O que não fazemos por um coração…

Muito bem, o Grande Dia chegou!

Não, não… O Titanic ainda não está pronto…

Mas sua alma está preparada. Ou seja, sua lataria está impecável, reformada, renascida, reluzente.

E os membros de seu corpo também estão prontos. Ou seja, de dentro para fora, de baixo para cima, todo o sistema de rodas, freios, amortecimento e mesmo a direção hidráulica já podem entrar em ação a qualquer momento.

Só lhe faltava o coração. Um coração forte e vermelho, que lhe bata com ferocidade e suavidade, que lhe dê forças para mais uma vez voltar para as estradas, habitat natural de seu ser. Um coração de seis cilindros em linha…

Mas agora não lhe falta mais!

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Bem, quase…

É que neste final de semana, graças à ajuda dos amigos Flávio e Carina, finalmente levei o motor até a mecânica do Seo Waltair. Mas não pensem que foi assim fácil! Ah, não! Então, crianças, “senta, que lá vem história!”

Já tem algumas semanas que havíamos combinado isso: uma vez que o carro estivesse pronto, eles emprestariam de um amigo um caminhãozinho com um “guincho girafa hidráulico” para poder carregar o motor. Esse era o Plano A.

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Mas como para tudo sempre há um porém, eis que no dia combinado – sábado – o dono do caminhãozinho precisou dele pela manhã, mas o liberaria à tarde. O “pobrema” é que à tarde a oficina já estaria fechada, pois, segundo o Seo Waltair, ele ficaria lá até por volta de meio-dia. Então, até onde sei, meus amigos tentaram ainda arranjar uma “talha” emprestada com um outro amigo, já que em casa tenho um suporte que daria para pendurá-la. Esse era o Plano B.

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Só que não conseguiram achar o distinto, de modo que, na cara e na coragem (e muita fé) resolveram simplesmente levar a Jabis (a caminhonete deles) para de alguma maneira tentarmos colocar o motor lá dentro. Esse ficou sendo o Plano C.

E aqui começa a parte Stan Laurel & Oliver Hardy dessa história…

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Ao chegar em casa, fizeram um resumo de todo o ocorrido, inclusive já sugerindo um “Plano D”, que seria pegar o caminhãozinho à tarde, levantar o motor, deixá-lo na caminhonete deles, para que na segunda pudéssemos levá-lo até o mecânico. Sinceramente não me lembro por quais motivos resolvemos descartar essa ideia, mas ainda assim descartamo-la. Então o novo “Plano D” seria tentar içar o motor, com cordas mesmo, usando o suporte que tenho em casa.

Um detalhe: esse suporte na realidade era a estrutura de um balanço que, pelos mais taurinísticos motivos, após anos e anos jamais cheguei a montá-lo para as crianças de casa. E, na realidade da realidade, essa estrutura de balanço era um suporte que meu cunhado usava para tirar o motor dos carros que arrumava e resolveu deixar lá em casa. Bem, enfim, estava lá e alguma utilidade iríamos lhe dar.

Primeira tarefa: encontrar parafusos que servissem para montar o suporte – desmontado há anos – de modo que pudéssemos fazer o que fosse necessário. Fuça daqui, procura dali, gambiarra de lá, uma forcinha de cá e o suporte estava montado. Faltava arrastar o motor até embaixo dele para que tentássemos içá-lo. E foi exatamente aí, no arrastar, que veio a ideia: pô, já que está tão fácil de arrastar e se colocássemos umas tábuas e o arrastássemos direto para dentro da caçamba da Jabis? Tábuas eu tinha por ali e a ideia parecia boa. Até mesmo a Dona Patroa, que resolveu ver como estávamos nos saindo, também concordou. Estava arquitetado o Plano E!

Colocamos uma tábua e a Dona Patroa achou que era fina. Colocamos outra por baixa e ela achou que iria quebrar. Segundo o Flávio o motor deveria pesar uns 150 kg e o câmbio mais uns 70 kg, o que nos deixaria com no mínimo 220 kg para arrastar tábua acima. Começamos a puxar. A Dona Patroa falou que o motor ia cair para o lado. Continuamos a puxar e eu me lembrei de um vídeo no Face de uns nóia tentando colocar uma moto na caçamba. E a Dona Patroa disse que a tábua ia quebrar. Daí o motor enroscou na quina da tábua. E mais uma vez ela falou que a tábua ia quebrar. Aí fui eu que não aguentei:

– Ôôôô Profeta do Apocalipse! Vê se para de agourar, pô!

Pronto. Enfezei. E o motor enroscado na quina da tábua. Porra!

– Flávio, puxa daí que eu levanto daqui!

Ele me olhou com uma cara de interrogação. As meninas se entreolharam e olharam novamente para mim. E eu bufando.

– UM, DOIS E… TRÊS!!!

Imaginem a seguinte nada hipotética situação: um motor de mais de 200 kg equilibrado numa tábua apoiada na caçamba de uma caminhonete, com o lado (mais leve) da embreagem na rampa e a parte (mais pesada) do bloco enroscada na quina da tábua onde ela tocava o chão. E a besta que vos tecla na fé de que iria levantar aquele mastodonte. Não preciso dizer que “no três” o Flávio levantou o lado dele, enquanto que, do meu lado, os parafusos do meu joelho quase espanaram e – tenho certeza – perdi ao menos umas duas vértebras da coluna. E o motor nem sequer se mexeu…

Também acho que não preciso dizer que os quinze minutos seguintes foram da mais pura gargalhada…

– E ele REALMENTE acredita que é o Superman! – foi o que disse a Carina, já com lágrimas nos olhos!

Bem, o jeito era abortar tudo e voltar para o Plano D – ao menos enquanto ainda tivéssemos condições pra isso.

Pegamos a estrutura que ainda estava montada. Olhamos para ela. Ela olhou pra gente. E agora, José? Será que só na corda daria certo? Bem, a Dona Patroa resolveu ligar para o dono da criança, ou seja, o irmão dela, para saber como é que ele fazia para tirar os motores com aquilo lá. Hein? Como? Com uma talha? Dá pra emprestar? Ah, não era dele… Do vizinho? Ele empresta? Vê lá então. E aí? Viu? Não tá com ele nesse final de semana? Tãotáintão…

Afff… Nada é fácil nessa vida.

E então, mais uma vez, eis que Pink & Cérebro resolveram entrar em ação.

E decidimos amarrar uma corda no motor para tentar içá-lo (aliás, olhando agora, em retrospectiva, não posso deixar de lembrar do causo do português e do barril de tijolos – leiam, vale a pena).

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MAS QUE BESTAGEM ENORME!!!

Aliás, só pra constar: apesar da cara de intrigado do Flávio na caçamba da Jabis, a ideia estapafúrdia foi NOSSA, então essa eu faço questão de dividir…

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Ora, se o motor tem mais de 200 kg e eu sozinho tenho lá meus 100 kg, o que deve ser mais ou menos o que o Flávio também tem, mas nem que nos pendurássemos na corda não o tiraríamos do lugar! Bem diz meu pai: “quando a cabeça não pensa, o corpo padece”…

Mas não foi por falta de tentativa! Nem de minha parte…

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…nem por parte do Flávio!

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Nessa altura do campeonato ficamos sem opção e resolvemos que o negócio era pegar o caminhão à tarde e levar o motor no decorrer da semana. Até porque, depois de tantos “planos”, eu já estava me sentindo dentro do filme do Galinho Chicken Little

Até que alguém ligou para o Flávio.

Era o pessoal lá do caminhãozinho! Já haviam liberado ele! Nisso era pouco mais de onze horas e, talvez, somente talvez, desse tempo de fazer tudo ainda no dia!

Toca todo mundo pra Jacareí, no bom e velho Cruzador Imperial, para buscar o caminhãozinho!

Chegamos lá, até que o Flávio tivesse um curso relâmpago de aula básica de operação do guincho, já era meio-dia. E agora? Bem, vamos dar uma passada lá na Mecânica e já ver se ainda dá tempo. Nesse ínterim – até pra se divertir um bocadinho (como se já não o estivéssemos fazendo o suficiente) – a Carina pediu para levar a barca. Beleza! Nós no caminhão e ela no Opalão! E vamo que vamo!

Seo Waltair já estava na porta – e, confesso, parece-me que com uma cara de decepção por o motor já não estar na caçamba – e garantiu-me que ainda ia demorar um pouco. Beleza! Então vai dar tempo! E toca pra casa, a uns 15 km dali, para dar continuidade ao Plano A, originalmente arquitetado!

Chegamos em casa e – ufa! – o receio de o caminhãozinho não entrar na garagem era somente isso: um receio. Aliás, segue aí uma propagandinha básica do camarada que deu essa força para O Projeto, vai… Tenho certeza de que, depois de aparecer aqui no blog, com a nossa usual audiência, ele vai ter um trabalho danado para gerenciar as milhares de ligações espalhadas pelo mundo todo que a partir de agora irá receber! Ou não.

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Bem, uma vez devidamente posicionado, demos início aos trabalhos…

E é ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL como com a ferramenta certa você consegue fazer o que tem que fazer da maneira certa. Sempre aprendi isso com meu pai. E sempre teimo em fazer do modo mais difícil! Mas vejam por si mesmos a belezura da coisa!

CINCO MINUTOS!

Se é que foi tanto.

Levamos mais tempo trazendo o caminhãozinho e levando o motor que carregando e descarregando o danado propriamente dito. Com o Coração Estelar – ops, esse é do Lanterna Verde -, quer dizer, com o Coração do Titanic devidamente encaçambado, toca todo mundo pra Jacareí novamente, cidade vizinha, para descarregar a criança lá na Oficina Mecânica do Seo Waltair. Eu e o Flávio no caminhão e a Carina logo atrás no Opalão.

Já na oficina, toca pra operação inversa (e com direito a uma filmagem exclusiva do Titanic por parte da Carina – valeu, sua linda!)…

Enfim, motor entregue, na oficina, aguardando cirurgia.

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Com tudo devidamente combinado, ou seja, que se leve todo o tempo DO MUNDO para concluir essa fase – até porque TUDO nessa vida tem limite, inclusive o cheque especial – fomos devolver o caminhãozinho. Sinceramente não lembro neste momento do nome do dono da criança (seu Isidoro, acho eu?), um senhor simpaticíssimo e bastante agradável. Gente que tem cara de gente do bem, sabem? Proseamos um bocadinho e tomamos nosso rumo.

Agora toca todo mundo de volta pra casa, pois meus amigos ainda têm que resgatar a Jabis – coitada – que não teve seus préstimos solicitados. Mas, como não podia deixar de ser, moleque é moleque. Sempre. E ali tínhamos dois. Sob a batuta de um bom rock, eu e o Flavião, já devidamente municiados com uma breja cada um, simplesmente nos acomodamos no banco de trás e deixamos que a Carina, motorista da vez, nos trouxesse de volta.

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E as pessoas na rua olhavam. Não só por conta do Opalão, vulgo Cruzador Imperial. Não só por conta do rock comendo solto. Não só por conta da gata com cara de séria dirigindo a barca. Mas, especialmente, para o conjunto da situação, com os dois folgados muito bem acomodados lá atrás, com suas brejas, e o semblante de dever cumprido estampado nas faces…

E assim termina o conto de hoje crianças. Finalmente demos início à Fase Cinco, ou seja, retífica, montagem e funcionamento do motor! O caminho ainda será longo, com muitos percalços, tenho certeza. Mas quando acreditamos naquilo que queremos e temos determinação o suficiente para não esmorecer, jamais, então um dia certamente seremos recompensados com o fruto dourado dos nossos esforços! Ou, no meu caso, alaranjado… Mas, mais importante que tudo, sempre é imprescindível saber que podemos contar com o auxílio dos nossos verdadeiros amigos, sempre dispostos a ajudar, custe o que custar.

E vamo que vamo!

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Ford Maverick completa 45 anos

Não, não, vocês não estão no blog errado não!

Mas temos que dar a mão à palmatória que, dos modelos nacionais disponíveis à época, o Maverick foi o único capaz de competir com o Opala. Tanto assim o é que restam perguntas idiotas até hoje, capaz de arrepiar qualquer opaleiro: “é V-4, V-6 ou V-8?”

E mais: esses “45 anos” são do lançamento dele lá fora, pois no Brasil ele somente viria a ser lançado anos depois, em 1973, especificamente para “combater” o Opala que já havia sido lançado em 1969. Mas o Maverick não durou muito. Já em 1979, com pouco mais de 100.000 unidades fabricadas, deixou de ser produzido. Enquanto que o Opala resistiu até 1992, encostando em um milhão de unidades…

Mas vamos à matéria em si, que roubartilhei daqui:

Exatamente 5 anos mais novo que o Mustang, carro “econômico” da Ford também foi fabricado no Brasil

É bem verdade que o Ford Mustang é mais marcante e famoso, e 50 anos é algo realmente marcante, mas não podemos nos esquecer de outro Ford que nasceu exatamente 5 anos depois com objetivo oposto e que também tem uma legião de fãs – ao menos no Brasil: o Maverick.

Era o final da década de 60. A Ford já experimentava o sucesso do Mustang, o primeiro dos “Pony Car” e a crise do petróleo ainda pertencia ao futuro. Mesmo assim, buscava um veículo compacto, barato e econômico – nos padrões da época – para concorrer com carros europeus e japoneses, como Fusca e Corolla, algo que o Ford Falcon, grande e obsoleto não era capaz de fazer.

Sendo assim, em 17 de abril de 1969 a Ford lançava o Maverick. Custava 1.995 dólares e tinha 15 opções de cores. O sucesso foi fulminante. Ainda no primeiro ano de vendas o modelo teve 579.000 unidades comercializadas, superando o próprio Mustang. Os motores eram dois, um 2.8 de 82 cv e 17,8 kgfm e 3.3 de 91 cv e 21,3 kgfm, ambos de seis cilindros. As linhas do carro eram semelhantes às do Mustang, porém simplificadas. Apesar de tudo, não deixava de ser um belo carro.

Logo surgiriam outras versões. Em 1971 o Maverick recebia o famoso V8 de 302 Polegadas Cúbicas que equipava algumas versões do Mustang, mesmo com a Ford temerosa acreditando que isso macularia a imagem de seu carro “econômico”. Ela estava errada… Logo surgiam versões esportivas e até mais luxuosas, como os Maverick Sprint e Grabber e o Mercury Comet, que por fora tinha apenas capô e grade diferente. Os dois modelos fizeram sucesso mesmo depois do estouro da crise do petróleo, em 1973 e foram produzidos, com poucas modificações, até 1977.

Já no Brasil…

No final da década de 60 as operações da Ford no Brasil eram modestas. Do que restou da recém-adquirida Willys Overland conseguira criar o Corcel e manteve em linha modelos já existentes, como o Aero Willys 2600 e sua versão de luxo Itamaraty. O Galaxy já era fabricado, mas era muito luxuoso – tinha direção hidráulica, ar condicionado e câmbio automático! – e caro. O lançamento do Chevrolet Opala fez a Ford procurar um modelo médio-grande para assumir um posto intermediário em sua linha.

Isso motivou a Ford a criar uma das clínicas de produtos mais curiosas de que se tem notícia no Brasil: fez evento secreto, com a participação de 1.300 consumidores, onde apresentou diferentes veículos sem nenhuma identificação. Entre eles estavam o inglês Ford Cortina, o alemão Ford Taunus, o norte-americano Ford Maverick e até o Chevrolet Opala, cedido pela própria GM. O modelo preferido foi o Taunus, mas sua produção por aqui seria inviável devido à alta tecnologia que o modelo empregava, tanto na suspensão quanto nos motores, pequenos e modernos demais para o Brasil daquela época.

Sobrou pra quem? Pro carro econômico, barato e concorrente do Fusca vendido nos Estados Unidos, uma atitude que seria repetida centenas de vezes pela indústria nas décadas seguintes.

Como o motor original do Maverick era de seis cilindros e o Salão de São Paulo de 1972 já estava se aproximando, a Ford optou por produzir o modelo, adaptando o bloco utilizado pelos Willys de seis cilindros na época. O motor era grande demais para o capô do Maverick, por isso modificações precisaram ser feitas. O redesenho do coletor de escape causou queima da junta do cabeçote nos testes, sendo necessário recorrer a uma galeria externa de refrigeração específica para o cilindro mais distante na frente. A taxa de compressão do motor foi reduzida para 7,7: 1. O motor 184 3.0 de modestos 112 cavalos estava pronto para ser lançado como versão de entrada, tendo como topo de linha o V8 302 5.0 de origem mexicana, que produzia 197 cavalos.

O primeiro Maverick brasileiro saiu das linhas de montagem em São Bernardo do Campo em 4 de junho de 1973. Em 20 de junho acontecera sua apresentação para a imprensa no Autódromo de Jacarepaguá (R.I.P.). As versões disponíveis eram três, Super (básica), Super Luxo ou SL (intermediária) e GT (top de linha). O Super e o Super Luxo podiam ser encontrados tanto na versão coupé, de duas portas, e sedan, de quatro portas. O motor era o 3.0 seis cilindros, mas opcionalmente poderia contar com bloco V8 5.0. A transmissão era manual de quatro marchas no assoalho ou automática de três velocidades na coluna de direção. Elogiou-se muito sua agilidade, conforto e silêncio ao rodar.

Mas logo os defeitos do carro viriam à tona. Ele era apertado no banco traseiro, a visibilidade traseira era ruim por causa de seu formato fastback e o seis cilindros que não convertia toda a gasolina que consumia – e não era pouca – em potência. Chegava a beber mais que o V8 e andava menos que um quatro cilindros. A crise do petróleo que superava nos Estados Unidos, por aqui era um obstáculo.

Em 1976 o seis cilindros foi trocado por um mais moderno, quatro cilindros de 2.3 e 99 cavalos de potência, com torque de 16,9 kgfm. O 3.0 fazia 0 a 100 km/h em 19,4 segundos, atingindo pouco mais de 150 km/h. O 2.3 por sua vez demorava 17 segundos para alcançar os 100 km/h partindo da imobilidade. Se a melhora no desempenho não foi significativa o consumo foi beneficiado. O 5.0 V8, por exemplo, fazia 0 a 100 km/h em 11 segundos, segundo a Ford.

O Maverick não foi um sucesso nas vendas por aqui. Uma grande parte da culpa por isso ter acontecido foi o motor 3.0 de seis cilindros que bebia muito e rendia pouco. Nos anos da crise do petróleo isso foi fatal para a imagem do modelo. Os danos foram tão graves que nem o novo bloco 2.3 conseguiu apagar a fama de beberrão do Maverick.

Em 1977 uma nova tentativa de fazer as vendas do Maverick subirem: chegava o Maverick fase 2. Esteticamente este modelo trazia nova grade, novas lanternas traseiras maiores, novas faixas decorativas, entre outros detalhes. O interior era novo. Na mecânica, a suspensão foi revisada para o uso de pneus radiais, os freios foram melhorados e a bitola do eixo traseiro estava mais larga.

A versão LDO – Luxuosa Decoração Opcional – era novidade. O Maverick GT agora vinha com motor 2.3 de série, sendo o 5.0 V8 um opcional para os que queriam mais desempenho, sem se preocupar com o consumo. Com estas mudanças o Maverick sobreviveu até 1979, quando deixou de ser produzido. Ao todo, foram 108.106 unidades fabricadas no Brasil.

A vida após a aposentadoria

Com a segunda crise do petróleo o preço de carros como o Maverick no mercado de usados despencou. Com o alto consumo de combustíveis e a manutenção, que havia se tornado mais cara após o fim da produção, o Maverick saiu das casas de famílias de classe média e foi para subúrbios, onde era mal cuidado. Foi marginalizado e logo esquecido.

Alguns proprietários contornavam os problemas substituindo o motor original de seis cilindros por outros, mais econômicos, o que incluía até o 4.1 do Opala, eterno rival do Ford. Apesar de tudo, alguns proprietários ainda mantinham seus carros originais. Ainda bem!

Hoje raro e valorizado por colecionadores, sobretudo na versão V8 5.0 GT – unidades impecáveis chegam aos seis dígitos -, o Maverick é um objeto de desejo, um clássico! Sem dúvidas, um ícone da indústria automotiva nacional, que completa 45 anos!

Imaginem alguém feliz…

Apesar da invariável e interminável corrida atrás de dinheiro para dar suporte a todas as despesas DO MUNDO que acarretam sustentar uma família com três filhos – 10, 12 e 14 anos – e com três carros – um Opala 79 (na oficina), um 89 (sempre na estrada) e uma Spin (no carnê), eis que as notícias são boas!

Liberaram o adiantamento do meu décimo-terceiro!

Então, caríssimos… O Projeto continua! 😀

Resgatando a criança

Depois de exatamente uma semana, foi o dia de buscar a criança. Mas, chegando lá, olha o que encontrei…

Para os que não sabem, esta é uma Fat Boy. Linda, na minha opinião. Não chega a ser tão grande quanto os demais modelos “tradicionais”, nem tão pequena que não seja encorpada.

Mas aproveitando que havia deixado a moto para uma geral, já resolvi também trocar o pneu dianteiro. Já estava precisando. O pneu foi trocado, a moto foi revisada, pastilhas de freio substituídas, óleo renovado, veículo lavado. Impecável. Caro, sim. Mas impecável.

Minha conta-corrente vai chiar. Saibam que o caboclo não trabalha com cartão, então nem insistam. Agora é cuidar com carinho de tudo para ter cacife suficiente para o Titanic, que já, já, também deve ficar pronto…

Encerrando um ciclo

E então, após longos seis meses desde que levei o Titanic para o mecânico, eis que nossa denominada Fase Quatro foi concluída!

Talvez não tão longos assim se considerarmos a disponibilidade de minha conta-corrente… Mas isso já é outra história!

Enfim, ele encontra-se agora “em pezinho”, devidamente finalizado e com a direção hidráulica semi-instalada.

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E digo “semi-instalada” por conta de que algumas peças somente podem ser colocadas no lugar quando o motor também já estiver lá, sob o risco de ter que reajustar tudo depois…

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Fora isso, garanto-lhes, ele tá lindo!

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E vai ficar cada vez melhor. Ah, se vai! Agora começaremos com a questão do motor – a chamada Fase Cinco, lembram-se? Mas preciso ter certeza que vai dar pra continuar. Até porque a conta ficou salgada. Tudo bem, eu sabia que ia ficar. Mas mesmo assim tenho que equacionar tudo isso para não ter que correr o risco de penhorar (mais) um de meus filhos…

Fiquei de dar a resposta ao Seo Waltair até o próximo dia quinze: se continuaremos ou se serei obrigado a levar o Titanic pra casa, para mais um período de hibernação, até que os recursos sejam suficientes para dar continuidade aO Projeto.

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A primeira revisão em duas rodas

Já que não tenho como negar minha paixão por motos – ainda mais antiga que a que tenho pelos Opalas – e como recentemente voltei ao mundo das duas rodas, então nada mais justo que abrir um espaço aqui para contar um pouquinho sobre esses novos eventos. Mas não se iludam! Este nosso cantinho continua sendo de e para opaleiros! Sempre!

Bem, a moto, como já sabem, é uma Harley Davidson Sportster 883R, do ano de 2008. Já contei em parte a história dela por aqui, mas um outro dia conto com uma maior riqueza de detalhes (e ói que nem são assim tão sórdidos). Fechei negócio em 25 de outubro de 2013, após uma ou duas semanas de negociações facebookianas, com o hodômetro marcando exatos 20.763 km rodados.

Como eu não tinha a menor ideia de quando efetivamente havia sido efetuada uma revisão completa na criança, desde que a peguei já tinha isso em mente. Pois, só para que saibam, praticamente todos os veículos que já tive, independentemente da condição em que estivessem, sempre passaram por uma revisão quando os comprei. No mínimo freio, suspensão e pneus. Sempre costumo dizer que pode acontecer qualquer coisa na estrada – ainda mais com máquinas não lá tão novas – mas no mínimo é preciso garantir a segurança indispensável para estabilidade básica do veículo.

Conversando com o Flávio, o dono anterior da Harley, ele me falou da MetalMotos, ali pertinho da Prefeitura de São José dos Campos, onde ele sempre a levou para troca de óleo. O hodômetro, agora em 29 de março, já estava atingindo a casa dos 22.000 km e sem saber a marca anterior, achei melhor já levar até lá.

Como moto é moto e Harley é Harley, então até mesmo uma simples troca de óleo é do tipo de coisa melhor deixar para os profissionais da área. E, meus amigos, esse cara é um profissa de marca maior! Não se iludam pela fachada que acabaram de ver – até porque invariavelmente quem gosta de motos também gosta – e muito – de rock. Exceto um amigo meu, que tem uma senhora de uma moto e curte um pagode… Mas deixemo-lo de lado. Vejam só a entrada da oficina…

E, na boa? A minha Sportster pode parecer uma máquina das grandes perto de outras motos, mas ali era provavelmente a menorzinha de todas. Confiram:

E o mais interessante, além do cara ser bom, gente boa (mas metódico pra cacete) e ter uma excelente breja gelada enquanto estamos no atendimento, ele também trabalha com customização de motos. Na página dele lá no Facebook tem umas motos inacreditáveis! Confesso que, em alguns casos, não é muito lá do meu gosto. Prefiro mais o tradicional. Mas não tem como negar a arte do caboclo! Eis duas que estavam lá na oficina, em fase de “transformação”:

E como o caboclo não é fraco, fecho esta exposição com a moto dele próprio. Coisinha básica, só para umas voltinhas de vez em quando…

Chaves para todos os gostos

Como vocês já estão cansados (ou não) de saber, essa “nova versão” do Titanic já virá com direção hidráulica, conforme o Seo Waltair conseguiu caçar uma para instalar no carro.

Daí que numa das últimas visitas semanais que regularmente acontecem duas ou três vezes por mês mais ou menos quando dá, ele me pediu a chave do carro. A questão é que a que estava originalmente na coluna de direção já estava meio que detonada (e é por isso que me arrependo amargamente de já ter deixado aquela molecada do lava-rápido ter dirigido o Titanic), a da coluna de direção que ele arranjou estava meio que assim marromêno e, já que estávamos fazendo tudo de novo, se fosse o caso poderíamos até colocar um miolo novo. Mas ele queria avaliar.

– No problem!

Chegando em casa fucei e fucei, na certeza de que havia guardado direitinho a chave do carro. Ledo engano. Não só achei a chave original, como também outras três – e mais um miolo!

Buscando pela memória (e pelo blog) vi que era o do próprio Titanic, que troquei no início dessa aventura. Bem, melhor sobrar que faltar, levei tudo pra oficina e deixei lá para “testes”.

Oremos…