Sabe aquela série?…

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( Roubartilhei lá do Mentirinhas… )

Então.

Esse negócio de “séries” acabou por se tornar algo complicado na vida dos seres humanos hodiernos…

É como um bom filme que você não quer que acabe. E, de fato, não acaba. Não tão rápido, ao menos.

E dá-lhe o acompanhamento nos “sites especializados” (ou seja, no “submundo” da Internet) para saber se já está disponível lá fora o torrent com a legenda daquela(s) série(s) que você acomapanha. Hm? “Netflix”? Tá. Eu sei que é legal, eu sei que é barato, eu sei que é seguro. Mas, caríssimos, por que é que eu vou pagar alguma coisa – ainda que seja meros quinze contos por mês – por algo que posso ter de graça? Comodidade? Tá bom. É um ponto de vista. Mas prefiro guardar essa grana pro meu sacrossanto uisquezinho…

E, só pra constar (ainda que estejamos atravessando um período de inquisição e fogueiras no que diz respeito a “listas”…), abaixo tem uma pequena lista de algumas séries que eu, a Patroa e as crianças acompanhamos. Bem, algumas só eu e a Dona Patroa. Outras, só eu e as crianças. Tá, também tem algumas que só eu. Enfim, tá aí!

– Once upon a time
– Beauty and The Beast
– Arrow
– The Flash
– Gotham
– Agent Carter
– Agents of S.H.I.E.L.D.
– Constantine
– Supernatural
– Sherlock

E, desde já, agradeço as recomendações – até porque muita gente já disse que eu iria adorar e que “tinha minha cara” – mas tentei, juro que tentei, mas algumas séries, por melhores que sejam, jamais emplacaram comigo ou em casa, tais como: “Dexter”, “Walking Dead”, “Game of Thrones” e “House of Cards”

Aliás, daquelas recentes encerradas – muito boas – e das quais ainda sinto saudades, posso tranquilamente citar “House”, “Smallville” e “Battlestar Galactica”.

E falo em somente em “recentes” porque se eu tiver que listar aqui as séries antigas – e clássicas – que eu acompanhava desde pequeno, bem, essa lista vai ficar muito, muito grande… 😉

Dia Internacional da Mulher

Eu poderia falar aqui acerca de um sem-número de motivos para a existência do Dia Internacional da Mulher, do porquê da data 8 de março, da Revolução Industrial, das operárias do setor têxtil nos Estados Unidos, do incêndio, do stalinismo, das condições de vida e de trabalho, do feminismo, da Lei Maria da Penha, do escambau. Enfim, história tem. E de sobra.

Mas não.

Prefiro deixar de lado tudo isso e, sem nenhum meio tom, partir logo para o que interessa.

Homenageá-las, bem cá do meu jeito, com alguns textos já publicados aqui no Legal e que, na minha opinião, têm tudo a ver com vocês.

Feliz dia de hoje!

O único defeito da mulher

Se uma memória restou das festinhas e reuniões familiares da minha infância foi a divisão sexual entre as pessoas: mulheres de um lado, homens do outro.

Não sei se hoje isso ainda ocorre. Sou anti-social a ponto de não frequentar qualquer evento com mais de quatro pessoas, o que não me credencia a emitir juízo. Mas era assim que a coisa rolava naqueles tempos.

Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto observando tudo.

Bom, rapidinho verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatômicas. A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.

Explico: do lado masculino imperava o embate das comparações e disputas.

Meu carro é mais potente, minha TV é mais moderna, meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, o meu time é mais forte, eu dou três por noite e outras cascatas típicas da macheza latina. Já do lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir.

Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimônia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como fofoca. Discordo.

Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil. Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, frequentando e levando bomba no bê-á-bá da vida, as mulheres já chegam na metade do segundo grau. Qualquer menina de dois ou três anos já tem preocupações de ordem prática.

Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso. Em outras palavras, ela já chega sabendo. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a história é outra. Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo? Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não, nunca viram e nem verão.

Porque o homem nasce, vive e morre uma existência juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.

E aí reside a maior diferença: o que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, é competição. É fuga.

Falo sem o menor pudor. Sou direto. Sou assim. Todo homem é assim. Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.

Porque toda mulher é linda. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe. É só saber olhar. Todas têm sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones de cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. Incautas não por serem ingênuas, mas por acreditarem.

PORQUE TODA MULHER ACREDITA FIRMEMENTE NA POSSIBILIDADE DO HOMEM IDEAL.

E esse é o seu único defeito.

***

E é bem assim…

Aliás, um pouquinho mais do mesmo, nestes links:

Dia da Mulher

A beleza feminina sob a ótica masculina

O maior sedutor

Pequeno manual de sobrevivência (masculina)

Dia dos Namorados

Vital e sua moto

Essa música é, sim, da MINHA época…

E tem muita história por trás de história pra contar sobre ela. Mas não hoje. Pois fiquei sabendo que faleceu Vital Dias, vítima de câncer, o batera da banda Paralamas do Sucesso na época – e que, inclusive, foi a inspiração para a música. Para quem conhece possa relembrar e para quem nunca ouviu possa conhecer, eis um vídeo feito sobre o tema a partir de uma muito simpática montagem com Lego…

Atleta urbano


E quem sabe o que verdadeiramente se passa dentro do coração humano?
A SOMBRA sabe…

E então, aproveitando que estou de férias mesmo, nada como procurar manter mens sana in corpore sano… Não, não é nada disso que vocês estão pensando, ô cambada de pecadores! Isso é latim, tá bom? Quer dizer “mente sã em corpo são”. Simples assim. E já que minha mente é um espetáculo (vejam bem, eu disse “mente”, não “memória” – pois nesse último quesito até mesmo pombos se saem melhor que eu…), então, pela milésima, quadricentésima, sexagésima nona vez, resolvi voltar a correr.

Acordaria cedinho no dia seguinte, no horário de praxe – cinco da matina – e antes mesmo de levar os filhotes pra escola – que entram às sete – eu faria uma boa série de alongamentos e já encararia uns bons quilômetros de alazônico galope!

Só que daí, já que estou de férias mesmo, com todas aqueles episódios não assistidos das séries que costumo acompanhar, bem, aproveitei pra me colocar em dia – sabem como é, né? Ou seja, fui dormir mais de uma da manhã…

Bem, não importa. Tenho confiança no meu infalível relógio biológico!

Que, lógico, falhou.

E assim, no dia seguinte, lá do ninho aconchegante que se tornou minha cama, resolvi dar uma lânguida e preguiçosa olhada no celular para ver quanto tempo ainda faltava para ele começar a despertar…

E já era umas seizivinti!!!

Passado o inicial choque elétrico que percorreu meu corpo e depois de, na sequência, praticamente jogar a Dona Patroa cama afora (eu sei que um dia ainda vou ter que pagar por isso…), corri pra acordar a criançada, fazer café, colocar pão na mesa… Mas… Cadê pão? Táquiôspa!

– Môr! Vai fazendo o café que eu vou buscar pão, tá bom?

Não tenho muita certeza, mas pelo estilo do grunhido ela deve ter dito algo como um “sim”…

É lógico que esqueci que meu sogro tinha saído com o carro na véspera e, tendo sido o último a guardá-lo, atrapalhou toda a “logística” da garagem. E, detalhe: o carro dele, um Golzinho dos quadrados, não pode ficar na rua, porque a porta do motorista não fecha. E nem posso achar ruim, porque fui EU quem destruiu a capacidade de a porta trancar direito. Mas essa é uma outra história.

Enfim, abre todas as fechaduras do portão de castelo da garagem, dá partida no carro do sogro que não pega, insiste, liga, tira o carro do sogro, tira meu carro, dá partida, insiste, xinga, liga e guarda a porra do carro do sogro, tira o carro da Dona Patroa, guarda meu carro, fecha todas as fechaduras do portão de castelo da garagem, pega o carro da Dona Patroa, vai até a padaria, compra pão, volta pra casa, põe o carro em cima da calçada (já falei que tiveram a capacidade de colocar uma placa de “Proibido Estacionar” BEM EM FRENTE de casa?), chega esbaforido na cozinha e… todo mundo já tomou café.

– Cumassim???

– Ué, amor, você estava demorando e resolvi fazer uns bolinhos de chuva, que é bem rapidinho. Só que gostaram tanto que não sobrou nenhum pra você…

– Gnagnagnagnagnagna…

– Oi?

– Nada não.

Bem, estando dentro dos rígidos padrões de horário escolares, e já voltando pra casa agora era só botar em prática o “Projeto Corrida” e zuzo bem!

Mas, aproveitando o ensejo, resolvi dar uma checada nos e-mails. E ver as notícias. E conferir o Instagram. E ler as últimas do Twitter. E dar uma passeada no Facebook. E atualizar o blog. E responder aquele outro e-mail. E…

– Môr, já tô indo, que tô atrasada, tá bom?

– Ué, mas você não entra às nove?

– E que horas você acha que são?

Caceta! Como o tempo voa e a gente nem percebe! E o pior é que agora o sol já está alto e eu, com minha pele de tez moreno-hipoglós, não tenho a mínima condição de enfrentá-lo. Paciência. Fica pra mais tarde, então…

E, nesse meio tempo, entre o começo do dia e o final da tarde, fiz aquelas faceiras coisas corriqueiras que um bom sujeito de férias sempre costuma fazer… Isso mesmo. Se eu não estava consertando alguma coisa, estava furando, quebrando, refazendo ou montando. Isso fora um relatório que tive que encaminhar para o serviço, já trabalhando no “modo certo de operação”. Mais a necessidade financeira absoluta de fazer as declarações de imposto de renda em casa – minha e a da Dona Patroa – e o dia acabou-se num átimo (não é ótimo usar palavras que muitos de vocês jamais ouviram?)…

Seis da tarde! Pouco mais de doze horas depois do planejado, mas já num clima agradável, sem sol pra castigar e ainda com o dia claro o suficiente para um bom exercício! Peguei meu bom e velho par de tênis de corrida comprado especialmente para esse fim há cerca de uns quatro anos – e pelo qual paguei quase um caldeirão de sestércios! Curioso que após tantos anos ele encontra-se praticamente novo. A marca deve ser realmente muito boa!

Fui ter para com meu filhote mais velho:

– Filho.

– Oi, pai?

– Vou dar uma saída, tá bom? Se sua mãe chegar, diga que fui correr e já volto.

– VOCÊ vai correr, pai?

– Vou, lógico! Pelo menos uns dez quilômetros!

– HUAHUAHUAHUAHUAHUA!!!!

– (…)

Diacho. Só não corto a mesada desse moleque porque ele não tem.

Pois bem. Lembrando de um artigo do dr. Drausio Varella que li recentemente, resolvi seguir o conselho do nobre médico: alongamento pra quê? Afinal de contas, meu corpo ainda estava despertando para a ginástica! Acocorei-me, dei umas esticadas, umas estraladas na coluna, quase fui atropelado ao atravessar a avenida, olhei para diante, pelo meu longo caminho a frente e, antes de começar a corrida, cheguei a uma sábia conclusão.

Melhor diminuir minhas expectativas.

Cinquenta por cento tá bom. Caminho uns cinco quilômetros adiante, aqueço-me o suficiente e volto correndo. Plano perfeito! E lá me fui.

E, absorto em meus pensamentos, depois de horas caminhando em forçada marcha, certamente já tendo atravessado inclusive a divisa da cidade (talvez de mais de uma!) fui me dar conta de onde estava. Coisa de pouco mais de um quilômetro de casa. Na mesma avenida, ainda. Cerca de, sei lá, uns quinze minutos desde minha saída. E suando. MUITO.

Então resolvi diminuir minhas expectativas.

“É. Pro primeiro dia, tá bom, né?”, disse pra mim mesmo. E mim mesmo, confiante, respondeu-me sem pestanejar que voltar correndo não ia rolar. Ah, não ia mesmo!

Olha só: já que eu ia voltar a partir dali e tinha caído pra apenas vinte por cento do plano original (um quilômetro pra ir e outro pra voltar em detrimento dos planejados dez quilômetros), restar-me-ia apenas dez por cento para, de fato, correr – ou seja, o quilômetro de volta, pensando naquele meu joelho latejando e com os parafusos meio que espanando tive que convir comigo mesmo.

O negócio é diminuir minhas expectativas.

Caminho metade da volta e corro o resto. Cinco por cento do plano original. Para um paquiderme sedentário como eu, vamos combinar que tá pra lá de bom! E lá fui eu, caminhando em passo célere, suando como se estivesse debaixo de uma ducha – imaginem se estivesse debaixo do sol? – e vendo todo aquele povo que provavelmente faz suas caminhadas e corridas todos os dias (aliás, tenho certeza que já vi essa morena passar por mim por pelo menos duas vezes!). Ao longe, cada vez menos, minha casa se aproxima e meu ânimo para começar a correr é diretamente proporcional à minha vontade de tomar uma cerveja gelada…

Então resolvi diminuir minhas expectativas.

Faltando cerca de uns cem metros para chegar em frente de casa eis que começo uma tímida corridinha leve (cara, esse tênis é bom mesmo!), aos cinquenta metros me empolgo e já começo a correr com desenvoltura (por que é que eu não comecei correndo desde o início?), a uns quinze metros já passo a me sentir o próprio Rocky Balboa e resolvo fazer aquele sprint na ponta final da corrida, e, finalmente, suadamente, cansadamente, aos cinco metros finais eu descubro o tamanho da merda que fiz.

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MEU. JOELHO. FUDEU. MEU. JOELHO.

De Rocky Balboa a Corcunda de Notre-Dame. Ao menos foi assim que eu me senti ao atravessar a avenida de volta para casa. Mardito Varella! Sem fôlego, com o joelho latejando, e maldizendo toda essa tal de “geração saúde” que vive falando das vantagens de se exercitar. Não tinha como piorar.

Mas, na verdade, tinha.

Cadê a chave? Cadê a porra da chave do portão de casa???

Sobre minha mesa, que é onde ela deveria estar, não é mesmo?

Toca a tocar a campainha. De novo. E de novo. E novamente. Não é possível! Com exceção da Dona Patroa, tá todo mundo em casa, que eu sei. O filhote número um deve estar no computador, com seus fones editando algum vídeo, o do meio, em seu quarto curtindo com seus fones alguma música que baixou no celular, o caçula, com seus fones, afundado nas almofadas do sofá jogando o tal do DS, e, por fim, meu sogro, sem fones, porém – será que já não falei isso antes? – surdo como uma porta. De carvalho. Dupla.

E meu joelho doendo.

Após muita insistência (ou sorte, ainda não sei) o filhote mais velho veio abrir o portão. Rindo.

– E daí, pai? Correu os dez quilômetros?

– Gnagnagnagnagnagna…

– Pelo menos cinquenta por cento disso?

– Humpf.

– Tá, pai. Ao menos fala quantos por cento você de fato correu!

– Um por cento…

– O QUÊ???

– Um por cento, tá! Isso mesmo. Ou quase, ao menos…

– HUAHUAHUAHUAHUAHUA!!!!

– (…)

Diacho. Só não deserdo esse moleque porque não tenho herança nenhuma pra deixar.

O que me leva a uma interessante conclusão… Na casa de um homem, seu sacrossanto lar, seu refúgio, seu castelo, a regra é muito clara: ou se tem respeito ou se tem filhos. Os dois juntos? Impossível!

Bem, enfim, foi isso. Após toda essa desventura ao menos pude tomar uma boa ducha para recolocar cada pedaço de mim de volta ao seu devido lugar. Detalhe: pouco antes de entrar para o banho a Dona Patroa ligou, dizendo que estava no supermercado e perguntando se eu queria alguma coisa. “Uma cervejinha, pode ser?” E, pasmem, ela concordou! Ao menos algo daria certo no final do dia. Nada como relaxar, limpo, exaurido e refrescado, tomando uma breja estupidamente gelada!

E já estava eu na varanda, quando ela veio subindo as escadas.

– A-mô-or… Cheguei!

– Ah, como diria aquele outro, Sua Linda! Você trouxe de verdade o que disse que iria trazer?

– Claro!

– Ah, que belezinha!

– E já tá até geladinha!

– Jura?

– É, sim. Toma aqui a sua cervejinha sem álcool…

– Oi?

Carái! Eu sabia. Eu sabia que ainda ia ter que pagar por ter jogado ela cama afora hoje pela manhã.

Mas – que putz! – precisava ser tão já?… :-/