contribuíram para esse visual franciscano do site.

Mas ainda tá tudo por aqui, em algum lugar, a salvo nas catacumbas de meu computador.

Ou seja, já, já voltamos à nossa programação anormal de sempre…

Por hoje tenho que dar um tempinho, pois sou eu quem tenho que cozinhar pros sogros, cunhados, pais, Dona Patroa e pra Tropinha de Elite!

Tá, vá lá. É só um churrasquinho…

Mas disso eu (acho) entendo!

Vida longa e prosperidade!

E paciência…

Sexta-fotos XXIII

E eis que o amigo virtual André RAFAEL – agora um mais novo recente “opalado” – está de brinquedo novo! Trata-se de um Opala Luxo 1972 que, segundo ele, vai ser reformado aos poucos – questão de grana, como todo o restante da maioria dos mortais…

Mas, ao menos pelas fotos, não parece que ele vá ter tanto trabalho assim. O carro tá lindão e parece muito bem conservado!

Parabéns, André RAFAEL!

(Acho que o Tico e o Teco no meu cérebro estão brigados… Não sei de onde cargas d’água me saiu de chamar o Rafael de “André”! É… Acho que as raízes de meus cabelos brancos já estão atingindo os neurônios…)

Acertando a seta

Bão, eu tinha prometido que daria um jeito de dar um jeito na alavanca de seta desmilinguida, não? Então vamos lá!

Comecemos com um registro do “paciente”. Acima temos a foto do volante no seu devido lugar. É certo que o bichinho terá que ser retirado para que possamos ter acesso à parte interna da coluna de direção, bem como às entranhas da alavanca de seta.

Diferente do 79, cujo volante necessita de um “sacador” para ser retirado, nesse carro basta uma única chave sextavada e pronto. O volante se prende somente em função da própria porca que o segura e as estrias do encaixe, que não parece ser cônico – não proporcionando um travamento. Munido da boa e velha caixinha de “chave de pito” bastou escolher o bocal de 17mm (quase o maior de todos desse meu joguinho) com um prolongador para ter acesso à dita porca.

Retirado o volante, agora chegamos ao órgão a ser operado. Apesar de parecer bem fixa no local, garanto-lhes: tá solta! Qualquer movimento da alavanca de seta leva o conjunto todo de um lado para outro, de modo que será necessário descobrir o porquê isso acontece, e, ainda, como deveria estar antes do estrago.

Retirado o conjunto já deu pra entender a mecânica da coisa. Todo esse conjunto interno da alavanca de seta é presa à base inferior por três arrebites. Provavelmente na hora da buzinada eu devo ter procedido com tanta violência que os arrebites não aguentaram. Também pude perceber dois pontos quebrados nesse conjunto de plástico – já não sei se em função do ocorrido ou se já estava assim antes mesmo desse perrengue todo.

Bem, nada como o já consagrado Super Bonder (royalties, please) para resolver quase TUDO na vida de alguém… Comecei com uma estopa bem seca para limpar o pouco de graxa encontrada nas partes plásticas; depois, com apenas um “cheirinho” de gasolina, fiz uma limpeza mais profunda; e, por final, outro pedaço de estopa bem seca para remover qualquer resíduo que ainda tenha sobrado. Mais uns cinco a dez minutos para evaporar algum resquício de gasolina que não tenha sido atingido pela estopa e a peça está pronta para colagem ultra-rápida! Com MUITO cuidado passei a cola numa das partes quebradas (quem nunca colou o dedo com esse troço que atire o primeiro solvente!), juntei a outra parte e segurei com firmeza. Após contar beem-caal-maa-meen-tee até dez, repeti o procedimento de colagem no outro ponto quebrado. Isto feito, forcei a peça toda de volta ao lugar, com os mesmos arrebites que ainda estavam lá e com a ajuda de um pequeno punção com a ponta achatada pude refazer o travamento da peça em cada um dos três arrebites.

Como o conjunto todo andava meio chacoalhando, aproveitei para dar uma boa apertada no parafuso lateral (aquele, bem ali no centro da imagem) de modo a dar um pouco mais de firmeza a tudo.

Alguns testes ainda sem o volante demonstraram que tudo estava funcionando normalmente. Com tudo de volta no lugar, voltamos ao status quo da primeira foto. Novos testes, seta pra esquerda, seta pra direita, buzina – tudo ok!

Pronto pra voltar às ruas!

Não que tenha saído em função disso…

Pra não perder a viagem, já que estava na garagem mesmo, aproveitei também para dar uma girada de uns cinco minutos no motor do 79. Levou alguns segundos pra puxar a gasolina e mais um tempinho pra estabilizar, mas depois ficou ali, ronronando em seu canto…

Trombadas a esmo

Sei que ando meio sumido, mas – como sempre – ando passando por uns perrengues danados!

As férias acabaram e, apesar de ter curtido ficar um bom tempo com a criançada, este vagabundo que vos escreve não fez praticamente nada em termos de reforma no Opalão 79…

Mea culpa, mea culpa…

E, de volta ao trabalho, a avalanche de processos que me aguardava tem me deixado tonto! Pr’aqueles que ainda não sabem eu trabalho como Procurador na prefeitura de uma cidade vizinha, especificamente na parte de licitações, contratos e convênios. E, garanto-lhes, a coisa tá fervendo!!!

Pra completar, como tiro de misericórdia, recebi a resposta de três requerimentos que havia feito à Receita Federal. Eu tinha imposto a receber em três exercícios. E não é que os PUTOS infelizes decidiram que eu tinha imposto A PAGAR???

É como aquela velha máxima do Millôr: “Contribuinte, eu? Vaca leite? Tiram dela!”

Pois é.

Mais ou menos assim que me senti.

Fiquei tão chateado que cometi a heresia de colocar o Titanic II à venda!

GRAÇAS A DEUS ninguém me deu bola, pois agora já deu tempo de pensar em tudo com calma e esse senil arroubo desesperado já passou…

Entretanto, quando eu estava começando a colocar as ideias em ordem, num momento em que estava na boa e velha estradinha indo para o trabalho, um fiadaputa dirigindo uma kombi (velha de cair aos pedaços, é lógico) quase me jogou pra fora da estrada ao me fechar. Só não o fez porque buzinei violentamente até que a besta percebesse que sim, existia um “pequenino” Opala de seu lado.

Ou seja, bater, não bateu.

Mas isso me custou a chave de seta…

Explico. É que, como o volante do Titanic II não é original, a solução que encontrei foi instalar o contato da buzina no botão do relampejador, na chave de seta. E, com o susto e a violência das buzinadas, adivinhem o que aconteceu?

Isso mesmo. A chave de seta ficou ali, toda desmilinguida – buzinando ainda, mas sem setar nem prum lado nem pro outro…

Tudo bem. Pelo menos o carro (e eu) está inteiro ainda.

À noite, em casa, darei um jeito de dar um jeito nisso…