Sou um hacker e me orgulho muito disso!

Texto de Jomar Silva

Sou um hacker, pois “modifiquei” o mundo ao meu redor desde que me conheço por gente.

Tudo começou com o meu nome, que é uma junção das primeiras sílabas do nome do meu pai, e que alguns meses após meu nascimento, só servia para me chamar a atenção quando eu fazia alguma coisa errada (me reservo o direito de não divulgar aqui meu apelido, que ganhei muito antes do meu primeiro ano de vida e que me acompanha até hoje no meu círculo familiar). Se meu nome já foi fruto de um Hack, que escolha eu teria ?

Me lembro de ter tido alguns problemas “sociais” durante toda a minha infância, e eles pioraram quando eu hackeei o sistema educacional medieval presente e aprendi a ler e escrever sozinho dois anos antes de qualquer colega de escola.

Depois de muita repressão ignorante do sistema naquela época (e muito incentivo da minha família), acabei descobrindo que poderia me expressar de outras formas na sociedade e que não tinha necessariamente que seguir o “script” social que alguém havia designado para mim.

Tudo mudou de verdade quando minha paixão pela música me levou aos 9 anos a hackear minha própria bateria, montando uma bateria com caixas de uva (destas que sobram no fim da feira) e usando baquetas hackeadas de pedaços de antena de TV quebrada, resolvi ser baterista. Um primo meu viu uma de minhas performances e avisou a meus pais que eu era um baterista nato e que estudando ou não, eu o seria por toda a vida… fui parar num conservatório musical.

Na mesma época, demonstrei à minha família uma vontade maluca de falar inglês e por isso, acabei sendo premiado pelo meu pai com a oportunidade de estudar o idioma bretão (me lembro até hoje que chorei de alegria no dia em que ele me matriculou no curso de inglês)… Acabei Hackeando o curso todo e aos 13 anos de idade me vi obrigado a fazer duas vezes um certo módulo pois eu era “no mínimo 3 anos mais novo do que qualquer outro aluno da turma”… desisti do curso e terminei meu aprendizado na vida.

No conservatório, aprendi até o limite onde um aluno pode aprender e fui às aulas até o dia em que meu professor, pra lá de hacker, me avisou que “tudo o que ele poderia me ensinar ele já havia ensinado e que o resto, a noite me ensinaria”… com 13 anos isso soava quase como uma profecia de Nostradamus, mas hoje eu sei que ele tinha razão.

Também aos 11 anos, ganhei meu primeiro computador, um PC nacional comprado a muito custo pelo meu pai para ajudar a um amigo que estava em dificuldade financeira e se desfazia dos ativos de sua empresa… Hackear ganhou um novo sentido na minha vida (aliás, que saudade do “PC Tools”).

Aos 15 anos, tive um problema de saúde e veio o hack mais difícil da minha vida: Tive um “problema no cérebro” e minha única chance de sobrevivência era uma cirurgia… até que esta fosse realizada, tive que passar meses convivendo com a hipótese de que o problema poderia ser qualquer coisa, e mesmo depois de algumas semanas de internação e muita quimioterapia (ou o nome que davam a isso na época), ninguém sabia do que se tratava.

Me lembro de ter entrado na sala de cirurgia, careca, sozinho com lágrimas nos olhos e com uma gigantesca e gélida sensação de que “de agora em diante estou sozinho”… confesso que jurei para mim mesmo naquele momento que Deus não existia, mas no final da história, eu acabei acordando…

… em uma UTI, amarrado, com um tubo enfiado na minha garganta (que doía bastante), com alguma coisa nos meus olhos que não me permitiam enxergar direito o que havia na minha frente, mas ainda assim consegui identificar o meu pai, chorando desesperado, entendendo que eu estava sofrendo com uma dor imensa, e tentando me desamarrar daquela cama onde ele havia me encontrado… passei ali a pior noite da minha vida e confesso que não sei como não enlouqueci depois daquilo tudo… quando sai dali, me sentia um herói: Hackeei a morte (mas sei que ela vai tentar de novo e vai acabar ganhando).

Superei tudo isso e continuei hackeando… o colégio técnico em eletrônica, o vestibular e finalmente os anos intermináveis da faculdade de engenharia (e quem fez FEI aí sabe bem do que estou falando)…

Não tive “sucesso” como músico, pois minha banda fazia sucesso em nossa cidade na época em que o Jabá já havia se estabelecido e mesmo assim, chegamos a negociar nosso trabalho com uma gravadora multinacional (graças a Deus não deu certo, pois eu me odiaria ser mais um rendido que tinha enchido de dinheiro os bolsos das gravadoras, não passando de um “Hit dos anos 90” na cabeça das pessoas).

No último ano da faculdade, durante um debate em uma aula de sistemas operacionais, acabei abrindo a boca e falando que “meu sonho era um dia poder contribuir em uma norma internacional de TI”… É claro que virei motivo de piada de toda a turma (incluindo o professor, que incentivava os demais), mas naquela época eu já tinha recebido o apelido de Homembit por conta dos meus feitos na área de eletrônica digital… Hackeei mais esta limitação há pouco tempo, quando me tornei o responsável pela adoção do ODF como norma brasileira e ainda me tornei membro ativo do OASIS ODF TC (comitê internacional que desenvolve o ODF), sendo agora co-autor da nova versão do ODF (ODF 1.2).

Passei muitos anos preso ao sistema e às limitações técnicas que sempre foram impostas aos desenvolvedores e profissionais de tecnologia no Brasil, mas há alguns anos, conheci o mundo do Software Livre e de novo, hackeei o sistema imposto.

Trabalhei com a Internet desde que ela chegou ao nosso país, e sempre me senti mais do que obrigado a “dar um passo além”, hackeando a mesmice e o conformismo que sempre nos fez ficar de cabeça baixa em nosso tradicional papel de colonizados (digitais ou não)…

Há alguns anos, tive as oportunidades com as quais sonhei a vida toda, e só Deus sabe quanto trabalhei e ainda trabalho para poder hackear todas as limitações que me foram (e ainda são) impostas. Consegui contribuir para que o ODF fosse realidade no Brasil e na América Latina e para isso, tive até que hackear corações e mentes (que hoje são meus grandes aliados e me ajudam a continuar hackeando mais corações e mentes nesta caminhada). Me sinto muito feliz por ter feito tudo isso.

Quando ainda era criança, li “O Pequeno Príncipe” e nunca me esqueço do “És responsável pelo que cativas”, e penso que hoje poderia hoje ser melhor traduzido como “És responsável pelo que hackeias”…

Como muitos que conheço, depois de ter passado por tudo isso e vivido mais de 35 anos hackeando tudo e todos, sou obrigado a ver hoje um monte de gente (e organizações) mal intencionadas gastarem milhões de dólares num esforço mundial para alertar a todo o mundo que “Hackers são do mal” !

Akenathon hackeou o politeísmo propondo o monoteísmo, Galileu hackeou a teoria predominante de que a Terra era o centro do Universo mostrando o papel do Sol em nosso sistema, o Marquês de Sade hackeou a sexualidade na comunicação, Charles Darwin hackeou a teoria da evolução da humanidade, os Inconfidentes Mineiros hackearam o império português, Zumbi dos Palmares hackeou a escravidão no Brasil, Einstein hackeou Sir Isaac Newton, Vinton Cerf (e centenas de outros) hackearam o mundo das telecomunicações criando a Internet e Tim Berners Lee (e milhares de outros) hackearam a Internet criando a Web e Richard Stallman (e milhões de outros) hackearam o mundo do software criando o que temos, usamos e dependemos (gostando ou não) hoje !

(malditos hackers que construíram e moldaram o mundo em que vivemos… para não citar inúmeros outros exemplos)

Sim… Sou um Hacker, me orgulho muito disso e me ofendo muito quando vejo a mídia usar o que sou para identificar os CRACKERS, que sempre trabalharam contra tudo o que defendo e acredito.

Sinto esta raiva aumentar ainda mais, quando vejo estes mesmos CRACKERS vestindo terno e gravata, ocupando tribunas de senados no mundo todo, lutando contra o compartilhamento, a difusão do conhecimento e a criação de um novo paradigma social.

STF nonsense

O original tá aqui.

STF tem ativismo sem paralelo, diz jurista

O jurista português José Joaquim Gomes Canotilho acredita que o Supremo Tribunal Federal está avançando em assuntos do Legislativo e do Executivo, num “ativismo judicial exagerado que não é compreendido na Europa”. Por outro lado, ele reconhece que, ao entrar nessas questões, o STF faz alertas aos outros Poderes, com mensagens positivas e busca de soluções para problemas práticos do Brasil.

Canotilho é um dos principais constitucionalistas de Portugal. Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, suas ideias fundamentaram a Constituição Portuguesa de 1976 e a Carta Brasileira de 1988. Ele defendeu que a Constituição deve ser um programa para o país. Em 1976, Portugal necessitava de um programa, após a Revolução dos Cravos, e, em 1988, o Brasil precisava de um para a Nova República. O problema, segundo Canotilho, é que o nosso programa de 1988 está sendo conduzido pelo STF e ele questiona se é função do Judiciário resolver questões como demarcações de reservas indígenas, infidelidade de políticos aos seus partidos e uso das algemas pela polícia.

“Meus amigos do Supremo me disseram que, quando as políticas não se movem, eles fazem as políticas em acordo com a Constituição”, afirmou Canotilho, que é bastante conhecido pelos ministros do STF.

Na última vez em que ele esteve na sede do tribunal, em Brasília, em agosto de 2008, mais da metade dos onze ministros da Corte pararam as suas atividades para cumprimentá-lo no gabinete de Gilmar Mendes, de quem é amigo. A amizade, no entanto, não impede Canotilho de questionar o papel do Supremo. Ele fez estudos sobre decisões recentes e concluiu que o STF segue metodologia única no mundo. Para Canotilho, o Supremo não julga partindo das normas. O tribunal procura agir a partir de problemas concretos e tenta encontrar soluções práticas. “Perguntei ao Gilmar se era mesmo o tribunal que pegava um helicóptero e ia ver as terras dos índios e definir os limites. De fato, o STF tenta captar a realidade”, concluiu.

Só que esse tribunal não é compreendido na Europa, pois lá é “nonsense” (sem sentido) tribunal definir política pública. “O STF faz coisas que nenhum tribunal constitucional faz”, disse Canotilho ao Valor. O maior exemplo, segundo ele, são as súmulas vinculantes – orientações dadas pelo STF que devem ser seguidas por todos os juízes do Brasil. “Eu compreendo a tentativa de dar alguma ordem, mas o problema é que as súmulas vinculantes se transformam em direito constitucional enquanto não são revogadas pelo próprio tribunal. Elas não são apenas legislação. São verdadeiras normas constitucionais.” Em outras palavras, é como se o STF promovesse novas definições para a Constituição.

Essa advertência de Canotilho ao STF aproxima-se muito de outra, feita, há três anos, a empresários que queriam criar um movimento de revisão da Constituição, na sede da Fiesp, na avenida Paulista. “Eles me disseram que cada geração poderia fazer a Constituição que quiser. Então, eu perguntei a eles: vocês têm povo para fazer a Constituição? Não havia. Era uma elite de São Paulo.”

Por outro lado, Canotilho vê um aspecto extremamente positivo no STF. Para ele, o Supremo transforma julgamentos em alertas, “numa vigilância aos outros poderes de que não podem ficar parados”. Assim, se o Congresso não aprova a lei de greve dos servidores públicos, e o Brasil enfrentou uma crise sem precedentes por conta da paralisação dos controladores de voo, o Supremo decide, por analogia, que eles terão de cumprir as regras de greve para o setor privado. “Esse tribunal procura respostas para problemas que não se colocam na França, ou na Alemanha, e cuja solução não é fácil.”

Para Canotilho, o STF chegou a uma “solução razoável” no caso da fidelidade partidária. O tribunal decidiu que os parlamentares podem mudar de partido, mas perdem o mandato se trocarem de legenda na mesma legislatura em que foram eleitos. “É a mensagem de que o parlamentar é escolhido numa lista. Nos outros países, isso está resolvido a nível legislativo. No STF, vai ser regulado com súmulas.”

Outra decisão interessante, segundo ele, foi a que proibiu a exposição de pessoas algemadas pela Polícia Federal. “A partir da visão de que as algemas podem ser humilhantes para a pessoa humana se buscou a igualdade para todo o cidadão e essa mensagem em termos da dignidade das pessoas está correta.”

Apesar de incompreendido na Europa, o Supremo brasileiro é citado “como um caso paradigmático de evolução na discussão sobre os entendimentos entre os poderes”. Neste ponto, Canotilho vê outro aspecto positivo no STF, pois o tribunal procura entrar em sintonia com demandas da população, que não são atendidas pelo Congresso e pelo Executivo. No caso da fidelidade partidária, por exemplo, é difícil acreditar que os parlamentares fossem punir os seus semelhantes por mudarem de partido. “Neste aspecto, o tribunal está adotando uma posição de alerta, chamando a atenção dos outros poderes para que tomem posição”, afirmou Canotilho. “Mas a minha posição é a de que não são os juízes que fazem a revolução. Nunca o fizeram. Só que eles podem pressionar os outros poderes políticos dessa forma. E eu creio que é essa a posição do STF.”

Juridicando de quando em quando

Senado aprova fim da audiência de conciliação em separações

A Comissão de Constituição, Justiça (CCJ) do Senado aprovou o projeto que suprime da legislação a necessidade de audiência de ratificação, também chamada de audiência de conciliação, nas separações judiciais. O projeto do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) recebeu um relatório favorável do senador José Maranhão (PMDB-PB). A decisão é em caráter terminativo, não precisando, portanto, passar pelo plenário. O projeto agora vai para a Câmara.

Ao propor o projeto, Zambiasi argumentou que, na prática, a audiência de conciliação se tornou uma mera formalidade e que é muito constrangedor para o casal, gerando pouco ou nenhum resultado conciliatório efetivo.

Além disso, afirma o senador, a exigência está em desacordo com as mais recentes reformas do Código de Processo Civil. Em especial a mudança realizada pela Lei 11.441/2007, que ao tratar da separação consensual, não previu a mesma exigência quando a separação e o divórcio consensual forem realizados extrajudicialmente, por escritura pública.

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Projeto que permite mudança do regime de bens é aprovado

Pessoas que se casaram na vigência do Código Civil anterior, até 10 de janeiro de 2003, podem mudar o regime de bens escolhido no início do casamento, segundo um projeto de lei aprovado ontem em decisão terminativa pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. O texto agora segue para análise da Câmara.

O novo Código Civil passou a autorizar a modificação do regime de bens após o casamento – o que deve ser feito com concordância de marido e mulher. Porém, os casamentos celebrados sob a antiga norma ficavam sujeitos às regras anteriores.

A proposta, do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), coloca na lei o que já está consolidado nos tribunais, incluindo o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A CCJ do Senado também aprovou o projeto do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) que acaba com a necessidade de audiência de ratificação nas separações. O projeto passará pela Câmara.

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Senado aprova adoção de mesmo número em CPF, RG e passaporte

O Senado aprovou nesta quarta-feira projeto de lei da Câmara que unifica vários documentos de identificação em um só. O projeto, que depende ainda de sanção presidencial, determina a unificação do Cadastro de Pessoa Física (CPF), da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), do passaporte e de quaisquer outros documentos necessários ao cidadão para que todos passem a ter o mesmo número do Registro da Identidade Civil, à medida que forem sendo expedidos. As informações são da Agência Senado.

De autoria do deputado Celso Russomano (PP-SP), o projeto também exige que a carteira de identidade contenha o tipo e o fator sanguíneo do titular e permite que o documento contenha carimbo comprobatório de deficiência física, desde que esta seja atestada por autoridade de saúde competente.

O relator do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Almeida Lima (PMDB-SE), apresentou voto pela aprovação da matéria. No relatório, o senador afirma que a utilização do número da identidade nos demais documentos dificultará a ocorrência de fraudes e propiciará o aperfeiçoamento do sistema de identificação civil.

Almeida Lima argumenta, ainda, que a informação sobre o tipo e o fator sanguíneo na carteira de identidade pode facilitar o atendimento médico emergencial.

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CCJ aprova liberação de bingos

Com 40 votos a favor e 7 contra, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem projeto substitutivo do deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), que permite a legalização dos bingos, videobingos e videojogos (também chamados caça-níqueis). Ficaram de fora do projeto os cassinos, o jogo do bicho e outros jogos de azar. Já aprovado em outras comissões, o projeto vai agora a plenário. A proposta tem o apoio da Força Sindical e de entidades do setor, que arregimentaram dezenas de ex-empregados de casas de bingo, empresários e lobistas para acompanhar a sessão. Houve ruidosa manifestação quando o resultado foi proclamado.

A proposta aprovada teve por base o argumento de que o fechamento dos bingos provocou a demissão de milhares de pessoas e a extinção de uma atividade econômica importante para vários municípios, sobretudo os que têm vocação turística. “Os jogos ajudam no desenvolvimento de regiões pobres e constituem importante fonte de arrecadação de impostos”, argumentou o relator. Oliveira acatou a sugestão de manter a distância mínima de 500 metros de escolas e igrejas.

Se prevalecer no plenário o texto aprovado na CCJ, todas as outras modalidades, incluindo cassinos e jogo do bicho, permanecem na ilegalidade, mas os infratores estarão sujeitos a penas maiores, de 1 a 5 anos de prisão, mais multa. A fim de evitar “tentações”, as casas de bingo terão de ficar em local discreto, sem letreiros ou sinalização que chame a atenção do público. As casas de bingos terão destinação exclusiva e não poderão explorar outros serviços, à exceção de restaurante, bar e shows artísticos. As máquinas ainda precisarão ser homologadas pelo Ministério da Fazenda.

Os jogos terão acompanhamento online pelos computadores da Receita Federal e os ganhadores terão o nome inserido na hora da premiação. Os impostos serão descontados na fonte e repassados à Receita no dia seguinte. Cada empresário só poderá abrir no máximo três casas e deve contratar 50 empregados a cada 350 cadeiras destinadas a jogadores. Caso seja aprovado na Câmara, o projeto terá de seguir para o Senado, antes de ir à sanção presidencial.

Em um voto em separado, o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) fez duras críticas ao projeto, por “liberar uma atividade utilizada pelo crime organizado”. Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) ressaltou que a regulamentação vai criar 320 mil empregos diretos e indiretos na economia. “Não é só jogo de azar que dá emprego, o tráfico e a prostituição infantil também e nem por isso devem ser legalizados”, protestou Biscaia. Já o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) considerou pequeno o porcentual de 5,1% da tributação sobre a atividade que será destinado a ações sociais.

Bingos terão de dar 17% da receita ao governo

A destinação de recursos em forma de royalties para setores de forte apelo popular, como a saúde, foi a forma encontrada pela bancada do jogo para conseguir aliados à aprovação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta vitoriosa estabelece que as casas de bingo terão de pagar à União e aos Estados uma fatia de 17% das receitas, que será destinada ao sistema de saúde (14%) e a investimentos na cultura (1%), nos esportes (1%) e em segurança pública (1%). A segurança não figurava entre os beneficiários e foi incluída na última hora pelo relator – para conseguir virar alguns votos. Cálculos da Associação Brasileira dos Bingos (Abrabin) indicam que o setor pode render para os cofres públicos R$ 6 bilhões anuais em pagamento de tributos.

A proposta aprovada prevê também o pagamento de uma taxa de R$ 20 mil mensais por estabelecimento, que será recolhida pelo Ministério da Fazenda, para custear a máquina de fiscalização do setor. O projeto abre espaço para futura regulamentação de um limite diário no montante de apostas por jogador e proíbe bingos eventuais, mas abre uma exceção para igrejas, entidades assistenciais e instituições filantrópicas, sem finalidade lucrativa, que ficam sujeitas a outras regras. O prêmio não pode ser superior a 2 salários mínimos e não pode ser pago em dinheiro, mas em objetos.

Está também prevista a criação de área de fumantes nos estabelecimentos de jogos – o que deve conflitar com as leis municipais e estaduais antifumo aprovadas recentemente por Estados e municípios, mas atende à legislação federal, pelo menos até que o caso seja definitivamente julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

CPF

Os programas de computador e de informática destinados ao controle e à fiscalização dos jogos serão definidos tecnicamente e homologados pelo Ministério da Fazenda, devendo conter dispositivos que permitam os pagamentos de prêmios exclusivamente com digitação do número dos ganhadores no Cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF), ou com digitação do número que consta do passaporte, quando se tratar de estrangeiros.

O programa do computador do bingo deve estar conectado online com a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o órgão federal que monitora a lavagem de dinheiro. A receita sujeita à tributação é a diferença entre o valor apurado com a venda de cartelas e apostas nos terminais eletrônicos e a premiação efetivamente oferecida e paga. Estão aí considerados os prêmios acumulados e os tributos diretamente incidentes sobre a premiação.

VICIADOS

Para evitar as críticas de que a medida poderia aumentar o número de viciados em jogos no País, o projeto prevê um cadastro nacional de dependentes, feito pelo poder público. As apostas também devem ser pagas à vista, para evitar o endividamento dos apostadores.

CRONOLOGIA DO ABRE E FECHA

1993: Receita para o esporte

A chamada Lei Zico permitia a legalização dos bingos, com parte da receita para confederações esportivas. Muitos bicheiros migram para a exploração legal dos bingos e dos caça-níqueis

1998: Licença pela Caixa

A Lei Pelé revoga a Lei Zico e permite o funcionamento de bingos com autorização da União e não dos Estados. Caixa Econômica Federal passa a dar licenças de funcionamento

2000: Fechamento

A Lei Maguito revoga a Lei Pelé e determina o fechamento dos bingos até dezembro de 2002. Muitos estabelecimentos
continuam a funcionar, graças a liminares

2002: Em campanha

Candidato a presidente, Lula propõe a legalização dos bingos

2003: Nas mãos da Receita

Grupo de Trabalho do governo estuda a legalização do jogo, com a fiscalização cabendo à Receita Federal

2004: Waldomiro Diniz

O ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz é flagrado em vídeo ao negociar propina com o empresário do ramo de jogos Carlinhos Cachoeira. O empresário gravou conversa em que Waldomiro cobrava propina para aprovar contratos com a Loteria do Estado do Rio (Loterj), que resultaria na CPI dos Bingos. Dias depois da denúncia, o presidente Lula edita uma medida provisória (MP) que proíbe o Funcionamento de casas de bingo e de máquinas de caça-níqueis

2004: MP em discussão

Lula manda fechar os bingos por meio de MP. Senado derruba e País fica sem legislação. Bingo só pode ficar aberto por liminar

2005: CPI dos Bingos

Oposição consegue instalar a CPI dos Bingos, que descobre doações de “empresários do jogo” à campanha de Lula

2006: 34 indiciados

Relatório final da CPI dos Bingos indicia 34 pessoas, entre elas, o presidente da Caixa, Jorge Mattoso; três empresas também são citadas

2007: Veto no Supremo

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprova súmula vinculante (decisão a ser seguida por todas as instâncias da Justiça) proibindo que leis estaduais tratem de jogos recreativos. Apenas a União pode regulamentar o assunto

2008: A nova tentativa

Em setembro, a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara aprova parecer (e um projeto substitutivo) do relator Vicentinho Alves (PR-TO) que legaliza bingos e cassinos. Foi o primeiro passo do projeto aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. O projeto inicial, de autoria do deputado Mendes Thame (PSDB-SP), propunha exatamente o contrário: a proibição da exploração do jogo. Até o início de 2009, o Palácio do Planalto tinha receio em pôr um novo texto em votação, por causa dos escândalos anteriores. Como se aumentou a fiscalização e o controle, porém, caiu a resistência.

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Tudo lá do Clipping da AASP.

Trabalhando de graça

Nada como tentar arranjar alguns newbies para trabalhar de graça!

Só para que saibam, “lá fora” tal prática – ainda que sob a promessa de pagamento de alguns milhares de dólares – costuma ser totalmente execrada por quem realmente conhece do traçado…

A notícia original tá aqui.

TSE abre inscrições para hackers testarem urnas eletrônicas

Objetivo é tentar burlar sistemas das urnas que serão usadas em 2010.
Melhores contribuições serão premiadas; inscrições vão até 13 de outubro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abre nesta sexta (11) inscrições para quem quiser fazer as vezes de hacker e atacar os sistemas das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições do ano que vem. Os testes, que serão públicos, vão acontecer entre 10 e 13 de novembro deste ano. As inscrições vão até o dia 13 de outubro, sempre nos dias úteis, e devem ser feitas pessoalmente ou por carta registrada.

Para participar dos testes, o interessado (chamado pelo TSE de “investigador”) deve apresentar um plano de ação, em um formulário específico do tribunal, descrevendo os procedimentos que pretende tomar e os equipamentos que quer usar para tentar quebrar a segurança das urnas. Esse plano de ação será avaliado e, se aprovado pelo TSE, poderá ser posto em prática. O resultado dos planos aprovados pelo órgão sai no dia 26 de outubro, no Diário Oficial.

O tribunal se compromete a fornecer material de escritório, computadores com Linux e Windows, impressoras, ferramentas e softwares que não exijam licenças comerciais (a não ser que o “investigador” as possua), caso sejam solicitados.

O investigador será obrigado a assinar um termo de compromisso com o TSE repassando e demonstrando toda a documentação sobre os materiais e procedimentos dos testes, mesmo que eles não tenham sido bem-sucedidos. O tribunal vai criar um site especial para divulgar os resultados dos testes.

As contribuições “mais relevantes”, diz o TSE, serão premiadas. O órgão não divulgou quais prêmios serão distribuídos.

Nesta sexta, o TSE faz uma audiência pública em Brasília, a partir das 10h, em que vai explicar todos os procedimentos para os testes. O tribunal deve publicar o resultado das discussões em seu site.

Worm atacando versões não atualizadas do WordPress

Dica importantíssima aos blogueiros de plantão, direto lá do BR-Linux:

Quem tem a versão 2.8.3 ou 2.8.4 (ambas de agosto) está seguro contra a invasão automatizada descrita abaixo, cujas consequências podem ser bastante sérias. Quem não tem, deve correr para o upgrade, ou considerar as suas alternativas (nada agradáveis) após perceber que houve uma invasão.

Segue nota do James Della Valle na Info:

Um novo verme para o sistema de publicação de blogs WordPress está atacando instalações antigas no serviço e abrindo as portas para spam com links maliciosos.

Segundo os desenvolvedores, a praga faz o registro de um usuário falso e explora uma falha de segurança corrigida nas versões mais recentes do publicador.

O verme é capaz de ganhar privilégios de administrador e usar um JavaScript para se esconder do usuários. Em alguns casos, apesar das tentativas de se manter oculto, a ele acaba danificando links, mostrando que existe algum problema com o blog.

Assim que estiver “confortável” dentro do servidor, a ameaça começa a introduzir spam com links para malware em todos os posts antigos do blog. Como eles entram como comentários aprovados, não há meio de filtrar as mensagens falsas.

A equipe do WordPress avisa que todos os seus usuários devem instalar a versão 2.8.4 o quanto antes, para evitar problemas com spam e com a estrutura de links que pode ser prejudicada pela ação do verme. (via info.abril.com.br)

Não sabe como atualizar? Dependendo de sua versão tem um “siga-a-seta” bem aqui ou aqui.

De minha parte, neste nosso cantinho Legal (bem como em todas suas “filiais”), já tá tudo ok…

Um longo caminho

Diretamente lá do Legaus:

A idéia de Christoph Rehage foi totalmente amalucada, mas o vídeo que ele fez a partir dela ficou sensacional. O cidadão começou a caminhar no dia 7 de novembro de 2007 e sua jornada a pé terminou em 13 de novembro de 2008. Neste 1 ano de caminhada ele percorreu 4.646 km através da China. Até aí nada de tão inovador, mas o objetivo dele foi mostrar o crescimento de sua barba e cabelo. Sim, sim! Estupidez, bobagem, falta do que fazer?! Sei lá, mas que o videozinho de pouco mais de cinco minutos ficou pura diversão, ah ficou! Se quiser dar uma olhadinha é só dar play. “Crescentemente legaus”!

 
Via Link

Migração para Linux avança nos Municípios

Direto lá do novíssimo DanSystem, uma interessante notícia acerca da Prefeitura Municipal de Barra do Choça – que, apesar do pitoresco nome, tem um site muito bem dimensionado e interessante…

O processo de migração de Sistemas Operacionais proprietários para Linux promovido pelo Departamento de Tecnologia da Informação da Prefeitura de Barra do Choça atingiu, na última semana, 67% do parque computacional da Prefeitura (173 de 259 estações de trabalho).

O processo avança principalmente nas secretarias de Educação e Assistência Social, com percentual de 91,5% e 82% dos computadores migrados, respectivamente.

As Distribuições Linux utilizadas são: Ubuntu, Linux Educacional e Berimbau Linux.

A Prefeitura Municipal de Barra do Choça está seguindo o exemplo de diversos órgãos públicos pelo país, que estão adotando sistematicamente o Software Livre em sua estrutura para aumentar a segurança de seus sistemas, ter autonomia tecnológica e reduzir os custos com licenças de Softwares Proprietários.