Software livre nos Tribunais

CNJ lança sistema de processo virtual em software livre

Publicado em 8 de Setembro de 2006 às 13h54 no clipping da Síntese Publicações

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça promovem nos próximos dias 14 e 15, em Goiânia, o Encontro Nacional de Informatização. O evento marcará a entrega, aos tribunais, do Sistema de Processo Eletrônico desenvolvido pelo CNJ. Este sistema, desenvolvido em software livre, poderá ser usado por qualquer órgão do Judiciário sem nenhum custo. Durante o evento, os tribunais também poderão apresentar suas experiências na área.

O presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Desembargador Jamil Macedo, que também preside a Comissão Nacional de Informatização do Colégio Permanente, explica que a intenção do encontro é integrar todos os tribunais de Justiça do país para possibilitar a criação de um banco de dados de soluções de software do Judiciário brasileiro.

Além dos tribunais e da Procuradoria Geral da República, participam do encontro o conselheiro Douglas Rodrigues, da Comissão de Informática do CNJ, e o presidente do Colégio Permanente, Desembargador José Fernandes Filho.

O CNJ ainda apresentará aos tribunais outros projetos que desenvolveu e que estão prontos para serem aplicados, como o recurso eletrônico, o banco nacional da população carcerária e as tabelas unificadas. O Conselho mostrará detalhadamente o funcionamento do processo eletrônico e fará a transferência de conhecimento sobre as regras e o sistema para os técnicos dos tribunais. Desenvolvido pelo CNJ, o sistema de processo virtual prevê a tramitação digital dos processos judiciais, dispensando o uso de papel. A mudança permite que o Judiciário ganhe maior celeridade, mais facilidade de acesso e economia, entre outras vantagens.

Ao fim do encontro, o CNJ entregará códigos-fontes para que os tribunais possam fazer as adaptações que considerarem necessárias. Os tribunais, por sua vez, também poderão apresentar suas soluções de sistemas em Tecnologia da Informação. Segundo o diretor de Informática do TJ-GO, Antônio Pires de Castro Júnior, os interessados em divulgar suas iniciativas devem seguir algumas orientações, como ter o código-fonte aberto e permitir, sem custos diretos, a utilização de cópia do software por outro TJ. “É o início de um trabalho conjunto que objetiva a modernização do Judiciário brasileiro para que as melhores práticas em Tecnologia da Informação sejam utilizadas pelos tribunais”, diz o diretor.

Fonte: Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Ordem e Progresso

Pois é: Semana da Pátria, feriadão, emendou-se tudo, quatro dias direto, etc, etc, etc.

Já falei por aqui sobre isso antes, mas acho que não custa repetir (principalmente agora que os arquivos estão ficando indexados): alguém sabe de onde exatamente veio a expressão “Ordem e Progresso” que está em nossa Bandeira Nacional?

Então, vamos à nossa famosa pérola de cultura inútil…

A expressão “Ordem e Progresso” foi resumida por Miguel Lemos, um dos integrantes da equipe que definiu os parâmetros do atual visual de nosso pendão. Segundo Augusto Comte, fundador da Escola Positivista, essa expressão vem da seguinte frase:

“O Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim.”

Existem, ainda, outras características interessantes que dizem respeito às cores adotadas, vinculando-as não só às características desta terra brasilis como também a todo um estudo heráldico da Família Real Portuguesa. Mas deixemos isso pra um outro dia…

No mais, só me resta dizer o quão estupefato eu ainda fico com a capacidade desse povo de reinventar o óbvio. “Semana da Pátria” (e expressões afins), pra mim, já resume tudo: o tema a ser abordado é – logicamente – a Independência do Brasil. Afinal de contas é pra isso que existe essa data comemorativa. E não é que agora muitos municípios resolveram inovar? Inventaram temas para o desfile. Só aqui na região já ouvi falar em “Meio Ambiente” e “Pai da Aviação” – que será que não rolou por esse Brasilzão afora?…

Tudo bem, tudo bem: sei que é mais uma implicância desse velho ranzinza que vos escreve, mas sou assim; que fazer? Tá certo que deve ter ficado bonito, interessante, educativo e quantos adjetivos mais queiram pôr. Sei também que nossa Independência – historicamente falando – já foi toda torta, pois a imagem pintada através dos tempos não necessariamente corresponde aos fatos verdadeiramente ocorridos. Mas ainda assim tenho um pé totalmente atolado em tradições do passado e existem certas coisas que simplesmente não consigo entender (aceitar). E essa é uma delas.

Psicose

É interessante de quando em quando nos questionarmos sobre quão tênue é a linha que nos liga à realidade…

Há pouco tempo a filha de uma amiga foi abordada por seu recente ex-namorado que simplesmente surtou! Na véspera o rapaz havia desaparecido de sua própria casa, tendo surgido na casa da moçoila em andrajos, sem carro, documentos, dinheiro, nada. Mesmo após a vinda de sua família, somente queria falar com ela e nada mais. O ponto forte de seu discurso era de que havia se tornado um “Soldado do Senhor”. Tirem suas próprias conclusões…

Outro caso nas proximidades diz respeito a um sujeito que teve “alta” da instituição onde estava internado e encasquetou que um vizinho estava tentando matar seu filho. Situação digna de delegacia, onde todos foram parar ante as ameaças do desconcertado.

Mesmo na época em que eu trabalhava num banco também tivemos uma colega que chegou, acomodou-se em seu lugarzinho e começou a chorar copiosamente. Não conseguia falar nada e com ninguém. Simplesmente chorava. Lembro-me que deu um trabalho danado para levá-la a um centro médico, pois não tínhamos a quem recorrer – ela não tinha família na cidade.

Enfim, todo mundo sempre tem alguma história para contar sobre alguém assim, que, do nada, tem um curto-circuito no cérebro e passa a considerar irrelevante o que é relevante, e vice-versa. É curioso como essa conduta – quer seja definitiva ou temporária – normalmente está vinculada a algum tipo de evento ocorrido, alguma situação que faz disparar o gatilho que ativa esse comportamento esquizofrênico do indivíduo.

Acho complicado dizerem que foi algo que aconteceu num momento de fraqueza da pessoa. Ou que talvez tenha sido uma situação de stress (não, não gosto da palavra “estresse”). Afinal, o que tornaria este ou aquele indivíduo mais forte ou fraco que outrem? Qual a variável genotípica ou fenotípica que revelaria uma tendência a ser vítima de tal situação? Qual a condição espiritual dos afetados?

Podemos tão-somente conjecturar acerca das prováveis causas que levariam alguém a relevar tudo aquilo que achava importante para tornar-se uma visão deturpada de um “Soldado do Senhor”. Mas duvido que consigamos chegar a uma verdade definitiva sobre esse assunto.

De minha parte, para uma melhor compreensão acerca do que estou falando, recomendo assistir a um filme antigo chamado “Mr. Jones”, com Richard Gere, que mostra de uma maneira romântica e divertida o dia-a-dia de um psicótico maníaco-depressivo.

Pra começar

Aí você acorda na manhãzinha de segunda-feira já desanimado. Aí você pensa em todas as encrencas que vai ter que administrar nessa semana mais curta. Aí você vai para o quarto onde fica o computador pra já adiantar alguma coisa do seu trabalho. Aí, passado algum tempo, seu filho do meio, o de quatro anos, acorda num bom humor insuportável. Aí você, ainda ranzinza, lhe diz: “bom dia, né?”. Aí seu filho, imitando o Flash, passa seis vezes correndo em frente da sua porta – cada vez mais rápido – dizendo “bom dia, pai”.

Aí você manda tudo isso à merda, corre, dá um abraço de ponta cabeça no seu filho, e sai pra buscar um pão quentinho pra todo mundo.

Pois é.

Boa semana procês também!

HQ Nacional em discussão

Notícia veiculada na revista Wizard Brasil nº 30:

Quadrinhos nacionais na pauta da Câmara dos Deputados

Sidney Gusman

Um sonho antigo de muitos quadrinhistas brasileiros parece perto de se realizar. Tramita em caráter conclusivo nas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça e de Cidadania na Câmara dos Deputados, em Brasília, o controverso projeto de lei 6581/06, do deputado Simplício Mário (PT do Piauí), que obriga as editoras a publicar um mínimo de 20% de histórias brasileiras, considerando-se a produção do ano inteiro.

A intenção é incentivar a produção, a publicação e a distribuição de gibis nacionais. A proposta também obriga as empresas a ter pelo menos 20% de obras brasileiras entre seus títulos de quadrinhos, e todos lançados comercialmente. Em ambos os casos, o percentual deverá ser atingido no quarto ano de vigência, a partir do aumento progressivo de um mínimo inicial de 5%.

A lei atinge até jornais que deverão observar a relação de uma tira ‘caseira’ para cada estrangeira publicada. O projeto entende HQ nacional como aquela criada por um artista brasileiro ou estrangeiro residente no País e publicada por empresa sediada aqui.

O projeto prevê que o poder público crie ações de apoio e incentivo à produção de HQs nacionais e que bancos e agências de fomento federais estabeleçam programas para financiar a confecção de publicações brasileiras. Na seleção dos projetos, será dada preferência aos com temática relacionada à nossa cultura.

Para Simplício Mário, esse percentual é suficiente para romper a hegemonia estrangeira, ‘sem impor uma limitação exagerada aos quadrinhos que vêm de fora, não representando assim, nenhum tipo de censura à liberdade de expressão e ao acesso à informação’. Se aprovada, a lei, que vem gerando discussões acaloradas, pode representar uma grande mudança no cenário da nona arte brasileira.

Eis a íntegra do Projeto de Lei nº 6581/2006 (tanto o texto como seus andamentos podem ser acessados em http://www.camara.gov.br):

PROJETO DE LEI N.º , DE 2006

(Do Sr. Simplício Mário)

Estabelece mecanismos de incentivo para a produção, publicação e distribuição de revistas em quadrinhos nacionais.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Esta Lei estabelece incentivo para a produção e distribuição de histórias em quadrinhos de origem nacional no mercado editorial brasileiro.

Art. 2º As editoras deverão publicar um percentual mínimo de 20 por cento de histórias em quadrinhos de origem nacional, considerando-se o conjunto das publicações do gênero produzidas a cada ano, na forma da regulamentação.

§ 1º Considera-se história em quadrinhos de origem nacional aquela criada por artista brasileiro ou por estrangeiro radicado no Brasil e que tenha sido publicada por empresa sediada no Brasil.

§ 2º O percentual de títulos estipulado no ” caput” deste artigo será atingido da seguinte forma: cinco (5) por cento no primeiro ano de vigência desta lei; dez (10) por cento no segundo ano; quinze (15) por cento no terceiro ano, atingindo-se a cota de 20 por cento no ano subsequente.

Art. 3º As empresas distribuidoras deverão ter um percentual mínimo de 20 por cento de obras brasileiras em quadrinhos entre seus títulos do gênero, obrigando-se a lançá-los comercialmente.

§ 1º O percentual de títulos e lançamentos a que se refere este artigo será implementado na forma prevista no § 2º do artigo anterior.

Art. 4º Em se tratando de veículos impressos de circulação diária, semanal ou mensal, deverá ser observada a relação de uma tira nacional para cada tira estrangeira publicada.

Art. 5º O Poder Público, por meio do órgão competente, implementará medidas de apoio e incentivo à produção de histórias em quadrinhos nacionais, tais como, estimular a leitura em sala de aula, promover eventos e encontros de difusão do mercado editorial de histórias com quadros em sequência voltadas para o público infanto-juvenil e a inserção de disciplinas práticas, tais como roteiro e desenho, no currículo das escolas e universidades públicas.

Art. 6º Os bancos e as agências de fomento federais estabelecerão programas específicos para apoio e financiamento à produção de publicações em quadrinhos de origem nacional, por empresa brasileira, na forma da regulamentação.

§ 1º Na seleção dos projetos, será dada preferência àqueles de temática relacionada com a cultura brasileira.

§ 2º Os projetos financiados com recursos públicos deverão destinar percentual de, no mínimo, 10% da tiragem das publicações em quadrinhos para distribuição em bibliotecas públicas, na forma da regulamentação.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

Conhecida como “banda desenhada”, “BD”, “história em quadrinhos” ou “HQ”, a narração de histórias de forma sequencial, conjugando texto e imagens, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras, são um gênero de arte que conquistou o mundo.

Não há país que não mantenha uma legião de admiradores e colecionadores de histórias em quadrinhos, nos mais diversos formatos, estilos, gêneros e temas. Surgidas no século XIX, as histórias em quadrinhos tiveram o seu berço nos Estados Unidos, segundo alguns autores, com a publicação de “As Canções de Cego”, editadas em 1820.

Alguns autores apontam, no entanto, que foi de Angelo Agostini, em 1869, no Brasil, a idéia de fazer histórias ilustradas quadro a quadro. A primeira revista em quadrinhos brasileira chamava-se “Tico Tico” e acredita-se que foi a primeira do mundo a trazer histórias completas. Foi lançada em 1905 e em seus primeiros anos limitava-se a reproduzir os quadrinhos norte-americanos, principalmente Buster Brown e Tige de Richard Outcault (renomeados como Chiquinho e Jagunço).

Mas, apesar de ser uma arte antiga no País, o mercado nacional de historinhas ilustradas sempre foi dominado pelas publicações estrangeiras, com personagens como Yellow Kid, o Super Homem, o Batman, Tintin, acompanhado do cão Milou, além de outros, como o marinheiro Popeye e o detetive Dick Tracy.

Majoritariamente, os autores nacionais seguem o estilo comics (como os quadrinhos norte-americanos ficaram conhecidos, em função do humor) dos super-heróis criados nos Estados Unidos. No caso dos Comics, alguns artistas brasileiros, agenciados nos Estados Unidos, conquistaram fama internacional, como Roger Cruz que desenhou o X-Men e Mike Deodato, que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros. Além dos comics, os desenhos brasileiros também foram fortemente influenciados pelos gibis japoneses, conhecidos como Mangá.

A tira é considerada como estilo mais identificado com o brasileiro, tendo sido usada, como elemento de resistência à ditadura militar ou de sátira aos costumes nacionais. Entretanto, apesar de estarem há mais de 100 anos no mercado nacional, e de terem ganhado o apelido de “Gibi”, graças a uma revista lançada em 1939, os quadrinhos brasileiros nunca ganharam grande impulso.

Afora alguns títulos de menor expressão, o mercado brasileiro é identificado apenas por um grupo de personagens, criado por um artista nacional: a Turma da Mônica. Atualmente, grande parte das revistas vendidas em bancas leva a assinatura de Maurício Souza, o “pai” de Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão e outras personagens que marcaram gerações no Brasil, mantendo sempre o mesmo estilo, a mesma mensagem, os mesmos papéis, mas sem envelhecer ou perder a atualidade. Atualmente, as revistinhas da Turma da Mônica são um fenômeno mundial, tendo sido traduzidas para diversas línguas e sendo vendidas em inúmero países.

Para os estudiosos, o mundo dos quadrinhos, que já foi visto como inimigos da aprendizagem por educadores, hoje representa um retrato de valores e costumes de uma sociedade e reproduz para a criança um universo estável, em meio a tantas mudanças e à insegurança que cerca o cotidiano da vida moderna. Além de ser uma “válvula de escape” para a fantasia infantil, os quadrinhos são uma grande forma de promover a cultura nacional.

O projeto que ora propomos leva em conta não apenas o potencial econômico do mercado consumidor brasileiro, que hoje beneficia apenas a indústria de entretenimento norte-americana e outras nacionalidades, mas também a importância de fomentar um elemento de identidade cultural e manifestação artística.

Por isso, sugerimos que sejam incentivadas as empresas que comprovem a publicação de, pelo menos, 20% de material nacional. O percentual estabelecido é suficiente para romper a hegemonia estrangeira, mas sem impor uma limitação exagerada aos quadrinhos que vêm de fora, não representando, assim, qualquer tipo de censura à liberdade de expressão e ao acesso à informação.

A analogia que fazemos é com a chamada “cota de tela”, prevista no art. 55 da Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, que determina que “por um prazo de vinte anos, contados a partir de 5 de setembro de 2001, as empresas proprietárias, locatárias ou arrendatárias de salas, espaços ou locais de exibição pública comercial exibirão obras cinematográficas brasileiras de longa metragem, por um número de dias fixado anualmente, por decreto, ouvidas as entidades representativas dos produtores, distribuidores e exibidores.”

A “cota de tela” constitui instrumento importante para incentivar a produção cinematográfica nacional, por meio da obrigatoriedade de exibição de uma quantidade mínima de películas nacionais nas salas de exibição de uma quantidade mínima de películas nacionais nas salas de exibição em todo o Brasil. Se temos as cotas para os filmes, podemos também ter as cotas para os quadrinhos, como uma política temporária de incentivo, a ser extinta no momento em que o setor se desenvolver e passar a caminhar de maneira autônoma.

Para que esse crescimento ocorra, também estabelecemos que caberá ao Poder Público, por meio de suas agências de fomento, financiar a produção de quadrinhos nacionais. Há vários anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, criou uma linha de financiamento para patrocinar o cinema brasileiro, desde a produção até a exibição. Neste ano, destinou R$ 22 milhões para o setor, 46% a mais do que no ano passado.

Seguindo o mesmo modelo, e investindo em um gênero de arte como os quadrinhos, estamos convictos de que poderemos aumentar a presença internacional do Brasil na área cultural, ainda considerada tímida e restrita basicamente às novelas, com exportações anuais de cerca de US$ 60 milhões. Podemos fazer como a Coréia, onde os quadrinhos receberam forte apoio estatal, e hoje são exportados para vários países, inclusive o Brasil.

Assim sendo, pedimos o apoio dos ilustres parlamentares para a aprovação da norma proposta.

Sala de Sessões, em de de 2006.

Deputado SIMPLÍCIO MÁRIO

Dia-a-dia…

O que é tristeza? Tristeza é um dia frio e chuvoso. É um diálogo mudo. É uma viagem indesejada. É um olhar cansado e abatido. É quando ocorre uma situação inevitável. É quando não se consegue o que se deseja. É quando se deseja o impossível. É a irritação a flor da pele. É a necessidade do silêncio. É tudo. É nada.

Tô triste hoje.

A vida dá munição…

Agora que finalmente consegui descongelar todos os dedos de ambas as mãos depois desses dias gelados pelos quais temos passado, eis que dou sinal de vida…

Pra quem ainda não sabe o Rabecão caiu na vida (ou seja, vendi minha Marajó 82) e agora estou só de moto. E nessas últimas manhãs criogênicas não tem luva, blusa ou capacete que dê conta.

Ainda ontem estava conversando com uma amiga sobre algumas dessas palestras de “auto-ajuda” (se realmente fosse assim, pra que ouvir um terceiro?), em especial acerca de um vídeo que recebi – e repassei pra um zilhão de pessoas – sobre o Joseph Cliver (é assim que se escreve?)… Chegamos à conclusão que esses apresentadores nada mais fazem do que pegar alguns elementos que já existem na vida real, seja na forma de piadas ou contos, e recontam de seu jeito para um monte de pessoas. E cobram por isso. E ganham dinheiro com isso. E o trouxa aqui fazendo isso de graça. Mas, zuzo bem, eu me divirto com isso!

O que me faz lembrar que há algum tempo o noivo dessa mesma amiga questionou sobre a veracidade ou não dos causos que correm pelos blogs da vida. Segundo ele, não seria possível uma pessoa passar por tanta coisa assim. O pior que é. É possível. Afinal de contas a arte imita a vida, não é assim? Segue uma lista de temas e títulos de possíveis contos, histórias e estórias que poderiam ser desenvolvidas a partir deles – alguns dignos de Agatha Christie! TODOS reais, quer tenham de fato ocorrido, quer tenham sido apenas cogitados em conversas.

– O homem que, sem sequer possuir uma casa, era o guardião de dezessete chaves, das quais jamais se separava (sendo que a mais importante era uma que estava quebrada).

– O mistério do desaparecimento simultâneo de três blogs (e um perfil) de uma publicitária com centenas de leitores.

– A discussão entre cento e cinquenta e seis ateus e um pastor (sim, ele perdeu).

– O assassinato do advogado que sabia demais.

– Uma garrafa de vinho, uma música, um amante e mil mulheres.

– As idiossincrasias, interpretações, confusões, sutilezas e sacanagens que surgiram só porque o prato do dia no restaurante foi “rabada”.

– O porquê da possível morte da mulher que não foi convidada.

– O conto do clube de advogados que não sabiam escrever.

– Um amor, duas vidas, três filhos, quatro casas, e uma grande confusão.

– A sogra que espezinhava o genro (ah, isso todo mundo tem!).

– Oito anos de namoro; três meses de casamento.

– Três meses de namoro; oito anos de casamento.

– O caso do atropelamento de uma árvore abilolada que absurdamente estava na rua às onze e meia da noite.

– A história do juiz que não julgava.

– Procuradores à beira de um ataque de nervos.

E segue por essa linha…