
SPIDER-MAN
Peter Parker

SPIDER-MAN
Peter Parker
Não, não, crianças, isso aqui não tem nada a ver com o &Bumblebee lá do filme Transformers…
Estamos falando da música composta por Nikolai Rimsky-Korsakov e que era a música tema do antigo seriado do Besouro Verde. Sempre gostei dessa música – tão veloz, tão atordoante, tão complexa, que nunca compreendi como alguém conseguia tocá-la sozinho no piano. E volta e meia perguntava aos meus estupefatos botões como seria se fosse tocada a quatro mãos…
Bem, não preciso perguntar mais! Eis uma bem humorada interpretação dessa música a quatro mãoes – e ainda com bateria!

Quando em teu coração desabrocha, cheia de vida, a flor perfumada do amor, lembra-te que alguém a plantou, certo dia, dentro de ti.
Quando o teu coração se ilumina do suave colorido do pôr-do-sol, lembra-te que alguém amanheceu contigo.
Quando o fogo da paixão abrasa o teu coração, consumindo todas as tuas fibras, na imolação do prazer, lembra-te que alguém acendeu essa chama.
Quando teu coração estiver bordado de sonhos dourados, tecido com fios de luar lembra-te que alguém coloriu teu mundo interior.
Quando a noite encontrar-te com o coração partido e angustiado pelas amarguras colhidas durante o dia, lembra-te que alguém possui o lenitivo de que precisas.
Quando teu rosto não puder conter a torrente de lágrimas que se afundam pelas dobras do travesseiro, lembra-te que existe alguém te esperando de lenço na mão.
Quando a insônia te revolve desesperadamente na cama, lembra-te que alguém pode semear sonhos de paz em tua mente.
Quando a solidão te oprimir e o teu grito não encontrar eco, lembra-te que lá do outro lado alguém ama a tua companhia e entende o teu clamor.
Quando os teus segredos não cabem mais dentro de ti, ameaçando romper os diques de tua alma, lembra-te que existe alguém disposto a recolhê-los e guardá-los com o carinho e a dignidade que tu esperas.
Quando em teu coração mora o azul do céu, a claridez do sol, o gorjeio dos pássaros, o perfume das flores, a nostalgia do entardecer, o encanto das manhãs, a serenidade dos lagos e o sorriso da ventura, lembram-te que alguém tocou o teu coração com a varinha milagrosa do amor.
Ó tu, que amas e vives no controvertido mundo do arco-íres e da escuridão, da calma e da agitação, da paz e da instabilidade, saibas que existe mais alguém habitando o teu planeta!
Nas horas felizes, partilha com ele teus sorrisos; nas horas de solidão, vai, levanta-te e o procura, onde quer que ele esteja.
Ele não é senão parte de ti, assim como tu és parte dele.
Não olhes o relógio! Que importam as horas? A vida é tão curta, não há tempo a perder.
Ó tu, que amas, se tiveres a coragem e a singeleza de assim o fazer, abre teus lábios e canta o milagre do amor, porque só o amor aproxima as pessoas e faz com que falem a mesma linguagem!![]()
Lauro Trevisan
Em que pese toda a seriedade dos quadrinhos atualmente, tem gente que teima em tirar sarro de personagens já consagrados…
E isso é ótimo!
E às vezes surgem alguns que – não tenho como explicar – me fazem chorar de rir. Esse é um deles. Você imagina o Flash, todo compenetrado, usufruindo da chamada “Força da Aceleração”, correndo ao limite, e, não mais que de repente, ali do lado vem aquele terror soturno, o Batman, num passinho do tipo lep-lep-lep, com as mãozinhas pra trás e o ultrapassa! Terror dos terrores! Mas, zuzo bem… Era um sonho…
Não sei o porquê, sei que é idiotice, mas cada vez que (re)vejo esse quadrinho… eu rio! 😀
Sim, agora é oficial: meu sedentarismo atingiu o Nível Master.
Como se já não bastasse o reduzido guarda-roupa a que fui limitado – apesar de ainda ter muita coisa boa atrás daquelas portas, mais o joelho que invariavelmente dói e/ou no mínimo incomoda, agora também venho sido acometido de insônia. INSÔNIA! Eu? Um cara que já só dorme de quatro a seis horas por noite?
É, já passou da hora de colocar em prática a missão Dieta 2 – A Revanche.
Afinal, tenho aproximadamente 104 bons motivos para fazê-lo…
Me aguardem! 😉


Alexandre Petillo
O homem perfeitamente infeliz acredita que a vida é um eterno recomeço e tem direito de desistir de tudo a qualquer tempo; coleciona despedidas como arquivos de mp3; só se alimenta de produtos orgânicos; leva uma garrafa de água por onde anda como se fosse o elixir da juventude; seus males físicos são apenas dois: dor de cabeça (mas não toma comprimidos para não alimentar a indústria farmacêutica) e indignação (dispensa ansiolíticos, mas desabafa no Facebook enquanto consome cerveja gourmet).
O pai e o avô do homem infeliz morreram quase aos noventa anos – e ele o diz frequentemente, sempre lembrando que nossa geração não vai chegar lá. Banho frio por princípio, mesmo no inverno – é um defensor ferrenho do meio-ambiente –, e uma hora e meia de ginástica diária, alterna entre caminhadas, “bike” e alguma ginástica moderna.
O homem perfeitamente infeliz julga-se ameaçado: ao norte, pela queda de cabelo; ao sul, pelo partidos de direita que espalham mentiras (ou pelos partidos de esquerda, que querem fazer daqui uma nova Venezuela, existem homens perfeitamente infelizes dos dois lados); a leste, pelo 3G que não funciona.
O homem perfeitamente infeliz é contra o casamento formal. Toma conhecimento de todas as revoluções artísticas e literárias modernas: gênio é o Marcelo Camelo; brasileiro é o Marcelo Camelo; saber português é o Marcelo Camelo.
Em sua sala, o puzzle de um desenho do Romero Britto emoldurado, que ele mesmo montou, quase 10 mil peças.
A força de vontade do homem perfeitamente infeliz é tremenda: ele parou de tomar refrigerante e ver TV há cinco anos, três meses, doze dias, dezoito horas. Se não parou, vai parar a qualquer momento.
Sua simpatia política é de esquerda, está sempre do lado das minorias e dos menos favorecidos, escreve textos gigantes em defesa dos excluídos direto do seu jardim de inverno. As redes sociais são o seu recreio mental mais importante; ver séries americanas de TV enriquece seus argumentos nas rodas de bares que vendem chope a 10 reais.
Sua psicologia: o mundo ainda vai descobrir minha genialidade. Sociologia: crack é uma doença, mas aqueles viciados me atrapalham quando quero estacionar no centro. Filosofia: sou sempre melhor do que o que me oferecem.
Considera-se dono de um excelente bom humor; cita ditos históricos e provérbios edificantes; sua glória é poder afirmar, diante de alguém em desgraça: “Bem que eu te avisei!”.
O mal profundo do homem perfeitamente infeliz é julgar-se um homem perfeitamente feliz.![]()
( Crônica publicada no jornal O Vale, de 08/02/2015 )
Nota: Este texto é uma versão moderna do homem perfeitamente infeliz descrito por Paulo Mendes Campos em 1960.