Frase do dia

Essa eu recebi da amiga Paula, que está lá em Santo André, e achei ótima:

“Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”

Nota dez pra ela.

PS.: Como meu outro grande amigo Paulo (coincidência, não?) faz aniversário hoje, fica aqui registrado os parabéns para ele. Só espero que o bolo não ceda sob o peso das velas…

😀

Sanidade

A palavra vem do latim sanitate e significa (1) qualidade ou estado de são; (2) salubridade, higiene; (3) normalidade física ou psíquica.

E, também do latim, temos a frase mens sana in corpore sano, ou seja, espírito sadio em corpo são. Frase de Juvenal, utilizada para demonstrar a necessidade de corpo sadio para serviços de ideais elevados.

Sanidade.

Sanidade física, sanidade mental, sanidade psíquica.

Algo difícil de se manter e facílimo de se perder. Ainda que temporariamente. Ainda que por desleixo, por pressão ou por inércia. Encontrada nos mais variados graus, alguns beirando a área limítrofe de sua perda. Varia de indivíduo para indivíduo.

Cada pessoa encontra sua maneira particular para mantê-la. Através de rotina. Através de trabalho. Através de diversão. Através do amor. Através do vício.

De minha parte eu mantenho esse cantinho aqui pra escrever de quando em quando. É o que ajuda a manter a minha em particular…

Entreatos

Ontem, numa conversa etílica sobre currículos, veio à lembrança o causo a seguir, resgatado diretamente das catacumbas de meu disco rígido.

Esta ficha de emprego foi preenchida por um jovem rapaz para o McDonald’s no Rio de Janeiro. Serve também para se observar a quantidade de perguntas cretinas que são feitas ao candidato. Diz a lenda que a empresa o contratou por ter considerado a ficha honesta e engraçada…

FICHA DE EMPREGO

NOME: Julio Moura

SEXO: Ainda não. Estou esperando pela pessoa certa.

CARGO DESEJADO: Presidente ou Vice-Presidente da Companhia. Falando sério, qualquer um que esteja disponível. Se eu estivesse em posição de escolher, eu não estaria me inscrevendo aqui.

SALÁRIO DESEJADO: US$15.000,00 por mês e todos os privilégios existentes. Se não for possível façam uma oferta e poderemos chegar a um acordo.

EDUCAÇÃO: Sim.

ÚLTIMO CARGO OCUPADO: Alvo de hostilidade da gerência.

ÚLTIMO SALÁRIO: Menos do que mereço.

MAIS IMPORTANTE META ALCANÇADA NO ÚLTIMO EMPREGO: Minha incrível coleção de canetas roubadas e de mensagens post-it.

RAZÃO DA SAÍDA DO ÚLTIMO EMPREGO: Era um lixo.

HORÁRIO DISPONÍVEL PARA O TRABALHO: Qualquer um.

HORÁRIO PREFERIDO: Das 13:30h às 15:30h, segundas, terças e quintas.

VOCÊ TEM ALGUMA QUALIDADE ESPECIAL? Sim, mas é melhor se ela for colocada em prática em ambientes mais íntimos.

PODEMOS ENTRAR EM CONTATO COM SEU ATUAL EMPREGADOR? Se eu tivesse algum, eu estaria aqui?

VOCÊ TEM ALGUMA CONDIÇÃO FÍSICA QUE O PROÍBA DE LEVANTAR PESOS DE ATÉ 25kg? 25 kg de quê?

VOCÊ POSSUI CARRO? Eu acho que a pergunta mais apropriada seria: ‘Você tem um carro que funcione?’

VOCÊ JÁ RECEBEU ALGUM PRÊMIO OU MEDALHA DE RECONHECIMENTO? Talvez. Eu já fui um ganhador da Porta da Felicidade.

VOCÊ FUMA? No trabalho não, nos intervalos sim.

O QUE VOCÊ GOSTARIA DE ESTAR FAZENDO EM CINCO ANOS? Vivendo nas Bahamas, com uma super modelo morena, incrivelmente rica, burra, sexy e que pensa que eu sou a melhor coisa que surgiu desde a invenção do pão de forma. Na verdade, eu gostaria de estar fazendo isso agora.

VOCÊ AFIRMA QUE O CONTEÚDO ACIMA É VERDADE E COMPLETO DO SEU CONHECIMENTO? Sim. Com certeza.

A Verdade Nua e a Parábola

Nesses nossos tempos em que o discurso midiático tem deixado muito a desejar (aliás a revista Língua Portuguesa deste mês tem um ótimo artigo sobre isso), segue um texto bastante interessante, descaradamente copiado lá do Blog do João David:

A Verdade Nua caminhou pela rua um dia.
As pessoas viraram o olhar para outro lado.

A Parábola chegou, adornada e bem vestida.
As pessoas a saudaram com alegria.

A Verdade Nua sentou-se solitária, triste e despida.
“Por que você está tão triste?” – perguntou a Parábola.

A Verdade Nua respondeu: “Não sou mais bem-vinda.
Ninguém quer me ver. Eles me expulsam de suas portas.”

“É difícil olhar para a Verdade Nua” — comentou a Parábola.
“Deixa-me vesti-la um pouco. Certamente, você será bem recebida”.

A Parábola vestiu a Verdade Nua com um vestido fino feito de narrativa, com metáforas, uma prosa incisiva e enredos cheios de inspiração.

Com riso e lágrimas e aventura a se revelar, juntas elas começaram a desfiar uma estória.

As pessoas abriram suas portas e serviram a elas o que havia de melhor.
A Verdade Nua vestida de estória era uma convidada muito bem-vinda.

(Conto judaico, readaptado por Heather Forest)

Microconto e nanoconto

O amigo Bicarato já tinha falado sobre isso outro dia. Primeiro no site, depois no boteco. Fui lá conferir (no site), e gostei.

O “princípio” do microconto é algo como conseguir expressar uma idéia (um conto) num limite máximo de até 150 caracteres. Não, não estou falando em palavras – estou falando em caracteres! É dífícil, pois força o escritor a trabalhar com as palavras de tal forma que o leitor consiga inferir toda uma situação muito mais ampla do que a que está contida naquela pequena frase. No Portal dos Microcontos existem links para diversos outros sites do tipo.

Na realidade criar um microconto é potencializar o poder de síntese quase que no limite. Só não digo que é no máximo, porque ainda temos os nanocontos. Parte exatamente do mesmo princípio, mas seu limite é de – pasmem – 50 caracteres!

Lá na Casa das Mil Portas – onde os contos são visualizados através de um sistema randômico (o Bica adorou isso) – tem inúmeros exemplos desses nanocontos. Segue um curtinho (é lógico), de autoria de um certo Gabriel Ramalho:

“Hoje não meu bem. E virou de frente para ele.”

Equacionando a imaginação

Outro dia, participando de um curso que nesse momento tem uma forte tendência ao economês, estávamos a falar sobre como se forma o PIB (Produto Interno Bruto), bem como de seus componentes. Uma das coisas que “aprendi” é que:

” Renda + Crédito = Propensão ao Consumo “

Sei não. Isso vem me parecendo mais um enfoque psicológico que qualquer outra coisa. É o caboclo que se sente mais seguro e acaba resolvendo gastar por conta disso. Mas, quer eu queira ou não, essa equação aí é uma das engrenagens que movimenta nossa economia.

Daí eu fico a me perguntar que outras “equações” seriam possíveis de se formar com um pouco de imaginação. Por exemplo: estabilidade gera segurança que gera tranquilidade que pode gerar falta de vontade/compromisso (apatia) que gera relaxamento que gera produção ineficaz (serviço porco) que gera bronca do chefe que gera discussão que gera xingamento que gera desemprego (pé na bunda) que gera pobreza que gera desespero que gera alcoolismo…

Hm? A equação final seria que “estabilidade = alcoolismo”?

Credo. Deixa eu ficar no meu juridiquês mesmo…