Pérolas da Cultura Inútil

Winston, se o senhor fosse meu marido, eu envenenaria seu chá.
Nancy Astor, primeira mulher a obter um cadeira na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico, em 1919, para o primeiro-ministro Winston Churchill.

Se eu fosse o seu marido, o tomaria.
Winston Churchill, respondendo na lata.

Gênio incompreendido

Sequência de tuítes do Rubens (@eurubens) com horário estimadamente aproximado de cada uma das ocorrências…

13h10min @eurubens Hoje, ao fazer um cafezinho, tive uma idéia genial: adoçá-lo com 2 ou 3 colherzinhas de Nescau.

13h11min @eurubens Uma dessas idéias simples e óbvias que a gente pergunta porque ninguém nunca teve antes e que definem a genialidade.

13h15min @eurubens Ficou uma merda.

Reciclar Você…

A Família Gangsters, uma banda paulistana “com influências nas raízes do reggae” (ridículo escrever isso) acabou de lançar esse novo clip (ainda não consigo escrever “clipe”) com a música Reciclar Você… Dica da amiga Paula Losada. Além da boa música, como as filmagens levaram em consideração a vida real do catador Marcelão, serve pra gente enfiar a arrogância no bolso, descer do pedestal e dar uma olhada de perto no que é ter um dia duro de verdade…

A Senhora da Magia

– Onde estamos? Ah, sim, lembro-me, na caverna. Ora, já está amanhecendo. – Sorriu, e estendeu-lhe a mão. Morgana deixou que a puxasse para si e a beijasse, envolvendo-a com seus braços fortes.

– A noite passada você era a Deusa, mas acordo e vejo que é uma mulher.

Ela riu suavemente:

– E você não é o Deus, mas um homem?

– Acho que já chega de ser Deus, e, além disso, parece-me um tanto presunçoso isso, para um homem de carne e osso – disse, apertando-a contra o corpo. – Estou satisfeito por não ser mais do que um homem.

– Talvez haja um momento para ser Deusa e Deus, e um momento para ser apenas carne e osso – murmurou.

– Eu tive medo de você, a noite passada – confessou ele. – Pensei que fosse a Deusa, tão majestosa estava… e você é tão pequena! – De repente ele pestanejou: – Ora, você fala a minha língua, eu nem havia percebido isso… Então, não é desta tribo?

– Sou uma sacerdotisa da Ilha Sagrada.

– E a sacerdotisa é uma mulher. – Suas mãos continuaram explorando delicadamente os seios de Morgana, que se eriçaram com súbita vida e ânsia, ao seu toque. – Você acha que a Deusa ficará zangada comigo se eu preferir a mulher?

Ela riu, e respondeu:

– A Deusa conhece o comportamento dos homens.

– E sua sacerdotisa?

De repente, ela sentiu-se tímida:

– Não… Eu não havia conhecido homem, antes. E não fui eu, e sim a Deusa…

– Como o Deus e a Deusa conheceram o prazer – propôs ele na obscuridade, puxando-a ainda mais para si -, não deveriam o homem e a mulher experimentá-lo também? – As mãos tornavam-se mais ousadas, e ela puxou-o para cima de seu corpo.

– Acho que sim – respondeu.

Desta vez, em plena consciência, pôde saborear bem o prazer, a doçura e a dureza, as fortes mãos jovens e a surpreendente delicadeza atrás de sua atitude ousada. Ela riu com satisfação pelo prazer inesperado, abrindo-se totalmente para ele, sentindo também o prazer que lhe proporcionava. Nunca havia sido tão feliz em sua vida. Cansados, ficaram deitados, enlaçados, acariciando-se numa fadiga agradável.

(…)

– Não creio que voltarei a encontrá-la – disse ele -, pois você é uma sacerdotisa, dedicada à Deusa. Mas quero dizer-lhe que… – e inclinou-se para beijá-la entre os seios. – Você foi a primeira. Não importa quantas mulheres eu venha a ter, durante toda a minha vida, sempre me lembrarei de você, e a amarei e a abençoarei. Prometo-lhe isso.

Havia lágrimas em seu rosto. Morgana apanhou a roupa, e secou-as ternamente, embalando a cabeça do rapaz em seu peito.

(…)

– Artur – corrigiu ele.

Apertou-o nos braços, e depois de alguns instantes ele soluçou, ainda agarrado a ela.

– Era por isso que eu tinha a impressão de que a conhecia antes mesmo da criação do mundo – chorou ele. – Sempre a amei, e agora…

Trechinho do primeiro tomo de As Brumas de Avalon, de autoria de Marion Zimmer Bradley. Li essa obra pela primeira vez há quase uns trinta anos e até hoje – ainda que numa rápida releitura – continua me emocionando…