Brasil 2 3 x Costa do Marfim 1

Ok.

O jogo foi, digamos, “melhorzinho”…

Aquela ajeitada de braço, de mão, de ombro, no segundo gol, foi até que bem simpática…

Mas, vamos combinar: o Kaká bestou!

Precisava ter ficado lá?

Levou cartão de bobeira. Nem viu o porquê. Estava de costas, pegou no peito e, ainda assim, o caboclo levou as mãos ao nariz. Marcou e levou.

O curioso foi o filhote nº 1, logo após o primeiro gol, ao me ver comemorar.

– Mamãe – disse ele – nunca vi o papai gritar em casa, assim, de felicidade!

Não que minha família não me faça feliz. Mas acho que tenho comemorado pouco…

Em tempo: bonitas as meninas costa-marfinísticas, não?…

Receita de foundue

Não.

Aqui você não vai encontrar receita nenhuma – à exceção daquela famosa torta de morango

Quem quiser a receita de um bom foundue (mais outras dicas) que dê uma passada lá Na Cozinha com Sandino.

É que ao ler esse post do amigo virtual (e presencial) Sandino, não pude deixar de lembrar de Asterix entre os Helvéticos. Só espero que aquela “toalha de mesa linda” à qual ele se refere não tenha ficado em estado lastimável como as cenas que vemos na estória. Segue uma palhinha (basta clicar na imagem para aumentar):

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No país do futebol

Carlos Eduardo Novaes

Juvenal ouriço aproximou-se de um vendedor parado à porta de uma loja de eletrodomésticos e perguntou:

― Qual desses oito televisores os senhores vão ligar na hora do jogo?

― Qualquer um – disse o vendedor desinteressado.

― Qualquer um não. Eu cheguei com duas horas de antecedência e mereço uma certa consideração.

― Pra que o senhor quer saber?

― Para já ir tomando posição diante dele.

O vendedor apontou para um aparelho. Juvenal observou os ângulos, pegou a almofada que o acompanha ao Maracanã e sentou-se no meio da calçada.

― Ei, ei, psiu – chamou-o um mendigo recostado na parede da loja – como é que é, meu irmão?

― Que foi? – perguntou Juvenal.

― Quer me botar na miséria? Esse ponto aqui é meu.

― Eu não vou pedir esmola.

― Então senta aqui ao meu lado.

― Aí não vai dar para eu ver o jogo.

― Na hora do jogo nós vamos lá pra casa.

― Você tem TV a cores?

― Claro. Você acha que eu fico me matando aqui pra quê?

Juvenal agradeceu. Disse que preferia ficar na loja onde tinha marcado encontro com uns amigos que não via desde a final da copa de 78. O mendigo entendeu. E como gostou de Juvenal, lhe deu o chapéu onde recolhia esmolas. Juvenal, distraído, enfiou-o na cabeça.

― Não, não. Na cabeça não.

― Por que não?

― Já viu mendigo usar chapéu na cabeça? Deixe-o aí no chão. Sempre pinga qualquer coisa.

Aos poucos o público foi aumentando, operários, vendedores, contínuos, vagabundos e às 15h45 já não havia mais lugar diante das lojas de eletrodomésticos. Os retardatários corriam de uma para outra à procura de uma brecha. Alguns ficavam pulando atrás da multidão tentando enxergar a tela do aparelho.

― Quer que eu lhe ajude? – perguntou um cidadão já meio irritado com um contínuo pulando rente às suas costas.

― Quero.

― Então me diz onde é o seu controle da vertical.

― Controle da vertical, pra quê?

― Pra ver se você pára de pular aqui nas minhas costas.

As lojas concentravam multidões. As calçadas da cidade, que já são poucas, desapareciam completamente. Em jogos da seleção brasileira, durante a semana, cresce bastante o número de atropelamentos porque o pedestre é obrigado a circular pelas ruas. Além disso, os motoristas ficam muito mais ligados no rádio do que no trânsito.

Na porta da loja onde estava Juvenal, havia umas 200 pessoas do lado de fora e somente uma do lado de dentro: o gerente. Até os vendedores da loja já tinham se bandeado afirmando que assistir um jogo atrás da televisão não é a mesma coisa que vê-lo atrás do gol. Quando a bola saía entravam os comentários dos torcedores.

No início do segundo tempo, um cidadão que não se interessava por futebol (um dos 18 que a cidade abriga) foi pedindo licença à galera e com muita dificuldade conseguiu entrar na loja. O gerente foi ao seu encontro: “o senhor deseja algo?”

― Um aparelho de televisão.

― Por que o senhor não leva aquele?

― Qual?

― Aquele que está ligado ali na porta.

― É bom?

― O senhor ainda pergunta? Acha que haveria 200 pessoas diante dele se não tivesse uma boa imagem?

― Bem…

― E não é só isso – completou o gerente aproveitando a euforia do público com um gol do Brasil – que outro aparelho transmite emoções tão fortes?

― Essa gritaria toda foi diante do aparelho?

― Lógico. Esse é o novo televisor AP-007 dotado de controle de emoção. Só este televisor pode levá-lo do choro convulsivo à completa euforia.

― É mesmo? E se eu desejar vê-lo sentado quietinho na poltrona?

― Também pode, mas é aconselhável desligar o botão da emoção, se não o senhor não vai conseguir ficar quietinho na poltrona.

O cidadão convenceu-se. Disse que ia levá-lo. O gerente, precavido, pediu-lhe para ir à porta da loja apanhá-lo. O cidadão não teve dúvidas. Ignorando aquela massa toda diante do seu aparelho, foi lá tranquilamente e cleck.

Desligou-o.

O que aconteceu depois eu deixo por conta da imaginação de vocês.

Nota: graças ao amigo Sandino lembrei-me dessa antiga crônica e nada melhor que compartilhá-la por aqui em plena Copa do Mundo…

Rede Globo, Ubuntu e software livre

Foi lá no Trezentos que vi o que o Paulino Michelazzo falar sobre isso.

Conforme explica, o software livre – e seus conceitos básicos – já não é mais aquela coisa só de (e para) nerds. Já é utilizado por empresas, escolas, governos e um sem número de outras pessoas (tanto físicas quanto jurídicas). Mesmo lá no setor em que trabalho já está instalado na quase totalidade das máquinas.

Mas, nas suas palavras, “(…) sem querer a Rede Globo deu uma palinha gratuita para todos os que assistiam o início das transmissões da copa do mundo do que é o software livre. Em matéria do jornalista Renato Ribeiro recheada de belas imagens do continente africano, explicou-se até com certa acuidade a palavra Ubuntu originada em idiomas Bantu falados no continente. | Mais que uma logomarca de um sistema operacional, Ubuntu é uma filosofia de vida compartilhada não somente pelos africanos, mas por todos aqueles que acreditam na coletividade e no compartilhamento, não só de software, mas também de idéias e conhecimentos e muito bem explicada por Nelson Mandela.”

Ora, a distribuição Ubuntu traz o espírito dessa própria palavra, eis que suas traduções podem alcançar significados tais como “humanidade para os outros” ou, ainda, “sou o que sou pelo que nós somos”.

Aliás, vamos combinar: esse logo – para quem ainda não o entendeu – representa bem isso, pois são três “pessoinhas” dando as mãos!

Mas vejam vocês também o dia em que a Globo, vênus platinada do capitalismo, falou abertamente sobre software livre – sem saber que o estava fazendo…

Removendo vuvuzelas da transmissão da Copa

Prestando mais um relevantíssimo serviço de utilidade pública, este humilde pseudo-blog vem compartilhar com todos seus quase quatro cinco leitores essa informação preciosíssima (recortada-e-colada daqui) acerca de um filtro de áudio que permite remover o som das vuvuzelas da transmissão da Copa.

Quem tem um PC perto da TV onde assiste os jogos da Copa pode se livrar do irritante som das vuvuzelas usando um filtro de áudio fácil de obter, e ligando a saída de áudio da TV à entrada certa da sua placa de som, é claro.

A mágica é feita com o bloqueio das frequências de áudio das infames cornetas, usando para isso o software Jack (e seus amigos) para processar o som da transmissão, que passará a sair pelas caixas de som do seu micro. Seria interessante também um filtro para evitar o efeito do Bingo do Galvão, mas pelo menos para isso há alternativas em outros canais.

Via Maurício Teixeira recebi esta dica que explica passo-a-passo como configurar este filtro no Fedora. As eventuais adaptações para outros sistemas ficam como um exercício para o leitor – ao menos enquanto não se confirma que a FIFA pensa em banir o famigerado instrumento. (via fetzig.org)

Resíduos sólidos

Em solidariedade ao Copoanheiro, eis aqui seu post – na íntegra.

Por conta da vaidade de dois senadores tucanos, com aval do líder do PSDB, Arthur Virgilio, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi, mais uma vez, engavetado — pelo menos temporariamente. Ontem o PNRS deveria ter sido votado, mas aí os senadores Cícero Lucena e Flexa Ribeiro fizeram nhenhenhém por não integrarem as comissões. O @Sérgio Abranches conta tudo como foi pro Heródoto, na CBN.

Mais no Correio Braziliense: Política para resíduos sólidos quase foi votada após duas décadas de tramitação, mas manobra encerrou a sessão.