Dicas para começar a ler em Inglês

Este é você, aprendendo a ler em ingLês...

Publicado originalmente lá no Nem Um Pouco Épico. Dicas talvez até óbvias – em especial no que diz respeito a “pensar” em inglês – mas sistematizadas duma forma tão simples e objetiva que não tive como não compartilhar por aqui…

(E, cá entre nós: já baixei um livro para tentar aprimorar o pouco que sei. HP, é lógico…)

😀

Em algum dos posts, alguém pediu que fizéssemos um post com algumas sugestões de títulos para quem quer começar a ler em inglês. Em vez disso, trago UM GUIA MÁGICO dando dicas e respondendo as maiores dúvidas que as pessoas perguntam para quem lê em inglês (ou em qualquer outra língua, na verdade).

O começo é sempre o mesmo para todo mundo: dá medo. Muito medo. E se eu pegar aquele livro, não entender NADA e me sentir uma idiota? E se eu achar que estou entendendo e não estiver entendendo nada? E eu nem sei tanto vocabulário assim… como vou lidar com isso?

NÃO TEMA. É uma verdade universalmente conhecida que ler aumenta o vocabulário, sendo na sua língua natal ou não. Se você não tem vergonha de pegar o dicionário para saber o significado de uma palavra em português, por que deveria ter de fazer o mesmo para o inglês? Da mesma forma, você não vai ler com um dicionário de português do seu lado, adivinhando uma ou outra palavra desconhecida pelo contexto. Além disso, você não vai dar Machado de Assis para uma criança que aprendeu a ler ano passado.

Os mesmos princípios se aplicam ao inglês. Não tenha vergonha de pegar um livro infantil para começar a ler. Você está aprendendo. Tecnicamente, você é como aquela criança de nove anos que está na terceira série e ninguém vai esperar que você comece lendo Shakespeare ou Charles Dickens.

O principal problema das pessoas é a INSEGURANÇA. Por exemplo, eu sempre achei que Senhor dos Anéis devia ser um livro impossível de ler em inglês e nunca nem tinha tentado – até um dia que cheguei na livraria e folheei o livro e vi que é igual aos outros que eu normalmente lia. Vamos ser diretos e objetivos agora, ok?

Dicas (servem para todos os idiomas)

1) Folheie o livro ANTES de comprar. Se você ler a primeira página e sentir muita dificuldade, aquele livro não é para você ainda. Procure outro.

2) Não se desespere se achar uma palavra que não conhece. Tente entender o sentido dela pelo contexto, lendo a frase toda. Se não conseguiu entender mesmo assim, procure no dicionário. Quando eu li Alice no País das Maravilhas, eu tinha um caderninho em que anotei todas as palavras que eu não conhecia e só depois que terminei o livro eu procurei o significado. Algumas eu tinha acertado pelo contexto, outras não. É uma coisa interessante de se fazer se está começando.

3) NÃO LEIA TRADUZINDO! Se você ler “And then she leaped foward, impaling him with her sword”, não leia traduzindo para “E aí ela pulou, empalando-o com sua espada” e sim IMAGINE a cena e o significado. Se você ler traduzindo frase por frase, NUNCA vai conseguir curtir a experiência e a leitura vai ser muito cansativa.

4) Leia um livro que você já leu em português. Como você já conhece a história, fica mais fácil de entender o que está acontecendo enquanto lê.

5) Comece pequeno. Tudo bem que metade das pessoas que eu conheço começaram com Harry Potter movidas pelo desespero, mas isso não é muito recomendado. Livros de fantasia em geral tem muitos termos próprios, o que pode confundir um leitor iniciante. Pegue livros infantis e para pré-adolescentes para ler, como Percy Jackson, livros da Meg Cabot, etc.

6) Não desanime por ler devagar. Cada pessoa tem o seu ritmo e a velocidade de leitura progride quanto mais você lê, assim como todas as outras coisas do universo. Ano passado, por exemplo, eu demorava o dobro do tempo de ler um livro em português para ler um livro em inglês. Hoje em dia, demoro o mesmo tanto. Quanto mais você lê, mas familiarizado você fica com a língua. Quanto mais familiarizado, menos dificuldade. Quanto mais fácil, mais rápido. Simples assim . 🙂

7) Uma professora de inglês que eu tive disse que são quatro competências que você deve ter em uma língua: leitura, escrita, falar e ouvir. Ler e escrever são duas faces da mesma moeda, assim como falar e ouvir. Então ler melhora a sua escrita, porque te faz se acostumar com as estruturas gramaticais. Para não ficar “capenga” – lendo e escrevendo melhor do que falando e ouvindo – tente ver filmes em inglês com legenda. Pause e repita o que os atores falaram. Volte nas passagens que você mais gosta. Você vai parecer um idiota enquanto estiver fazendo, mas eu garanto que funciona!

Eu acho que tem mais dicas, mas no momento não consigo me lembrar de nenhuma. Não sugeri títulos específicos porque eu não tenho capacidade de discernimento nenhuma para essas coisas. Esse é um dos motivos pelo qual as resenhas em inglês aqui não tem esse negócio de classificação…

Se tiverem mais dicas e títulos para indicar, podem colocar aí nos comentários que vou editando o post com elas.

Pinheirinho

São José dos Campos, fevereiro de 2004.

Teve início a invasão do terreno da massa falida da empresa Selecta S/A, de mais de um milhão de metros quadrados, o que se deu por cerca de 150 famílias que haviam sido despejadas de casas da CDHU no Campo dos Alemães.

São José dos Campos, janeiro de 2012.

Quase oito anos depois, a célere justiça finalmente determina a reintegração de posse da área. Segundo os populescos noticiosos da região, aquele milhão de metros hoje comporta 1.704 casas (casas?), 81 pontos de comércio (comércio?), 6 templos religiosos e um galpão comunitário. População estimada do local: algo entre 5.500 e 10.000 pessoas. O valor do terreno, segundo a massa falida seria de mais de 160 milhões; segundo a Prefeitura, aproximadamente oitenta. Cerca de quinze milhões de dívidas perante o fisco municipal. O Comando da Polícia Militar destacou mais de 1.800 policiais da região para a desocupação. Que poderá ocorrer “a qualquer momento”.

Passo por ali praticamente todos os dias. Entretanto, por enquanto, não mais. Prefiro deixar as coisas se acalmarem um pouco. Se é que vão se acalmar. Penso na massa falida que está “reivindicando” a posse do terreno. Nos oficiais de justiça que, sem nenhuma corporificação dos “verdadeiros proprietários”, estarão ombro a ombro com os policiais nessa ação. Penso em aproximadamente cinquenta por cento daquela população composta por menores e idosos. Penso num grande percentual que deve deixar a área pacificamente, com receio dessa ação. Mas, sobretudo, penso que – mesmo excluindo todo esse povo que acabei de citar – ainda restarão milhares (ei, eu disse MILHARES) de pessoas por ali.

E daí?

Pra onde esse povo todo vai?

Encaminhado? Encarcerado? Transportado? Reprimido?

É uma questão de lógica e de física. Esses corpos (não, não estou dando nenhuma conotação a essa palavra) simplesmente têm que ocupar algum lugar em algum espaço.

E mais: ainda que se consiga retirar toda essa população (e ainda que tenham algum lugar para ir), como ficam as construções existentes? Afinal trata-se de “propriedade particular”… A massa falida terá recursos financeiros para efetuar uma demolição de tudo isso? A corporação militar desguardará o resto da cidade para vigiar o local e impedir um retorno dos “invasores”? A Prefeitura local finalmente entrará no circuito emprestando máquinas não para solucionar um problema habitacional mas para resolver o problema de um particular?

Perguntas, perguntas e mais perguntas…

E, como diria Mino, meus humildes botões calam-se resignados.

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