Imagem e Ação

– Não tem o menor cabimento!

– Como não? Não é para compartilharmos tudo? Então?

– Meu amor (tom de paciência e resignação após respirar profundamente), entenda que MEU Facebook é MEU Facebook! Não faz o menor sentido você utilizá-lo para postar as suas coisas!

– Ah, é? Mas se eu não posso utilizar nem mesmo o meu, então isso significa dizer que eu posso utilizar o seu!

– Você que utilize o seu do jeito que quiser!

– Ah, mas agora eu até já apaguei ele.

– Nem me venha com essa. Você sabe que a qualquer tempo dá pra recuperar tudo. Você já fez isso muito mais de uma vez!

– Escuta: de que adianta eu ter o meu Facebook se eu não posso colocar aquilo que quero? Você não deixa!

– Não é que eu não deixo, mas toda vez que você muda sua senha e eu não consigo acessar o seu Face, acabo ficando desconfiada, né?

– Desconfiada de quê? Em todos esses meses que estamos juntos já lhe dei motivos pra não confiar em mim?

– Ah, você deve estar brincando, né? E aquelas sirigaitas que ficavam flertando com você no Inbox?

– Não, mas aquilo não tinha nada a ver…

– Ah, não? Tá bom. Faz de conta que eu acredito.

– Mas aquilo foi passado…

– Passado ou não, não interessa. Você tem o SEU Face e se quiser publicar alguma coisa que vá na timeline do SEU Face.

– Como se eu pudesse.

– Ah, não pode, é?

– Não. VOCÊ não deixa! Toda vez que eu coloco meu posicionamento político ou tento encorajar algum movimento social, você vem me dizer que aquilo vai te prejudicar de alguma forma!

– Acontece que você não pensa! Tudo o que você vê é a necessidade de escrever o que quer, de colocar sua posição! E eu, como fico? Seu “posicionamento político” é totalmente diferente do meu, não dá pra deixar, na minha própria timeline, que as pessoas pensem que eu concordo com aquilo que você escreve!

– Tá vendo? Tá vendo? É esse o problema: você me sufoca. Eu fico travado, não posso falar o que penso, não posso sequer discutir aquilo que acredito ser o certo. Que culpa eu tenho se o MEU certo é diferente do SEU certo?

– O problema não é esse. O problema é que você vende uma imagem de “salvador da pátria”, do lutador, do batalhador, de alguém que respira revolução. Como se na vida real você fosse assim! Acho que é esse realmente o problema: sua imagem na Internet é mais importante que nosso relacionamento! Desse jeito não é possível!

– Ah, imagem, é? Então vamos falar de imagem. E você, então? Você é a pessoa mais antissocial que eu conheço. Entre sair com meus amigos e ficar em casa vendo filmes e séries baixados da Internet, você não pensa duas vezes! Aquela moça cheia de sorrisos, cheia de energia, toda atleta e tudo mais que aparece nas fotos da sua timeline simplesmente não é a mesma pessoa que passa por essa porta todas as noites!

– (…)

– Ah, não acredito! Ficou sem resposta, né? A verdade dói, não é mesmo? E é por isso que, já que eu não posso fazer o que quero no meu Face, então vou usar o seu Face pra isso. Daí você vai ter o gostinho de sentir a mesma sensação que senti em todos esses meses: violado moralmente!

– Se tá tão ruim assim, então por que é que ainda estamos juntos?

– Eu gosto de você. Eu te amo! Mas não posso deixar minhas convicções de lado.

– Suas convicções… Sua imagem, isso sim!

– Que seja, mas é o que sou – e não vou mudar!

– Olha, se o problema é a Internet, então vamos fazer o seguinte: não deixe de ser quem você é. Vamos ficar fora disso. Por um tempo. Sei lá, vamos tentar… Por favor?

– Como é que é? E como vou pagar minhas contas? E os e-mails com meus contratos? E a publicidade pelo Face? E a política?

– Dá pra fazer tudo isso sem Internet…

– Meu amor, entenda: não existe vida sem Internet.

E assim terminou aquela discussão. Naquele momento. De modo fulminante. Não havia mais nenhum argumento. Nada mais a declarar. E naquela noite foram se deitar. Emburrados, enfezados, cada qual com um nó na garganta. E agora? Como continuar? Voltar atrás? Permanecer daquele jeito? Sem respostas, assim dormiram. Bunda com bunda.

Mas, por sorte ou por azar, quis o Destino se intrometer nessa briga, inserindo um inesperado capítulo nessa novela que estava longe de acabar. Em se falando do mundo da informática como vilã, eis que, exatamente por uma providencial confusão no processamento de dados nos computadores do banco, os débitos em conta não caíram no cartão de crédito. E assim, menos de um dia depois da desavença, viram-se eles chegando em casa tarde da noite enfrentando um breu sem saber o porquê. Sem energia. Sem telefone. Sem celular. E, obviamente, sem Internet.

No começo foi esquisito. Não tinham como se mover naquela escuridão. Lanternas? Quem tem isso nos dias de hoje? E, ainda que tivessem, as pilhas já teriam se esgotado. Velas? Nem de aniversário. Mas tinham aquelas aromáticas! O jeito era espalhar as poucas existentes pela casa.

E assim foram tomados por aquele novo e estranho ambiente de aconchegante e perfumada penumbra…

No dia seguinte, cada qual em seu canto, cada qual em seu trabalho, ambos ainda tentaram – sem sucesso – vencer a confusão que o computador lhes proporcionou. Continuavam desconectados do mundo. Nem mesmo os celulares permitiam acesso! Mas a vida continua e as contas vencem nos prazos de sempre. Com o cartão bloqueado a saída era pegar a fila no banco. Audácia! Imaginem, nos dias de hoje, serem submetidos a uma forma tão arcaica de atitude.

– E aí, sujeito!

– Hm? Ah, oi. E aí, moça, há quanto tempo, hein?

– Só se for pra você! Que acontece? Faz uns dois dias que não te vejo online…

– Ah, não. Só tô dando um tempinho, sabe? Internet demais, sabe como é…

– Ah, não sei não! Eu não consigo ficar um dia sem saber o que está acontecendo! Mas – nossa – não sabia que você estava assim com o cabelo grisalho. Sua foto lá está diferente…

– É… Tá meio velha, né?

– Não sei porque não atualiza. Ficou bem assim. Na verdade, se pensarmos bem, acho que já tem meses que nos vimos pessoalmente!

– É mesmo! Foi quando nasceu seu filhote! Como está o bebê?

– Já está andando, rapaz! Você realmente tá fora do mundo real, hein?

E foi assim, com aquela frase final na cabeça, que naquela noite ele voltou para casa começando a vislumbrar e perceber o quanto de razão poderia haver em tudo aquilo. E ambos conversaram sobre isso, conversaram muito mesmo, pra tentar se entender. E, agora já sob a luz de velas de verdade emolduradas num belo castiçal que ela havia encontrado num brechó durante o dia, jantaram animadamente – como há muito não o faziam – e brindaram com suas já não mais empoeiradas taças de vinho. Por um breve momento quase lamentaram a falta de um Instagram para registrar o momento – mas, afinal, isso serviria para quê? Só pra fazer inveja a quem quer que seja? Bobagem. A vida a dois era muito mais importante. E, desde que se conheceram – pela Internet, diga-se de passagem -, pela primeiríssima vez estavam tendo uma noite a dois, sem a presença da multidão onipresente que invariavelmente os cercava: e-mail, blogs, Facebook, Twitter, Instagram, Foursquare, WhatsApp, GTalk, e sabe-se lá quantas outras “ferramentas” inventadas para trazer a comodidade que eles simplesmente não precisavam.

Mas que também não sabiam inexistir.

Simplesmente por forças ocultas alheias – sim, o Universo conspira quando necessário – ambos se viram obrigados a viver uma vida desconectada. Por mais tempo que imaginavam e, o que no início era um desconforto, passou a ser uma cotidiana busca de opções. Nada de filmes ou seriados na portentosa TV de cinquenta polegadas – por não poder baixá-los e, muito menos, assisti-los. Compartilhar livros começou a tornar-se um hábito e discutir – no bom sentido da palavra – o posicionamento de cada qual com relação aos autores, mais ainda. Receber (e conhecer) amigos de um de outro, também. O que era a princípio estranho para as visitas, tornou-se um charme. Motivo de comentários nas redes sociais – dos quais eles sequer tomavam conhecimento. Sem energia o negócio era improvisar, de modo que sempre tinha alguém com um violão, uma flauta e – pasmem! – até mesmo um violino, numa memorável noite de foundue!

O problema tão digladiado na origem perdeu-se na memória, pois não havia – nem por parte de um nem por parte de outro – nenhuma necessidade de “passar uma imagem” de quem pretendiam ser. Pois, do ato ao fato, passaram efetivamente a sê-lo. Até mesmo a política, essa eterna controversa, passou a ser melhor compreendida entre ambos. Não que tenham mudado seu posicionamento – jamais! Entretanto, por pura falta de opção, se viram obrigados a entrar um na cabeça do outro e compreender o que cada um pensava e se forçar a rever suas próprias íntimas convicções, sem ninguém para “curtir” ou “comentar” algum eventual desabafo de momento. E, como sempre, respeito gera respeito.

Mas, como dizia o poeta, tudo que é bom um dia acaba.

E os computadores resolveram fazer as pazes e solucionaram os problemas de débitos e créditos pelo qual tanto tempo foram submetidos.

Numa bela noite de sábado, após um revigorante dia com amigos de ambos na piscina do condomínio (sim, lá havia uma piscina na qual jamais haviam sequer chegado perto), entre confusos e ofuscados entraram naquela estranha casa toda iluminada para só então descobrir que era a mesma em que moravam. E ela lhes pareceu apática e sem personalidade. Jantaram cabisbaixos e foram dormir em silêncio. E agora? Como continuar? Voltar atrás? Permanecer daquele jeito?

No dia seguinte resolveram tomar seu café da manhã fora, como também há muito não faziam. Aquela casa agora era estranha, cheia de sons silenciosos e zumbidos ocultos que lhes testavam a compreensão. E, mais uma vez, conversaram, conversaram muito pra tentar se entender.

E assim o foi. A televisão, venderam. Os computadores, também. Os tablets e notebooks viraram presentes para filhos de amigos.

Como sei de tudo isso? Encontrei-os há pouco, na usual “feira do rolo” de domingo, aqui perto de casa. Tinham acabado de fazer uma troca, com um atônito rapazinho, em que entregaram seus ultramodernos smartphones por aparelhos da década passada, somente de teclas e ainda com aquele visor verde. De quebra estavam levando também uma coruja de madeira e uma bomba de ar, daquelas antigas, para encher o pneu de suas bicicletas.

– Uai? Depois de tudo isso, celulares, é, moça?

– É. Não dá pra fugir de tudo, né? Mas somente daquilo que for possível…

– Tãotáintão. E no mais?

– No mais? A vida continua!

E foi assim, olhos nos olhos e sorrindo, que os vi desaparecer de mãos dadas no meio daquela multidão de pessoas reais.

Raul Seixas: Discografia Completa

Na realidade este post deveria ter saído já há alguns dias, mas acabei não pesquisando e coletando material e já estava meio que deixando pra lá. Mas eis que o pessoal da HQROCK – Quadrinhos, músicas e afins fez o serviço completo! Então não tive dúvidas, roubartilhei de lá e trouxe pra cá. Mas o original está aqui.

Raul Seixas partia há 10 mil anos atrás...Em 21 de agosto de 1989, o Brasil ouviu a notícia da morte do cantor e compositor Raul Seixas. Artista polêmico, de comportamento errante, entretanto, era um dos mais populares do país e sua partida causou bastante comoção, mesmo que não fosse de todo uma surpresa, tendo em vista sua saúde nos últimos anos. Naquele momento, era um artista “fora de seu tempo”, um pioneiro do rock brasileiro que via uma nova geração – a geração do chamado BRock, com Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii e Titãs – tomou seu espaço e o deixou em segundo plano. Contudo, estava em meio a um “retorno triunfal”, na qual seu legado era resgatado e reconhecido.

E foi.

Até hoje, Raul Seixas é um dos maiores ídolos do rock brasileiro e da música nacional como um todo. Sua obra é imortal e, assim como Renato Russo, goza de um verdadeiro culto em torno de seu nome.

Para celebrar os 24 anos de sua morte, o HQRock traz um post especial com o que mais interessa: a discografia comentada de Raul Seixas!

Mas antes, uma minibiografia para contextualizar tudo.

A Mosca na Sopa

Raul Seixas em tempos inocentes.Raul Santos Seixas nasceu em Salvador, na Bahia, em 1945, filho de Raul e Maria Eugênia Seixas, um engenheiro da estrada de ferro e uma dona de casa, portanto, em um ambiente de classe média. Era tido como uma criança inteligente, contudo, ia muito mal na escola e começou a apresentar um comportamento rebelde. Com a explosão mundial do rock and roll em 1956, Raul tornou-se um roqueiro de corpo inteiro, o que lhe valeu repetir a 2ª série do Ginásio três vezes. Mesmo matriculado em um colégio interno, o Marista, o desempenho do menino não melhorou, ao mesmo tempo em que o jovem descobriu a extensa biblioteca do pai e se tornou um leitor voraz.

Raul Seixas e sua fase Raulzito e os Panteras.Nos primeiros anos da década de 1960, Raul formou a banda Os Ralâmpagos do Rock, uma das primeiras de Salvador no gênero, que mais tarde mudaria de nome para Raulzito e os Panteras, com ele mesmo na voz e guitarra mais Carlos Eládio na guitarra, Mariano Lanat no baixo e Carleba na bateria. Apesar da resistência inicial por parte do público, a partir de 1963, o conjunto se torna a maior sensação da cidade. Com a explosão nacional da Jovem Guarda, em 1964 e 1965, Os Panteras aumentam mais ainda seu sucesso regional, servindo inclusive de banda de apoio para os grandes astros do movimento que faziam shows na cidade, como Roberto Carlos e Jerry Adriani. Com este último, Raul trava uma grande amizade.

Ao mesmo tempo, Raul se apaixona por Edith Wisner, filha de um pastor norte americano. Apesar de impressionar o pai da moça por saber inglês, pesa contra Raul o fato de ser roqueiro, músico profissional e não ter terminado o 2º Grau. Aparentemente apenas para mostrar que era capaz, Raul faz um supletivo e termina o Ensino Médio em seis meses, para depois prestar o Vestibular para Direito na UFBA e passar. Apesar de matriculado, logo abandonou os estudos e continuou dedicando-se integralmente à música. Mas casou com Edith.

Ao mesmo tempo, Jerry Adriani usa sua influência e consegue um contrato para Os Panteras na gravadora EMI-Odeon, uma das maiores do país. O grupo se muda para o Rio de Janeiro, em 1967, e lança seu primeiro álbum no ano seguinte. O LP, entretanto, não faz sucesso, mesmo que as composições originais de Raul Seixas impressionem vários artistas da Jovem Guarda, que passam a gravá-lo. A banda tenta se manter ativa, voltando a se apresentar como apoio a artistas como o próprio Adriani e a dupla Leno e Lilian, mas a volta à Salvador é inevitável, em 1969. O fracasso representa o fim do grupo.

Raul ficou um tempo recluso em Salvador até que conheceu um produtor da gravadora CBS e terminou contratado como produtor, voltando ao Rio de Janeiro em 1970.

Tente Outra Vez

Raul Seixas no início dos anos 1970: produtor da CBS.Começa uma segunda fase na vida de Raul Seixas. Pelos próximos três anos, o artista trabalharia como produtor da CBS, produzindo nomes como Leno (da dupla Leno e Lilian), Diana e Eddy Star, além de ter suas composições gravadas por vários nomes da Jovem Guarda em sua derradeira fase, como Renato e seus Blue Caps, Jerry Adriani e Odair José. Embora de menor valor artístico, essa fase permitiu a Raul conhecer o mercado musical por dentro e desenvolver silenciosamente suas habilidades como compositor.

O cargo de produtor também lhe permitiu algumas experimentações importantes. Com Leno, gravou o disco conceitual A Vida e Obra de Johnny McCartney, um tipo de ópera-rock baseada no Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band dos Beatles. O disco foi censurado pela Ditadura Militar e só seria lançado décadas depois. Melhor sucedido foi Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez, um álbum coletivo inspirado no som anárquico de Frank Zappa, gravado com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Eddy Star e vários outros, que ao menos foi lançado, em 1971, embora não tenha feito (claro) sucesso algum.

A grande virada se deu em 1972, quando Raul Seixas inscreveu duas de suas composições no Festival Internacional da Canção: Let me sing, let me sing, que foi defendida por ele mesmo; e Eu sou eu, Nicuri é o diabo, defendida por Lena Rios e Os Lobos. Ambas as canções foram relativamente bem nas seleções e seguiram à etapa final, o que lhe garantiu uma maior notoriedade.

Com isso, começou a ser visto também como cantor e compositor, abrindo espaço para a gravação de seu primeiro álbum solo pela Phillips, na época, a maior gravadora do Brasil.

Ao mesmo tempo, conheceu o escritor alternativo Paulo Coelho, como ele, fascinado por temas como extraterrestres, ocultismo e misticismo, iniciando a mais famosa de suas parcerias musicais.

Sociedade Alternativa

Raul Seixas e Paulo Coelho fundaram a Sociedade Alternativa e uma bem-sucedida parceira musical.O álbum Krig-Ha, Bandolo!, lançado em junho de 1973, e foi um grande sucesso, puxado pelo hit Ouro de tolo, que narra de maneira debochada suas desventuras no Rio de Janeiro até ser famoso. Além disso, o álbum trazia sucessos como Metamorfose ambulante, Mosca na Sopa e Al Capone. A fama conseguida terminou chamando a atenção para a singularidade de Raul dentro do panorama musical da época.

O bruxo Aleister Crowley: inspiração.Logo, via-se que Raul fundara juntamente com Paulo Coelho a Sociedade Alternativa, um tipo de seita baseada nos princípios do mago e ocultista inglês Aleister Crowley, cuja a máxima era: “faça o que tu querer, há de ser tudo da lei”. Raul lia manifestos e defendia a Sociedade Alternativa em seus shows e compôs até um hino para ela. Como resultado, em 1974, ele e Paulo Coelho foram presos e torturados pela Ditadura Militar e, em seguida, exilados.

Raul foi para os Estados Unidos e viveu um tempo lá. Porém, nesse intermédio, o álbum Gita foi lançado, em 1974, e fez um sucesso estrondoso, vendendo 600 mil cópias e ganhando um Disco de Ouro, Com isso, Raul conseguiu voltar ao Brasil e retomar sua carreira.

Um dos maiores sucessos do Brasil.Ouro de Tolo

Vive seu primeiro apogeu artístico, mas termina interrompido novamente quando o álbum Novo Aeon termina não repetindo o sucesso, em 1975. Mas foi apenas um susto, já que Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, de 1976, é novamente um grande sucesso.

Raul Seixas e Cláudio Roberto, seu principal parceiro a partir do fim dos anos 1970.Apesar disso, Raul é dispensado da gravadora Phillips, por causa de seu comportamento errante. Abrigado na WEA, lança O Dia em Que a Terra Parou, em 1977, outro grande sucesso, que trouxe seu maior êxito radiofônico: Maluco beleza, canção que virou uma espécie de assinatura do artista, composta com a ajuda do novo parceiro Cláudio Roberto.

Maluco Beleza

Raul Seixas e Paulo Coelho ao vivo: fim da parceria.Depois disso, os excessos de álcool e drogas começaram a pagar seu preço e Raul entrou em uma espécie de declínio artístico. O fim do contrato com a WEA lhe deixou em um grande período em que não conseguia uma gravadora fixa. A parceria (e a amizade) com Paulo Coelho também mingou. Este permaneceu compondo para artistas da MPB (como Rita Lee) e virou executivo de gravadora, antes de resgatar sua carreira de escritor.

O início dos anos 1980 é marcado por altos e baixos, enquanto sua figura é eclipsada pela emergente nova geração do rock brasileiro, que toma as paradas de sucesso do país. Assim, enquanto realiza um show para 150 mil pessoas na Praia do Gonzaga, em Santos, em 1982; no ano seguinte, é quase linchado pelo público em um show em Caieiras, também em São Paulo, por estar bêbado ao ponto do público pensar se tratar de um impostor e não do verdadeiro Raul, neste que foi um dos mais surreais e famosos episódios de sua vida. O cantor chegou a ser preso até poder provar que era ele mesmo.

Metamorfose Ambulante

Decadência nos anos 1980.Uma pequena virada no destino ocorreu em 1983, quando conseguiu participar do especial de TV infantil Plunct-Plact-Zuuum, cantando a canção Carimbador Maluco, que fez grande sucesso. Vários outros artistas participaram do programa, inclusive, o Barão Vermelho, ainda liderado por Cazuza. Por causa desse êxito, o disco Raul Seixas ganhou outro Disco de Ouro. No entanto, o declínio de sua vida pessoal afeta seu trabalho. Bebendo muito e pulando entre as gravadoras CBS, Eldourado e Som Livre, não consegue fazer um trabalho consistente e o sucesso não se mantém.

Por isso, parou de fazer shows em 1985, entrando praticamente no ostracismo, muito embora tenha continuado a (tentar) gravar discos.

Cowboy Fora da Lei

Com o parceiro derradeiro, Marcelo Nova.Sua (última) volta por cima se deu quando Raul foi “apadrinhado” pela banda conterrânea Camisa de Vênus, liderada pelo cantor Marcelo Nova, que conseguira um grande sucesso nacional com a canção Eu não matei Joana D’Arc. Depois de participar do álbum Duplo Sentido da banda, em 1987, Raul termina reativando sua carreira e conseguindo chamar um pouco a atenção da mídia com seu álbum A Pedra do Gênesis, de 1988.

Então, retorna aos palcos, amparado por Marcelo Nova e começa uma longa sequências de shows pelo Brasil, naquela que seria sua última turnê. Bastante debilitado e com Marcelo Nova comandando o espetáculo, a dupla ainda grava um álbum, A Panela do Diabo, mas o compositor não chega a ver o trabalho lançado.

Raul Seixas faleceu vítima de uma parada cardíaca, em 21 de agosto de 1989, fruto de uma combinação letal de álcool e diabetes, resultando em uma pancreatite aguda.

Gita

Aqui jaz.O impacto de sua morte gerou uma grande comoção e o álbum A Panela do Diabo foi um grande sucesso, vendendo 150 mil cópias. Com o passar dos anos, o culto a Raul Seixas aumentou cada vez mais, com o artista adquirindo ares míticos.

Curiosamente, seu ex-parceiro Paulo Coelho também teve uma carreira vertiginosa após a morte do amigo, se transformando no escritor brasileiro de maior sucesso internacional, em livros como Diário de um Mago.

Discografia Completa

Vejamos agora os álbuns lançados por Raul Seixas em sua carreira.

RAULZITO E OS PANTERAS – 1968

RAULZITO E OS PANTERAS - 1968Primeiro álbum do cantor, ainda acompanhado por sua banda original, é um disco típico da Jovem Guarda, com clima romântico, toques psicodélicos e uma grande influência dos Beatles, inclusive na capa, que parodia o With the Beatles, de 1963. Como não podia deixar de ser, traz um cover do quarteto de Liverpool: Você ainda pode sonhar (versão de Lucy in the Sky with Diamonds), que termina sendo a melhor faixa do disco.

SOCIEDADE DA GRÃ-ORDEM KAVERNISTA APRESENTA SESSÃO DAS DEZ – 1971

SOCIEDADE DA GRÃ-ORDEM KAVERNISTA APRESENTA SESSÃO DAS DEZ - 1971Álbum experimental e coletivo fruto de um grupo formado por Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Eddy Star. Misturando Frank Zappa com Beatles e Tropicalismo, é uma obra incomum não somente no repertório de Raul, mas na própria música brasileira. Por sua natureza, o disco foi ignorado por público e crítica.

KRIG-HA, BANDOLO! – 1973

KRIG-HA, BANDOLO! - 1973Primeiro álbum “de verdade” de Raul Seixas, é um grande clássico do rock nacional. Raul mistura o rock and roll dos EUA com batuque e capoeira para produzir um som muito próprio, além de letras muito fortes, tanto as dele sozinho quanto aquelas em parceria com Paulo Coelho. Estão aqui canções impressionantes de Raul, como Mosca na sopa, Ouro de Tolo e Metamorfose ambulante, além do início da colaboração com Paulo Coelho que tem destaque em Al Capone. Foi um grande sucesso. Um curiosidade: o título do álbum era o grito de guerra do personagem Tarzan, que na época, fazia grande sucesso nos quadrinhos no Brasil. Sua tradução era: “Cuidado, aí vem o inimigo!”. Em época de Ditadura Militar, que tal?

OS 24 MAIORES SUCESSOS DA ERA DO ROCK – 1973

OS 24 MAIORES SUCESSOS DA ERA DO ROCK - 1973Concebido antes do álbum anterior, este era um velho projeto de Raul Seixas para homenagear os seus grandes ídolos, numa época em que ainda não tinha se firmado como cantor e compositor. Lançado após Krig-Ha, Bandolo!, a gravadora Phillips decidiu omitir o nome do artista, receosa de que o LP de covers atrapalhasse o sucesso do anterior. Por isso, o álbum é creditado à banda Rock Generation e Raul ganha o crédito de Direção Artística. Nesse sentido, o disco se inseria dentro do costume nacional de reeditar material estrangeiro com intérpretes locais, como nos célebres discos Década Explosiva Romântica. Apesar disso, Raul gostava muito desse disco, que não fez sucesso algum na época, mas foi reeditado em 1975 (com acréscimo de palmas e assobios). Ganhou uma versão definitiva em 2001, depois de ter sido relançado outras vezes com os títulos 20 Anos de Rock e 30 Anos de Rock.

GITA – 1974

GITA - 1974O segundo “disco de verdade” de Raul Seixas se tornou um de seus maiores êxitos na carreira. Foi um sucesso tão grande que interrompeu o exílio do artista enviado aos EUA depois de preso e torturado pela Ditadura Militar. O disco traz grandes parcerias com Paulo Coelho, como Gita, Sociedade Alternativa e Medo da Chuva, além de composições-solo como SOS e Trem das 7. É talvez o melhor álbum da carreira de Raul e um grande clássico do rock nacional, com seu som forte, bem gravado e tocado, e letras muito inspiradas. Ganhou um Disco de Ouro.

NOVO AEON – 1975

NOVO AEON - 1975Este disco não vendeu tão bem quanto o anterior na época, talvez porque o público tenha ficado assustado pela mensagem libertária da faixa-título. Ainda assim, apesar de considerado um “fracasso”, mantém a força dos álbuns anteriores (Krig-Ha, Bandolo! e Gita) tanto em som quanto em letras. Visto à distância é outro dos melhores discos do artista e bastante querido pelos fãs. Raul assina sozinho Para Nóia, mas além de Paulo Coelho (Rock do Diabo e Tu és o MDC da minha vida), aparecem novos parceiros nas letras. Marcelo Motta assina com Raul e Coelho Tente outra vez e A maçã; enquanto Cláudio Roberto assina com Raul e Motta a faixa-título.

HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS – 1976

HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS - 1976Após o decréscimo do anterior, Raul Seixas recupera seu grande sucesso neste disco, que é quase todo assinado em parceria com Paulo Coelho, embora haja a colaboração de Jay Vaquer em duas faixas. A faixa-título foi o grande hit do disco, que trouxe ainda os sucessos Meu amigo Pedro, Eu também vou reclamar e O Homem. A sonoridade também mantém a excelência dos quatro anteriores, fazendo-o mais um clássico do rock Brasil. Infelizmente, este disco marca também um corte na carreira de Raul, já que é o último feito na gravadora Phillips e o último realizado em parceria com Paulo Coelho.

RAUL ROCK SEIXAS – 1977

RAUL ROCK SEIXAS - 1977Aproveitando-se do fim do contrato com Raul Seixas, a gravadora Phillips lançou este disco quase apócrifo, seguindo o mesmo estilo de Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, trazendo apenas covers de rock dos anos 1950. A produção ficou a cargo do guitarrista Jay Vaquer.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU – 1977

O DIA EM QUE A TERRA PAROU - 1977Tirando seu título de um clássico filme de ficção científica dos anos 1950, a canção-título fala de um futuro apocalíptico em tom de deboche que, embora repita a fórmula de Há dez mil anos atrás, ainda assim funciona. Este álbum marcou a entrada de uma nova fase de Raul Seixas, agora na gravadora WEA, e trabalhando com um novo parceiro: Cláudio Roberto, que coassina todas as faixas do disco junto com Raul. Além da faixa-título, Maluco beleza fez um grande sucesso, se tornando, na verdade, no maior êxito comercial do artista e sua canção-assinatura. Sapato 36 também fez sucesso, mas não se pode esquecer o destaque da participação da banda funk Black Rio em De cabeça para baixo e Tapanacara.

MATA VIRGEM – 1978

MATA VIRGEM - 1978A partir daqui, o trabalho de Raul Seixas vai se tornando cada vez mais obscuro e apenas ocasionalmente vindo à luz da popularidade e do sucesso. Com a saúde abalada, parece que isso interferiu na qualidade de seu trabalho. O disco se afasta um pouco do rock, tendo uma sonoridade mais branda, o que talvez tenha contribuído para seu insucesso. A parceria com Paulo Coelho é momentaneamente retomada em três canções (destaque para Judas) e nas outras há vários parceiros, como Cláudio Roberto e até a nova esposa Tânia Menna. Um destaque é a guitarra de Pepeu Gomes (dos Novos Baianos) em Pagando brabo.

POR QUEM OS SINOS DOBRAM – 1979

POR QUEM OS SINOS DOBRAM - 1979Outro álbum ligeiramente obscuro, guarda algum destaque na faixa-título e em O segredo do universo. Todas as faixas são assinadas por Raul Seixas e Oscar Rasmussen.

ABRA-TE, SÉSAMO – 1980

ABRA-TE, SÉSAMO - 1980Raul Seixas estreia na CBS como cantor (já havia sido produtor) e lança esse álbum que causou bastante controvérsia na época em que foi lançado, porque teve duas canções censuradas pela Ditadura Militar: a crítica Aluga-se e a sexualmente explícita Rock das aranhas, ambas escritas com Cláudio Roberto. Apesar de ter alguns outros estilos musicais – inclusive a balada Baby (também com Cláudio Roberto) – o som rock predomina no espírito do disco, inclusive com a participação dos guitarristas Celso Blues Boy e Rick Ferreira. Aluga-se faria algum sucesso nas rádios – o que rendeu até uma apresentação na TV no Cassino do Chacrinha – e seria décadas mais tarde gravada pelos Titãs, fazendo sucesso também.

RAUL SEIXAS – 1983

RAUL SEIXAS - 1983Após um pequeno hiato, Raul Seixas retorna, agora na gravadora Eldorado, e sem querer faz um grande sucesso: a canção Carimbador Maluco, exibida no especial de TV da Rede Globo Plunct, Plact, Zuuuum. Além dela, o disco é irregular e sem graça, trazendo algumas versões de rock dos anos 1950 para português e parcerias com a esposa Kika Seixas e nomes como Cláudio Roberto e Wilson Aragão.

METRÔ LINHA 743 – 1984

METRÔ LINHA 743 - 1984Agora na Som Livre, Raul Seixas se esforça para compor um disco diferente, mais calcado no violão. Mas o resultado não é bom. A faixa-título remete a Bob Dylan e Mamãe, eu não queria é um plágio de I don’t wanna be a soldier mama de John Lennon. Para piorar, o disco ainda traz uma regravação de O trem das 7.

UAH-BAP-LU-BAP-LAB-BÉIN-BUM – 1987

UAH-BAP-LU-BAP-LAB-BÉIN-BUM - 1987Lançado pela gravadora Copacabana. Como os dois anteriores, tem um ar de colcha de retalhos. Ainda conseguiu sucesso mediano com as faixas Cowboy fora da lei e Quando acabar o maluco sou eu, ambas em parceria com Cláudio Roberto. Em contrapartida, há uma canção chamada Paranoia II, uma versão em inglês de Gita (I am) e uma versão em português do bolero Cambalache.

A PEDRA DO GÊNESIS – 1988

A PEDRA DO GÊNESIS - 1988Novamente pela Copacabana, este seria o último álbum solo de Raul Seixas. De novo soa como uma colcha de retalhos, atrapalhada pela péssima saúde do compositor. Talvez por isso, a morte é um tema consciente na maioria das faixas. E talvez como piada, Raul incluiu um hino à abstinência numa versão em português de No no song, que virou Não quero mais andar na contramão, canção mais famosa por ter sido gravada pelo ex-Beatle Ringo Starr (!).

A PANELA DO DIABO – 1989

A PANELA DO DIABO - 1989Último disco de Raul Seixas, gravado em parceria com Marcelo Nova e lançado pela gravadora WEA. O álbum ganha mais fôlego do que os anteriores, talvez por causa da parceria, tendo destaque em faixas como Carpinteiro do universo e Pastor João e a Igreja Invisível. Raul e Nova chegaram a promover uma turnê antecipando o lançamento do disco, aparecendo inclusive na TV, mas Raul morreu apenas dois dias depois do lançamento do LP.

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Como se vê, Raul Seixas deixa um legado imenso à música brasileira e ao rock. E é um artista ainda muito interessante nos dias de hoje, com suas letras místicas e críticas; e a mistura do rock com sonoridades brasileiras. A ironia e bom humor das letras ensinam importantes lições aos compositores dos dias de hoje.

Talvez por isso, até hoje, Raul Seixas ainda é um artista tão cultuado. E qualquer mortal que já tenha frequentado um show de rock no Brasil já deve ter ouvido o clamor do público: “Toca Raul!”, um pedido quase obrigatório.

Aliás, quando o ex-Beatles Paul McCartney exibiu um show ao vivo no YouTube há alguns anos atrás, o mundo inteiro pôde ouvir ao fim de uma das canções um engraçadinho (com certeza, brasileiro) gritando lá no fundo (mas ainda totalmente audível): “Toca Raul!”.

O Homem da Terra

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Caríssimos, nestes dias de hoje, com toda a tecnologia espalhafatosa que qualquer filme até mesmo de quinta categoria costuma apresentar, num momento em que os efeitos especiais estão cada vez mais grandiosos, a alta definição é de causar espanto e os efeitos 3D nos deixam estupefatos, enfim, nestes tempos de blockbusters, respondam-me sinceramente: vocês se submeteriam a assistir um filme sem NADA disso?

Pior, sem efeito NENHUM. Nem mesmo do tipo cenas de “flashback” para ilustrar uma eventual passagem de alguma narrativa. Um filme de cerca de uma hora e meia de duração, com pouco mais de meia dúzia de pessoas dentro de uma casa… conversando.

E só.

Parece chato, não? Aliás, muito chato. Ledo engano. Crasso engano. O filme é daqueles que você não consegue parar de assistir até chegar o final. E, quando chega, ainda fica com vontade de assistir de novo!

Trata-se de “The Man from Earth”, uma película de 2007, sem atores famosos, sem efeitos especiais, nem mesmo algum diretor badalado. Saibam que revelar parte da estória (ou será história?…) em nada afeta a possibilidade de que vocês venham a assistir e – com certeza – gostar do filme. Mas se você é daqueles que não gosta de saber nadica de nada de um filme que ainda vai assistir então pare de ler agora!

Não parou?

Tem certeza?

Então vamos lá!

O filme inteiro se passa no interior de uma casa, onde se reúnem alguns professores universitários para uma pequena confraternização de despedida, pois um deles está indo embora. Dentre eles, um arqueólogo, uma professora de literatura, um biólogo e um historiador. No decorrer da estória a casa vai se esvaziando – de coisas, não de pessoas – pois o proprietário doou praticamente tudo para caridade. Por último fica quase que só o sofá em que estão sentados.

Acontece que esse professor, John Oldman (e nunca um nome descreveu tão bem alguém), resolve revelar o porquê está indo embora. É que ele nunca fica mais de dez anos num mesmo lugar, senão as pessoas à sua volta começam a perceber que ele não envelhece. Isso mesmo. Ele é uma espécie de imortal que tem… 14.000 anos de idade!

E com isso o filme avança, dando início a uma extensa discussão filosófica, ora com conflitos, ora com humor, mas num clima, no mínimo, intrigante. Isso porque tanto ele não pode provar para os demais que tem essa idade, quanto estes não podem provar que ele não a tem. E a narrativa prossegue com ele contando um pouco de sua longeva experiência, que não o tornou mais sábio, nem mais inteligente – apenas um cara comum vivendo um dia após o outro. Passa pelos “homens das cavernas”, colonizações, descobertas da humanidade, Idade Média e por aí vai. Até mesmo Buda e Jesus são vistos sob uma ótica muito peculiar.

É um filme que empolga, emociona e entretém. E, ao final, surpreende!

A única coisa que eu não sabia quando o assisti é que foi baseado na obra de Jerome Bixby, um escritor de ficção científica que, dentre outras trabalhos, escreveu alguns capítulos de Star Trek e também de The Twilight Zone – os nerds de plantão sabem do que estou falando…

A estória original foi concebida por volta de 1960, mas somente acabou sendo produzido por seu filho, Emerson Bixby (o Bixby sênior faleceu em 98), e o filme ganhou fama à época porque foi distribuído livremente pela Internet. Ou seja, é um daqueles pequenos tesourinhos independentes que ocasionalmente aparecem na indústria e que se transformam rapidamente numa obra cult.

Enfim, recomendo.

Fucem por aí e baixem.

Não vão se arrepender…