Essa é mais uma daquele excelente fotógrafo lambe-lambe (que odeia ser chamado assim), uma das pessoas mais foras de série que eu conheço. Para não expor sua verdadeira identidade vamos chamá-lo de Valtinho…
É o único que com suas tiradas tem o poder de transformar um simples conversê de dia-a-dia num memorável proseio, dando sabor as olhos e um verdadeiro colírio para os ouvidos!
E eis que o parceiro de trabalho comenta que assistiu o filme Jurassic World numa, digamos, “cópia para avaliação perpétua” que não estava lá muito boa. E o caboclinho, todo solícito, já solta que também tem esse filme e, que se quisesse, poderia emprestar.
– Mas Valtinho, diga lá: essa cópia é dublada?
– Ih, cara, não. Ela é legendária!
– Ai! Tá bom, tá bom… Mas e você? Gostou do filme?
– Ah, eu não assisti tudo não mas pelo que eu vi na sinapse parece que é muito bom!
– Caramba, Valtinho!
– Aliás, dia desses assisti um filme muito bom também, das antigas. Aquele dos ventos ruivantes…
– Cê tem certeza que era esse o nome?
– É sim! É aquele que tem aquela cena daquela moça que segura na mão a terra vermelha de Tara!
– Valtinho! Esse aí é outro filme! Esse é “E o vento levou”!
– Ih, cara! Será?…
A essa altura do campeonato já deu pra perceber que ele é um caso perdido…
Aliás, outro dia numa apresentação de todo o pessoal do trabalho, ainda teve outra do Valtinho, mas sem o Valtinho. Um por um lá foram eles dizer quem eram e o que faziam.
– Oi, eu sou o fulano e minha função é cuidar da área de jornalismo.
– Olá, eu sou o beltrano e minha função é cuidar da área de publicidade.
– Tudo bem? Eu sou o sicrano e minha função é cuidar das mídias digitais.
– Oi. Eu sou o peixano e minha função é cuidar do Valtinho…
Tu-dum! Tsss…
A plateia vem abaixo e, rápido, cai o pano.