Mais motor de arranque

Que é?

Pensaram que essa novela tinha acabado?

Que nada!

Fui lá no japonês para a derradeira tentativa de colocação do motor de arranque original do Titanic II. Se puxarem pela memória, lembrarão que até agora ele vem funcionando com o motor de arranque do Opala 79 – que é quatro cilindros! Ou seja, funciona, mas força o coitadinho a trabalhar literalmente no limite

Dessa vez a espera usual até que não foi tanta. Acho que o frio fez com que o povo resolvesse ficar em casa neste sábado pela manhã. Trocado o motor de arranque, um pequenino momento de tensão: será que vai funcionar? Será que vai engastalhar?

Dei a partida.

Rápido, forte e certeiro.

O japonês sorriu (aliviado).

Desliguei, liguei de novo. Tudo certo. Desliguei. Liguei novamente. Perfeito.

Daí foi só colocar o outro motor de arranque de volta no quatro cilindros.

Mas… Como Murphy (maldito seja!) ainda é meu melhor amigo, faltou uma peça de fixação do bichinho. – “Como assim ‘faltou’? Cadê a que estava lá antes?” – “Ah, depois aparece. Se não aparecer, não tem problema não, a gente arranja outra!”

Bicho nó cego.

Enquanto isso, desde o evento original, já dá pra contabilizar uns três meses que eu não dou a partida no motor do Opala 79…

🙁

Sexta-fotos XVI

Poucas as fotos de hoje.

Apenas duas…

Mas de dar gosto!

Vejam que excelente reforma neste Opala 69, bem no estilo “antes” e “depois”. Todos os detalhes foram minuciosamente restaurados. Particularmente, apesar da beleza das fotos, ainda assim me prendi mais no elevador do carro. Queria ter um desses em casa…

O velhinho do Impala

Este “causo” foi contado pelo Ilan Oliveira, lá na Lista do Opala, em maio de 2007.

No Rio de Janeiro havia um senhor que tinha sido o único dono de um um Impala SS 1967. Teve muitos carros ao longo de sua vida – trocava-os a cada dois anos – mas do Impala nunca se desfez. Comprou o carro zero quilômetro e o usou por longos 30 anos. Contudo, depois desse tempo, como esse senhor já não tinha mais condições de dirigir pelas ruas, passou a utilizar o veículo apenas para dar voltas dentro de um galpão. Ainda que não pudesse mais dirigir, não queria abrir mão do prazer de andar em seu Impala…

Isso se deu por cerca de 15 anos…

E, nos últimos 4 anos em que o carro ainda pertencia ao dono original, ele ficava estacionado numa rua próxima da minha casa, até que contei a um amigo que acabou comprando-o.

Curiosamente, o antigo dono viveu o suficiente para efetuar a venda e assinar o recibo.

Morreu poucos dias depois…

Sexta-fotos XV

Bem, como falamos de Comodoro na semana passada, segue mais uma bela sequência.

(Em tempo: só quero informar que a reforma continua. A atualização deste blog está quase em dia e – finalmente! – conseguirei tirar duas semanas de férias. Desse modo vou poder espanar a poeira do bom e velho 79 e voltar ao meu objetivo principal: detalhes dessa aventura!)

A lenda do Opala no túnel

Esse causo foi contado pelo Rafael, lá nos comentários deste post. Pesquisei um pouco, acabei achando mais alguma coisa, e incrementei o texto original.

Ubiratã Carlos de Jesus Chavez foi um dos mais conhecidos bandidos da zona norte do Rio de Janeiro. Era procurado por vários crimes hediondos como assalto a banco, assassinatos com requintes de crueldade e outras mortes mais violentas. Reza a lenda que no ano de 1974, durante uma fuga, depois de ter roubado um Opala SS (considerado um dos carros mais modernos da época), “Carlão da Baixada” – como era conhecido – entrou no Túnel Rebouças e acabou batendo em um Fusca, no qual uma família voltava de um aniversário. O acidente foi de proporções tão grandes que o túnel teve de ficar fechado das 10 da noite às 10 da manhã do dia seguinte. No acidente não houveram sobreviventes.

Passados alguns anos, a lenda se criou.

Diziam que ao atravessar o túnel de carro durante a madrugada as pessoas vislumbravam através do espelho retrovisor um veículo preto que se aproximava velozmente. Ao lembrar do acidente, começavam a rezar pelas almas dos mortos naquele local. Somente assim o carro observado começava a perder velocidade até desaparecer de vista. Mas aqueles que não ligavam para o dito carro acabavam por sofrer estranhos acidentes. Muitas vezes juravam que foram chocados por trás violentamente. Outros motoristas que tentassem olhar diretamente para o carro que os seguia não viam nada e acabavam se chocando com um veículo bem real à sua frente (para o qual não prestaram atenção). Mesmo que tentassem acelerar, nunca conseguiam fugir do possante carro que se aproximava ferozmente.

Porém, no fim dos anos oitenta, após uma grande chuva que ocorreu no Rio, um desabamento de terra deixou por vários dias o túnel fechado, e desde então não houve mais boletins de ocorrência sobre casos de pessoas que batiam por causa de uma aparição fantasma.

CURIOSIDADE: Um dos problemas do Opala era que, por possuir um motor muito potente e ser muito leve na traseira, o carro derrapava com facilidade pois tinha pouca estabilidade. A solução (gambiarra) era encher o porta-malas com algo que fizesse peso. Talvez seja essa uma das razões em que houve época em que o Opala era considerado um carro de bandido – porque, “em nome da estabilidade”, o porta-malas poderia ter um cadáver, carregamentos grandes de armas ou drogas…

Quase!…

Foi por um triz!

Já são tão poucos comandos para se vigiar e ainda assim eu consigo dar uma vacilada dessas!

Temos o marcador de combustível, no qual estou sempre de olho temendo ficar encalhado em algum lugar. Temos, também, o velocímetro – cuidado essencial a ser tomado nesses tempos de radares que se multiplicam tal qual coelhos pelas estradas. E, no afã de monitorar esses dois indivíduos, acabei por deixar de lado a vigília ao marcador de temperatura, o qual usualmente permanece abaixo da linha mínima do mínimo…

Eis que de repente senti um cheiro de queimado e automaticamente olhei para o marcador. Para um ponteiro que mal costuma sair do lugar, estar na metade do percurso já poderia ser considerado um absurdo inominável! Sinal de iminente catástrofe!

Dei uma guinada à esquerda e parei no primeiro posto de combustível que encontrei.

Daí vem a lição, crianças: se um carro está quente, ou, pior, com o radiador fervendo, jamais, eu disse JAMAIS, tente tirar a tampa do radiador diretamente!

Pegue um pano bem úmido, ponha por cima e dê uma pequenina volta. O vapor vai sair. Aguarde. Acabou? Então repita a operação BEM DEVAGAR. Mais vapor vai sair. É como abrir uma garrafa de Coca-cola quente. E que algum puto tenha resolvido chacoalhar…

Assim, após muita paciência e incontáveis pequeninas voltas depois, quando já tiver sido possível tirar a tampa do radiador, ligue o motor do carro e ponha água. Vai chegar um ponto que vai parecer que tem uma fonte dentro do próprio radiador de tanta água que vai jorrar!

Não se incomode.

Desligue o carro, ponha mais água, ligue de novo.

Certamente vai acontecer de novo.

Isso nada mais é que o ar que entrou onde não devia e agora está sendo literalmente empurrado para fora pela força da água conjugada com a do motor.

Repita as operações acima até que não reste mais nada de ar dentro do motor, bem como tenha sido possível completar o radiador ATÉ O TALO de água…

Daí é só andar!

E, lógico, não esquecer de SEMPRE completar…