Dança de salão… de cinema!

Já fazia algum tempo que eu tinha na cabeça de colocar aqui algumas das grandes danças que já vi no cinema… Tá, talvez não tão “grandes” assim, mas pelo menos as que me chamaram a atenção ou que despertaram minha curiosidade. E, nesse sentido, o tango – em suas mais variadas versões – é uma das mais impressionantes de se ver.

Como acabei encontrando o tema hoje lá no Face, acabei também reencontrando essa vontade antiga. Daí, direto do lugar de sempre (ou seja, das catacumbas de meu computador), a seguir temos algumas danças memoráveis.

Aliás, se alguém lembrar de mais alguma, avise! Seria divertido completar essa lista, como já fiz antes com a “Garagem dos Sonhos”

Comecemos com um que adoro… Perfume de Mulher, com Al Pacino. Para quem não lembra (ou não sabe), no filme ele é um militar reformado e cego que em determinado momento se propõe a dançar um tango. Conversa com o assistente alguns momentos antes e pergunta as “coordenadas” do salão. Memoriza seus limites. E, mesmo sendo cego, dança essa dança memorável…

 
Estes dois seguintes são, senão memoráveis, ao menos bastante interessantes – até porque não sabia que um cara desse tamanho conseguiria dançar tango. O filme é True Lies e na primeira dança Schwarzenegger, um agente secreto, dança com uma espiã, logo no começo do filme…

 
… já na segunda, é com a própria esposa – também uma agente – dando as costas à frustrada equipe de apoio.

 
No excelente filme Zorro, Antonio Banderas dança uma dança forte e caliente com Catherine Zeta Jones… Confiram!

 
E é lógico que não poderia faltar a fantasticabulosa dança do casal mais apaixonado da face da terra: Gomes e Mortícia Addams (Raul Julia e Anjelica Huston), no filme A Família Addams 2. É, de longe, meu favorito!

 
Mais sugestões ou palpites?

Basta avisarem que aumento essa lista!

Emenda à Inicial: E tem mais:

Chicago; e

Moulin Rouge.

Criacionismo

E então estava lá deus bestando, debruçado sobre a prancheta.

Onipresentemente pensava consigo mesmo: “Pra que fazer isso? Pra que é que eu fui criar esse joguinho pro Adão ficar dando nomes a todas as coisas? Agora fico eu aqui inventando invencionices pra ele nomear… E o pior é que, no fundo, no fundo, nem é ele!”

Nota: Na prática é tudo uma questão de “sintonia divina”, uma forma de acessar a mente do hômi e saber o que se passa por lá… Como na época só tinha uma operadora – ele próprio – e um único usuário – Adão – o negócio era trabalhar com filtros até simples pra não dar conexão direta. O problema é que de lá pra cá a coisa descambou, existem bilhões de usuários e a operadora continua centralizada. Ou seja, é um tal de oração em linha cruzada e chamada não atendida que não tem fim. Ainda bem que esse negócio de telemarketing é infernal, senão seria, no mínimo, complicado. Já pensaram? “Por favor, não desligue. Sua oração é muito importante para nós. Aguarde apenas mais um momento pois todas nossas escutas celestiais estão ocupadas. Dentro em breve vamos estar atendendo e poder estar providenciando uma análise de sua oração.” Bom, vocês já perceberam que não ia prestar… Mas vamos lá. Então deus já estava de saco cheio com esse negócio de dar nomes, que era mais uma questão de adivinhação que qualquer outra coisa.

“Idéia de jerico”, pensou ele.

E, do nada, criou um jerico.

E vendo aquilo que criou, ficou pensando… Era mais ou menos um cavalo na essência… Um pouco diferente, só. As orelhas mais compridas…

“Compridas?…”

Hmmm…

Então, já que era mais uma celestial tarde modorrenta e lá no Jardin do Éden ainda não tinha nenhuma Eva pra uma sacanagenzinha básica, resolveu ele dificultar esse jogo de adivinha. E começou a mudar a forma padrão que já tinha estabelecido para os animais da Terra. Encompridando aqui, encolhendo ali, mudando um bocadinho acolá. Ou seja, fazendo igual, mas diferente. Algo assim como o novo Fusca.

E veio o elefante, bicho esquisito de nariz mais ainda.

Adão acertou.

Na sequência, aproveitando o desenho, veio o tamanduá, pra ficar ainda mais diferente.

Adão acertou.

A girafa, com um pescoço tão comprido que quase não dá pra saber de que bicho ela é parente.

Adão acertou.

A zebra – que até hoje não se sabe se é branca com listas pretas ou preta com listas brancas.

Adão acertou.

O pinguim – “esse o Torvalds vai gostar”, pensou ele – um pássaro que não voa (só pra confundir).

Adão acertou.

Ema, avestruz, camelo, dromedário.

Acertou, acertou, acertou, acertou.

“Ah, é, seu fiudumaégua?” – mas essa não foi criada, porque já existia e já havia sido nomeada.

E debruçou-se deus sobre a prancheta e começou a criar um bicho tão, mas tão esquisito, que até ele mesmo duvidava.

“Terá – deixe-me ver… – um bico de pato, mas será carnívoro… Vou fazê-lo mamífero, mas que ponha ovos… Apesar de membranas nas patas, como algumas aves, não terá penas, mas sim pelos… Poderá viver tanto na terra quanto na água… Soltará leite pelos poros, terá veneno como as serpentes e um rabo chato, como de castores… Vou dar um nozinho de meio laço na sequência final do genoma pra também ser parente dos répteis…”

Assim tendo o feito, com o rascunho pronto na prancheta, ao final deus contemplou sua obra e…

…teve uma monumental crise de riso!

Não teria jeito. Para todos os padrões inimagináveis aquela criatura seria ridícula demais! Não tiraria aquele rascunho de sua prancheta de maneira alguma!

E foi ele, contemplando a si próprio – e ainda rindo a valer – tomar uminha e tirar um cochilo…

Nesse meio tempo um anjinho estagiário meia-boca que vivia querendo puxar o saco do patrão pra ver se ganhava alguns pontos – um tal de lúcifer – foi dar uma fuçada na mesa do chefe e viu aquela figura estranha. Pensou consigo mesmo que podia adiantar aquele novo projeto (por mais estranho que fosse) e deixaria o hômi feliz se já o levasse pra linha de produção.

Um tempinho depois, enquanto deus estava lá sentadão, naquele dorme-não-dorme, já ouvindo a musiquinha do Fantástico (que ainda não existia, mas para ele era fácil fazer o tempo curvar-se conforme queria), acabou baixando a guarda e se conectou via linha direta com Adão… E ouviu claramente, como o soar de mil gongos: “ORNITORRINCO!”

– Mas que ca…

Correu para a prancheta.

Encontrou o estagiário lúcifer lá, parado bem do lado, peito estufado e um sorriso besta na cara.

– Então, siôdeus, eu tava aqui e vi que o siô tinha deixado trabalho que o siô mesmo num criô, daí eu peguei e levei lá pra levar pra linha de produção, daí eu levei pro siô, porque eu sempre tô tentando me esforçá o máximo pro siô pra podê…

– MAS VOCÊ É MESMO UMA ANTA!!!

E na linha aberta que tinha ficado ouviu Adão falando: “Anta”

– Ô caramba! Assim não tem tatu que aguente!

“Tatu!”

Puto da vida, desconectou da ligação – sendo essa a primeira experiência de simplesmente dar as costas a um problema, o que mais tarde resolveria chamar de “livre arbítrio” – e espinafrou o anjo estagiário por um tempo considerável, terminando sua preleção com um memorável pé-na-bunda. E isso fez o anjo cair, cair e cair…

Ao chegar tão lá embaixo quanto podia, lúcifer encontrou os filhos de Lilith (mas isso é outra estória). Como o filme dele já estava queimado mesmo, mas lá eles ainda não sabiam nada do que tinha rolado, veio então com um conversê de ter se rebelado e lutado com as hostes angelicais… O que mais tarde lhe renderia o simpático apelido de Príncipe das Mentiras.

Quanto ao “ornitorrinco”, esse já estava criado mesmo e deus deixou todo esse imbróglio de lado e resolveu voltar pro cochilo.

Meio dormitando, ainda um último pensamento passou pela sua divina cabeça: “Adão está precisando é de mulher…”

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PS: Esta brincadeira sobre “como surgiu o ornitorrinco” foi pensada a partir de um peixinho de aquário que morreu e sua sólida base científica está associada ao estado etílico dos usuais Copoanheiros de Plantão. Tentei encontrar um pouco do sarcasmo do Marco Aurélio (de sua época do antigo Jesus Me Chicoteia) – mas não acho que tenha conseguido. Particularmente me parece que esse deus aí de cima tá muito mais pro deus do Laerte, que para qualquer outro…

Trabalho, trabalho, trabalho…

Sabem todos aqueles problemas que, na sexta-feira, você tinha pensado terem ficado para trás e só voltariam a incomodá-lo na segunda-feira?

Pois é.

Quando menos se espera, eis que a segunda-feira chegou.

E os problemas de sempre rastejam para fora de suas cavernas e, um a um, nos atacam com força redobrada…

Ah, meu São Jorge… Dai-me forças!