A notícia já é meio velha, mas ainda assim interessante. Que cada um chegue às próprias conclusões…
Quarta-feira, 21 dezembro de 2005 – 12:47
IDG Now!
Depois de uma experiência de dois anos com o software livre OpenOffice, a Câmara dos Deputados está adquirindo licenças da suíte de aplicativos proprietários Microsoft Office para os computadores da casa.
Reclamações dos usuários sobre incompatibilidades entre a plataforma exclusiva de softwares livres com as atividades e necessidades da instituição obrigam a aquisição do Microsoft Office, de acordo com a Câmara.
O OpenOffice continuará a ser usado, mas os deputados, comissões, lideranças partidárias e setores técnicos da Câmara terão a opção de usar também o produto da Microsoft.
Para realizar a compra, a Câmara obteve da fabricante o desconto mais alto que a empresa oferece em nível mundial, o que vai permitir a aquisição das licenças por cerca de metade do preço de mercado.
Os níveis de descontos variam da categoria A (mais baixo) até D (mais alto). A Câmara, assim como a maioria dos órgãos do serviço público federal, possui normalmente um nível de desconto C, mas na aquisição atual conseguiu um nível de desconto D.
Com isso, o preço de mercado das 7.587 licenças, estimado em 11 milhões de reais, deve baixar para aproximadamente 6 milhões de reais, já que as revendedoras Microsoft poderão competir entre si pela melhor oferta.
O pregão para aquisição das licenças ocorreu entre 15h00 e 18h40 da terça-feira (20/12), mas, como não foi concluído, será retomado às 14h00 da quinta-feira (21/12).
Dores de cabeça
Segundo a Câmara, a adoção do OpenOffice trouxe uma economia significativa de recursos, porém ocasionou problemas no envio e recebimento de documentos de outros órgãos, além de exigir um investimento maior em treinamento.
Além disso, não é possível implantar o OpenOffice em todos os equipamentos da Câmara, em razão de limitações do software, dependência de determinadas aplicações e uso avançado de recursos do pacote da Microsoft.
É o caso, por exemplo, do deputado Júlio Lopes (PP-RJ). “Nós trabalhamos com Word no escritório no Rio. Não há compatibilidade entre os programas. Prefiro a funcionalidade do Microsoft Office”, resumiu.
Explicações semelhantes foram fornecidas pelas assessorias de outros deputados, como Ivan Ranzolin (PFL-SC), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Ricarte de Freitas (PTB-MT), Jorge Alberto (PMDB-SE) e Coronel Alves (PL-AP).
Reclamações
A Câmara iniciou o uso do OpenOffice em 2003. Ao longo de 2005, a direção da Câmara recebeu 79 pedidos de aquisição do Microsoft Office, vindos de deputados, comissões, lideranças partidárias e órgãos da Casa para os quais o OpenOffice não era suficiente para atender as necessidades administrativas.
As principais reclamações se referem a dificuldades de operação do OpenOffice, perda de formatação ocorrida no recebimento de documentos externos e no envio de documentos para fora do ambiente da Câmara dos Deputados, assim como a incompatibilidade entre documentos do MS-Office e OpenOffice.
“Não estamos substituindo o OpenOffice pelo MS-Office, mas oferecendo ao usuário aqui da Câmara a possibilidade de optar entre as duas plataformas”, resumiu o diretor do Centro de Informática, Luiz Antonio da Eira.
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