Em busca de problemas

De fato, eu mereço!

Cá estou eu, quieto, na comodidade de meu sacro-santo lar, e mesmo assim não sossego. Acho que pareço aqueles velhos que ficam procurando sarna pra se coçar, só pelo prazer de perturbar.

Ocorre que em frente de casa tem um fio telefônico, de poste a poste, que nem sequer tem a ver com a minha casa e que está “com barriga”, ou seja, está totalmente frouxo, numa altura em que uma pessoa na ponta dos pés conseguiria puxá-lo. Que se dirá então de um carro mais alto que passe por ali?

“Tentando” ser um “cidadão consciente”, lá foi a besta que vos escreve ligar para a Telefônica para que tomasse uma providência. Aviso aos navegantes: simplesmente não existe uma opção para esse tipo de reparo nos infinitos menus e submenus do malfadado “103-15”.

Depois de muuuuuuitos minutos discando, rediscando e ligando de novo, através de caminhos tortuosos, consegui falar com uma pessoa de carne e osso (eu acho). Muitos outros minutos foram gastos para convencê-la de que não, não havia nada de errado com minha linha telefônica, mas sim com a fiação de poste a poste que nada tem a ver com a minha casa. O quê? Se eu quero anotar a ordem de seviço? MINHA FILHA, eu não estou interessado em ordem de serviço nenhuma, só estou tentando relatar um problema!!!

(Arf, arf, arf…)

Enfim, o porquê desse post? Sei lá. Só pra extravasar, eu acho. Ou porque, simplesmente, isso dava um post. Mais provavelmente pelo fato de que esse espaço de desabafo ainda continua sendo mais barato que uma boa psicóloga…

Piloto Automático – II

( Direto das catacumbas do Legal… )

Minha mãe tem uma única irmã, a qual vive na Itália há dezenas de anos. De quando em quando ela vem nos visitar e a todos os parentes no Brasil. Isso porque meu avô foi casado três vezes, sendo duas filhas do primeiro casamento, uns dezoito do segundo, e nenhum do terceiro (minha avó materna legítima faleceu quando minha mãe tinha dois anos de idade) – é uma história familiar interessante que outro dia eu contarei por aqui.

Pois bem. Essa minha tia, acompanhada de seu marido, veio nos visitar agora em janeiro, pretendendo ficar por aqui pelos próximos dois meses. E – é lógico – minha mãe passou a ter a estabilidade emocional de um hamster… Quer fazer absolutamente TUDO pra agradar as visitas, envolvendo TODO MUNDO num redemoinho conflitante de emoções. Sei que estou sendo até mesmo cruel para com minha própria mãe ao falar isso, mas – putz! – é difícil administrar tanta ansiedade assim num curto período de tempo. Ainda bem que meus tios são mais descolados e não se deixam afetar tanto.

Eu acho.

O que me lembra que assisti um filme interessante neste fim-de-semana. Chama-se “A Sogra”. Não me lembro se o título original é Mother in law ou Monster in law. Algo assim. Aliás nunca vi a Jennifer Lopez tão lindinha e simpática quanto nesse filme, e a atuação da Jane Fonda está sensacional.

Basicamente é a estória de um médico, filho único de uma apresentadora de TV ricaça que foi aposentada, e que pretende se casar com uma mocinha simples, que vive de bicos. O que obviamente desagradou profundamente sua mamãe. Não é nenhum filme espetacular, mas tem seus bons momentos, garantindo uma diversão leve e bem dosada, principalmente quando A sogra encontra com SUA sogra (pronto, contei).

Mas tem alguns momentos de grande sensibilidade, também. Em particular a Dona Patroa gostou de um, quando o galã convida a mocinha para sair – e concordo plenamente com ela, é muito bonito. A cena: ambos se encontram na praia, sendo que ela mal o conhece, pois se viram muito rapidamente apenas por três vezes. Ele gostaria que ela saísse com ele para jantar; ela não lhe dá muita bola, ao que ele insiste, dizendo que é diferente. Ela, certa de que o rapaz sequer seria atencioso o suficiente, rapidamente se vira de costas e lhe pergunta:

“- Qual é a cor de meus olhos?”

Com ela em primeiro plano, um sorriso divertido no rosto, ele às suas costas, num ar compenetrado e tendo o mar ao fundo, responde algo mais ou menos assim:

“- Num primeiro momento eu diria que são castanhos. Porém quando a luz incide meio de lado, a íris se ressalta, surgindo uma borda escura ao seu redor. Nesses momentos ele ficam cor de mel. Mas na claridade, com o sol batendo direto, eles se tornam verdes.”

Aquele sorriso divertido dela vai, aos poucos, se desfazendo, transformando-se numa sutil expressão de espanto, quase beirando um leve choro. Então, com ela ainda de costas, ele pergunta:

“- Passei muito longe?”

Ela se volta de frente para ele, visivelmente embasbacada e diz:

“- ‘Castanhos’ seria o suficiente…”

Tudo bem, vá lá, podem até achar que se trata de uma cena meio piegas, até porque, por escrito, fica meio difícil de traduzir a carga emocional do momento. Mas que é bonito, ah, é!

E você?

Sabe qual é a exata cor dos olhos de sua paixão?…

* Publicado originalmente em 16/JAN/2006

Férias!

O último dia antes das férias foi pontuado por nada menos que uma feroz batalha travada numa reunião por quem tem o papel de meu braço direito, a segunda fase de uma licitação do tipo melhor técnica para contratação de agência de publicidade; um mandado de segurança, um fechamento de edital de serviços de engenharia do tipo técnica e preço, uma análise expressa de um edital maluco de 341 laudas (também técnica e preço), um estudo sobre empresas de economia mista – e isso fora os afazeres normais do dia-a-dia, telefone, atendimento, etc, etc, etc.

Heh… A bem da verdade, apesar de estar envolvido diretamente em tudo isso que acabei de descrever, quem estava na linha de fogo em quase todas as situações era minha jovem padawan… Resistiu bravamente a todas as provações, conseguindo manter (quase) a sanidade mental.

Ponto pra ela. Muitos pontos. Meu débito para com sua dedicação e firmeza no trabalho só aumenta.

E não, isso não é mero “elogio de chefe”, mas sim um reconhecimento público à capacidade da menina, cujo potencial cada vez mais vem sendo reconhecido e aproveitado (aliás, parabéns pela última nomeação).

E também não me esqueci de minha outra jovem aprendiz. Ultimamente vem demarcando com firmeza seu território, também, cada vez mais, demonstrando seu valor. Ainda tem um longo caminho pela frente – que, diga-se de passagem, está trilhando a passos largos. Nesse curto período de ausência não se preocupe, pois o help desk continua funcionando…

Até mesmo a nossa estagiária está de parabéns (padawan das padawans), pois é tão eficiente, capacitada e dedicada que nem parece que começou agora!

Pois é, com esse time parece que estou a caminho da obsolescência…

Mas chega de rasgação de seda!

Estou de férias.

Durante pelo menos uma semana inteira, apesar dos trabalhos paralelos que demandam minha atenção (serviços de pedreiro, eletricista, encanador e ajudante de funileiro), terei a possibilidade de curtir meus filhotes como há muito tempo não fazia…

Mais notícias à medida que forem ocorrendo…

Jovem padawan

E então você vem ensinando praticamente tudo que sabe para sua amiga, parceira e colega de trabalho (nessa ordem). E então ela vai participar de um congresso-curso-seminário de dois dias em outro estado. E então, dentre os inúmeros participantes, é justamente ela quem se levanta e, com o dedo em riste, desafia os conhecimentos do palestrante – com a aprovação convicta do restante da platéia. E então, após voltar, ela lhe conta tudo isso dizendo que na hora se lembrou de muitas das lições aprendidas com você.

É, pequena gafanhota…

Isso dá um orgulho!…

Questão de ódio

Eu odeio o Banespa. Eu odeio o Santander-Banespa. Eu odeio o Internet Banking Banespa. Eu odeio a assinatura digital. Eu odeio o “Cartão de Segurança On-Line”. Eu odeio as 1.469 vezes que tenho que digitar, redigitar e digitar novamente as 1.469 senhas exigidas na operação. Eu odeio que o trambolho da homepage demore a carregar. Eu odeio a mensagem “Um script nesta página não está respondendo”. Eu odeio ter que começar tudo de novo porque minha conexão atingiu o “tempo-limite”. Eu odeio que este programa tenha executado uma operação ilegal e será fechado. Eu odeio estar tão frio que minha mão tenha ficado doendo e latejando após o murro que dei no computador.

Simples assim.