Fire Rainbow

“O arco-íris de fogo (fire rainbow) é um dos fenômenos meteorológicos mais raros e bonitos da natureza.”

Concordo.

Tive a oportunidade de que um “arco-íris de fogo” tenha passado pela minha vida. Realmente é um fenômeno tão raro quanto empolgante… Depende, antes de mais nada, de você estar no lugar certo na hora certa. E, mais: existem diversos fatores – talvez até improváveis – que devem estar sincronizados e combinados de uma maneira tal que permita que tal situação exista! Foi realmente uma sensação única poder estar diante dessa presença e curtir muito de seus detalhes…

Bem, a explicação técnica diz que nesse tipo de fenômeno “com aparência similar a um arco-íris horizontal, a refração da luz ocorre dentro dos cristais de gelo encontrados em nuvens cirrus. (…) Esse é um fenômeno muito raro dado a quantidade de fatores que precisam ser combinados para ele acontecer. O Sol precisa estar bem alto (pelo menos 58° acima da linha do horizonte), a presença de nuvens cirrus também é imprescindível e os cristais de gelo das nuvens têm de estar todos alinhados horizontalmente. / A luz que entra nos cristais é separada num espectro de cores, como num prisma, dando a impressão de que toda a nuvem é um arco-íris em chamas.”

Mas, como qualquer grande fenômeno da natureza, apesar de seu encanto, foi passageiro e, diria até, fugaz… Com certeza deverá continuar a se manifestar em outras paragens, mostrando toda sua exuberância contida e, provavelmente, proporcionando uma saudável sensação de paz. Isso porque,  até mesmo pela distância que mantém deste nosso mundinho, não é da natureza do arco-íris causar estragos – ao contrário de nós, pequenos mortais imersos em nossas questiúnculas do dia a dia. Percebo agora o quão privilegiado fui de estar em sua presença e quão tolo fui de não parar, descer do veículo, e simplesmente curtir, me dar ao luxo de me perder em todos seus detalhes enquanto estava por ali…

Paciência.

Assim é a vida.

O verdadeiro ponto a se destacar é a necessidade de sempre tentar manter a capacidade de olhar adiante. Olhar pra frente e procurar não deixar passar despercebidos os arco-íris que surjam em nossas vidas. E, enquanto em sua presença, absorver cada detalhe cada segundo que for possível. Pois nunca saberemos quanto tempo isso irá durar…

Mas esse arco-íris em especial passou.

E, como já disse – e como é de sua natureza -, não volta mais.

Adeus, Fire Rainbow…

Questão de orgulho (II) – Lição de humildade

Então.

Há exatamente um ano o filhote nº 1 ganhou uma medalha de ouro. Na escola em que ele estuda – Colégio Adventista – sempre é promovido o chamado “Mérito Acadêmico”, onde as crianças que mais se destacaram ganham medalhas. Sem exceção. São entregues algumas de ouro, várias de prata, muitas de bronze. Pouquíssimas de diamante.

Ele ganhou uma medalha de ouro e eu, corujão que sou, fiquei todo prosa, como demonstrei aqui.

Alguns meses depois, nova entrega de medalhas. Ele foi novamente chamado. Desta vez ganhou a de prata.

Confesso que fiquei um tanto quanto desconcertado. “Como será que ele vai reagir?”, eu me perguntei. Fui até ele, antes mesmo que voltasse para seu assento e procurei encorajá-lo com palavras de ânimo e coisa e tal…

Ele levantou a cabeça, olhou para mim com aquele sorriso iluminado e disse:

“Viu que legal, pai? Quanta gente ganhou? Tomara que na próxima eu pegue a de bronze, aí terei as três!”

Primeiramente fiquei mais desconcertado ainda. Perguntei pra mim mesmo: “Mim mesmo, será que ele quer piorar na escola para completar uma coleção?” Mas conversando mais um bocadinho com ele é que me caiu a ficha. Não era nada disso. Essa “competição” não existe. É uma maneira de estimular todos para que melhorem ainda mais. Qualquer das medalhas é um mérito, pois quanto mais alunos ganharem significa que a classe inteira está melhor.

Mas eu não vi isso.

Fui orgulhoso.

Até arrogante.

Mas a gente sempre aprende, se quiser.

Em especial, humildade.

E, nesse dia, aprendi essa valiosa lição com meu filho…

PS: Hoje novamente serão entregues medalhas. Não sei se ele vai ganhar alguma. E, caso ganhe, não sei qual seria. Mas, qualquer que seja o resultado, tenho certeza absoluta de que ficará feliz. E tenho mais certeza ainda que continuarei tendo muito que aprender…

Emenda à Inicial: Apesar da lição de humildade (bem como das chuvas e trovoadas), o orgulho paterno ainda impera. E eis que o Kevin foi medalhista novamente. Ouro...


Óbvia constatação

Então.

A capacidade intrínseca que o ser humano possui para fazer merda é diretamente proporcional à idiotice da criatura e inversamente proporcional ao porventura existente bom senso, em especial potencializado ao enésimo grau se equacionado conjuntamente com os cromossomos contrários ao do agente.

De volta à minha caverna - de onde não deveria ter saído...Simples assim.

Comprovada empiricamente.

Por experiência própria.

Mapa da Cachaça

Clique na imagem para ampliar!
( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

Dica valiosíssima do copoanheiro-verde, o Duende: Mapa da Cachaça. Não conheço o Felipe a Gabi, mas só posso elogiar a iniciativa. Nas palavras deles:

Nós criamos esse projeto para a valorização da cachaça como patrimônio nacional. Nosso intuito é conhecer mais sobre esse destilado e, por tabela, aprender mais sobre a cultura e história do Brasil.

Você sabia que a primeira cachaça foi destilada em 1534? Pois é, ela tem muita história! E é justamente isso que queremos contar para vocês.

Mapa da Cachaça

Proseio

– E aí?

– E aí…

– Quanto tempo, hein?

– Acho que sim…

– Êêêê… Já vi que a coisa tá pegando…

– Cumassim?

– Primeiro. Você só aparece por aqui quando tem algum enrosco – você sabe muito bem que nem precisava, mas acho que talvez assim você se sinta, sei lá, mais confortável dessa maneira. Segundo. Essas respostinhas evasivas, do tipo “não quero falar, mas se você perguntar, eu falo”. Larga mão de bobagem! Terceiro. OLHA PRA MIM QUANDO EU FALAR COM VOCÊ!!!

– Oi, tá. Pronto, pronto. Desculpa aí…

– Tá. Agora desembucha.

– Sei lá. Às vezes acho que só quero mesmo é uma companhia… Daí eu venho aqui prosear um bocadinho. Mas, da mesma maneira, às vezes, tenho certeza absoluta de que quero ficar absolutamente sozinho. Entende essa pseudo-confusão?

– É mais comum do que você imagina… A metade das pessoas com quem falo não quer falar comigo, e a outra metade acha que me ouve, mas na verdade não ouve absolutamente nada. Às vezes é frustrante…

– Ei, quem é que tá com problemas aqui?

– Ei! Péraê! Por um acaso tá me achando com cara de psicólogo? Bem, pelo menos você admitiu que tá com algum tipo de problema…

– É. Na prática acho que tô sim.

– E?…

– Tá. Então. Eu vou levando aqui minha vidinha, sabe? Pago minhas contas, meus carnezinhos, gosto de meu trabalho, tenho bons amigos, amo meus filhos, curto minhas paixões, sempre me entrego de coração aberto, não sacaneio ninguém, tento ser um cara legal, enfim, nada demais, certo?

– Certo…

– Então será que tem como explicar o porquê de, ainda assim, eu estar com essa sensação de “vazio”? Você está sempre na área quando eu preciso de ajuda – tá, e quando não preciso também – então queria saber se tem alguma dica, algum toque, algo pra eu me apegar, entende?

– Você sabe muito bem qual será minha resposta, não sabe?…

– Acho que sei… Que eu mesmo tenho todas as respostas que preciso, né? Só preciso descobrir qual é a pergunta certa…

– Pois é. Assim como qualquer outra pessoa, você tem um potencial enorme. Tanto para o bem quanto para o mal. Tanto para o sucesso quanto para o desastre. Só depende de você. Fique centrado, busque seu equilíbrio, descarte os pensamentos inúteis que ficam ocupando o lugar dos úteis. Reveja seus posicionamentos. Reinvente-se! Mas ficar aí lamuriando é que não vai te ajudar mesmo!

– É. Eu sei. Sempre soube, né? Mas acho que às vezes a gente tem que ouvir isso de outra pessoa. E, sinceramente? É muito mais fácil se essa outra pessoa for Você…

– Heh… Você até parece aquele personagem, o House. Só procura o Wilson quando tá ferrado…

Você assiste House?

– Adoro! Noutra situação eu até não seria capaz de acreditar nele.

– Faz sentido… Bom, valeu pelo proseio. Vou indo. Um monte de coisas pra fazer, Você sabe, né? O de sempre.

– Eu sei, eu sei. Fica bem. Quando e se quiser pode voltar aqui. Mas você sabe que tem muitos outros lugares onde a gente pode se encontrar. Acho que você sabe que não sou muito chegado nisso aqui não. Muita ostentação…

– É, agora que falou, realmente isso não tem muito sua cara, não…

– Pois é… Mas esse povo é teimoso. É como costumo dizer: “corte uma madeira e lá estarei; levante uma pedra e lá me encontrarás; não estou em altares de madeira ou em estátuas de ouro – você é o meu verdadeiro templo”… Mas parece que não adianta!

– É… Então ficamos assim. Valeu!

– Vai em paz, criança… Se precisar, já sabe, né?

– Sei sim. Sempre comigo, né?

– É.