Meia-noite em Paris

E neste feriadão chuvoso nada como um bom filme para distrair e relaxar, certo?

CERTO.

Com uma ida ao cinema meio que inviável (até porque provavelmente todas as pessoas DO MUNDO teriam a mesma idéia) então foi pela Internet mesmo que resolvemos nossos “problemas”. Baixei um filme antigo – mas divertido – para os filhotes (“O Quinto Elemento” – a garotada gostou…) e, sob recomendações, para mim e a Dona Patroa, “Meia-noite em Paris”, de Woody Allen.

Não vou fazer uma acurada sinopse do filme, pois certamente muita gente mais gabaritada que eu já o fez antes, o que pode ser facilmente encontrado na Rede. Basta dizer que é a estória de Gil, um roteirista de sucesso em Hollywood, especializado em scripts de filmes “adoráveis, mas esquecíveis”, que viaja com sua noiva para Paris moderna, onde acertam detalhes de seu iminente casamento enquanto briga consigo mesmo pela alternativa de abandonar seu trabalho e dedicar-se à vida de escritor (de livros). E eis que numa memorável bebedeira (vinho é sempre vinho) nosso herói se perde nas ruas parisienses e, ao soar das doze badaladas do relógio, uma fenda na realidade se abre, levando o conto para um terreno bem mais interessante: as molhadas ruas da cidade na década de vinte, Era de Ouro cultural, onde conhece pessoalmente os mais diversos artistas e ícones em destaque da época.

O filme, na minha opinião, é delicioso tanto por contar a epopéia de Gil, delineando as personalidades das grandes personalidades culturais da década de vinte, quanto por transmitir em detalhes a fulgurante paixão do autor pela capital francesa.

É… Dá vontade, sim, de conhecer Paris…

Mas vamos a alguns conselhos literários vindos de ninguém menos que Hemingway, quando Gil, em sua primeira noite “no passado”, resolve pedir-lhe para que leia o manuscrito de seu livro:

“Todo escritor precisa de tempo para escrever e não sair tanto.”

“Nenhum tema é horrível, se a história é real. E se a prosa é limpa e honesta e mostra sobretudo valor e elegância.”

“Minha opinião (mesmo sem ler) é que a odeio [a obra de Gil]. Se for má, a odeio. Odeio a má literatura. Se for boa, a invejo e odeio. Não peça opinião de outro escritor. Os escritores são competitivos.”

O Planeta dos Macacos: a Origem

E então, em plena segundona, entre sair para “jantar” um lanche ou algum pedaço de pizza – até porque tava quente pra dedéu e caldinho não rolava – resolvi que o cardápio seria bem mais simples. Pipoca. Doce por baixo e salgada por cima. Com muita manteiga. E onde conseguir tal iguaria senão no cinema? 😀

Rápida consulta à lista disponível: O Planeta dos Macacos: a Origem. Tocou sininhos e me pareceu bastante interessante! Pode parecer meio esquisito para as “gerações mais novas”, mas existe todo um contexto por trás desse filme.

A primeira referência data do início de 1968 – e não, nem mesmo EU era nascido ainda… Trata-se do filme baseado no romance La planète des singes, de Pierre Boulle.

Foi o primeiro e clássico filme em que o ator Charlton Heston, viajante espacial, acreditava ter pousado num planeta dominado pelos macacos e onde os humanos eram a espécie inferior, escravos dos símios de então. Basicamente lembro-me que os chimpanzés eram os dóceis cientistas, os orangotantos eram os cidadãos respeitáveis, enquanto que os gorilas faziam parte da classe militar. Ao final do filme o intrépido astronauta acaba descobrindo que na realidade tinha mesmo era viajado no tempo e aquele era o próprio planeta Terra, num futuro incerto e apocalíptico. A antológica cena final em que descobre a Estátua da Liberdade é memorável…

Esse filme rendeu quatro outros longa metragens – um pior que o outro – todos da primeira metade da década de setenta.

Face o bom argumento (e apesar do desastre dos filmes), também desse início de década veio a série televisiva – que passava nos sábados à tarde cá nestas terras tupiniquins. Era divertido acompanhar as aventuras dos astronautas, juntamente com “macacos renegados” que se espantavam sempre que descobriam algo que os humanos tinham sido capazes de inventar em tempos imemoriais!

Houve, ainda, uma série de desenhos “desanimados” que, de tão tosca, recuso-me a falar…

Já em 2001 Tim Burton resolveu fazer um remake do filme original.

Nessa nova versão de Planeta dos Macacos – essa sim muito boa por sinal – a estória variava um pouco, mas o impacto era o mesmo. No caso o astronauta intepretado por Mark Wahlberg parte para investigar os efeitos de uma estranha tempestade eletromagnética a bordo de uma pequena nave e também para procurar seu chimpanzé de estimação que havia se perdido nessa mesma tempestade, pois os macacos eram treinados para pilotar pequenas cápsulas espaciais de reconhecimento e o chimpanzé Péricles acaba sendo tragado por uma fenda temporal no espaço. Ao ir em direção à tempestade, o astronauta se perde também sendo sugado para seu interior e acaba aterrissando num planeta selvagem dominado por macacos ferozes e inteligentes. Daí em diante a trama se desenrola, sempre nas competentes mãos de Tim Burton, com ótimas surpresas até o final do filme…

E agora, em 2011, dez anos depois do último filme sobre esse tema, eis que somos brindados com O Planeta dos Macacos: a Origem.

A trama da nova versão fala sobre o jovem cientista interpretado por James Franco que trabalha em uma grande corporação da indústria farmacêutica conduzindo uma pesquisa genética na busca do desenvolvimento de um vírus benigno para encontrar uma cura para o Alzheimer, pois seu pai sofre dessa doença – o que resulta em ótimas sequências dramáticas… Tá, tá, chorei sim – e daí?

Bem, antes de começar a fazer experiências com seres humanos para testar uma nova (e lucrativa) droga os experimentos são conduzidos em chimpanzés. Por uma série de motivos aparentemente deram com os burros n’água – à exceção de um bebê chimpanzé, que passou a ser criado pelo cientista e batizado com o auspicioso nome de César. O restante do filme, com excelentes efeitos especiais na “dramatização” dos macacos, deixarei por conta de vocês mesmos caso queiram assisti-lo…

 
Detalhe: já na sequência final, pouco depois do início dos letreiros, impossível não fazer uma analogia direta de como o vírus da AIDS se espalhou pelo mundo…

Lanterna Verde 2011

Ou, se preferirem, “Green Lantern”…

Juntamente com os filhotes, fui hoje assistir. Dublado e em 3D. O fato de ser dublado não me incomoda tanto – se bem que prefiro sempre o original (seja lá em que língua for) – mas esse negócio de”3D” já tá dando nas paciências… Pôxa, agora com essa moda qualquer ameaça de filme, qualquer película, até as propagandas são com efeitos tridimensionais. E que nem são lá tudo isso… Servem, sim, para você pagar beeeeem mais caro nas entradas…

Bem, ultrapassada essa fase ranzinza de sempre, voltemos ao filme.

Para quem conhece da história que forjou a lenda e os anéis dos Lanternas Verdes (não, nada a ver com aquele outro, o Um Anel), pode assistir tranquilo, pois os principais tópicos dos mais famosos arcos das histórias estão todos lá. Dá pra contar, talvez nos dedos de apenas uma mão, as “liberalidades cinematográficas” que usualmente decepcionam os fãs mais ardorosos. Para quem não conhece, pode saber alguma coisinha lendo meu antigo e-zine, o Ctrl-C, bastando dar uma fuçada aqui no blog – mas já aviso que é muito antigo e, talvez, hoje eu tivesse coisa melhor pra escrever…

Enfim, creio que nem preciso falar dos efeitos especiais – afinal imaginem um anel movido à força de vontade, cujo poder é materializar construtos de luz e seu único limite é a própria imaginação do portador. Um verdadeiro “Anel dos Desejos”. A história de fundo é simples e objetiva – previsível, até. O casalzinho enamorado também está presente, bem como o tradicional vilão, carregado de amargura de uma antiga rejeição. Misture todos esses ingredientes, leve a um forno cinemístico próximo de você, deixe em fogo brando por pouco mais de hora e meia e pronto! Sirva acompanhado de refrigerante e pipoca! Doce por baixo, salgada por cima e bastante manteiga…

Enfim, quer conheçam ou não os quadrinhos, é um filme que – ainda que eu seja altamente suspeito para opinar – na minha opinião vale a pena!

Ah, e sim, a criançada também gostou. Em especial o Jean, que depois do segundo susto com o Parallax assistiu o restante do filme no meu colo. E não deixem de ver as famosas cenas após os créditos finais!