Esta é para os jornalistas de plantão!
Recortei-e-colei daqui…
Às vezes, acho que estou velho para tantos casos. Efêmeros. Estou velho, mas ainda gosto do imprevisível, dos riscos. Não que eu seja volúvel, longe disso, é que elas me seduzem. Parece que não sei viver sem elas, sem a variedade delas. Tem gente que vai ao McDonald´s e pede sempre o número 1. Eu sempre gostei de variar, sabe?
Mas quando o homem fica velho começa a pensar se não é hora de sossegar esse fogo, buscar uma relação mais estável, mais fiel. Um amigo meu, também jornalista, vive me dizendo: “as reportagens são excitantes – quem não gosta delas? –, mas já não é tempo de você pensar em trabalhar na edição? A edição é pra casar”.
A edição é o próprio casamento. Uma vida com roteiro pronto a que você se acostuma com o tempo, uma vida mais tranqüila, mais caseira. O grande risco é você engordar, porque se come muito mais. Na reportagem, chego a passar o dia com meia dúzia de cream cracker no estômago.
As reportagens exigem pique, fôlego, preparo físico, mental, espiritual, transcendental. Você não pode falhar. Não que eu falhe, longe disso – aliás, nunca falhei, eu juro –, é que eu sinto que as reportagens se ligam mais nos garotões, nos caras que estão começando. Será que não estou fazendo o papel do tiozão bobo que ainda acha que apavora?
O tal meu amigo me disse também que, quando eu quiser, me arruma rapidinho um esquema com a edição. Mas é esquema sério, papel passado e tal. Edição decente, de família.
Mas enquanto eu não me decido, sigo com as minhas reportagens. Aliás, daqui a pouco vou para uma nova, lá no centro da cidade. O pauteiro ainda não me disse do que se trata, por isso, eu fico aqui imaginando, fantasiando. Será que é uma reportagem bem gostosa, daquelas de deixar o jornalista a tarde toda eufórico, extasiado? Só não pense que sou tarado, por favor. Longe disso.
😉