Cê-de-quê?

E então, por mera coincidência do destino (destinozinho fiadaputa esse!), calhou de eu estar na mesma sala de uma bela moçoila falando ao telefone. Estava eu lá, tranquilo, cuidando de meus afazeres, enquanto ouvia aquela meia conversa só de um lado da linha:

– Então. Isso mesmo. Faz o seguinte: anota aí o meu nome: Alice. Isso. “A”, “ÉLE”, “I”, “CÊ” de sapo, “E”…

Nesse momento ela não conseguiu mais continuar, ante a explosão de gargalhadas que eu fiz ecoar na sala…

Integração Digital

A pergunta que o amigo Bicarato respondeu, elaborada pelo Jornal de Debates, foi a seguinte: “Ter computador é suficiente para inclusão digital?”

 

Tá certo que a entrevista já é meio antiguinha (abril de 2007), mas não perdeu seu caráter de atualidade e também serviu para – finalmente – testar o código certo para fazer funcionar o Youtube aqui no site…

Seguradora lança apólice para casos de assédio moral

É exatamente esse tipo de coisa que eu costumo chamar de “nivelar por baixo”…

Já que o mote do dia foi sobre seguros, que tal às empresas garantir o “direito” de extrapolar com seus funcionários sem ter que colocar a mão no bolso? Basta contratar um seguro específico para “cobertura de atos ilícitos” e pronto! Tá liberado!

Vejam só (direto do clipping da AASP):

“O seguro destina-se à cobertura de diversos atos ilícitos, tanto em processos contra a empresa quanto contra o empregador. Além da discriminação e do assédio moral e sexual, a apólice abarca dano moral, demissão injusta ou imotivada, condutas lesivas à honra e à integridade, privação de oportunidade de carreira, retaliação, injúria e ainda a invasão de privacidade. Segundo Pitombeira (diretor de seguro financeiro da Zurich Brasil Seguros), o seguro também inclui uma consultoria para o gerenciamento dos riscos trabalhistas na empresa e um comitê de acompanhamento.”

Blog Action Day

Fiquei sabendo da existência do Blog Action Day por intermédio do post de hoje lá no Blog do João David, o qual, por sua vez, trouxe através do bom e velho copy & paste uma matéria bastante interessante sobre “Indulgências Verdes”. É que estava marcada para o dia 15 de outubro (ou seja, hoje) uma ação mundial na web reunindo blogs de várias partes do mundo, em que todos publicarão no mesmo dia posts sobre o mesmo assunto: o meio ambiente.

Pois bem.

Estava muito quente e seco nos últimos dias. Essa noite choveu.

Pra caramba.

E eu de moto.

Tá suficientemente bom de meio ambiente pra vocês?

Um pouco de história

De quando em quando tenho o hábito de reler alguns bons livros que tenho na minha parca biblioteca caseira. O estilo do livro sempre dependerá do momento (e humor) pelo qual estou passando: às vezes ficção, outras humor, um livro bem técnico sobre informática, algum compêndio jurídico, algo sobre genealogia, um simples gibi, enfim, varia…

A “bola da vez” diz respeito a gerenciamento e administração. Há alguns dias lembrei-me de uma história lá de meados da década de oitenta, quando as empresas passaram a valorizar os profissionais que tivessem passado por momentos de aguda crise em suas empresas. Ainda que as empresas tivessem falido, esses profissionais eram disputados a tapa no mercado de trabalho, pois seriam eles – justamente por já terem passado por isso – quem teriam condições de identificar possíveis sintomas que levariam uma empresa à bancarrota.

Ora, já dizia um velho ditado que aprender com os erros do passado seria a única maneira de evitá-los no futuro. Ou seja, quem não estiver disposto a aprender com a história, estará fadado a repeti-la…

O livro?

“Big Blues – A derrocada da IBM”, de Paul Carrol. Publicado em 1994 (ou seja, quando a microinformática começava a, de fato, a conquistar o mundo), esse livro conta a história da IBM desde sua fundação até o começo da década de oitenta, quando o computador pessoal acabou fazendo com que essa outrora poderosíssima empresa, sucumbisse ante seu próprio gigantismo, acomodação, burocracia e inflexibilidade. De quebra conta como algumas pequenas e incipientes empresas souberam aproveitar a crista da onda e acabaram por colocar definitivamente sua marca na história da informática. Estamos falando, é claro, de casos como os da Apple, Intel, Compaq, Sun e Microsoft.

Aliás, independentemente da opinião de qualquer um, há que se render à genialidade de Bill Gates, da Microsoft, pois mais que qualquer um ele soube aproveitar o momento em que estavam vivendo. Talvez o mais curioso seja uma passagem na qual ele, na condição de ex-hacker (isso existe?), se mostra indignado ante a postura de outros que estavam “utilizando indevidamente” o software que criou.

Como a maioria dos hackers, Gates considerava em geral a programação como um exercício intelectual, muito embora tivesse uma opinião notavelmente diferente sobre as possibilidades financeiras do software. A maioria dos hackers era constituída de remanescentes da década de 1960, que pensavam no computador pessoal como o instrumento democratizador final. Consideravam os PCs como uma maneira de dar poder às pessoas, permitindo que todos tivessem acesso aos poderosos computadores que haviam sido os principais símbolos do sistema empresarial. Os hackers achavam que o software devia ser compartilhado. Uma pessoa escreveria alguma coisa e a divulgaria. Outros melhorariam o software, terceiros introduziriam novos melhoramentos no que fora conseguido e assim por diante – de maneira muito parecida com os pintores que se valeram das ideias e técnicas de seus predecessores para, através dos séculos, construir sobre a obra uns dos outros. (…)

Agora vocês poderiam dizer: “Uai, mas isso nada mais é do que o princípio do Software Livre, tão divulgado pelo Linux!”. Crianças, lembrem-se que esse livro foi escrito no início da década de noventa, de modo que o Linux (que, por sua vez, foi baseado no já antigo Unix) mal tinha saído das fraldas. Coisas como copyleft e as licenças GPL e Creative Commons simplesmente não existiam. Esses princípios, que praticamente uma geração inteira vêm seguindo, já existem há muito mais tempo do que possam imaginar. Faz parte da própria história da humanidade. E, como já disse lá no início, faz-se necessário aprender com a história, senão…

Direito à fuga

Ele não está descrito em nenhum código ou lei e também não está previsto na Constituição. Ao senso comum parece até absurdo, mas é visto com bons olhos pelo judiciário. O direito à fuga voltou a ser tema de debate entre juristas com a prisão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola em Mônaco, no dia 15. Condenado a 13 anos de prisão em 2005, ele deixou o Brasil em 2000 sem nenhuma restrição da Justiça.

Todo cidadão que cometer um crime pode fugir se achar que é vítima de injustiça. Não tem a obrigação, portanto, de colaborar com a Justiça. “É direito natural do homem fugir de um ato que entenda ilegal. Qualquer um de nós entenderia dessa forma. É algo natural, é inato ao homem”, diz o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.

Novamente me pego consultando a velha foto de minha carteira de advogado para saber se, como eu, acharia que tudo isso não passa de um grande disparate. Dessa vez não recebo de volta sequer um sorrisinho cínico – pois não há ninguém lá. Deve ter saído para gargalhar em algum outro canto…