Questão de orgulho (II) – Lição de humildade

Então.

Há exatamente um ano o filhote nº 1 ganhou uma medalha de ouro. Na escola em que ele estuda – Colégio Adventista – sempre é promovido o chamado “Mérito Acadêmico”, onde as crianças que mais se destacaram ganham medalhas. Sem exceção. São entregues algumas de ouro, várias de prata, muitas de bronze. Pouquíssimas de diamante.

Ele ganhou uma medalha de ouro e eu, corujão que sou, fiquei todo prosa, como demonstrei aqui.

Alguns meses depois, nova entrega de medalhas. Ele foi novamente chamado. Desta vez ganhou a de prata.

Confesso que fiquei um tanto quanto desconcertado. “Como será que ele vai reagir?”, eu me perguntei. Fui até ele, antes mesmo que voltasse para seu assento e procurei encorajá-lo com palavras de ânimo e coisa e tal…

Ele levantou a cabeça, olhou para mim com aquele sorriso iluminado e disse:

“Viu que legal, pai? Quanta gente ganhou? Tomara que na próxima eu pegue a de bronze, aí terei as três!”

Primeiramente fiquei mais desconcertado ainda. Perguntei pra mim mesmo: “Mim mesmo, será que ele quer piorar na escola para completar uma coleção?” Mas conversando mais um bocadinho com ele é que me caiu a ficha. Não era nada disso. Essa “competição” não existe. É uma maneira de estimular todos para que melhorem ainda mais. Qualquer das medalhas é um mérito, pois quanto mais alunos ganharem significa que a classe inteira está melhor.

Mas eu não vi isso.

Fui orgulhoso.

Até arrogante.

Mas a gente sempre aprende, se quiser.

Em especial, humildade.

E, nesse dia, aprendi essa valiosa lição com meu filho…

PS: Hoje novamente serão entregues medalhas. Não sei se ele vai ganhar alguma. E, caso ganhe, não sei qual seria. Mas, qualquer que seja o resultado, tenho certeza absoluta de que ficará feliz. E tenho mais certeza ainda que continuarei tendo muito que aprender…

Emenda à Inicial: Apesar da lição de humildade (bem como das chuvas e trovoadas), o orgulho paterno ainda impera. E eis que o Kevin foi medalhista novamente. Ouro...


Óbvia constatação

Então.

A capacidade intrínseca que o ser humano possui para fazer merda é diretamente proporcional à idiotice da criatura e inversamente proporcional ao porventura existente bom senso, em especial potencializado ao enésimo grau se equacionado conjuntamente com os cromossomos contrários ao do agente.

De volta à minha caverna - de onde não deveria ter saído...Simples assim.

Comprovada empiricamente.

Por experiência própria.

Mapa da Cachaça

Clique na imagem para ampliar!
( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

Dica valiosíssima do copoanheiro-verde, o Duende: Mapa da Cachaça. Não conheço o Felipe a Gabi, mas só posso elogiar a iniciativa. Nas palavras deles:

Nós criamos esse projeto para a valorização da cachaça como patrimônio nacional. Nosso intuito é conhecer mais sobre esse destilado e, por tabela, aprender mais sobre a cultura e história do Brasil.

Você sabia que a primeira cachaça foi destilada em 1534? Pois é, ela tem muita história! E é justamente isso que queremos contar para vocês.

Mapa da Cachaça

Proseio

– E aí?

– E aí…

– Quanto tempo, hein?

– Acho que sim…

– Êêêê… Já vi que a coisa tá pegando…

– Cumassim?

– Primeiro. Você só aparece por aqui quando tem algum enrosco – você sabe muito bem que nem precisava, mas acho que talvez assim você se sinta, sei lá, mais confortável dessa maneira. Segundo. Essas respostinhas evasivas, do tipo “não quero falar, mas se você perguntar, eu falo”. Larga mão de bobagem! Terceiro. OLHA PRA MIM QUANDO EU FALAR COM VOCÊ!!!

– Oi, tá. Pronto, pronto. Desculpa aí…

– Tá. Agora desembucha.

– Sei lá. Às vezes acho que só quero mesmo é uma companhia… Daí eu venho aqui prosear um bocadinho. Mas, da mesma maneira, às vezes, tenho certeza absoluta de que quero ficar absolutamente sozinho. Entende essa pseudo-confusão?

– É mais comum do que você imagina… A metade das pessoas com quem falo não quer falar comigo, e a outra metade acha que me ouve, mas na verdade não ouve absolutamente nada. Às vezes é frustrante…

– Ei, quem é que tá com problemas aqui?

– Ei! Péraê! Por um acaso tá me achando com cara de psicólogo? Bem, pelo menos você admitiu que tá com algum tipo de problema…

– É. Na prática acho que tô sim.

– E?…

– Tá. Então. Eu vou levando aqui minha vidinha, sabe? Pago minhas contas, meus carnezinhos, gosto de meu trabalho, tenho bons amigos, amo meus filhos, curto minhas paixões, sempre me entrego de coração aberto, não sacaneio ninguém, tento ser um cara legal, enfim, nada demais, certo?

– Certo…

– Então será que tem como explicar o porquê de, ainda assim, eu estar com essa sensação de “vazio”? Você está sempre na área quando eu preciso de ajuda – tá, e quando não preciso também – então queria saber se tem alguma dica, algum toque, algo pra eu me apegar, entende?

– Você sabe muito bem qual será minha resposta, não sabe?…

– Acho que sei… Que eu mesmo tenho todas as respostas que preciso, né? Só preciso descobrir qual é a pergunta certa…

– Pois é. Assim como qualquer outra pessoa, você tem um potencial enorme. Tanto para o bem quanto para o mal. Tanto para o sucesso quanto para o desastre. Só depende de você. Fique centrado, busque seu equilíbrio, descarte os pensamentos inúteis que ficam ocupando o lugar dos úteis. Reveja seus posicionamentos. Reinvente-se! Mas ficar aí lamuriando é que não vai te ajudar mesmo!

– É. Eu sei. Sempre soube, né? Mas acho que às vezes a gente tem que ouvir isso de outra pessoa. E, sinceramente? É muito mais fácil se essa outra pessoa for Você…

– Heh… Você até parece aquele personagem, o House. Só procura o Wilson quando tá ferrado…

Você assiste House?

– Adoro! Noutra situação eu até não seria capaz de acreditar nele.

– Faz sentido… Bom, valeu pelo proseio. Vou indo. Um monte de coisas pra fazer, Você sabe, né? O de sempre.

– Eu sei, eu sei. Fica bem. Quando e se quiser pode voltar aqui. Mas você sabe que tem muitos outros lugares onde a gente pode se encontrar. Acho que você sabe que não sou muito chegado nisso aqui não. Muita ostentação…

– É, agora que falou, realmente isso não tem muito sua cara, não…

– Pois é… Mas esse povo é teimoso. É como costumo dizer: “corte uma madeira e lá estarei; levante uma pedra e lá me encontrarás; não estou em altares de madeira ou em estátuas de ouro – você é o meu verdadeiro templo”… Mas parece que não adianta!

– É… Então ficamos assim. Valeu!

– Vai em paz, criança… Se precisar, já sabe, né?

– Sei sim. Sempre comigo, né?

– É.

Meu Natal

Sei que a música em si não está completa – fica mais no instrumental…

Mas – vamos combinar? – são quarenta e dois anos de história. E de estória. Quatro. Ponto. Dois. Então eu creio que posso me dar ao luxo de passar por cima dos detalhes.

Aliás, já passei por tanta coisa que poderia escrever um ou mais livros. E, sei lá, quem sabe um dia eu ainda os escreva…

Há quarenta e dois anos perambulo por este nosso mundinho chamado Planeta Terra. Conheço-o menos do que gostaria, mas creio que entendo-o até mesmo mais do que deveria.

Mas o ponto é que todas minhas andanças, amigos, paixões, aventuras, desventuras, responsabilidades, doideiras, tristezas, alegrias, euforias, enfim, tudo pelo que já passei me direcionou e me trouxe para aqui e para agora.

E posso garantir-lhes.

Do fundo de meu coração.

Ainda que tenha tanta coisa para resolver na minha vida.

É este o momento e é este o lugar em que eu queria estar.

Simples assim.

E caso alguém não concorde com este meu posicionamento tão objetivamente óbvio…

…bem, sempre temos a música para dar a mensagem!

Aniversariando

Aniversário é uma coisa bem estranha…

Principalmente se é o próprio!

Jamais sei como vou encarar a data – a não ser quando efetivamente chega. Minhas expectativas são mais relacionadas ao humor que estarei ostentando no dia de meu aniversário que com o “efeito” da data propriamente dito.

Explico.

Nunca encanei com esse negócio de idade. Sou bem resolvido quanto a isso. Crise dos trinta, crise dos quarenta, crise da crise, sei lá! Nada disso jamais me incomodou. Confesso que a única vez na vida – que eu me lembre – que a idade foi um fator determinante foi quando eu estava às vésperas de fazer dezoito anos, afinal eu queria porque queria tirar minha habilitação, né? 😀

Mas, ressalvado esse ponto, não me recordo de já ter ficado em alguma neuras com relação à idade. Hoje chego nos meus quatro-ponto-dois (DOIS e não TRÊS, certo Andréa?) e continuo sendo o mesmo taurino (com ascendência em leão) turrão de sempre… Tenho tido uma boa vida – nada demais e nada de menos – permeada de amores e paixões, com bons trabalhos (simplesmente amo o que hoje faço), filhos maravilhosos e sempre cercado de amigos inesquecíveis, independentemente da idade – até porque eu realmente já tenho milhagem suficiente para ser pai de alguns…

Hoje tenho plena consciência de que há um moleque travesso, um nerd dedicado e um velho rabugento que pacificamente coabitam dentro de mim.

Ou seja, estou em paz comigo mesmo…

E numa data tão querida e especial como essa, foi exatamente de uma pessoa muito querida que ganhei um presente muito especial!

Só pra contextualizar, para aqueles que não sabem fui, sou e sempre serei um apaixonado por gibis. Já falei disso aqui (confiram e poderão conhecer um pouquinho das publicações brasileiras das últimas quatro décadas). Em particular, eis uma palhinha:

Uma das minhas lembranças mais antigas no que diz respeito a quadrinhos me remete diretamente à Turma da Mônica, pois costumávamos ir até a casa de meu bisavô e lá havia uma espécie de hall onde sempre haviam alguns jornais da semana. Assim, em pleno início da década de 70, eu já chegava fuçando tudo e procurando pela Folhinha (era esse mesmo o nome?) para poder ver aqueles desenhos que me agradavam tanto. Sim, ver, pois eu sequer era alfabetizado…

Pois bem. E não é que este velho alfarrabista que vos tecla acabou sendo presenteado com uma edição da “Folhinha de S. Paulo” (sim, era esse o nome) dessa época?

Vejam só:

Algumas curiosidades sobre essa edição, em especial:

– ela é do ano de 1969 (grande ano para a humanidade – foi quando nasci!);

– ela fala de Natal (que, lembrem-se, nada mais é que “nascimento”);

– é de uma época em que o Maurício desenhava absolutamente tudo, desde os quadrinhos, até os jogos e mesmo a logomarca desse suplemento!

Mas, melhor ainda, caso não tenham percebido, vejam bem o que tem nesse jornal em especial (isolei do resto da imagem para ficar mais legível):

O próprio Maurício de Sousa teve acesso àquele meu post sobre gibis e ficou sabendo há quanto tempo já acompanho as estórias da Mônica e sua turminha, de modo que o exemplar do jornal veio devidamente autografado!

Não é o máximo?

Aliás, o interessante é que ele gostou tanto da lembrança – simplesmente não acreditou que ainda existissem alguns exemplares do jornal – que queria ficar com essa edição. Desculpa aí, Maurício. Não foi dessa vez… 😉

Aliás do aliás, ainda que coincidências não existam, nesta semana em que acabou de ser lançado o filme Thor, adivinhem qual baixinha invocada quebrou o Mjolnir (martelo encantado do Deus do Trovão) no jogo dos sete erros dessa edição da Folhinha…

Enfim, gostei muito!

Mesmo!