O Papa é pop

Segunda causticante

Já falei aqui de meu quintal? Apesar da preguiça cavalar da última semana, tenho me esforçado em cuidar direitinho das plantinhas do fundo de casa… Um verdadeiro trabalho de formiguinha, mas que vem rendendo frutos. O que antes era apenas um monte de terra com mato, agora já passou a ser um quintal com plantas, pois até eu mesmo já estou aprendendo a identificá-las! Já nem confundo mais maracujá com jiló! E mesmo no trabalho tenho me especializado no trato de samambaias negras e begônias beges…

Ainda estou muito longe da inocência e agudeza de percepção de um Peter Sellers, como em “Muito além do jardim”, mas quem sabe chego lá?

E o Papa, hein?

Particularmente me lembrei da época da morte de Tancredo Neves. Diz a lenda que o mesmo já havia falecido há tempos, mas estavam aguardando um dia de comemoração nacional para fazer sua elegia, o que se deu em 21 de abril. No caso do Papa, não vejo muita diferença, somente que o dia 1º de abril (consagradamente o “Dia da Mentira”) não seria uma data lá muito boa para rememorar o homem.

Curioso que ainda me lembro (tenho alguns flashes) de quando ele iniciou seu pontificado, logo após a curtíssima carreira de seu antecessor, do qual escolheu o nome. Já naquela época os meios de comunicação inundaram o mundo com todos os detalhes de sua escolha. Me pergunto como isso vai ser nos dias de hoje, com a informação instantânea disponível ao redor de praticamente todo o planeta.

Creio que, mais do que nunca, o refrão da música se tornará verdadeiro (“o Papa é POP”), pois a mídia não vai deixar de explorar esse filão, jogando os índices de audiência para estratosfera. A antiga máxima panem et circenses, mais uma vez, se mostrará verdadeira (mas sem a parte do pão), pois o grande segredo do ilusionista é manter o público distraído enquanto faz seus truques. E os políticos brasileiros têm se demonstrado excelentes mágicos de salão…

Tirinha do dia:
Deus!

Assim de sopetão!

Quarta ensolarada (lá fora…)

Ultimamente ando numa busca messiânica de “qualidade de vida”… Acreditem em mim: é MUITO difícil. A gente sempre está envolvido em um zilhão de coisas e acaba ficando pra trás o que verdadeiramente importa. Deixamo-nos levar pelo trabalho, pelo relógio, pelas manias, pela preocupação com a conta-corrente (ah! a conta-corrente…), enfim, por inúmeras coisas que não deveriam nortear nossas vidas. Mas norteiam.

Lembro-me de quando eu era pequeno e meus pais resolviam visitar algum amigo ou parente. Simplesmente íamos e ponto. Hoje em dia, invariavelmente, temos que consultar a agenda, verificar se poderemos sair, consultar via e-mail ou telefone a disponibilidade dos outros, ter certeza de que não iremos “atrapalhar”, etc, etc, etc. Há que se combinar para então executar.

É extremamente comum perdermos contato com pessoas que nos são caras pelo simples fato da existência de uma certa distância física (e quase sempre não é uma distância assim tão grande). Se essas pessoas saem de nosso dia-a-dia ficam relegadas a um segundo, terceiro ou quarto plano.

Ontem mesmo, por uma dessas coincidências inomináveis da vida, encontrei com uma prima que, há muito, queria ver. E não só pelo cunho consultivo-genealógico que desejo esclarecer para minhas pesquisas, mas porque é uma pessoa que eu ADORAVA quando criança/adolescente. Passávamos literalmente horas conversando, sobre todos os assuntos DO MUNDO, e não nos cansávamos. Foi um encontro corriqueiro, num hipermercado, e creio que ficamos quase meia hora papeando…

Ora, será que as cidades andam crescendo tanto assim para perdemos contato com nossos amigos e amigas? Será que não é possível colocarmos como prática comum no nosso cotididano a visita àqueles que nos são caros, juntamente com o trabalho, a escola dos filhos, o clube de final-de-semana, etc?

Por experiência própria, sei que na minha vida acaba se aplicando o “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, pois eu mesmo, por muitas vezes, não consigo implementar minhas pseudo-filosofias de vida…

Mas (eu e meus ditados…) “a caminhada de mil léguas começa no primeiro passo”! Portanto, aguardem-me, sem prévio aviso, num sábado à tarde para um cafezinho…

Tirinha do dia:
Deus!

Beco sem saída

(Terça (também) chuvosa)

Todos já sabem que sou uma ardoroso fã de HQs (Histórias em Quadrinhos). E, de quando em quando tiro algumas lições interessantes para o dia-a-dia. Para quem se espanta com isso (“oh! ele gosta de revistinhas!”), faço o mesmo comentário que li na Wizard desse mês. Quando o autor ouve algum comentário desse tipo, ele repergunta se a pessoa gosta de cinema. “Claro!” – costuma ser a resposta. Então ele simplesmente alega que, da mesma maneira que ocorre no cinema, com filmes para todos os gêneros, também existem gibis para todos os gêneros, tanto para adultos como para crianças.

Que o diga o recente filme “Constantine”, baseado na linha Vertigo da DC Comics!

Bem, mas não era isso que eu ia dizer. O fato é que lendo uma das histórias que estão sendo republicadas do Lobo Solitário, um dos contos fala a respeito de “becos sem saída”. E tudo no decorrer da estória leva a crer que Itto Ogami, o personagem principal, será encurralado, num verdadeiro beco sem saída. Porém, não só uma, como duas vezes cercado, ele consegue se livrar de ambas as situações, encarando-as da maneira mais óbvia: que SEMPRE existe uma saída. O problema aí é que temos que estar dispostos a nos arriscar o suficiente para encarar essa saída.

Falo disso com propriedade, pois recentemente achei que estava assim: num beco sem saída. Mas, ao parar para analisar completamente a situação, percebi que não era EU quem estava acuado, mas sim que estava ME deixando acuar. Eu estava enxergando a situação sob a ótica do “adversário”, e me colocando exatamente no lugar em que ele queria que eu estivesse – e daí é que advinha sua força.

Ora, ciente disso, ficou fácil avaliar melhor a situação, determinar as (sim, eu disse “as”) saídas possíveis, e decidir pagar o preço. Ou seja, arriscar – mas plena e totalmente consciente das eventuais consequências.

Assim, não tomem isso como filosofia barata (por mais que não tenha custado nada…), pois é uma grande verdade. SEMPRE existem saídas, mas nem sempre estamos dispostos a pagar o preço pelas alternativas vindas dessa saídas.

Tirinha do dia:
Deus!

Dia da Mulher

(Terça ensolarada)

Buenas!

Eu ia originariamente escrever parabenizando as mulheres pela data de hoje… Mas, pensando bem, pra quê?

É JUSTO ter um único dia específico para lembrar a importância que o sexo feminino representa no contexto mundial? Ainda mais se esse dia foi feito para “comemorar” a data de um massacre havido no começo do século passado?

Não acho nem um pouco justo.

A chamada mulher moderna já representa tanto no dia de hoje, como nos demais 364 restantes, o poder decisório de nossa sociedade. Desde criança já começam a se preparar para vida adulta em suas brincadeiras de “casinha”; quando adolescentes atingem a maturidade sexual MUITO mais rapidamente que os meninos que as rodeiam; na vida adulta, repletas de charme, feminilidade, inteligência e perspicácia, costumam trazer os homens a seus pés; quando se tornam mães exercem o poder discricionário direcionador da vida de seus filhos, transmitindo-lhes suas experiência, anseios e expectativas; no mercado de trabalho são excelentes profissionais, detalhistas, preocupadas e com uma visão espacial enorme; e, mesmo na velhice, são as matriarcas que possuem o poder agregador ante seus parentes, em torno das quais todos se movimentam, mantendo a coesão familiar.

E nós, meninos? A única diferença com relação à infância é que nossos brinquedos ficam mais caros…

Sei que não estou sendo original, mas, creiam-me, estou sendo FRANCO. Em que pese o sexo masculino achar que o mundo gira a seu redor e segundo seus ditames, é, verdadeiramente em função do sexo feminino, essa presença subjetiva desde nossa mais tenra infância, que as engrenagens do mundo giram. Que o digam todas as heroínas e mártires que se sacrificaram por uma sociedade mais justa. E, também, todas as mulheres comuns, que, com sua presença velada, impulsionam diuturnamente nosso povo sempre avante.

Assim, um VIVA às mulheres! E que não me venham dizer que esta ou aquela merece mais ou menos que outras, por este ou aquele motivo, pois, em verdade, TODAS as mulheres são lindas, maravilhosas, perfeitas e acabadas. E quem achar o contrário é porque não conhece realmente a inexplicável, poética, romântica e misteriosa força contida na beleza do sexo feminino.

Deixo portanto de parabenizá-las por um mero dia, e saúdo-as com a inebriante taça da alegria por todos os dias compartilhados de sua existência!

Sinceramente,

Deste fiel vassalo,

Adauto de Andrade
em 08 de março de 2005.

Penso, logo existo?

Pois é… Penso, logo existo. Mas na Internet pode ser lapidado algo como “escrevo, logo existo”. Como não escrevi nada lá muito aproveitável no decorrer do último mês (pelo menos nada que tenha colocado no ar), creio que deixei de existir por algum tempo…

O ano de 2005 me pegou de sobressalto. Continuo com mil projetos na cabeça, mas estou chegando à inevitável conclusão de que não adianta: vou ter de fazer uma coisa de cada vez. O difícil (sempre) é escolher por onde começar. Minha vida profissional anda atribuladíssima. Quem já assistiu “Lilo e Stitch” vai se lembrar de uma cena em que a Lilo mostra ao Stitch o “nível de malcriação” dele. Pois é, meu nível de stress tá bem parecido com aquela cena.

Mas, como diz a Dona Patroa: “você reclama, mas bem que você gosta…” O pior é que é verdade, pois, apesar de tudo, tenho um prazer enorme no trabalho que desenvolvo. Ainda que esteja quase atingindo os limites suportáveis para um ser humano conseguir manter o pouco de sanidade que lhe resta, mesmo assim não me dou por vencido, enfrento uma jornada de 10 a 12 horas em média, e vou sobrevivendo…

Afinal, tem louco pra tudo!

Vamos ver se me faço mais presente neste mês de fevereiro. Tem algumas coisas técnicas interessantes para compartilhar por aqui, só preciso dar uma organizada.

De resto fica uma reverência litúrgica para o gato siamês do vizinho que pontualmente às duas da manhã pulava num telhado de zinco (o que ressoava como uma bomba), e sempre estava brigando e roubando ração da Lua, nossa gata preta de olhos verdes com uns oito anos de idade. O coitado morreu atropelado… Requiem aeternam dona eis

Evolução 3 x 4

(quinta pós feriado…)

Sim. Pós feriado. Ainda que apenas municipal…

Aproveitei para dar uma geral nas novas instalações de meu escritório, agora garbosamente situado em parte da garagem de casa (também carinhosamente chamado de “bat-caverna”).

É incrível a capacidade que o ser humano tem de juntar tranqueiras. Em especial este que vos escreve. Daí a necessidade de, ao menos de vez em quando, dar uma organizada em tudo. Listas telefônicas antigas, canetas secas, livros desatualizados, leis e códigos velhos, rascunhos de ações a protocolar e protocoladas, bilhetes, bilhetes, bilhetes, bilhetes e mais bilhetes… a lista é infindável!

Pelo menos agora pude deixar bem a mão minha boa e velha máquina de escrever, a qual meu antigo sócio teimava em enfiar dentro do armário: “não sei por que você deixa essa máquina horrorosa aí, enfeiando o escritório…” Muito pelo contrário! Ela tem um charme todo especial e funciona que é uma beleza!

Aproveitando o novo espaço acabei acomodando algumas outras coisinhas pessoais por lá. Fitas VHS, disquetes, CDs e fotos, dentre outras coisas. E não é que encontrei algumas fotos 3×4 perdidas? Dêem uma olhada aí embaixo e vejam os últimos 20 anos de Adauto, bem como sua consequente evolução (para o que é que evoluiu exatamente eu não sei…)

20 anos de Adauto!