Transbordo, não nego

Mylena Gama

O direito de transbordar… Ah, que poético é! Se encher de emoções, das mais perversas às mais humanas, sendo mais emoção do que corpo, razão ou qualquer lógica. Eu já passei por isso e você também. Transbordar faz parte da nossa natureza, somos inundados de sentimentos e vez ou outra, eles são maiores que nós. Por isso, amo essa imagem que achei no Pinterest e que traduz esses sentimentos.

E aí depois que a gente transborda e volta a caber, tudo se encaixa e o caminho volta a ficar claro. Ano passado, minha xícara esteve cheia praticamente o tempo todo, não foi surpresa quando transbordei. A parte boa é que a gente ganha novas lentes para ver o mundo, e como sou dessas que gosta de compartilhar minhas descobertas, aqui vão elas.

Tudo tem só duas perspectivas, a do ser ou não ser, a do ter ou não ter, do querer ou não querer. Por isso, quando a ansiedade bate, existem apenas duas opções: dar atenção e vez para ela ou não. Juro que não é difícil, faz uma diferença tremenda, tudo fica mais leve! Às vezes acho que criamos esses pensamentos e inquietações porque gostamos de brincar com fogo, pode parecer divertido ter sentimentos oscilantes, mas eu decidi que não quero mais isso.

A caneta e o papel, ou os dedos e um teclado, são duplas fantásticas que têm a função de exorcizar tensões e angústias. Mesmo que ninguém vá ler, mesmo que você nunca releia. Uma vez que não está mais em você, simplesmente não está mais em você, entende? É diferente de desabafar com um amigo e é diferente de ficar ruminando mentalmente os acontecimentos. Desde que eu me conheço por gente eu escrevo muito, talvez isso não seja da sua natureza, mas vale a pena tentar e depois vale a pena não parar.

Depois que voltar a caber, dê tempo ao tempo, não seja um rolo compressor que destrói as lembranças. Deixe que fiquem soltas. Automaticamente e de forma delicada, cada coisa vai tomando seu lugar, cada sentimento dá sua cara verdadeira. E aí sem drama ou sem antecipação, você colabora para que a xícara não volte a encher tão cedo.

É, estou em um momento mais zen, mas quem me conhece sabe a garota enxaqueca que posso me tornar quando estou prestes a transbordar. E sabe o quê? Eu não me culpo e nem me sinto mal, tento só ver o lado bom das coisas para que o próximo transbordamento (ou seria transbordação?) seja diferente, porque né, sem tédio ou repetição!

♪ Queen & David Bowie – Under Pressure

Fusca azul! Pow! Soc! Plaft!

Nem todos conhecem a Brincadeira do Fusca Azul, tradição ancestral que consiste em socar vigorosamente o próximo ao avistar um automóvel da cor e marca supracitados.

Também chamada de “Punch Buggy” e “Beetle Bug”, a galhofa teve origem nos anos 60 como um inocente passatempo de estrada, e foi posteriormente capitalizada pela marca Volkswagen em comerciais de tevê. No livro The Official Rules of Punch-Buggy, Ian Finlayson e Michael Lockhart cogitam que a brincadeira tem raízes no Egito antigo, o que obviamente se trata de uma graçola.

A prática é regida por um único mandamento: “O primeiro a vislumbrar um Fusca azul no caminho tem o direito de aplicar um soco no ombro de quem estiver nas redondezas, gritando com fervor: FUSCA AZUL!”. Ao perdedor é vedado retribuir o golpe, a menos que aviste outro VW de tom cerúleo.

Quanto à força utilizada, devem-se observar os preceitos de proporcionalidade, sendo, portanto, pouco recomendável nocautear uma velhinha frágil que atravessava a rua quando, no horizonte, surgiu um garboso “besouro” azul. Inimigos de longa data devem aceitar a brutalidade da pancada como uma dessas coisas da vida que não se pode contestar, como as saladas com rúcula e o time da Portuguesa.

É válido golpear desconhecidos e desafetos sob tal justificativa, embora não conste (ainda) uma cláusula no Código Penal que conceda ao avistamento de um Fusca a condição de atenuante em casos de lesão dolosa, sobretudo na região escapular. Alguns juízes, porém, já legislaram a respeito, como no caso “Meirelles vs. Coutinho”, em que este foi acusado de agressão ao colega, mas uma testemunha corroborou o avistamento do fusquinha.

“Mas o senhor réu chegou a gritar: ‘Fusca Azul’?”

“Sim, meritíssimo.”

“Então o declaro inocente. Estão dispensados.”

Outras normas da modalidade dispõem sobre falsos avistamentos; nesse caso, há duas saídas: a vítima pode imediatamente conferir um soco duplo em seu carrasco ou contabilizar o dano sofrido como bônus para o próximo Fusca que lhe escapar da vista.

Nas regiões mais abastadas de São Paulo, tem sido cada vez mais difícil vislumbrá-los, mas os Fuscas azuis ainda abundam nos rincões da zona norte. (Outro dia vi um Fusca azul ao lado de uma Kombi verde, e pensei que teria razão em dar uma voadora em alguém, coisa que só não fiz por falta de normatização a respeito.)

A verdade é que não há tristeza maior do que ver um Fusca azul e não ter ninguém por perto a quem comunicar tal alegria. Ainda assim, sempre existe a opção de comprar um e passar bem devagar em frente a uma escola, só para ver a magia acontecer.

( Roubartilhei daqui… )

Branco e Dourado ou Azul e Preto?

Tá, eu sei que ninguém tá aguentando mais essa história do “vestido que derrubou a Internet”… Sei também das várias explicações até mesmo “científicas” para que alguns enxerguem essa josta branco e dourado (como eu) ou azul e preto (como meu filhote caçula). Por exemplo, é que se trata da “tentativa de o sistema visual compensar o viés cromático do eixo de luz do dia”. Seja lá o que isso queira dizer…

Mas o que importa MESMO é a boa e velha tiração de sarro brasileira em cima disso!

Por isso os Oompa Loompas aqui do Legal resolveram separar algumas ótimas conclusões – politicamente incorretas, inclusive – para esse mistério que assola a humanidade… Particularmente o último quadro é meu preferido!

Mas, para fechar com chave de ouro, agora pela manhã, enquanto coletava as imagens para este post lá no Minilua, estava eu a explicar para a Dona Patroa que zorra era essa com relação ao tal do vestido. Com a foto na tela, ela estava enxergando branco e dourado. Nisso chega o filhote mais velho e eu lhe pergunto:

– E então? E você? Que cores você está enxergando hoje?

– Você quer saber agora, pai? Nesse momento?

– Isso mesmo. Que cores você está enxergando nesse momento?

– Bem, nesse momento não estou enxergando NADA, porque estou sem óculos…

Dispensem o exame de DNA. De fato, só pode ser meu filho.

Cinquenta tons de cinza: a verdade verdadeira!

Você já leu o livro “Cinquenta Tons de Cinza”?

Não?

Nem eu.

Nem vou.

Já nem queria mesmo, depois do que li aqui.

Mas se, assim como eu, considerando que tem um monte de mulherada gente falando o tempo todo desse troço, ainda tenha restado um quê de curiosidade de saber quiquiéssaporra, então recomendo veementemente que assista o vídeo abaixo!

Ah, mas é o seguinte: se você tem algo contra palavrões e palavras de baixo calão, fique na curiosidade, tá? O caboclinho é bão, mas rasga o verbo. Caso contrário, assista. Muito ilustrativo e, por isso mesmo, graças a esta verdadeira aula de apenas um tom, não vejo a hora de não ler esse livro!

Fora isso, ri litros!!!   😀

Só pra constar: esse vídeo é do canal do Felipe neto lá no Não Faz Sentido.

Flight of the Bumblebee

Não, não, crianças, isso aqui não tem nada a ver com o &Bumblebee lá do filme Transformers

Estamos falando da música composta por Nikolai Rimsky-Korsakov e que era a música tema do antigo seriado do Besouro Verde. Sempre gostei dessa música – tão veloz, tão atordoante, tão complexa, que nunca compreendi como alguém conseguia tocá-la sozinho no piano. E volta e meia perguntava aos meus estupefatos botões como seria se fosse tocada a quatro mãos…

Bem, não preciso perguntar mais! Eis uma bem humorada interpretação dessa música a quatro mãoes – e ainda com bateria!