Dia da Mulher

  (Faça-se a luz… E fez-se a mulher!)

Buenas!

Eu ia originariamente escrever parabenizando as mulheres pela data de hoje… Mas, pensando bem, pra quê?

É JUSTO ter um único dia específico para lembrar a importância que o sexo feminino representa no contexto mundial? Ainda mais se esse dia foi feito para “comemorar” a data de um massacre havido no começo do século passado?

Não acho nem um pouco justo.

A chamada mulher moderna já representa tanto no dia de hoje, como nos demais 364 restantes, o poder decisório de nossa sociedade. Desde criança já começam a se preparar para vida adulta em suas brincadeiras de “casinha”; quando adolescentes atingem a maturidade sexual MUITO mais rapidamente que os meninos que as rodeiam; na vida adulta, repletas de charme, feminilidade, inteligência e perspicácia, costumam trazer os homens a seus pés; quando se tornam mães exercem o poder discricionário direcionador da vida de seus filhos, transmitindo-lhes suas experiência, anseios e expectativas; no mercado de trabalho são excelentes profissionais, detalhistas, preocupadas e com uma visão espacial enorme; e, mesmo na velhice, são as matriarcas que possuem o poder agregador ante seus parentes, em torno das quais todos se movimentam, mantendo a coesão familiar.

E nós, meninos? A única diferença com relação à infância é que nossos brinquedos ficam mais caros…

Sei que não estou sendo original, mas, creiam-me, estou sendo FRANCO. Em que pese o sexo masculino achar que o mundo gira a seu redor e segundo seus ditames, é, verdadeiramente em função do sexo feminino, essa presença subjetiva desde nossa mais tenra infância, que as engrenagens do mundo giram. Que o digam todas as heroínas e mártires que se sacrificaram por uma sociedade mais justa. E, também, todas as mulheres comuns, que, com sua presença velada, impulsionam diuturnamente nosso povo sempre avante.

Assim, um VIVA às mulheres! E que não me venham dizer que esta ou aquela merece mais ou menos que outras, por este ou aquele motivo, pois, em verdade, TODAS as mulheres são lindas, maravilhosas, perfeitas e acabadas. E quem achar o contrário é porque não conhece realmente a inexplicável, poética, romântica e misteriosa força contida na beleza do sexo feminino.

Deixo portanto de parabenizá-las por um mero dia, e saúdo-as com a inebriante taça da alegria por todos os dias compartilhados de sua existência!

Sinceramente,

Deste fiel vassalo,

Adauto de Andrade
em 08 de março de 2005.



Como dar banho em seu gato

  (E dá certo, viu?…)

1. Abra as duas tampas do vaso e coloque duas colheres de sopa de xampu para animais.

2. Pegue o gato e acalme-o enquanto você o carrega para o banheiro.

3. Surpreenda o gato com um movimento rápido, e coloque-o no vaso e feche ambas as tampas. É possível que você tenha que sentar no vaso para que o gato não o abra, tentando sair.

4. O gato vai se agitar e fazer muitas ondas. Não se importe com o barulho que vem do vaso, porque esta é a parte mais importante no processo de limpeza.

5. Puxe a descarga umas três ou quatro vezes. Isso faz com que se complete o processo, em seguida do enxágue necessário.

6. Peça para que alguém abra a porta da casa. Também não deixe ninguém entre o banheiro e a porta aberta.

7. Coloque-se atrás do vaso o máximo possível, e rapidamente abra as duas tampas do vaso.

8. O gato irá sair correndo do vaso, voará pelo banheiro até chegar fora da casa, onde ele se secará naturalmente.

9. Tanto o vaso sanitário como o gato estarão limpinhos e cheirosos!

Cordialmente,

O Cachorro

Idoso

  (Será que consigo?)

Idoso é a pessoa que tem muita idade; velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. A idade causa degeneração das células; a velhice causa degeneração do espírito. Por isso, nem todo o idoso é velho e há velho que nem chegou a ser idoso.

O mesmo ocorre com as coisas: há coisas que são idosas (antigas) e há coisas que são velhas. Um vaso da dinastia Ming (1368-1644) pode ser uma antiguidade, uma relíquia que não tem preço; um outro, de apenas cinquenta anos ou menos, pode ser um vaso velho a ser relegado a um depósito. Você é idoso quando pergunta se vale a pena; você é velho quando sem pensar responde que não.

Você é idoso quando ainda aprende; você é velho quando já nem ensina. Você é idoso quanto pratica esportes ou de alguma forma se exercita; você é velho quando apenas descansa. Você é idoso quanto ainda sente amor; você é velho quando só sente ciúmes e possessividade. Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida; você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada.

Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs; você é velho quando seu calendário só tem ontens. Idosa é a pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência; ela é uma porta entre o passado e o futuro e é no presente que os dois se encontram. O velho é aquele que tem carregado o peso dos anos; que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras transmite pessimismo e a desilusão. Para ele, não existe ponte entre passado e presente, pois lá existe um fosso que o separa do presente, pelo apego ao passado.

O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina, pois enquanto o idoso tem os olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e a esperança se ilumina, o velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram. O idoso tem planos; o velho tem saudades.

O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos; o velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade. O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e prenhe de esperança. Para ele, o tempo passa rápido e a velhice nunca chega. O velho cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se arrastam, destituídas de sentido. As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso; as rugas do velho são feias, porque foram vincadas pela amargura.

Em suma, o idoso e o velho são duas pessoas que até podem ter, no cartório, a mesma idade cronológica. Mas o que têm são idades diferentes no coração.

JORGE JOSÉ DE JESUS RICARDO – 69 ANOS
Vencedor do 1º Congresso Literário para a Terceira Idade

Pepinos…

  (Cuidar de plantas nunca foi meu forte. Prefiro deixá-las viver…)

E eis que o pequeno petiz, sabe-se lá como, conseguiu um punhado de sementes de pepino…

Plantou-as.

Em sua casa mesmo, ao pé doutra árvore.

Com zelo, cuidou bem da planta que surgia.

Sua mãe, quando percebeu que a árvore era tomada por toda uma rama que por ela subia e terminava com vistosos e saudáveis pepinos em suas pontas, chamou-lhe a atenção:

– Mas o que é isso? Como você me planta isso bem aqui? Pode tratar de dar um jeito nisso tudo, entendeu bem?

Ele não teve dúvidas.

Fez um belo cartaz e colocou-o na porta de sua casa:

“Vendo pepinos sem agrotóxico. R$2,00 cada.”

Vendo aquilo – e já achando graça – sua mãe ainda tentou argumentar que aquele valor era muito alto, que nesse preço deveria ser então por quilo e não por unidade.

Ele mostrou-se irredutível.

Tinha certeza da saúde de sua colheita.

E não é que o pequeno teimoso realmente conseguiu vender todos?…