Trabalho em equipe

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Adauto de Andrade

Recebi esta via e-mail lá do amigo Cláudio Graziano. Se é do tal do livro “Bar do Zé”, não sei – mas que faz sentido, isso lá faz. Confiram:

Você vai ao bar e bebe uma cerveja.

Bebe a segunda cerveja…

A terceira, e assim por diante.

O teu estômago manda uma mensagem pro teu cérebro dizendo;

– Caracas véio… O cara tá bebendo muito liquido, tô cheião !!!

Teu estômago e teu cérebro não distinguem que tipo de líquido está sendo ingerido, ele sabe apenas que “é líquido”.

Quando o cérebro recebe essa mensagem ele diz:

– Caracas, o cara tá maluco !!!

E manda a seguinte mensagem para os rins:

– Meu, filtra o máximo de sangue que tu puder. O cara aí tá maluco e tá bebendo muito líquido. Vamos botar isso tudo pra fora.

E o rim começa a fazer até hora-extra, filtrando muito sangue e enchendo rápido.

Daí vem a primeira corrida ao banheiro.

Se você notar, esse primeiro xixi é com a cor normal, meio amarelado, porque além de água, vêm as impurezas do sangue.

O rim aliviou a vida do estômago, mas você continua bebendo, e o estômago manda outra mensagem, agora para o cérebro:

– Cara, ele não pára. Socorro !!!

E o cérebro manda outra mensagem pro rim:

– Véio, estica a baladeira, manda ver aí na filtragem !!!

O rim filtra feito um louco, só que agora, o que ele expulsa não é o álcool, ele manda pra bexiga apenas… água (o líquido mais precioso do corpo).

Por isso que as mijadas seguintes são transparentes, porque é água.

E quanto mais você continua bebendo, mas o organismo joga água pra fora, e o teor de álcool no organismo aumenta, deixando você mais “bunitim”.

Chega uma hora que você tá com o teor alcoólico tão alto que teu cérebro te “desliga”.

Essa é a hora que você desmaia… dorme… capota… resumindo: essa é a hora que o “teu” não tem dono!!!

Ele faz isso porque pensa:

– Meu, o cara tá afim de se matar. Tá bebendo veneno pro corpo. Vou apagar esse doido pra ver se assim ele para de beber e a gente tenta expulsar esse álcool do corpo dele…

Enquanto você está lá, apagado (sem dono), o cérebro dá a seguinte ordem pro sangue:

– Bicho, apaguei o cara. Agora a gente tem que tirar esse veneno do corpo dele. O plano é o seguinte: como a gente está com o nível de água muito baixo, passa em todos os órgãos e tira a água deles, e assim a gente consegue jogar esse veneno fora.

O sangue é como se fosse o Office-Boy do corpo.

E como um bom Office-Boy, ele obedece às ordens direitinho, e por isso começa a retirar água de todos os órgãos..

Como o cérebro é constituído de 75% de água, ele mesmo é o que mais sofre com essa “ordem”, e daí vêem as terríveis dores de cabeça da ressaca.

Então…

Eu sei que na hora a gente nem pensa nisso, mas quando forem beber, bebam de meia em meia hora um copo d’água, porque à medida que você mija, já repõe a água perdida.

Ou então… BEBA MODERADAMENTE !!!!!!!

(Texto retirado do livro “O Bar do Zé”)

Zinabre

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

Sempre com o nobre intuito de compartilhar conhecimentos e, modestamente, dar a nossa singela contribuição ao nosso já riquíssimo léxico, este Copoanheiros traz, em primeira mão — nem o Google tem (até agora) essa resposta –, mais uma acepção pra um verbete que, provavelmente, só não foi dicionarizada até agora por que os acadêmicos não frequentam botecos. Ok, tudo bem, eles até devem frequentar, mas entre os dois copos que cada um bebe, ficam apenas com

acepipes, antepastos, aperitivos, bijungarias, chichas, gulodices, gulosarias, guloseimas, guloseiras, gulosices, gulosidades, gulosinas, iguarias, lambarices, lambetas, lambujems, paparichos, paparicos, petiscos, petisqueiras, pipiretes, pitéus, quitutes, tira-gostos

Ocorre que, dia desses, a Yaso jogou no Facebook uma daquelas dúvidas existenciais que nos acometem frequentemente: *tentando descobrir onde tomar alguma coisa hoje*.

Prontamente, a Lau e o Duende se prontificaram a ajudar a minimizar essa angústia e eu, separado por alguns milhares de quilômetros, me prontifiquei a, fraternalmente, brindar a todos psiquicamente, sugerindo ainda alguns zinabres pra acompanhar. Mas, eis que a Lau, talvez pela tenra idade (!), simplesmente desconhecia o que seriam zinabres! E foi procurar no Google — evidentemente, sem sucesso.

Voltando ao início — esses papos de boteco vão e vêm, num têm muita lógica não –, e evitando que outros jovens passem pela mesma angústia da Lau, arrisquemos, portanto, uma definição a ser dicionarizada. Contribuições, sugestões e acréscimos são bem-vindos:

Zinabre subst. 2gên. — a quintessência dos botecos, são a verdadeira alma que dão o tom (e salgam) elucubrações etílicas e fraternos encontros. Mas, cuidado! Depois que se descobrem os segredos iniciáticos dos zinabres, sua vida nunca mais será a mesma.

Enfim, esperamos que, se nossa modesta contribuição não seja acatada pelo Houaiss ou pelo Aurélio, sirva pra salgar outros papos etílicos por aí.

P.S.: além de inúmeras referências, descobri, aliás, que o site Baixa Gastronomia tem como extensão na URL exatamente… .zinabre.com.
CQD!

Lady in Red

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Zé Luiz Soares

Na falta de tempo pra criar, vou postando clássicos do meu blog pessoal. Espero que gostem. Este é de outubro de 2008, e foi realmente uma cena inesquecível. Grande abraço e parabéns pela qualidade dos textos.

A Dama de Vermelho

Ela chegou sozinha. Parou em frente ao balcão onde eu estava, deu um boa noite discreto como seu sorriso, vistoriou o ambiente e, antes de sentar-se numa mesa bem em frente, pediu um cinzeiro – que imediatamente passei às suas mãos.

Era jovem, na faixa dos 25, mas vestia-se como uma mulher de mais idade. O vestido vermelho, quase bordô, colado ao corpo esguio, revelava suas formas e exalava uma sensualidade que destoava do seu comprimento – abaixo dos joelhos – e do decote – quase na altura do pescoço.

Uma mulher elegante, sem dúvida. Salto alto, pernas lindamente cruzadas. Cabelos presos, maquiagem leve e um rosto juvenil, ainda que o “conjunto da obra” sugerisse um perfil mais maduro.

Pediu o cardápio, e decidiu rapidamente: Black Label ( o mais caro), sem gelo, e água com gás.

Fiquei surpreso. Ali estava alguém que sabia escolher uma bebida. Noite após noite, vejo clientes pedindo as mesmas coisas de sempre: chope, refrigerante, caipirinha, suco. Foi-se o tempo em que pedir whisky era natural. Após a Lei Seca, então, as garrafas de malte só faltam empoeirar na prateleira.

O pedido da moça, no entanto, remetia aos melhores bebedores de épocas passadas. O escocês, 15 anos, sem gelo – para não alterar seu sabor; a água, com gás – para apurar o paladar. Ela sabia das coisas.

Pra me encantar ainda mais, em vez de um cigarro comum, acendeu uma cigarrilha. Um charme. Movimentos de mão suaves, começou a tragar com uma elegância que não se vê mais. Gilda, total.

Como nada é perfeito, de repente sacou o celular – praga dos tempos modernos – e, freneticamente, começou a procurar mensagens, ou quem sabe algum número a discar. Falou com alguém, levantou-se e, sem desligar, perguntou-me o número do bar. 1229? OK.

Pensei: tá esperando o namorado. Normal.

Alguns minutos depois, chegou sua companhia. Era só um casal de amigos, que vieram também pra assistir ao show.

E com eles ficou até o fim. Até a hora em que pagaram suas contas, e ela se foi, sozinha. Pagou em cheque, como se fizesse questão de que seu nome assinasse aquele momento: Renata.

Foi-se, mas deixou no Villaggio uma atmosfera que há muito tempo eu não sentia. Se a boemia legítima não existe mais, o que aconteceu ali foi um instante nostálgico, que valeu a noite.

Dama de Vermelho, obrigado.

Desce duas, desce mais…

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Cacá

Minutos depois, chega um e-mail dizendo: você está convocado. Venha, apareça, leia, escreva, participe e, evidentemente, sente pra tomar uma com a gente (olha! até rimou…).

Minutos antes, estava eu distraído quando, de repente, não mais que de repente, surge um e-mail com um usuário, uma senha e um link. Tudo remetendo para este lugar, onde estou agora traçando estes desalinhados caracteres.

Pois bem… Certezas, eu tenho poucas. Uma delas é que ninguém aqui por perto presta, no sentido mais conservador da crítica, e que no final das contas acaba sendo um bom sinal.

Agora estou escrevendo mais por obrigação pelo convite que chegou. Neste momento, estou – vejam a incoerência! – de idéias sóbrias demais para estes arredores. Tomado por trabalho (propaganda, mídia, internet, afins e etc e tais), política (bolinhas de papel, bexigas d’água e outros assuntos menos relevantes como endividamento público, educação, saúde e segurança) e outras cositas más, acabo ficando sem a inspiração devida para começar um assunto de forma aleatória como é o mais comum num boteco.

Pelo menos, uma polêmica eu tenho pra colocar na mesa, no melhor estilo de quem lança o tema e levanta-se rapidamente pra ir ao banheiro, buscando se eximir da culpa do destino que o assunto tomou nas bocas alheias e, pior, ébrias:

ROUBARAM O PALESTRA ONTEM, CAZZO!

Sem mais, me deixa ir ao banheiro. Preucupa-me a volta. Que destino tomará essa conversa?

E O Buteco Vai Enchendo…

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Sandino

Não sei se fiquei contente ou preocupado ao ser convidado para este recinto. Mas como disse o Copoanheiro Adauto, no A.A. não podemos ingressar, pois de Anônimos não temos nada.

E aproveitando deixo aqui algo de extrema importância, pois independente de onde você esteja, a cerveja não pode faltar. Então caso você esteja perdido em qualquer um lugar que se fale os idiomas abaixo, é só encontrar um boteco e fazer seu pedido, e não deixe de ser educado e desejar Saúde antes do primeiro gole:

Inglês: “One beer, please” – “Cheers”
Espanhol: “Una cerveza, por favor” – “Salud”
Italiano: “Una birra, per favore” – “Salute”
Francês: “Une bière, s’il vous plait” – “Santé”
Latim: “Unam cervesiam, si placet” – “Sanitas bona”
Grego: “Mia beera, parakalo” – “Iamas”
Alemão: “Ein Bier, bitte” – “Prost” (Alemão); “Ein Prosit” (Dialeto bávaro)
Holandês: “Een bier alstublief” – “Proost”
Flamenco(Bélgica): “Een pintje alstublief” – “Proost”
Danês (Dinamarca): “En øl, tak” – “Skål”
Suéco: “En öl, tahk” – “Skål”
Norueguês: “En øl, takk” – “Skål”
Finlandês: “Yksi olut, kiitos” – “Kippis”
Tcheco/Eslavo: “Jedno pivo prosím” – “Na zdraví”
Polonês: “Jedno piwo prosze” – “Na zdrowie”
Russo: “Odno pivo pozhaluista” – “Na zdorovje”
Húngaro: “Egy sört kérek” – “Na zdrave”
Japonês: “Birru o ippon kudasai” – “Kampai”
Coreano: “Magjoo hanna Juse-yo” – “Chukbae”
Chinês Mandarim: “Ching gai wor e ping pea jou” – “Gan Bei”
Chinês Cantonês: “Ng goi bei gee bear jou” – “Gom bui”