Caleidoscópio informacional

Perdi o vôo mas não as asas

Perdi o vôo, um pouco do chão, um pouco da visão, mas sobraram as asas que nunca serão passíveis de corte, sobrou um coração que nasceu para pulsar no céu e não para ser acariciado na terra. Perdi mais um vôo, mas ainda tenho asas fortes para fugir, escapar pra onde eu puder até surgir novamente um caminho. Sobrou a natureza da minha alma, meu instinto de sobrevivência, meu espírito incontrolável, indomesticável, amém.

Mesmo abatida, ainda me resta um olhar de fúria e compaixão por esse desespero por afeto que nos cerca. Mas, exatamente pelo afeto, não me deseje cantarolando em uma gaiola de ouro que reluz somente a vaidade e a crueldade dos que confundem amor com posse. Não me confunda. Amor verdadeiro a gente contempla voando, partindo, voltando quando sente de voltar. Eu sei que eu perdi esse vôo chorando, mas perdi porque eu quis. Perdi para poder voltar a voar em paz, para reforçar minhas asas, para te deixar experimentar um pouco de alegria e ar puro, bem longe das minhas mãos. Perdi o vôo, mas não as asas. Gente como a gente não se deixa prender por covardia, não permance sem paixão e só retorna quando sente a profunda, honesta e declarada vontade de estar.

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Sabem o que é morrer de saudades? E matar de saudades? Vejam o que é, “Quero mais é morrer de saudade”.

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Casal do Gimp: casados, então…

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Desencanados da vida, sem medo do amanhã e curtindo desgovernadamente o fato de ser moleque! E, de quebra, uma bela receita de bife à milanesa… Confiram!

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“Aparecida – O Milagre”. Fico curioso não pelo filme em si, mas sim pela Dani Peneluppi – que participou dessa película da Tizuka Yamasaki (mas… vamos combinar: quantos seres arcaicos vocês conhecem que escrevem assim?…)

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E o Felipe tá crescendo! Já está até tocando na banda (banda? como assim, “banda”?) do pai…

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Será que um dia a Karina (aquela musa do Mário Prata, lembram?) um dia vai parar de mudar os endereços de seu blog?…

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Mais Mistérios do Vale

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A sempre professora Doralice continua separando as tuitadas que considera memoráveis: “Quando a obra do apê de cima acabar vou gravar um CD com as marteladas pra ouvir todo dia de manhã. Tô apegado.”

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Sonho

Transitiva e Direta

eu e centenas de pessoas estamos numa estação esperando um trem que tarda a chegar. ele já demora mais de duas horas e resolvo descer um nível do piso e seguir a viagem pelos trilhos, a pé. caminho até anoitecer, incessantemente.

de longe, avisto um homem que anda pelos mesmos trilhos, mas na direção oposta à minha. quando nos cruzamos, ele pára. eu também. conversamos sobre como é o lugar de onde cada um de nós veio.

e ele me diz algo muito, muito importante, mas que não consigo lembrar…

(Comentário meu: Putz! E não é sempre assim?…)

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Um pouquinho sobre quem é a Stela, essa bailarina-atleta-artista-jornalista-escrevinhadora que piamente professa que todo Carnaval tem seu começo!

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Apesar da Ana Téjo – essa eterna Pensatriz – eventualmente continuar por aqui (com os causos do pequenino Montanha), ainda sinto falta do seu fino sarcasmo lá do falecido Respira pela Barriga…

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Quedas d’água

Carla Farinazzi

Se eu for dizer das coisas que me doem realmente, é certo que a lista será pequena. Intensa, mas pequena. Poucas coisas me doem. Mas doem intensamente.

(…)

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Friends

UrbAnna

Nos conhecemos ainda adolescentes, tínhamos centenas de sentimentos borbulhando ao mesmo tempo, uma sede de viver tão grande que mal cabíamos dentro de nós mesmas.

Sofríamos em demasia, chorávamos como crianças, e tínhamos o riso frouxo, totalmente incontido, falávamos pelos cotovelos, pelos ombros, pelas mãos, pelos olhos.

Ironicamente, nunca precisamos de muitas palavras para nos fazer entender.

Bastava um olhar, um revirar de olhos, um sorriso, uma lágrima teimando em cair, um abraço, um código (…)

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E chega!

O Laço e o Abraço

Você já reparou como é curioso um laço…
Uma fita dando voltas?

Se enrosca…
Mas não se embola,
vira, revira,
circula e pronto:
está dado o laço

É assim que é o abraço:
coração com coração,
tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço:
um laço no presente,
no cabelo, no vestido,
em qualquer lugar que se precise enfeitar

E quando a gente puxa uma ponta,
o que é que acontece?

Vai escorregando devagarinho,
desmancha, desfaz se o laço.

Solta o presente,
o cabelo, fica solto no vestido.

E na fita, que curioso,
não faltou nem um pedaço.

Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento?

Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho,
mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz
– romperam-se os laços.
– E saem as duas partes,
igual os pedaços de fita,
sem perder nenhum pedaço.

Então o amor é isso…

Não prende,
não escraviza,
não aperta,
não sufoca.

Porque quando vira nó,
já deixou de ser um laço!

Maria Beatriz Marinho dos Anjos

Lema do dia

E com tanta coisa acontecendo, sempre do tipo tudo-aqui-ao-mesmo-tempo-agora, eis que boas novidades ainda teimam em surgir a este velho causídico-contador de causos de plantão…

Então, como “lema do dia”, nada melhor que uma mineirice para fechar (ou abrir) tudo isso com chave de ouro:

Libertas quae sera

Hein?

Acharam que está faltando algo?

Mas num tá não. Veja aqui

Projetos de lei pitorescos

Direto do clipping da AASP:

Projetos de lei pitorescos são rejeitados pela Câmara

Noivos obrigados a plantar mudas de árvores ao se casar. Venda de antisséptico bucal só com receita. Proibição de lutas marciais na TV. São alguns dos projetos que foram rejeitados ou arquivados nos últimos quatro anos pela Câmara dos Deputados.

Nesse período foram propostos 8.044 projetos. Desses, cerca de 228 se transformaram em normas jurídicas, e 1.300 foram arquivados.

Entre os projetos pitorescos que receberam sinal vermelho está o que prevê o plantio de árvores por construtoras e cidadãos que se casam, se divorciam ou compram carro 0 km.

O projeto, de Carlos Mannato (PDT-ES), foi vetado pela Comissão de Meio Ambiente e será arquivado se não houver recurso. Mannato diz que não vai recorrer.

Ele estabeleceu uma cota para cada uma dessas atividades. Noivos teriam que plantar dez mudas para se casar, e os casais que pretendem se divorciar, 25.

Segundo Mannato, todas essas atividades contribuem para o aumento do aquecimento global. No caso de divórcios, os casais “se dividem, aumentam o número de residências e consomem mais energia e água”.

Ele diz que pretende reapresentar o projeto na próxima legislatura. “Vou incluir outras atividades. Organizadores de shows de grande porte também terão que plantar mudas”, diz.

Outros projetos ficaram no sinal amarelo: foram rejeitados por comissões, mas ainda serão analisados por outras e poderão sobreviver.

Projetos que tramitam de forma conclusiva e são rejeitados por uma comissão são arquivados caso haja rejeição também nas outras comissões -ou se tiverem parecer contrário da Comissão de Finanças ou de inconstitucionalidade da Comissão de Constituição e Justiça.

JEAN-PHILIP STRUCK
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO