“89% e desfragmentando…”
Minha mãe tem uma única irmã, a qual vive na Itália há dezenas de anos. De quando em quando ela vem nos visitar e a todos os parentes no Brasil. Isso porque meu avô foi casado três vezes, sendo duas filhas do primeiro casamento, uns dezoito filhos do segundo, e nenhum do terceiro (minha avó materna legítima faleceu quando minha mãe tinha dois anos de idade) – é uma história familiar interessante que outro dia eu ainda contarei por aqui.
Pois bem. Essa minha tia, acompanhada de seu marido, veio nos visitar agora em janeiro, pretendendo ficar por aqui pelos próximos dois meses. E – é lógico – minha mãe passou a ter a estabilidade emocional de um hamster… Quer fazer absolutamente TUDO pra agradar as visitas, envolvendo TODO MUNDO num redemoinho conflitante de emoções. Sei que estou sendo até mesmo cruel para com minha própria mãe ao falar isso, mas – putz! – é difícil administrar tanta ansiedade assim num curto período de tempo. Ainda bem que meus tios são mais descolados e não se deixam afetar tanto.
Eu acho.
E como essa minha tia tem olhos castanhos e sua filha tem olhos azuis-cor-do-céu (iguais aos do meu avô), me fez lembrar que assisti um filme interessante neste fim de semana. O título em português ficou como “A Sogra” – apesar de no original ser Monster in law (trocadilho óbvio com o termo “mother in law”). Aliás nunca vi a Jennifer Lopez tão lindinha e simpática quanto nesse filme, e a atuação da Jane Fonda está sensacional.
Basicamente é a estória de um médico, filho único de uma apresentadora de TV ricaça que foi aposentada, e que pretende se casar com uma mocinha simples, que vive de bicos. O que obviamente desagradou profundamente sua mamãe. Não é nenhum filme espetacular, mas tem seus bons momentos, garantindo uma diversão leve e bem dosada, principalmente quando A sogra encontra com SUA sogra (pronto, contei).
Mas tem alguns momentos de grande sensibilidade, também. Em particular a Dona Patroa gostou de um, quando o galã convida a mocinha para sair – e concordo plenamente com ela, é um trecho muito bonito. A cena: ambos se encontram na praia, sendo que ela mal o conhece, pois se viram muito rapidamente apenas por três vezes. Ele gostaria que ela saísse com ele para jantar; ela não lhe dá muita bola, ao que ele insiste, dizendo que é diferente. Ela, certa de que o rapaz sequer seria atencioso o suficiente, rapidamente se vira de costas e lhe pergunta:
“- Qual é a cor de meus olhos?”
Com ela em primeiro plano, um sorriso divertido no rosto, ele às suas costas, num ar compenetrado e tendo o mar ao fundo, responde algo mais ou menos assim:
“- Num primeiro momento eu diria que são castanhos. Porém quando a luz incide meio de lado, a íris se ressalta, surgindo uma borda escura ao seu redor. Nesses momentos ele ficam cor de mel. Mas na claridade, com o sol batendo direto, eles se tornam verdes.”
E enquanto ele vai falando, aquele sorriso divertido dela vai, aos poucos, se desfazendo, transformando-se numa sutil expressão de espanto, quase beirando um leve choro. Então, com ela ainda de costas, ele pergunta:
“- Passei muito longe?”
Ela se volta de frente para ele, visivelmente embasbacada e diz:
“- “Castanhos” teria sido o suficiente…”
Tudo bem, vá lá, podem até achar que se trata de uma cena meio piegas, até porque, por escrito, fica meio difícil de traduzir a carga emocional do momento. Mas que é bonito, ah, é!
E você?
Sabe qual é a exata cor dos olhos de sua paixão?…
Incrível!! eu fucei o google inteirinho (rsrsrs) só pra ver se eu achava alguem que se comoveu também com a cena do filme a sogra!!é nessas horas q a gente pensa é filme!!!não existe homem assim!!!
Beijoo
Que isso, Rafaela! Talvez não tanto quanto o personagem do filme, mas quero crer que eu seja uma honrosa exceção… 😉
Brincadeiras à parte, só de reler esse post já me emocionei novamente. De fato é uma cena MUITO bonita!
Inté!
Nussa…
tava procurando por essa parte do filme… kkkkk… que soRte…
Achei beeemmm legal… foi divinamente escrita. Me identifiquei.
Também gostei muito, Maycon…
Eu amei essa cenaa..muito linda..estou apaixonadaa.
Concordo em gênero, número e grau, Morgana…
Também estava procurando essa cena do filme escrita! Maravilhosa! Eu não sei a cor dos olhos do meu amor… rsrsrs estou solteira há um tempão… rsrsrs
http://www.youtube.com/watch?v=JXcVRHmmvgg&feature=related
Pessoal, segue um link da cena pra quem quiser se emocionar novamente… Eu me emocionei!
Meu namorado me disse td issoo, é mto bom ouvir. Não posso perder a oportunidade de dzer TE AMO!! Essa frase tbm tem em tdos os filmes, mas com VC td é diferente. Nesse momento ele pensa que estou no msn, esse comentário vai me fazer dormir em paz, pois declara o quanto sou boba por ele. Estou usando blog dos outros para me reconciliar… tens uma beleza infinita e a boca mais bonita que a minha já tocou… Amo-te amor.
Cynthia, passados já alguns meses, espero que tenha resolvido seu “problema”… 😉
Rômulo & Maira, só posso agradecer por nos brindar com o link direto para essa cena do filme! Valeu!
Gabriele, quando criei este “espaço virtual” imaginei que ele pudesse se transformar em um pouco de tudo (como, de fato, se transformou): fórum de discussões, arquivo jurídico, dicas informáticas, temas variados como quadrinhos, crianças, genealogia, relações, etc. Mas, sinceramente, nunca o imaginei sendo utilizado como meio para declarações de amor! Por isso, fique à vontade! E, ao namorado da Gabriele, só posso recomendar que cuide muito bem dessa relação…
Nossa, fiz o mesmo, procurei em toda a internet alguem q levou essa sena á serio… axo q eu nao teria palavras pra responder dessa maneira, mas foi excelente… uma ótima idéia pra’quele momento intimo né?
não sou fã de filmes romanticos mas no momento, to assistindo todos… sei la né, dizem q o amor acontece… abraço a todos e parabéns pelo blog.
Ameiiiiiiiiiiiii…é perfeito!!
Qualquer mulher se apaixonaria por um homem com tamanha delicadeza!!
Né?…
😀
Olá!
Hoje vi filme pela segunda vez, e, posso dizer que assistiria novamente!
Sou suspeita em falar da cena – eu também fiquei meio que ‘tocada’ com aquelas palavras. Difícil mesmo, ouvir, uma definição assim com precisão e doçura como a do Kevin!
Contudo, já ouvi algo parecido rs
O sujeito em questão não se considera romântico ou poético, ele apenas tem o dom da palavra e é presunçoso ao falar… enfim… gostei do texto e ri com a sua mãe e a ansiedade dela que para mim, também é familiar rs
Visita meu blog, resenhas e outras causos por lá
Abraço,
Cara, que incrível.
Acabei de ver essa cena neste exato filme, a priori eu estava pouco ligando para o filme. Porém quando essa cena surgiu, eu atentei para a pergunta dela e para a respectiva resposta.
Realmente achei impactante e fui procurar a resposta do médico para postar e encontrei o seu artigo. Li todo ele e achei bem maneiro.
Obrigado por compartilhar!