Aquilo que faz a diferença

E eis que neste final de semana comemorou-se os setenta anos do Doutor Fábio Cesnik.

Uma das pouquíssimas pessoas que faço questão de chamar por esse título. E, para quem me conhece um bocadinho (bem como à minha chatice), sabe o quanto isso significa…

Enfim, eu e Dona Patroa estivemos presentes à festa. Uma delícia! Ainda que não conhecêssemos a maioria das pessoas presentes, era nítido o clima de real alegria, de união familiar, de amizade, de verdadeiro respeito. E um detalhe que faz toda a diferença: aos sete-ponto-zero veio também a aposentadoria compulsória da corporação.

E foi ali, entre pessoas queridas que esse senhor, essa simpatia em pessoa, delegado, benfeitor, artesão, proseador de primeira – foi ali que se deu o causo e a mais singela e emocionante homenagem que já vi.

Que me perdoem todos os demais oradores da noite – e não foram poucos -, aos quais reconheço e credito discursos sinceros e comoventes, cada qual abrangendo uma pequenina faceta da vida do nosso mui digno aniversariante, seja como profissional, como amigo, como pai, como benemérito. Mas o que verdadeiramente me tocou foram as palavras dessa senhora, prima querida e mais velha do Doutor Fábio.

Reescrevo de memória – que nunca foi lá grande coisa (ainda mais depois de quatro ou doze uísques) – as palavras que ecoaram em nossos corações naquela noite:

“Eu sou prima, aqui, do Fábio. Aliás, como sou mais velha – tenho oitenta anos – na verdade ele é que é meu primo já há setenta anos! Apesar de morar em São Paulo e ele aqui, tão pertinho, nos vemos muito pouco. Mas essa frequência não corresponde ao tamanho do amor que sentimos um pelo outro – e há tanto tempo!

Então resolvi comprar alguma coisinha, uma lembrancinha, para esse meu tão amado primo. Fui numa loja que conheço e que adoro muito pela quantidade de badulaques e lembranças diferentes e originais que se pode encontrar. Tem de tudo por lá! Mas, ainda assim, não sabia o que lhe dar de presente. Então uma vendedora veio tentar me ajudar a escolher algo.

– A senhora sabe para qual time ele torce?

– Não, não sei não…

– Tudo bem. Então, que número ele calça?

– Também não sei.

– Talvez o número da camisa que ele usa a senhora saiba?

– Não, também não.

– Certo… E de vinho? A senhora sabe se ele gosta de vinho?

– Não, não sei…

E nessa conversa, quanto mais ela me perguntava parece que menos eu sabia. Fiquei impressionada e, confesso, assustada, ao descobrir que, apesar do amor gigantesco que sinto por esse homem, quão pouco verdadeiramente o conheço. Nos detalhes. Nos pequenos gostos. Naquilo que faz a diferença.”

Bem, de minha parte, confesso que não me recordo mais do final do discurso. Não tinha como. Depois dessa frase minha cabeça entrou numa espiral, reconhecendo a força e a importância dessas palavras, ao mesmo tempo que buscava saber o quanto verdadeiramente conheço quem amo.

E é impressionante a verdade disso tudo. Vivemos com nossas pessoas amadas por anos e anos a fio. Somos criados, criamos, compartilhamos, convivemos. E tão pouco sabemos sobre elas…

Pois, nesse caso, a riqueza – a verdadeira riqueza – está nos detalhes. Nas pequeninas coisas, às vezes do dia a dia, às quais conseguimos ter a delicadeza de perceber. O tipo de roupa que gosta de usar, os autores que gosta de ler, se suave o perfume, se delicada a jóia, se salto ou saltinho, se tinto ou branco, seco ou suave, margarina ou manteiga – até o quanto de leite vai no café. Podemos não perceber e mesmo automatizar um ou outro destes gestos. Mas, ainda assim, continuam tendo seu significado, demonstrando o quanto verdadeiramente conhecemos, respeitamos e queremos simplesmente agradar. De graça. Do nada. Porque amamos. Porque sabemos que faz a diferença.

Então, primeiramente tenho que agradecer sinceramente ao Doutor Fábio. Pois foi por participar dessa reunião de amor fraternal e familiar que tive a possibilidade e a honra de conhecer as palavras de tão profunda sabedoria daquela que é prima há mais de setenta anos. O aniversariante foi ele, mas o presenteado fui eu.

E, no mais, deixo uma pergunta para todo incauto leitor que por aqui passar: quão verdadeiramente você conhece a pessoa que ama?

Pense nisso.

Pense nos detalhes.

Busque, dentro do seu íntimo, a solução.

E, como muitos, perceba suas respostas mudarem.

Ao menos até que consiga enxergar o que verdadeiramente faz a diferença…

Profissão Perigo

Acho que uma das melhores frases que li nestes últimos tempos é esta aqui:

Concordo plenamente.

E pra mostrar que a prole é vasta e infindável, não tem como não compartilhar por aqui mais uma destas. E esta frase ficou confusa. E a negativa de uma negativa dentro da própria negativa não levaria a uma inversão da afirmação? Enfim, o próprio ato de “escrever”, por si só, também é feito de gambiarras…

Mas vamos em frente!

E, ao entrar no banheiro, não esqueça de fechar a torneira…

Clique na imagem para ampliar!

Corrida Maluca

Ou, se preferirem no original, “Wacky Races”!

Acontece que numa de minhas surfadas internetísticas, enquanto estava procurando um outro vídeo, com essa “mania” agora que o Youtube tem de soltar umas propagandas obrigatórias, acabei me deparando com esse vídeo.

E gostei!

Estão de parabéns os publicitários que buscam maneiras diferenciadas de chamar a atenção para um mundo de propagandas – em tese estagnadas por falta de criatividade – e conseguem fazer com que tenhamos interesse pelo produto. Ou, pelo menos, que prestemos atenção nos detalhes do produto!

Tudo bem que esse tal de “novo” Peugeot 208 não é pra mim. Jamais seria. Continuo firme e fiel ao bom e velho Opala. Mas é impossível negar que esse reclame teve a capacidade de fazer subir ao paladar um saudoso gostinho de infância… Conseguiram “transformar em filme” um desenho que – posso arriscar dizer – absolutamente todo mundo gostava. Estão lá, bem representados em toda sua maluquice (e efeitos especiais) Barão Vermelho, Dick Vigarista, Quadrilha de Morte e tantos outros…

Mas, enfim, confiram por si mesmos!

 
Agora, cá entre nós, vamos combinar que o Dick Vigarista sempre foi uma besta, né? Invariavelmente com o carro mais turbinado e possante do que todos seus concorrentes ele sempre se ferrava tentando colocar em prática as armadilhas malucas dele.

Mas, de volta ao comercial, o final com a Penélope Charmosa é perfeito.

E o Mutley, pra variar, impagável!