Quando começaram os anos sessenta?

Quando, exatamente?

Tá certo que os anos cinquenta demoraram pra passar, tendo ficado naquela batidinha do pós-guerra, entre produções hollywoodyanas e a busca de uma América perfeita, como a de Norman Rockwell…

Mas e os anos sessenta? Que vieram a definir um estilo que se espalhou pelo mundo. Tem como precisar?

Bem, ao certo podemos descartar alguns eventos. Não foi quando JFK anunciou sua candidatura à presidência, em janeiro de 1960. Nem quando Macmillan identificou “ventos de mudança” para a África colonial, em fevereiro. Talvez quando a princesa Margaret anunciou seu noivado com um plebeu, o fotógrafo Anthony Armstrong-Jones, também em fevereiro? Não. Também não foi em novembro, quando John Kennedy finalmente venceu – na casca – a eleição norte americana, ou sequer em janeiro de 1961, quando tomou posse.

Mas tranquilamente podemos considerar o ano de 1962. Foi quando o primeiro estudante negro, James Meredith, matriculou-se na Universidade do Mississipi, antes exclusiva para brancos. Foi nesse ano que efetivamente começou a corrida à Lua. Foi quando Brian Jones, Mick Jagger e Keith Richards se conheceram. Bob Dylan apresentou pela primeira vez a música Blowin’ in the wind. O Vaticano, através do Papa João XXIII, deu início a um processo de liberalização da Igreja (não funcionou?). Teve início a segunda etapa da construção do Muro de Berlim – com uma fuga (e morte) em massa da Alemanha Oriental. Foi quando Kruchev anunciou que a retirada dos mísseis de Cuba havia terminado, tendo todos voltado à União Soviética. Marilyn morreu. Nelson Mandela foi detido. O mundo começou a conhecer a pílula anticoncepcional (e o amor livre). Surgiu a vitrola. Foi em 62 que o New York Times fez a primeira referência impressa a uma máquina milagrosa chamada “computador pessoal”.

Mas, apesar de tudo isso, tudo indica que foi em 5 de outubro de 1962 que efetivamente começaram os anos sessenta. Há aproximados quase exatos cinquenta anos. Com o início do sucesso de quatro jovens ingleses, com pouco mais de vinte anos à época. A música era Love me do. E assim, com apenas três palavras, dois acordes básicos e uma gaita de bolso, teve início toda uma revolução de mentes e de corações…

( Recortei-adaptei-mudei-e-colei lá da Carta Capital nº 718 )

Singing in the rain!

Ah, eis que finalmente ela chegou!

Tímida ainda, é o que me parece, mas vamos combinar que já é um começo…

Aliás, mal chegou e já não sabe se fica.

Mesmo assim, benfazeja chuva!

E pra comemorar a música não poderia ser outra senão essa: Singing in the rain. De um tempo em que para fazer um filme era no mínimo preciso saber cantar, dançar e – lógico – interpretar. E é deliciosa essa antológica cena em que um Gene Kelly (apaixonado) faz nem mais nem menos do que todos já fizemos alguma vez na vida: curte a chuva, chapinha na água, entra debaixo da calha, enfim, se diverte. E muito. E – vejam só! – tendo como parceiro de dança tão somente um mero guarda-chuva!

Caminho pro interior

Bruna Caram

 

A manhã nasceu lá fora
O meu tempo é mesmo agora
Já vesti a roupa colorida
Na cabeça vem aquele verso
Sobre o meu novo universo
A canção que é minha preferida
Nesse rio sei andar na beira
Desvario é essa cachoeira
Trilha subindo a mata
A vista que me arrebata

Essa estrada me chamou
Eu vou
Caminho pro interior

Quaresmeira se encheu de flores
Já calcei o velho tênis
Não tirei nosso bóttom da mochila
Ter de novo sua mão na minha
A razão por que andou sozinha
Nem sei mais, um sentimento não vacila
Escutei sua voz no vento
Coração salta no meu peito
Estou de alma lavada
Não chove mais na minha estrada
Seu olhar já me chamou
Eu vou
Caminho pro interior
Seu olhar já me chamou
Eu vou
Caminho pro interior

Freddie Mercury

Sessenta e seis anos.

Meia meia.

Seria essa a idade que exatamente hoje teria Freddie Mercury – nascido com o peculiar nome de Farrokh Bulsara. Compositor e cantor, cuja fama transcendeu fronteiras no papel de vocalista da britânica banda Queen, Freddie faleceu aos 45 anos de idade, vítima de broncopneumonia. Sim, em decorrência da AIDS.

Essa é a sinopse da sinopse. A Internet tá aí com mil zilhões de coisas mais para qualquer curioso de plantão.

Mas foi justamente a banda Queen, lá na longíngua década de setenta, através dos LPs de meus irmãos, um dos grupos que me abriu os olhos – ou melhor, ouvidos – para músicas de batida forte, muita guitarra e letras, no mínimo, interessantes…

A morte de Freddie Mercury foi uma perda inominável que até hoje impera. Conheço pessoas que choraram copiosamente quando de seu falecimento… Mas essa é a vida: cíclica, como tudo mais. E para que não fiquemos no mero saudosismo, mas – é óbvio – sem deixar o bom humor de lado, vamos a uma das músicas compostas por Freddie na interpretação de um outro grupo pra lá de conhecido.

Ladies & Gentleman, com vocês, Bohemian Rhapsody!