Não sou muito fã de “humor stand up” (se estivesse sentado, não seria?), mas esse caboclo até que tem seus momentos… E não é pelos palavrões (pois não vejo graça nisso), pela crítica mordaz ou pelas caretas. Enfim, não sei o porquê, mas acabei achando divertido. Não sei o quão famoso é ou deixa de ser esse tal de Felipe Neto – confiram e avaliem!
Categoria: Aboboríferas
Advogados e Magistrados

Recortei-e-colei lá do blog d’A menina que roubava idéias, especificamente daqui. Sei que o texto leva muito jeitão de “piada interna”, pois todo seu humor talvez só possa ser plenamente percebido pelos causídicos da vida…
Mesmo assim taí!
Desajeitado, o magistrado Dr. Juílson tentava equilibrar em suas as mãos, a cuia, a térmica, um pacotinho de biscoitos, e uma pasta de documentos.
Com toda esta tralha, dirigia-se para seu gabinete mas, ao dar meia volta, deparou-se com sua esposa, a advogada Dra. Themis, que já o observava há sabe-se lá quantos minutos.
O susto foi tal que cuia, erva e documentos foram ao chão.
O juiz franziu o cenho e estava pronto para praguejar, quando observou que a testa da mulher era ainda mais franzida que a sua.
Por se tratar de dois juristas experientes, não é estranho o diálogo litigioso que se instaurava obedecesse aos mais altos padrões de erudição processual.
– Juílson! Eu não aguento mais essa sua inércia! Eu estou carente, carente de ação, entende?
– Carente de ação? Ora, você sabe muito bem que, para sair da inércia, o Juízo precisa ser provocado e você não me provoca, há anos!
– Claro, você preferia que o processo corresse à revelia. Mas não adianta, tem que haver o exame das preliminares, antes de entrar no mérito. E mais, com você o rito é sempre sumaríssimo, isso quando a lide não fica pendente… Daí é que a execução fica frustrada mesmo!
– Calma aí, agora você está apelando. Eu já disse que não quero acordar o apenso, no quarto ao lado! Já é muito difícil colocá-lo para dormir. Quanto ao rito sumaríssimo, é que eu prezo a economia processual e detesto a morosidade. Além disso, às vezes até uma simples cautelar pode ser satisfativa!
– Sim, mas pra isso é preciso que se usem alguns recursos especiais. Teus recursos são sempre desertos, por absoluta ausência de preparo!
– Ah, mas quando eu tento manejar o recurso extraordinário você sempre nega seguimento… Fala dos meus recursos, mas impugna todas as minhas tentativas de inovação processual. Isso quando não embarga a execução…
Mas existia um fundo de verdade nos argumentos da Dra. Themis. E o Dr. Juílson só se recusava a aceitar a culpa exclusiva pela crise do relacionamento. Por isso, complementou:
– Acho que o pedido procede, em parte, pois pelo que vejo existem culpas concorrentes. Já que ambos somos sucumbentes vamos nos dar por reciprocamente quitados e compor amigavelmente o litígio.
– Não posso. Agora existem terceiros interessados. E já houve a preclusão consumativa…
– Meu Deus! Mas de minha parte não havia sequer suspeição!
– Sim. Há muito que sua cognição não é exauriente. Aliás, nossa relação está extinta! Só vim pegar apensinho em carga e fazer remessa para a casa da minha mãe.
E ao ver a mulher bater a porta atrás de si, Dr. Juílson fica tentando compreender tudo o que havia acontecido. Após deliberar por alguns minutos, chegou a uma triste conclusão:
– E eu é que vou ter que pagar as custas…![]()
Gênio incompreendido
Sequência de tuítes do Rubens (@eurubens) com horário estimadamente aproximado de cada uma das ocorrências…
13h10min @eurubens Hoje, ao fazer um cafezinho, tive uma idéia genial: adoçá-lo com 2 ou 3 colherzinhas de Nescau.
13h11min @eurubens Uma dessas idéias simples e óbvias que a gente pergunta porque ninguém nunca teve antes e que definem a genialidade.
13h15min @eurubens Ficou uma merda.
O Sermão da Montanha (versão para educadores)
Diretamente lá do Boteco Escola, uma comprovação de que nem Jesus Cristo aguentaria ser um professor nos dias de hoje…
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Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
– Em verdade, em verdade vos digo:
– Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
– Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
– Felizes os misericordiosos, porque eles…?
Pedro o interrompeu:
– Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
– É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
– Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
– Vai cair na prova?
João levantou a mão:
– Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
– O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
– Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
– Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
– Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
– Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
– Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
– Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
– Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
– Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
– Quais são os objetivos gerais e específicos?
– Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
– Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
– E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
– Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
– Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
– Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
– E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus disse:
“Senhor, por que me abandonastes?…”
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OBSERVAÇÃO: Não dá uma impressãozinha de que Pilatos, desde aquela época, já seria integrante do PSDB? Especificamente do Estado de São Paulo?…
😀
16 coisas que você precisa saber sobre pessoas tatuadas

1. Não, ela não quer falar sobre isso.
2. Sim, ela teve coragem. Ao contrário de você, que está pensando em fazer uma tatuagem há 14 anos.
3. Não, ela não se arrependeu.
4. Ela é tatuada, não tatuadora. E não quer dar a você todas as dicas de como, onde, quando e que desenho tatuar.
5. Cuidado com perguntas do tipo “Você trabalha com tatuagem?” se não quiser ouvir respostas do tipo “Sim, eu não tiro a tatuagem para trabalhar”.
6. A não ser que pinte um clima, não saia botando a mão.
7. Não, ela não é um outdoor, nem um pássaro, nem um avião. Pessoas tatuadas não gostam de ser assistidas como se fossem um filme. Nem de ser observadas e avaliadas como num programa de calouros. Evite dar voltas em volta dela, olhando de cima a baixo.
8. Pode parecer estranho, mas, não, ela não quer chamar atenção. Pode parecer ainda mais estranho, mas as tatuagens são desenhos dela para si mesma, não para os outros. E têm muito mais a ver com o que ela quer dizer para si mesma do que para o mundo.
9. Perguntas do tipo “E essa aqui, o que significa?” só significam uma coisa: você é um chato. Gostaria de ouvir perguntas do tipo “O que significa o seu cabelo chanel?”
10. Proibido fotografar, filmar, tocar ou comer no recinto.
11. Não, ela não quer pensar em um desenho para você tatuar.
12. Sim, ela respeita se você achar ridículo. Mas nem tudo precisa ser dito. Ou ela será obrigada a opinar sobre o seu enorme brinco de pena.
13. Doeu, sim. Mas o que dói mesmo é esse seu olhar de turista.
14. Sim, ela já sabe que você é louco pra fazer uma, mas nunca teve coragem. A pergunta é: “E daí?”
15. Não, ela não tem tatuagem onde você está imaginando.
16. Sim, ela trabalha num lugar muito democrático. Ou usa terno e gravata.
(Texto roubartilhado lá do Facebook…)
Criacionismo
E então estava lá deus bestando, debruçado sobre a prancheta.
Onipresentemente pensava consigo mesmo: “Pra que fazer isso? Pra que é que eu fui criar esse joguinho pro Adão ficar dando nomes a todas as coisas? Agora fico eu aqui inventando invencionices pra ele nomear… E o pior é que, no fundo, no fundo, nem é ele!”
Nota: Na prática é tudo uma questão de “sintonia divina”, uma forma de acessar a mente do hômi e saber o que se passa por lá… Como na época só tinha uma operadora – ele próprio – e um único usuário – Adão – o negócio era trabalhar com filtros até simples pra não dar conexão direta. O problema é que de lá pra cá a coisa descambou, existem bilhões de usuários e a operadora continua centralizada. Ou seja, é um tal de oração em linha cruzada e chamada não atendida que não tem fim. Ainda bem que esse negócio de telemarketing é infernal, senão seria, no mínimo, complicado. Já pensaram? “Por favor, não desligue. Sua oração é muito importante para nós. Aguarde apenas mais um momento pois todas nossas escutas celestiais estão ocupadas. Dentro em breve vamos estar atendendo e poder estar providenciando uma análise de sua oração.” Bom, vocês já perceberam que não ia prestar… Mas vamos lá. Então deus já estava de saco cheio com esse negócio de dar nomes, que era mais uma questão de adivinhação que qualquer outra coisa.
“Idéia de jerico”, pensou ele.
E, do nada, criou um jerico.
E vendo aquilo que criou, ficou pensando… Era mais ou menos um cavalo na essência… Um pouco diferente, só. As orelhas mais compridas…
“Compridas?…”
Hmmm…
Então, já que era mais uma celestial tarde modorrenta e lá no Jardin do Éden ainda não tinha nenhuma Eva pra uma sacanagenzinha básica, resolveu ele dificultar esse jogo de adivinha. E começou a mudar a forma padrão que já tinha estabelecido para os animais da Terra. Encompridando aqui, encolhendo ali, mudando um bocadinho acolá. Ou seja, fazendo igual, mas diferente. Algo assim como o novo Fusca.
E veio o elefante, bicho esquisito de nariz mais ainda.
Adão acertou.
Na sequência, aproveitando o desenho, veio o tamanduá, pra ficar ainda mais diferente.
Adão acertou.
A girafa, com um pescoço tão comprido que quase não dá pra saber de que bicho ela é parente.
Adão acertou.
A zebra – que até hoje não se sabe se é branca com listas pretas ou preta com listas brancas.
Adão acertou.
O pinguim – “esse o Torvalds vai gostar”, pensou ele – um pássaro que não voa (só pra confundir).
Adão acertou.
Ema, avestruz, camelo, dromedário.
Acertou, acertou, acertou, acertou.
“Ah, é, seu fiudumaégua?” – mas essa não foi criada, porque já existia e já havia sido nomeada.
E debruçou-se deus sobre a prancheta e começou a criar um bicho tão, mas tão esquisito, que até ele mesmo duvidava.
“Terá – deixe-me ver… – um bico de pato, mas será carnívoro… Vou fazê-lo mamífero, mas que ponha ovos… Apesar de membranas nas patas, como algumas aves, não terá penas, mas sim pelos… Poderá viver tanto na terra quanto na água… Soltará leite pelos poros, terá veneno como as serpentes e um rabo chato, como de castores… Vou dar um nozinho de meio laço na sequência final do genoma pra também ser parente dos répteis…”
Assim tendo o feito, com o rascunho pronto na prancheta, ao final deus contemplou sua obra e…
…teve uma monumental crise de riso!
Não teria jeito. Para todos os padrões inimagináveis aquela criatura seria ridícula demais! Não tiraria aquele rascunho de sua prancheta de maneira alguma!
E foi ele, contemplando a si próprio – e ainda rindo a valer – tomar uminha e tirar um cochilo…
Nesse meio tempo um anjinho estagiário meia-boca que vivia querendo puxar o saco do patrão pra ver se ganhava alguns pontos – um tal de lúcifer – foi dar uma fuçada na mesa do chefe e viu aquela figura estranha. Pensou consigo mesmo que podia adiantar aquele novo projeto (por mais estranho que fosse) e deixaria o hômi feliz se já o levasse pra linha de produção.
Um tempinho depois, enquanto deus estava lá sentadão, naquele dorme-não-dorme, já ouvindo a musiquinha do Fantástico (que ainda não existia, mas para ele era fácil fazer o tempo curvar-se conforme queria), acabou baixando a guarda e se conectou via linha direta com Adão… E ouviu claramente, como o soar de mil gongos: “ORNITORRINCO!”
– Mas que ca…
Correu para a prancheta.
Encontrou o estagiário lúcifer lá, parado bem do lado, peito estufado e um sorriso besta na cara.
– Então, siôdeus, eu tava aqui e vi que o siô tinha deixado trabalho que o siô mesmo num criô, daí eu peguei e levei lá pra levar pra linha de produção, daí eu levei pro siô, porque eu sempre tô tentando me esforçá o máximo pro siô pra podê…
– MAS VOCÊ É MESMO UMA ANTA!!!
E na linha aberta que tinha ficado ouviu Adão falando: “Anta”…
– Ô caramba! Assim não tem tatu que aguente!
“Tatu!”
Puto da vida, desconectou da ligação – sendo essa a primeira experiência de simplesmente dar as costas a um problema, o que mais tarde resolveria chamar de “livre arbítrio” – e espinafrou o anjo estagiário por um tempo considerável, terminando sua preleção com um memorável pé-na-bunda. E isso fez o anjo cair, cair e cair…
Ao chegar tão lá embaixo quanto podia, lúcifer encontrou os filhos de Lilith (mas isso é outra estória). Como o filme dele já estava queimado mesmo, mas lá eles ainda não sabiam nada do que tinha rolado, veio então com um conversê de ter se rebelado e lutado com as hostes angelicais… O que mais tarde lhe renderia o simpático apelido de Príncipe das Mentiras.
Quanto ao “ornitorrinco”, esse já estava criado mesmo e deus deixou todo esse imbróglio de lado e resolveu voltar pro cochilo.
Meio dormitando, ainda um último pensamento passou pela sua divina cabeça: “Adão está precisando é de mulher…”
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PS: Esta brincadeira sobre “como surgiu o ornitorrinco” foi pensada a partir de um peixinho de aquário que morreu e sua sólida base científica está associada ao estado etílico dos usuais Copoanheiros de Plantão. Tentei encontrar um pouco do sarcasmo do Marco Aurélio (de sua época do antigo Jesus Me Chicoteia) – mas não acho que tenha conseguido. Particularmente me parece que esse deus aí de cima tá muito mais pro deus do Laerte, que para qualquer outro…
Facebookologia aplicada

