Justiça transforma caça-níqueis apreendidos em Internet grátis

Desse outro:

O Poder Judiciário de Tatuí resolveu dar um fim mais nobre às máquinas de caça-níqueis apreendidas pela polícia. O projeto “Terminal de Consultas”, idealizado pelo juiz Marcelo Nalesso Salmaso, responsável pelo Juizado Especial Cível e Criminal da comarca, em parceria com a Fatec, reaproveita as máquinas, que, a princípio, seriam destruídas.

O objetivo do projeto é utilizar as peças dos caça-níqueis para a construção de terminais de consulta em vários pontos da cidade, como escolas, hospitais, delegacias e no próprio fórum, disponibilizando acesso gratuito à Internet para toda a população.

Além de oferecer o serviço à população, as peças retiradas dos equipamentos vão ser utilizadas pelos alunos da Fatec em seus trabalhos de conclusão de curso, os chamados “TCC´s”. Com os equipamentos apreendidos, os estudantes desenvolvem os mais diversos projetos, como a “chocadeira de ovos”, criada por três alunos da instituição, que tem capacidade para chocar 120 ovos e foi totalmente construída com peças retiradas dos caça-níqueis.

Desta forma, as máquinas apreendidas, que seriam destruídas, passam a ter uma função social, transferindo para a população um benefício, que, não fosse a intervenção do Poder Judiciário, na figura do magistrado, jamais seria possível.

O juiz Marcelo Nalesso Salmaso esclarece, ainda, que a Fatec de Tatuí está disposta a receber máquinas apreendidas em outras comarcas, disponibilizando, inclusive, transporte para buscá-las.

Dez vaneios

– Com quanta loucura é possível conviver antes de começar a se contagiar?

– Quantas camadas de tecnologia são necessárias antes de tornar o indivíduo hermeticamente fechado à vida em sociedade?

– O sorriso de Deus está no sorriso das crianças.

– A vaidade é um dos caminhos mais curtos para o Lado Negro da Força.

– O ego daquele que julga é inversamente proporcional ao seu bom senso.

– Amigos sempre são portos seguros.

– A ignorância pode ser uma bênção.

– O saber é viciante.

– Sorvete é tudo de bom.

TJ vai destruir parte de seu acervo histórico

>Daqui:

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) quer se desfazer de parte dos 70 milhões de processos e documentos, alguns arquivados desde o século 18. De tão grande, o acervo consome hoje R$ 2,6 milhões por mês do orçamento do Judiciário. Embora pareça simples, o descarte exige cautelas jurídicas, políticas e, claro, históricas. A primeira tentativa de destruição, feita na década de 1990, foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se insurgiu contra a medida. A alegação era de que se colocava em risco a memória do Judiciário paulista.

“Na ocasião, usaram um voto do ministro Aliomar Baleeiro, que defendia a construção de quantos prédios fossem necessários para se preservar a história do tribunal”, lembra o juiz Paulo Sérgio Galizia, responsável pelo programa de gestão de documentos na gestão do ex-presidente do TJ-SP Roberto Vallim Bellocchi (2008-2009). “Essa lógica é impensável nos dias de hoje.” Antes de terceirizar o serviço de arquivamento, feito em 2004, o tribunal chegou a ter mais de 30 prédios ocupados só por papéis.

Se de um lado a terceirização resolveu o problema de espaço, de outro gerou custos. Com os R$ 2,6 milhões gastos por mês com o arquivo, o tribunal conseguiria, por exemplo, pagar quatro meses de aluguel do antigo Hotel Hilton, no centro de São Paulo, que abrigará gabinetes de desembargadores.

Preocupado com esse quadro, Bellocchi determinou à Secretaria da Primeira Instância, órgão de assessoramento interno, que elaborasse um cuidadoso estudo para viabilizar a destruição dos volumes. O primeiro alento veio com a descoberta de um dispositivo legal que já autorizava a Justiça federal a se desfazer de seus processos. Além disso, a lei de digitalização dos processos, de 2004, também previa o descarte.

A primeira providência do TJ-SP foi criar uma tabela de temporalidade, observando os prazo de prescrição, precaução e a necessidade de guarda permanente – caso das ações penais. “Os processos que têm valor histórico fogem dessa tabela e, assim como vinha sendo feito, serão digitalizados”, afirma Galizia. O tribunal firmou convênio com o Arquivo do Estado, que indicará 20 estagiários de História para auxiliar na classificação do material. A OAB, que no passado questionou na Justiça o descarte, agora foi chamada para opinar sobre o futuro do acervo. A ideia é que, antes da destruição, as partes ou seus herdeiros tenham 30 dias para retirar os volumes.

Nos próximos meses, o provimento que estabelece as normas e os procedimentos para descarte será submetido ao Conselho Superior da Magistratura. A expectativa é de que a primeira destruição ocorra até agosto e, no médio prazo, leve a economia de 70% no valor gasto com o arquivamento.