Acabando o fechamento

Agora que as portas estão funcionando perfeitamente ainda temos a questão do porta-malas. Já estamos em julho de 2018 e o trabalho maior não foi nem a limpeza da máquina da fechadura, mas o tanto de Bombril que tive que utilizar para limpar cada cantinho das peças cromadas…

Na realidade a fechadura do tampão traseiro é bem mais simples do que as das portas…

É composta basicamente por esse fecho com lingueta aí debaixo, que quando está sem a chave fica com os pinos de fora para travamento.

Mas, como podemos ver a seguir, ao colocarmos a chave os pinos se retraem, permitindo girar o tambor e abrir o porta-malas.

Essa lingueta atravessa um suporte com rosca, o qual vai ser fixado na própria lataria do veículo.

   

E eis o conjunto montado!

Basta colocá-lo no lugar e rosqueá-lo com a respectiva porca, deixando a lingueta pronta para encaixar na fechadura, como mostra a foto seguinte e as outras duas da parte interna do porta-malas.

   

E, por fim, aparafusar a fechadura no devido lugar, tomando o cuidado de que a lingueta encaixe perfeitamente em sua posição para poder abrir e fechar a máquina.

   

Agora essa fechadura também está pronta e apta a funcionar!

E eu digo “apta a funcionar” somente porque ainda não coloquei o tampão traseiro propriamente dito, que é onde vai o engate para o travamento da fechadura. Isso vou deixar para colocar quando levar o Titanic para casa, quando também já aproveitarei e colocarei o capô.

Aliás, um pouquinho de cultura inútil para vocês: ainda que já esteja consagrada a palavra capô em termos automobilísticos, constando com esse formato até mesmo nos dicionários da vida, sabiam que, ao menos até por volta da década de setenta, essa peça era chamada de “capuz”? É como consta, inclusive, no próprio Manual do Proprietário do Opala 1978 (também disponível aí do lado, na sessão Enfiado no Porta-Luvas). Vejam só:

Enfim, ainda ficou um perrengue para trás: acontece que fui fazer uma catança no meio das peças guardadas para montagem do carro para localizar as chaves das portas. Encontrei umas quinze. Uma boa parte do tambor de partida (ou “cilindro de ignição”, se preferirem) e outras tantas esparsas sabe-se lá Deus de onde.

Testei todas.

Ficamos assim: a porta direita não tem chave, uma chave para a porta esquerda, uma chave para partida e uma única chave para o tampão traseiro e a tampa de combustível – se bem que desconfio que até com a unha dá pra abrir essa tampa…

Já consultei um chaveiro das antigas (todos os profissionais que arranjo para mexer com o Titanic obrigatoriamente tem que ser “das antigas”) e para unificar todas deve ficar nuns R$150,00. Isso mesmo. Cento e cinquenta contos. Mas como isso não é prioridade por enquanto vai ficando assim mesmo…

Fechando uma etapa

Sim, é hora de fechar mais uma etapa neste nosso Projeto.

No caso, as portas! 😀

Como vocês devem se lembrar, nossas últimas atividades foram em dezembro de 2017. Pois bem. Após um conturbado início de ano (pra variar…) agora já estamos no final de junho de 2018. O chicote já foi distribuído de ponta a ponta e as laterais, setas, faróis e lanternas já estão no lugar.

E já que o negócio do japonês é cuidar da parte elétrica e ultimamente eu tenho tido mais tempo livre do que gostaria, o negócio é aportar lá na oficina dele e começar a montar o que eu puder, certo?

Então decidi começar pelas portas.

Só para não deslembrar elas estavam assim:

   

E agora estão assim:

   

Bão, o primeiro passo a ser dado é o seguinte: “como é mesmo que monta essa bagaça”???

Antes de mais nada resolvi dar uma consultada nos alfarrábios da vida e fui conferir o que temos lá no Catálogo de Peças e Acessórios da Chevrolet (o link de acesso tá aí do lado, na sessão Jogado no Assoalho). Capítulo 12: pára-brisa – portas – controles.

Ok. O esquema é até interessante, mas por si só não me responde como o que vai onde. Por isso me precavi e lá atrás, quando desmontei as portas, tive o cuidado de registrar o antes e o depois, só para não correr o risco de me perder…

Comecemos pela limpeza das peças para que fique tudo razoavelmente apresentável, certo? A que estava em estado mais lastimável era a fechadura, entre óleo, graxa e sujeira acumulada.

Mas nada que não se resolva com um bom banho de gasolina acompanhado de um pincel (trincha) para cutucar todos os cantinhos que puder. A bichinha já ficou com outra aparência…

Mas como eu sou eu e Murphy parece ser um sujeito que tem dedicado sua vida para me infernizar, alguma coisa tinha que acontecer, certo? Ou melhor, errado. Pois bem. Temos duas fechaduras e ambas deveriam estar funcionando perfeitamente. Só que após a limpeza, ao testar todos os cliques e claques e vais e vens que elas teriam que fazer, percebi que uma não estava funcionando direitinho. Comparando uma e outra para descobrir o que poderia estar errado, acabei descobrindo. Acontece que ambas têm uma mola (se bem me lembro para dar o retorno da lingueta) que deveriam estar na mesma situação dessa aí embaixo.

E como é que estava a mola da outra fechadura?

Merda.

E a fechadura sem a mola não tinha como dar o retorno.

Fui fuçar no monte de tralhas que tenho guardado na garagem – que nem é tanto assim, mas sempre acabo me surpreendendo por ter guardado alguma coisa que já deveria ter jogado fora e que no final das contas acaba me servindo – e acabei por encontrar uma mola mais ou menos parecida…

Paciência. Não é bem a mesma, mas a pressão dela está boa e dá para encaixar no lugar. É o que tem pra hoje e vai ter que servir. Aperta daqui, torce dali, enfia acolá, arranja um novo pino pra prender, fecha o conjunto, testa tudo. Perfeito!

Muito bem. Continuando a “operação limpeza” as vítimas seguintes foram os batentes. Esqueci de registrar como estava o “antes”, mas garanto-lhes que estava bem ruinzinho, pois antes mesmo de limpá-los ainda tive que raspar toda a tinta que os recobria, pois algum esperto proprietário anterior resolveu que não era necessário tirá-los para pintar o carro. Ficaram assim:

Detalhe importante: ainda que não pareça, essas arruelas não são arruelas comuns, pois elas têm ranhuras e ressaltos que servem para travar os batentes no lugar, já que eles possuem uma certa regulagem para poder acertar o ponto certo de fechamento das portas. Como nesse momento não haveria nenhum problema maior em já deixá-los no lugar, já aproveitei e aparafusei-os no canto deles.

   

Um trabalho um pouco maior, que foi além da limpeza, foi com a chapa que serve para travar a maçaneta externa da porta. Mesmo que sua maior parte fique escondidinha, ainda assim uma parte fica exposta – que é justamente a que usamos para poder tirar a maçaneta. Então o negócio seria também jogar uma tinta nela.

      

(Por gentileza, ignorem as latas de cerveja ao fundo, pois eu só as mantenho ali para… bem… para… quer dizer… Ah, sim! “Fins medicinais”. Isso mesmo. Para fins medicinais, ok?)

Com tudo limpo e (em tese) funcionando, agora começa a operação para colocar cada peça no seu devido lugar. Então comecei a montagem com tudo aquilo que fosse possível de encaixar antes mesmo de fixar, a começar pela alavanca que liga e controla a vareta que vem da fechadura com o liame – mais conhecido como “o pininho da porta”…

Percebam que essas travas existem para que não se corra o risco de que escapem à toa.

E após estarem no lugar devem estar firmes.

E depois é só já conectá-lo com o outro balancim da própria fechadura.

Uma fez afixado no seu devido lugar, o pininho da porta, desculpem, o liame já voltou a ter uma função ativa!

É lógico que vocês não vão fazer como o cabaço aqui que, encantado com a fechadura já instalada, simplesmente fechou a porta para ver se travava. Só que sem as maçanetas interna e externa como mesmo que eu iria abrir a porta? Então. Besta quadrada que sou…

Bom, para garantir que eu não cometa novamente a mesma gafe, melhor já colocar a maçaneta interna de uma vez, conforme dá para se ver pela foto a seguir. Detalhe: aquele protetor de borracha que fica ali bem na altura da metade da vareta foi colado com Super Bonder mesmo.

Agora é a vez da maçaneta externa – que recebeu um acabamento em Bombril para voltar a ter o brilho de outrora!

A lingueta que vocês viram na foto anterior vai ter que encaixar perfeitamente no respectivo buraco da fechadura, que, se tudo estiver no gabarito, vai estar na mesma posição dessa foto a seguir.

E para travar a maçaneta externa? Como fazer? Lembram-se daquela chapa que eu pintei. Então. Basta simplesmente encaixá-la na maçaneta por dentro, como se fosse uma gaveta.

   

E, finalmente, eis a porta como estava antes e como ficou agora:

   

Ou seja, as portas do Titanic voltaram a funcionar perfeitamente!

   

E para provar que é verdade verdadeira, vejam só isso:

Esse clique-claque de porta de geladeira antiga é simplesmente maravilhoso, não é mesmo? E, de fato, como vocês viram no finalzinho do filme, o mardito japonês continua usando o porta-malas do Opala como depósito mundial de qualquer coisa que tenha que jogar em qualquer lugar…

Ao menos o garrafão de cachaça continua ali… E é da boa! 🙂

Speed Racer

Dia desses eu estava na caça de algumas referências visuais para o nosso amado, idolatrado, salve, salve, Titanic e vim parar na imagem desse estupendo SS aí em cima.

E então resolvi perguntar para mim mesmo: “mim mesmo, desde quando gostamos tanto assim de carros?…”

E fui buscar minhas memórias mais antigas, desde quando ainda brincava nos fundos da casa de meus pais, quando bastava um toquinho de madeira, quatro pregos, quatro tampinhas e – pronto! – estava feito meu carrinho para ficar empurrando pelos montes de terra, grama e lama que eu espalhava pelo quintal.

Mas ainda não era isso. Esse quê de paixão com relação às curvas do carro, com o ronco do motor, com a tecnologia embarcada – nada disso estava presente naquela pueril brincadeira de criança.

Foi então que me lembrei!

Speed Racer!

Naquela época da infância – idos da década de setenta – não havia Internet, não tínhamos acesso (nem interesse) a revistas especializadas e, quando muito, havia o sinal da TV aberta, impingindo-nos o que quer que achassem que valia a pena. Bem, com relação à TV até hoje ainda continua assim…

Enfim, dentre as parcas opções oferecidas pela extinta TV Tupi (que mais tarde viria a se tornar o SBT) tínhamos o desenho japonês dos anos sessenta Mach Go Go Go que acabaram “traduzindo” para o resto do mundo como Speed Racer. Um piloto sempre ético que, juntamente com a família e amigos, sempre estava disposto a lutar pela justiça e, de quebra, sagrar-se como Campeão do Mundo nas corridas.

Mas a grande estrela era o Mach 5. Um possante carro com linhas futuristas e que tinha como maior atrativo seu volante com sete botões, nominados de A a G, que permitiam ao piloto se destacar dentre os demais pilotos nos momentos cruciais das corridas:

(A) Autojack – hastes propulsoras, que faziam o carro saltar;

(B) Belt Tire – esteira que recobria os pneus em terrenos acidentados e também servia para proteger os pneus contra armadilhas;

(C) Cutter – duas serras, que saíam da fente do carro, para cortar qualquer obstáculo;

(D) Defenser – uma proteção de vidro à prova de balas que recobria o cockpit;

(E) Evening Eye – faróis infravermelhos;

(F) Frogger – permitia que o carro funcionasse e viajasse debaixo d’água, como um submarino; e

(G) Gizmo Robot – um robô mensageiro, na forma de um pombo-correio, que também funcionava como um GPS, fornecendo sempre a localização exata do Mach 5.

Como muitos outros animes, era um desenho bastante fantasioso, com cenas que beiravam o absurdo da lógica e movimentos dos carros que desafiavam as leis da física. E lá eu queria saber disso? Eu curtia – e muito – cada uma daquelas aventuras, isso sim!

Mas o tempo passou, eu cresci, outros interesses surgiram na minha vida e aquele pedacinho de emoção meio que ficou perdido lá na infância…

Há alguns anos, quando meus filhotes ainda eram pequenos (e agora já com o advento da Internet), consegui localizar vários episódios daquela série. Fomos assistir juntos e, ainda que eles até tenham gostado, pra mim ficou um gostinho estranho, pois “não era bem assim que eu me lembrava”… Alguns traços até mesmo meio toscos, umas tramas previsíveis, piadas óbvias, mistérios fajutos… Algo se quebrou. E fiquei imaginando, uma vez que já eram inúmeros os recursos digitais existentes, como seria bom se alguém resolvesse transformar aquele desenho em filme.

E eis que aconteceu!

Em 2008 lançaram o filme Speed Racer (que já vinha sendo desenvolvido desde 1992), contando inclusive com alguns medalhões do cinema! O filme possuía efeitos especiais absurdos e em excesso e, assim como eu me lembrava do desenho, com situações que desafiavam as leis da física. A bilheteria não foi tão boa quanto esperavam (até porque teve que competir com então recém-lançado – e excelente – Homem de Ferro), o público mais novo não se interessou tanto por um “remake” de um desenho dos anos sessenta e a crítica caiu de pau. Como sempre.

E eu lá quis saber disso? Assisti e, sim, gostei muito mesmo do filme. Me trouxe de volta todos aqueles bons sentimentos que eu tinha quando assistia os desenhos lá na minha longínqua infância!

E para não ficarmos só em palavras, eis a cena que eu considero como sendo a melhor do filme. Absurdamente repleta de efeitos especiais, desenho animado, saltos impossíveis, movimentos absurdos, reações exageradas, ou seja, tudo que é de bom para o nosso entretenimento. Para o MEU entretenimento. Ainda que você não tenha visto todo o restante da película, não tem como assistir esses parcos três minutos de filme sem se emocionar com tudo que está acontecendo naquele momento final da corrida…

Vencido por vencido…

Um dia normal, como outro qualquer. Bem, quase. Até porque vocês sabem que esse negócio de “dia normal” raramente funciona na minha vida…

Enfim, pela manhã peguei o carro da Dona Patroa – Madame Zafira (que é o nome do carro, não da Patroa) – e fui levar o filhote mais velho no Tiro de Guerra (afinal de contas alguém nesta família tinha que servir pra alguma coisa). Um trajeto de aproximadamente uns 15 quilômetros. Estávamos quase chegando quando ouço aquela barulheira:

– KA-TA-LA-KA-TA-TA-TA-KLA-PLA-TA-KA!!!

Bem, não sei se a construção ortográfica acima corresponde à realidade, mas foi mais ou menos isso que ouvi. Faltava cerca de um quilômetro pra chegar e resolvi arriscar. Tirei o pé, suavizei na condução e, no horário, deixei o filhote para que cumprisse com suas torturas obrigações diárias…

Quinhentos metros à frente, num parcamente iluminado posto de gasolina (afinal ainda estávamos por volta de cinco da matina), encostei a Madame Zafira e fui dar uma olhada no motor. Sinceridade: parecia que tinha explodido uma bomba de óleo por ali. Tinha óleo pra tudo quanto é lado, em cima, embaixo, de um lado, do outro, escorrendo, pingando, enfim, uma lambança total! Naquele momento eu não soube identificar o porquê do acontecido e limitei-me a ativar o seguro (sim, ainda bem que a Dona Patroa paga um seguro para o automóvel) para guinchar o carro até a cidade vizinha, Jacareí, na sempre confiável automecânica do “Seo” Waltair.

Mais tarde vim a saber que o filtro de óleo havia soltado (mardito frentista!), deixando escapar praticamente todo o óleo do motor. Aquela barulheira infernal eram simplesmente os tuchos trabalhando à seco. Como não andei muito não chegou a comprometer o motor, mas foi necessária uma revisão completa. E dá-lhe cascalho ($$$)…

Mas esse ainda não é o ponto.

O ponto é que à tarde eu precisava levar minha mãe no médico. Porém, com a Madame Zafira no estaleiro e a Dona Patroa tendo confiscado o Bilbo (nosso sempre valente Ford Ka) para trabalhar, me restou lançar mão do carro do meu sogro que divide a garagem com os demais (o carro, não o sogro), um Golzinho quadrado do ano de 92.

Ocorre que, por conta de seus 86 anos e de uma surdeza inabalável, meu sogro praticamente não dirige mais. O carro está parado há meses. Deu um tanto de trabalho pra pegar, mas no final das contas, entre trancos e barrancos, funcionou. Ruim. Falhando. Mas funcionou. Até porque o carro não está tão judiado assim. Confiram:

Pois bem. Levei minha mãe no médico, voltei com ela pra casa (eu moro na Zona Sul e ela na Zona Norte, nos extremos opostos de São José dos Campos) e tomei meu rumo. E o carro ruim. E pela quilometragem, para um carro com seus 26 anos, ele nem está tão rodado assim.

Então disse pra mim mesmo: “Mim Mesmo, não é possível que esse carro esteja tão ruim assim. Bão, como faz tempo que ele está encostado, talvez se eu trocar o óleo melhore um pouco…”

Vocês sabem que, quando usamos óleo mineral, o ideal é trocar o óleo do motor de um veículo a cada cinco mil quilômetros. Ou a cada seis meses, caso não se rode tanto com o carro. Eu tinha certeza que o Gol já estava parado há bem mais que seis meses, então fui conferir na etiqueta. Foi trocado com cerca de 175 mil km, portanto a próxima troca seria com 180 mil. O hodômetro acusava 179 mil, então não seria pela quilometragem. Como estamos em maio, restava verificar há quanto tempo foi a última troca.

Outubro.

Cerca de 7 meses atrás.

Se fosse de 2017.

Pois não era.

Sabem em que ano o óleo foi trocado pela última vez?

2012!!!!!

Isso mesmo.

Dois. Zero. Doze. No ano de Nosso Senhor de dois mil e doze foi quando se deu a última troca de óleo desse carro. CINCO ANOS E SETE MESES ATRÁS.

E eu que achava que meu sogro já tinha me surpreendido de todas as maneiras possíveis, em especial da última vez, quando ele tentou recarregar a bateria direto na tomada

Outro combate inusitado

Alguém ainda se lembra daquele combate inusitado?

Pois é. Quando a gente pensa que já viu de tudo ainda acaba sendo surpreendido.

Isso porque a ÚLTIMA coisa que eu poderia imaginar seria que o Impala 67 do Dean (de Supernatural) algum dia iria tirar um racha com a Mystery Machine do Fred (de Scooby Doo).

Pra ver como as coisa são… Confiram:

 

A estrada até agora

Muito bem, já estamos em dezembro de 2017.

Acontece que os serviços no Titanic foram feitos, as fotos foram tiradas, alguns vídeos foram editados, mas cadê de atualizações por aqui no blog? Neca de pitibiribas!*

Então vamos dar uma rápida recapitulada no que foi feito até agora, desde que o Titanic aportou na autoelétrica do Japonês em meados de abril deste ano, ok?

Como podem ver, reinstalei os para-lamas dianteiros depois de uma trabalheira do cão para reconstruir as roscas fixas que em sua maioria estavam enferrujadas, pintadas, entupidas e zicadas.

Com os para-lamas no lugar foi possível instalar o conjunto de seta, lanterna e faróis propriamente ditos – logo depois de um breve trabalho de “recuperação” do que foi possível recuperar.

Nesse meio tempo o Japonês já tinha reconstruído parte do chicote, refeito um tanto das ligações, tendo passado o bichinho de cabo a rabo no carro. De quebra já deixou instalado, também, o motor do limpador do para-brisa.

Com o chicote no devido lugar as lanternas traseiras também já puderam ser acomodadas, bem como a singela tampa do tanque de combustível bem ali no meio (que a bem da verdade não dependia em nada da parte elétrica, mas é que eu precisava falar dela…).

Aliás, vamos combinar que o Japonês é foda. É bão. Mas é foda. Durante todo o tempo que o Titanic esteve “internado” lá na autoelétrica, pouco a pouco ele foi se tornando um repositório de qualquer coisa que precisasse ser jogado nalgum canto – só que nesse caso o “canto” era ele. O carro. Jornais velhos, pedaços de fio, lâmpadas queimadas, caixas vazias, sacos plásticos, peças avulsas, mais pedaços de fios, ferramentas, latas de cerveja, caixas de ovos, catálogos velhos, um garrafão de cachaça, correspondências, boletos, contas – enfim, não havia limite para o que poderia ser encontrado por ali. E olhe que estamos falando do porta-malas de um Opala, hein? Quando do final dessa etapa certamente que eu levarei um dia inteiro – um dia inteiro! – para tirar tudo que estiver por ali e guardar o que precisar ser guardado e jogar fora o que precisar ser jogado. Menos o garrafão de cachaça, pois sempre dou uma passadinha por lá para “fins de degustação”… 😀

Mesmo com tantas idas e vindas, ao menos as portas parecem que continuam alinhadas.

Se bem que vou ter que dar uma boa olhada nesse vão aí…

Do outro lado o alinhamento também está ok – só não parou no lugar porque está sem as maçanetas.

Esta foto da porta é especificamente para que eu tenha a referência de furos, formatos e medidas do que terei que caçar lá em casa para poder montar novamente suas fechaduras e trincos.

Que é exatamente a mesma justificativa para esta foto do batente.

E aqui, além da questão dos trincos, também terei que preparar as máquinas dos vidros laterais, tanto dianteiro quanto traseiro, bem como o quebra-vento. E o meu pobre painel recuperado ali no assoalho, empoeirando… Ai, ai…

E, ainda que não dê para perceber por essa foto, mas a “barrigada” do carro já está toda ali. Me refiro àquele emaranhado inominável de fios e cores que passam por baixo do painel e que invariavelmente dão desgosto para qualquer opaleiro de primeira viagem que resolva enfiar a cabeça ali debaixo para conferir como está…

Muito bem, então está combinado! O próximo passo será a limpeza e recuperação das peças, bem como a montagem dos trincos das portas Ou seja, preparem-se, porque lá vem mais um passo a passo neste nosso cantinho virtual, cada vez mais deixando o nosso caríssimo Titanic menos distante de voltar às ruas!

E enquanto isso vou procurar continuar recheando o blog aqui com novidades do arco da velha, ok?

Semana que vem tem mais!

Ou ao menos quando eu puder…

* Se você, incauto opaleiro, não entendeu lhufas o que eu quis dizer com essa expressão (e talvez nem com essa palavra aí atrás), então você é ainda muito mais jovem que este ancião que vos tecla, de modo que sugiro que vá conferir o seu exato significado lá no Alfarrábio, do amigo e copoanheiro Bicarato, um dos poucos blogs que ainda sobrevivem às redes sociais de hoje em dia. Fica a dica: perca-se lendo os comentários! 😉