Essa foi tuitada lá pelo Bicarato (o Antonio).
PS: Deixei de colocar o link do blog do Antonio Bicarato – “Nos Créditos” – pois parece que ele morreu. O blog.
Recentemente tenho falado aqui do suicídio midiático, de pesquisas eleitorais de um modo geral e de sua manipulação em particular. E, ainda, tenho reiterado a minha plena, total e convicta falta de credibilidade em charretes veículos de comunicação tais quais folha, veja, globo et caterva.
Entendam que não se trata de soberba e muito menos de puro, simples e cego posicionamento político. O negócio é que considero um desrespeito essa falta de decoro – lamento, não arranjei palavra melhor (ou pior) – na maneira de tratar a notícia. Manipulação de números, manchetes fabricadas (o Zé Luiz que o diga!) e tentativas em geral de emplacar algum escândalo só tendem a diminuir ainda mais a parca credibilidade que (talvez) ainda exista.
Na minha opinião esta talvez seja a última eleição em que ainda tentam utilizar em larga escala tais ferramentas de destruição de opinião em massa. O eleitor de hoje, de um modo geral, é MUITO mais qualificado. E a Internet em especial veio a servir de vacina contra esse onda virótica de manipulação. Ou seja, chega dessa vida de gado.
Mas não, isso não vai acabar. Nada no mundo acaba assim de uma hora para outra. Mas que esses dodôs midiáticos estão fadados à lenta extinção, não tenho dúvidas! E esse tom de fatalidade se estende também em termos políticos, pois com seu maior pilar de sustentação em São Paulo sendo severamente abalado, entendo que a tendência do PSDB é trincar e gradativamente rachar de forma irreversível. Basta olhar para a história recente, pois isso já aconteceu antes. E seu substituto deverá incorporar o que sempre deveria ter havido: uma oposição responsável e até mesmo – por que não? – saudável.
Sonho distante? Utopia? Delírio?
Talvez.
Mas, na minha opinião, é para onde parece que caminhamos…
Pois bem. Mas vamos ao que interessa. A militância era o tema. Eis o texto, recortado-e-colado direto lá do Vi o Mundo, do Luiz Carlos Azenha:
Confronto na Globo pode definir segundo turno em São Paulo
Fui ao sambódromo paulista ver o comício final da campanha de Aloízio Mercadante. Não fui propriamente para ouvir os discursos, já que poderia tê-lo feito pela rede. Eu queria dar uma olhada no público, conversar com as pessoas, sentir o clima.
Havia muita gente, que não arredou pé apesar de ter chovido canivete. Em seu discurso, Lula parece ter vacinado Dilma antecipadamente contra ataques de última hora a respeito da participação da candidata na resistência ao regime militar. Se chover bala de prata nos momentos finais da campanha presidencial, depois do debate da Globo, quando não haverá mais horário eleitoral gratuito para responder…
O presidente da República anunciou que, além do comício de encerramento da campanha de Mercadante, na noite de quinta-feira (quando Dilma estiver nos estúdios da Globo, debatendo), em São Bernardo, no sábado haverá uma caminhada silenciosa pelas ruas do ABC.
Duvido que Lula faria isso se não houvesse nenhuma possibilidade de segundo turno em São Paulo. Por tudo o que aconteceu ao longo desta campanha eleitoral e no passado, eu não confio no Datafolha, nem no Ibope. Simplesmente perdi qualquer confiança nos dois institutos. Portanto, prefiro trazer aqui os números da pesquisa mais recente do Vox Populi:
De acordo com a pesquisa do Vox Populi, Alckmin caiu de 49% para 40%. Mercadante cresceu 11 pontos percentuais, passando de 17% em agosto para 28% neste levantamento. Celso Russomano (PP) obteve a preferência de 7% do eleitorado, Paulo Skaf (PSB) de 3% e Fábio Feldmann (PV) tem 2%. Votos em branco e nulo somaram 7%, enquanto 13% dos eleitores disseram-se indecisos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. A pesquisa, encomendada pela Band e pelo iG, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 31.704/10 e ouviu 1.500 pessoas entre 18 e 21 de setembro.
Segundo o Vox, há uma clara curva descendente de Alckmin e ascendente de Mercadante. Acredito que o teto do petista deve ficar entre 30% e 35% dos votos. As chances disso levar a eleição paulista para segundo turno, portanto, são reais.
Tudo vai depender, é lógico, de uma performance superior de Mercadante no debate desta noite, na TV Globo, que costuma ter uma audiência mais alta, embora já não seja mais aquela Brastemp do passado. Ontem, depois do comício, Celso Russomano declarou apoio a Dilma Rousseff. Ou seja, tudo indica que esta noite os dois farão dobradinha contra Alckmin.
E o que constatei no comício do sambódromo? É lógico que a militância do PT já não é mais a mesma de 1989, por exemplo. Mais de vinte anos já se passaram, o partido ganhou muitas eleições, comandou o Brasil, vários estados e centenas de prefeituras. O partido se profissionalizou.
Porém, para minha surpresa, além dos cabos eleitorais contratados — especialmente dos candidatos a deputado do partido –, notei a presença de centenas de militantes que foram ao comício pelo prazer da politica. Gente de toda parte de São Paulo. Muitas bandeiras do MST, do PCdoB e das centrais sindicais. O cartaz “A Folha Mente” estava lá. E havia centenas de pessoas com as tradicionais estrelinhas e camisetas do PT, como nos velhos tempos.
Acredito que a polarização proposta por Lula na fase final da campanha parece ter dado resultado. Eu não desprezaria a militância digital, como muita gente faz. Mas ainda acredito que, na hora agá da eleição, a militância em carne e osso faz toda a diferença. Muita gente chega ao dia da eleição indeciso ou com o voto não consolidado e, em geral, os eleitores confiam muito mais na opinião de parentes e amigos do que nas manchetes dos jornais ou no que diz o comentarista no rádio.
Em 2008, na eleição para a Prefeitura de São Paulo, fui a um evento do PT e constatei a ausência da militância tradicional e a presença quase exclusiva de militantes profissionais, pagos para acenar as bandeiras e sair na propaganda da TV. Desta feita, no entanto, o que me surpreendeu foi ver e conversar com gente que atravessou a cidade para participar de um comício sob tremenda chuva. Apesar do aguaceiro, foi um bom augúrio para Mercadante.![]()
Interessante (e, talvez, óbvia) constatação que figurou na Carta Capital desta semana e que trouxe reportagem sobre a alegação de Lula que “A imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que tem um candidato e um partido. O que não dá é para ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada.” Segue o trecho que me chamou a atenção – na página 41, pra ser mais exato:
Três semanas seguidas de denúncias unicamente contra Dilma Roussef tampouco passaram despercebidas para o comunicólogo Afonso de Albuqerque, do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense. “Os modos de ver da impresna no Brasil me parecem, sim, muito partidários. E isso terá um custo político pós-eleitoral alto, para o PSDB e para a imprensa. São dois suicídios que me chocam, porque os jornais não avaliam o quanto estão perdendo em credibilidade”, diz.![]()
Direto lá do Blog do Rovai:
Este blogue acaba de receber uma transcrição do diálogo entre o ex-candidato à presidência José Serra (que agora ataca blogues porque decidiu abrir o seu – leia mais abaixo) e o seu marqueteiro.
O informante deste blogueiro disse que a conversa aconteceu na ante-sala do debate de ontem à noite, por isso o ex-candidato estava tão transtornado.
Leia com atenção:
Serra: – Você espalhou que a Dona Marisa não fala e não faz nada?
Marqueteiro: – Sim governador, mas o povo já percebeu que a Dona Mônica também não fala e não faz nada também.
Serra: – Então temos que levá-la ao palanque para ela se mostrar…
Marqueteiro: – Já fizemos isso, mas ela meteu a boca no Bolsa-Família, disse que o povo não quer mais trabalhar por causa disso.
Serra: – Mas eu estou dizendo nos meus programas que vou dobrar o valor do Bolsa-Família!
Marqueteiro: – Não se preocupe, já tiramos ela do esquema. Só vamos mostrar a foto dela.
Serra: – Espalhem também que o Lula só vivia do sindicato e não trabalhava.
Marqueteiro: – Fizemos isso, mas notaram que o senhor também nunca trabalhou, e que acorda sempre tarde.
Serra: – Diga que ele é analfabeto, porra!
Marqueteiro: – Mas é preciso ter cuidado com isso, porque o seu curso de economia no Chile tá meio estranho. Muitos blogs estão pesquisando o caso.
Serra: – O pior é que já sabem que eu não sou engenheiro, como andei dizendo por aí.
Marqueteiro: – Ah… mas isso o povo esquece.
Serra: – Já falou que eu é que criei o seguro desemprego para os trabalhadores?
Marqueteiro: – Mas isso não é verdade, governador. Como o senhor vive meio desligado, não notou que já havia sido aprovado pela câmara, sancionado pelo então presidente Sarney.
Serra: – Não importa, manda bala assim mesmo. As pessoas vão acreditar em mim. E insista nos genéricos, no Plano Real…
Marqueteiro: – Excelência! Os genéricos foram idéia do Adib Jatene, o Real foi da equipe do Itamar, lembra que o FHC era o ministro?
Serra: – Não fale nesse cara de jeito nenhum. Ele espanta votos. Chamou os brasileiros de vagabundos, neo-bobos e caipiras.
Marqueteiro: – Essa do FHC foi terrível, me deixa fora dessa!
Serra: – Faz o seguinte, fale de minha larga experiência.
Marqueteiro: – Se eu for falar nisso, vão lembrar que o senhor nunca completou qualquer mandato para os quais foi eleito.
Serra: – Como assim?
Marqueteiro: – O de deputado constituinte o senhor largou no final. Como senador, com mandato de oito anos, O SENHOR FICOU SÓ SEIS MESES. Como prefeito e governador só cumpriu a metade…
Serra: – E sobre as estradas?
Marqueteiro: – F I C O U L O U C O???!!!
Serra: – Pô… tá difícil, se eu falar das estradas vão pensar nos PEDÁGIOS, do metrô vão saber que só fizemos 4Km e tem aquele francês da Alstom que soltou propina pra meio mundo em SP… e nós só fizemos 1/3 (um terço) do rodoanel… em 16 anos…
Marqueteiro: – Vamos combinar o seguinte, VAMOS FALAR SÓ DA TERRORISTA, DO MEDO DE COMUNISTA E MOSTRAR VOCÊ SEMPRE SORRINDO. Falado?
Serra: – … E do papai que era um humilde comerciante da Mooca. Mas não vá dizer que ele tinha banca no Mercadão, tá?…![]()
Em tempo: espero que não tenham esquecido de ativar a tag “humor” antes de ler este texto, hein?
Interessante trecho recortado-e-colado direto lá do Boteco Escola, recanto do copoanheiro virtual Jarbas, que estava rememorando uma palestra do Mário Sérgio Cortella lá dos idos de 92 – provavelmente baseada na obra “Mudança Tecnológica e Trabalho: Uma Questão Educacional?”, do próprio Cortella.
Os grifos são meus.
Vou começar relatando uma história contada por um professor há alguns anos atrás no Rio Grande do Sul sobre o tema.
Imaginem que um monge medieval, da França do século XIII, tenha tropeçado, ao descer para a adega do convento. Como era um lugar frio, ele entrou em estado de morte aparente, de catalepsia. Dado como morto, foi então guardado no esquife e, em função do clima, passou séculos intacto, dentro do caixão. No século XX, abriram o caixão e, ao perceberem que o corpo estava intacto, levaram-no a vários conventos que a ordem mantinha mundo afora.
Foi trazido também para São Paulo e ficou exposto à visitação dos monges num convento do centro da cidade.
Certo dia, num sábado, saiu do esquife, deu dois passos e saiu no Largo São Bento. Entrou em desepero porque tudo lhe era absolutamente estranho: casas imensas, um barulho insuportável, máquinas de metal que passavam com seres humanos aprisionados dentro, muita fumaça e uma multidão que andava de lá para cá. Num dado momento, entrou por uma porta e foi para uma sala em que, finalmente, se sentiu bem. Tratava-se de uma sala de aula, lugar absolutamente idêntico ao que ele conhecera no século XIII.
No fim do século XX continuamos sentados em bancos de madeira, escrevendo numa pedra com outra pedra, do mesmo jeito que eles nos anos de 1200.
(…) Por isto, a escola básica tem de preparar para a mudança: afinal de contas a existência humana, a vida humana, é uma mudança. A tarefa fundamental da escolarização, além do seu papel chave na formação para a cidadania e de atender um direito social, é formar as pessoas para existirem de modo mais crítico, mais criativo, mais solidário. Isso exige não só, mas também, conhecimento científico …
(…) O que a escola precisa é ter clareza em relação à sua tarefa, ao seu papel, e saber mesclar duas coisas básicas: educação e formação para o mundo do trabalho. No nosso país, quando se fala em tecnologia, fala-se muito em know-how e muito pouco em savoire faire, seu correspondente francês, que tem um molho mais saboroso. Know-how é um pouco mais técnico e savoire faire dá mais idéia de criatividade. E é disso que precisamos, pois somos vítimas da “síndrome do besouro”. Do ponto de vista da física, principalmente da aerodinâmica, o besouro é um animal que, por incrível que pareça, não poderia voar. Mas ele voa.Provavelmente porque ele não sabe (não estudou) que não tem condições para voar. Temos a síndrome do besouro, principalmente no interior do espaço escolar e de formação, onde as pessoas são impedidas de desenvolver sua criatividade.
A professora ou professor convidam: “vamos criar, vocês podem pintar o que quiserem!” Mas entregam um desenho acabado, que muitas vezes já vem impresso, pronto para ser pintado.
Criam desde a infância modelos de comportamento que são fatais para a educação e para a vida social. Servirão muito para a fábrica, para a organização de filas… Meninos e meninas, desde os quatro anos já fazem fila para entrarem na sala de aula. Ora, a função de uma fila é ordenar. (…) A escola não é criativa, não aumenta a produtividade do mundo do trabalho; o que ela faz é aumentar a lucratividade do capital na medida em que molda seres humanos acríticos.
(…) Para concluir. O papel da escola não pode deixar nós educadores à margem da questão tecnológica. Muitas vezes argumenta-se que não dá para entrar na área da tecnologia porque a escola ainda é pobre, porque ainda falta livro, falta caderno etc. Mas, isso é um mito. O nosso trabalho, a nossa atividade de educadores é atuar na formação da população na maior escala possível.
Ao invés de um Piaget, de uma Emília Ferrrero, de um Paulo Freire, de um Darcy Ribeiro, escolhemos como patrono da educação Cristóvão Colombo, que representa a questão tecnológica para nós, pois quando saiu não sabia onde iria chegar, e quando chegou não sabia onde estava …![]()
E aí, aspirantes ao Governo do Estado de São Paulo?
Lembram do ensino público?
Aquele que já foi muito bom?
Eu lembro.
Inclusive, recentemente, falei um pouco sobre isso. Tá aqui.
Enfim, ficar do jeito que está é, na minha opinião, inconcebível.
Só quero ver o que nos aguarda…
O que aconteceu: a Folha de São Paulo deu a fantasiosa manchete “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. Resumo da ópera: FHC, no apagar da luzes de seu governo, criou uma lei – a de nº 10.438/02 – para seu sucessor cumprir (quem seria? quem seria?) visando a isenção para consumidores de energia elétrica cujo consumo estivesse até 80 quilowatt-hora/mês (kWh). Fácil. Somente dependeria de um cadastro a ser aberto em TODAS as prefeituras municipais do país, de regulamentação pela ANEEL, acerto entre todas as concessionárias de energia, bem como estudo para implementação das diretrizes pelo Ministério das Minas e Energia conjuntamente com o Ministério do Desenvolvimento Social. Tudo isso em nível nacional. Simples assim.
Não precisa ser nenhum gênio para entender que não tinha como esse negócio ir pra frente.
Muitas variáveis.
Muitos personagens.
Praticamente nenhum enredo.
E onde estaria a falha de Dilma?
No fato de que era ela quem estava à frente do Ministério das Minas e Energia durante parte desse perrengue.
Ora, façam-me o favor!
Isso, pra mim, se compara àquele velho jargão das empresas de software: “a pirataria nos trouxe prejuízo de X milhões”. Na prática não tiveram prejuízo de nenhum centavo – apenas deixaram de vender. De igual maneira, ninguém pagou nada por falha de ninguém – deixaram de ser isentos. Do que estamos falando? A regra mais simples do mundo para consumidores (percebam a própria etimologia da palavra em si): se consumiu, pagou. Nem mais nem menos.
De minha parte descontem da época em que o FHC instituiu o “apagão” (será que ninguém mais lembra disso?) – meu filhote mais velho era bebê e sequer podíamos usar nossos próprios recursos elétricos do lar para que o vigilantismo das concessionárias de energia não nos multassem.
Enfim, se essa “notícia” sobre a Dilma não puder ser classificada como uma matéria tendenciosa, fabricada e eleitoreira (diria até “desesperada”), bem meus amigos, então nada mais poderá sê-lo…
Aliás, enfim do enfim, deixem que eu lhes explique o porquê de contar aqui essa estória (ainda não consegui me acertar com o acordo ortográfico)…
Pouquíssimo tempo depois dessa “bombástica notícia”, começou um dos mais legítimos movimentos internetísticos que há muito eu não via. Partindo do pressuposto de que a Folha de São Paulo teve a “capacidade” de veicular uma manchete desse naipe, no Twitter foi lançado o #DilmaFactsByFolha, ou seja, já que tudo NO MUNDO foi culpa dela, quais outras manchetes poderiam ter sido capa do jornal.
Da seriedade crítica ao extremo do absurdo bem-humorado, rolou praticamente de tudo. Ou seja, o tiro da Folha não só saiu pela culatra como talvez ainda tenha ricocheteado de volta às próprias costas (hein?). O que era para ter sido um ataque pelo jornal acabou se tornando uma ridicularização dele próprio levado ao extremo pelos internautas – e que só teve o condão de fortalecer/blindar ainda mais a campanha da Dilma.
Aliás, os marqueteiros do PT devem estar rindo à toa até agora…
Isso porque, da forma mais anárquica impossível sequer de se imaginar, as novas possíveis manchetes foram surgindo do nada, numa contribuição espontânea de quem quer que estivesse conectado à rede. Os contadores tuitescos foram levados aos píncaros, chamando a atenção até mesmo da imprensa internacional!
Bem, e daí?
Quais seriam as possíveis “fantasiosas manchetes” da Folha veiculadas pelo #DilmaFactsByFolha?
Segue abaixo, sendo que a maior parte, ressalvado o que não tirei da minha cabeça (e da do Copoanheiro), veio lá do Idelber.
(Aliás, antes disso, uma pequena explicação do próprio Idelber sobre essa febre que varreu a Internet: “Para quem não conhece o Twitter: o caractere #, quando anteposto a qualquer palavra, a transforma numa “hashtag”, ou seja, num link que te permite encontrar todas as outras mensagens com o mesmo assunto, desde que o internauta se lembre de incluir o # colado à palavra.”).
– Dilma serviu o café de Ronaldo no dia da final da Copa de 1998
– Dilma a padre no Sul: “Enche os balõezinhos que dá”.
– A Al-Qaeda era só um grupo de árabes nerds fãs de RPG e aeromodelismo. Até conhecerem a Dilma.
– Antes de Dilma mergulhar no Mar Morto, ele não estava nem doente!
– Folha Informa: Dilma cortou a cabeça do último Highlander.
– Dilma embebedou o Jeremias.
– Dilma Roussef atirou o pau no gato. E Dona Chica era filiada do PT!
– O fuzil chama-se AK-47 por imposição da Dilma que vetou o AK-45.
– Dilma para John: “Querido, deixa eu te apresentar uma amiga, esta é a Yoko…”
– Padre irlandês que agarrou maratonista brasileiro em Atenas era filiado ao PT.
– Folha revela: Dilma seria dona do circo que separou Dumbo da mãe.
– Dilma vendia Marlboro para bebê fumante.
– Repórteres da Folha apuraram junto a moradores do condomínio de Dilma que ela peida no elevador.
– O Ministério da Saúde adverte: camisinhas da marca Dilma arrebentam!
– Exclusivo: Dilma é quem escreve as colunas do Merval.
– Dilma escreveu o rascunho do AI-5. Costa e Silva deu uma amenizada.
– Confirmado que Dilma é a autora das receitas médicas de Vanusa.
– Dilma disse a Bush: “em seis meses você resolve esse negócio no Iraque”.
– Dilma disse ao Ronaldo: “aquela ali é mulher mesmo”.
– Em Jerusalém, 1948, Dilma disse à ONU: “É só repartir isso aqui que dá tudo certo.”
– Dilma disse ao Covas em 89: “chega lá em PoA e diz que torce pro Grêmio e pro Inter, os gaúchos adoram isso”
– Confirmado: Dilma Rousseff é culpada pela maior humilhação que a internet já impôs a um jornal.
– Dilma quebrou o sigilo do catálogo telefônico. Dados podem estar em comitê petista.
– Dilma criou intrigas entre Abel e Caim.
– Genealogista afirma: Dilma, Hitler, Stalin e Mao têm ancestrais em comum.
– Previsão: Tsunami atingirá o Brasil em menos de 1 mês. A Culpa é de Dilma.
– Dilma foi professora de educação moral e cívica de Suzane Von Richthofen.
– Dilma ensinou física nuclear para os operadores de Chernobyl.
– Dilma explodiu a plataforma de petróleo no Golfo do México para beneficiar a Petrobrás.
– Homem que vazou as provas do ENEM 2009 era filiado ao PT.
– Dilma revoga a morte de Lamartine Babo e ordena que ele mude o nome de “Serra da Boa Esperança” para “Serra Abaixo”.
– Folha revela: Dilma forjou secretamente o Um Anel e o deu a Sauron.
– Efeito Dilma causa queda de asteróide e fim dos dinossauros.
– Foi a Dilma que mostrou o fruto proibido a Eva.
– Moisés rodou 40 anos no Deserto do Sinai, porque Dilma escondeu o mapa.
– Deus ia fazer o mundo em 4 dias mas houve atraso na obra do PAC.
– Dilma gostava de apertar campainha e sair correndo. “Ela fez isso duas vezes na minha casa”, revela ex-vizinha indignada.
– Folha de São Paulo: “Descoberto plano de Dilma para secar o Aquífero Garani.”
– Erro de Dilma nos cálculos provocou inclinação da Torre di Pisa.
– Dilma Roussef inventou a vuvuzela.
– Folha de São Paulo: “Dilma lava as mãos. Cristo é crucificado.”
– Serra lamenta: “a Dilma me indicou o Shampoo.”
– Folha Esporte: A Dilma escolhe as contratações para Flamengo.
– Folha Educação: Dilma assinou o Diploma de Economia do Serra.
– “Catanhedê comprova: Dilma fornecia uísque falsificado a Jânio, o que pode ter provocado a renúncia”.
– “Folha comprova: Dilma participou da elaboração do Ato Institucional nº 5”
– Agora é fato: Dilma deu o fósforo a Nero para incendiar Roma.
– Dilma levou 15 dos 30 dinheiros de Judas e depois a metade da grana do cofre da amante do Adhemar.
– Vizinha de Dilma é cunhada de um primo de uma tia do contador Atella. Candidata negou-se a esclarecer este grave indício.
– Compra da mansão da Yeda com sobra de campanha é o piloto da Minha Casa Minha Vida da Dilma.
– Dilma convida Rita Cadilac para ocupar o Ministério da Cultura.
– Folha chega à verdade: Dilma foi assessora do General Médici.
– Dilma matou Vargas.
– Dilma negou Cristo 4 vezes.
– Ex-agente do Dops revela que torturou Dilma Roussef em legítima defesa.
– Folha comprova: Dilma preparou a infusão de cicuta que Sócrates foi obrigado a beber!!!
– Dilma fez a última manutenção do dirigível Hindemburg.
– Dilma foi vista saindo da estação Pinheiros, poucos minutos antes do desabamento do metrô.
– Vários informantes confirmam: Dilma pilotava o carro bomba que tentou sabotar o Rodoanel.
– Dilma tapou os bueiros do Jardim Romano e deixou seus habitantes debaixo d’água.
– Dilma deixou aberta a escotilha do submarino russo Kursk.
– Dilma para Roosevelt, em 1940: esses japoneses não são de nada.
– Júlio Cesar: até tu, Dilma?
– Exame de DNA confirma: Felipe Melo era a Dilma fantasiada de jogador de futebol.
– Gordon Ramsay confirma: Dilma Roussef quebrou o sigilo da receita de Ana Maria Braga.
– Serra protesta contra a proposta de Dilma sobre o uso de gás boliviano em elevadores de São Paulo.
– Dilma diz que, se eleita, Coca Cola brasileira será operada por partidários de Evo Morales.
– Dilma diz que passará para a iniciativa “privada” os rios Pinheiros e Tietê.
– Revanchismo. Dilma defende o uso de exame de DNA para identificar os soldados desconhecidos do Ibirapuera.
– Dilma roubou o fogo do Olimpo e deu as mulheres, dai a origem das mulheres foguentas.
– Alambix revela: Dilma empurrou Obelix dentro do caldeirão!
– Foi Dilma quem levou o Imperador para o Lado Negro da Força.
Recorto-e-colo direto lá do Flávio Gomes.
Que mais posso dizer?
Só não escrevo “veja que ridículo” para não ter que começar a frase – e a palavra – com letra maiúscula.
Enfim, a imprensa escrita, ao que me parece, encontra-se cada vez mais desqualificada…
ESCROTINHOS
SÃO PAULO (haja saco) – É mesmo a revista mais escrota do planeta. Alguém se deu o trabalho de reparar na capa de “Veja” desta semana? É sobre os trabalhadores presos numa mina no Chile. Um drama, claro. Merece capa de revista, claro.
Mas notem a foto. O cara parece o Lula, não? Ou um operário, ou um sem-terra. O estereótipo que “Veja” tem de operários, trabalhadores, camponeses, petistas. Até o chapéu é vermelho.
E a manchete? “Os homens do abismo”, com “abismo” destacado em letras maiores, de novo em vermelho.
Abismo? De onde esses retardados tiraram que uma mina, um buraco numa montanha, é um abismo? Um abismo? É claro que até os analfabetos que escrevem para “Veja” sabem que há diferenças claras entre buracos e abismos. Mas resolveram partir para uma grande sacada na capa. Sacaram? O cara que parece o Lula, os petistas, o “abismo” em vermelho…
É mais uma tentativa primária, grotesca, tosca, mais uma, de “alertar a classe média para o perigo vermelho”. Por que não assumem o que querem para o Brasil? Que preferem o candidato A ao candidato B? Será que se acham mesmo brilhantes por colocar nas bancas uma capa que nem essa?
São uns escrotos, na minha opinião. Mas se ela não basta, leiam este trabalho acadêmico aqui. Que prova a escrotice cientificamente.![]()