“Mudança de hábitos”… Whoopi Goldberg que me perdoe, mas isso não é lá muito fácil, não. Ainda mais para um cara como eu, que adora uma rotina. Por exemplo: uma das coisas que costumeiramente costumo, como de costume, fazer, é ir no barbeiro. Nem sempre para cortar o cabelo, mas simplesmente para ficar vagabundeando por lá e tomando umas brejas, pois o ambiente é para lá de acolhedor, como já lhes contei no meu texto Os Barbeiros, lá de 2015. Apesar de que, desde o advento da pandemia, eu não comparecer com a mesma frequência de antes, sempre foi um local que gostei de estar. E, lógico, de beber.
Já tem mais de mês que eu estava ensaiando para ir até lá dar uma aparada na juba, até por uma questão de fidelidade ao Nando, meu barbeiro de plantão. Mas se mudanças são necessárias, por que não começar por aí? Deixemos as brejas de lado! Então combinei com o Vinícius, filho de meu amigo Evandro e que acabou de concluir um curso de cabeleireiro, que no sábado ele iria tosquiar este velho que vos tecla. É não é que ficou muito bom?
Um detalhe interessante para os novatos de plantão é que esse Vinícius já conheço de longa data, como dá para perceber nessa foto a seguir, de 2005, onde ele está junto com meu filhote caçula, o Jean (que hoje tem 18 anos), tomando o lanchinho da tarde…
Não mudou praticamente nada, né? Mas o que não mudou também foi minha capacidade etílica de sempre. A operação de desmatamento capilar se deu na casa do pai dele, meu amigo Evandro, copoanheiro das antigas e o remanescente de Los Três Amigos. Ou seja, obviamente, findo os trabalhos, sentamo-nos para tomar umas brejas. É, parece que essa “mudança” meio que não mudou muita coisa para a finalidade abstêmia que eu esperava…
E, pior, por motivos profissionais não pude comparecer na sessão desta semana lá na psicóloga, de modo que também não pude informar que falhei fragorosamente nas duas únicas tarefas que ela me deu: criar novos hábitos (distantes de ambientes etílicos) e tentar me reaproximar de meus filhotes. Até porque uma coisa leva à outra, pois mantendo meus hábitos e minha rotina, de igual maneira mantemos também nosso distanciamento e nossa contumaz falta de assunto.
Mas…
Talvez não seja o caso de simplesmente mudar meus hábitos. Talvez eu possa obter algum sucesso se retomar velhos hábitos que deixei de lado diante dessa minha temulenta desregrada vida. Vejamos o que temos: a reforma do meu Opala 79; a revisão e pintura de minha CB 400 81; pequenos reparos a serem feitos na casa (terei que ordená-los e criar uma lista de tarefas a cumprir); retomar minhas pesquisas genealógicas; organizar as informações para o próximo livro; retomar o projeto do livro de licitações (já perdi o bonde da história uma vez, quando do advento da chamada “Informática Jurídica”); voltar a escrever com regularidade no blog; retomar a digitalização e organização dos processos antigos de quando eu ainda tinha escritório… Enfim, há o que se fazer. Há com que ocupar minha mente para que eu mesmo me afaste dos encantos etílicos que, literalmente, usualmente embriagam minha alma.
Basta começar.
Boa sorte pra mim.